Por Elder Dias

Sem qualquer motivo para oba-oba, é hora de muita calma para entender como será possível dar a volta nas deficiências do time para chegar mais longe na Copa

A vergonha nunca foi tão “roja”. Só que outros campeões — inclusive o Brasil — também já fizeram suas patacoadas históricas

O placar de 0 a 0 mostra que a seleção brasileira está muito atrás tecnicamente da Alemanha, que passa a ser a maior favorita ao título

Na geopolítica do futebol não somos vítimas, somos bastante poderosos. A Copa é no Brasil e, na dúvida, o juiz vai apitar para os donos da casa

O caso do padre César Garcia, as fotos de Fernandão e a praga da fofoca

Estudantes de colégio foram para a calçada externa da instituição para colorir de verde e amarelo a paisagem urbana

Ter o hexa como objetivo principal sendo o dono da casa é como convidar todos para um churrasco e ficar só disputando a degustação da picanha
Elder Dias
Vai começar a Copa do Mundo no país do futebol. E então eu ligo a TV no canal da principal emissora nacional e vejo a apresentadora abrir um sorrisão para fazer a chamada para o próximo bloco do programa de esportes. Parece que vai ser uma notícia boa. E ela, algo assim: “Tem seleção campeã do mundo com craque cortado. Saiba quem é daqui a alguns minutinhos”, anuncia, quase festejando.
Termina o intervalo e entra o bloco seguinte. Era Ribéry o desfalque, revelou graciosamente a apresentadora. O melhor jogador da França, um dos três melhores do mundo na eleição da Fifa este ano, foi cortado por conta de dores nas costas. Azar da França, que já tirou a chance do Brasil em três Copas?
Não, azar o nosso e de quem espera quatro anos pelo maior espetáculo de um esporte coletivo. Já havia motivo de frustração desde a escolha de Sofia que se tornou o mata-mata entre Portugal e Suécia, pelas Eliminatórias europeias. Estava decretado que ali se faria o primeiro aborto da presença de um cracaço nos gramados brasileiros: ou não viria Cristiano Ronaldo ou não viria Zlatan Ibrahimovic. O sueco de rabo de cavalo ficou fora.
Depois dele, veio, no início do ano, a contusão de Falcao García, o maior jogador da Colômbia, que há alguns dias foi vetado definitivamente. Agora, Ribéry, o destaque francês. Outro “top idol” de sua seleção sob forte ameaça de se render à contusão é Luis Suárez, do Uruguai, considerado o melhor jogador da inglesa Premier League. Pior ainda: não se sabe ainda como está de verdade Cristiano Ronaldo, o atual melhor jogador do mundo, que jogou a final da Liga dos Campeões da Europa no sacrifício. Sua situação física está envolta em mistério pela delegação portuguesa.
Não só em relação aos principais jogadores das principais seleções, mas cada ausência de cada uma das 32 seleções deveria ser lamentada por todos os que gostam de futebol. Afinal, basta um pequeno exercício de empatia para, colocando-se na pele do outro, perceber que jogar uma Copa do Mundo é chance única para a imensa maioria dos convocados. E jogar no auge da forma — como estão hoje Ibrahimovic, García, Ribéry, Suárez e Cristiano — só acontece uma vez na vida.
Os brasileiros deveriam se entristecer com os cortes dos craques tanto quanto os próprios suecos, colombianos, franceses, uruguaios e portugueses. Afinal, são convidados VIP que não participarão da festa dos donos da casa. Mas no sorriso da mocinha do telejornal não há tanto lamento assim. No ritmo em que as coisas vão caminhando, se Lionel Messi — que não anda tão bem das pernas — aparecesse com um joelho a menos, seria o caso de haver um foguetório no estúdio? É esse o “clima de Copa” que insinua ser instalado. Pelas reportagens desses últimos dias antes do início da festa do futebol, parece que o Mundial não será aqui, mas em uma terra bem distante. Parece que não somos os anfitriões. Parece que o único objetivo é ganhar e, se é para ganhar, é bom que isso fique mais fácil.
Já perdemos muito antes de a bola rolar: perdemos a chance de usar o evento para catalisar o avanço de nossa frágil infraestrutura; perdemos a chance de respeitar os prazos estabelecidos e nos mostrar como nação organizada aos olhos estrangeiros; perdemos a chance de nos preparar adequadamente para receber os milhares de turistas. Até agora, portanto, perdemos muito mais do que ganhamos. Mas parece também que bastará levantar a Taça Fifa no dia 13 de julho para virar o placar. O hexa será a redenção.
Ora, por mais que possa parecer importante ganhar o título — e, esportivamente, esse tem de ser o objetivo de qualquer seleção de grande talento e ambição, como a brasileira —, isso não pode ser mais do que um detalhe quando você é o dono da casa. Ter o troféu como objetivo principal desta Copa, em específico, é como chamar todos para um churrasco só com a intenção de degustar a picanha. De preferência, servido pelos convidados.
Pelo jeito, a abertura do Mundial no Brasil vai ser como a passagem do estandarte do sanatório geral de Chico Buarque. Concentração total em ser campeão e nada mais. Deve ser por isso que os uruguaios — e os brasileiros de bom senso — não entendem porque a derrota de 1950 foi chamada até de “nossa Hiroshima” por aqui. E vamos torcer para que nenhum japonês saiba disso.
No YouTube
“Pelé e Garrincha: Deuses do Brasil”
Título original: Gods of Brazil: Pele and Garrincha
França/Dinamarca/Reino Unido, 2002
Gênero: Documentário
Diretor: Jean-Christophe Rosé
Narração: Garth Crooks
Uma produção franco-alemã, exibida pela BBC, discorre sobre a trajetória dos dois maiores craques do futebol brasileiro. É uma forma de ver como os estrangeiros observam a figura de Garrincha — um antijogador, de pernas tortas, pessoa do povo e que morre alcoólatra — em contraste com a de Pelé, esportista por natureza e com visão de marketing. Vale a pena para conhecer melhor a história de quem tirou o Brasil da depressão pós-Maracanazo.
Na Prateleira
“O Negro no Futebol Brasileiro”
Autor: Mario Filho
Editora: Mauad
Páginas: 344
Uma forma de desvendar um país pelo futebol. Assim pode ser resumido “O Negro no Futebol Brasileiro”, obra-prima do jornalista Mario Filho que o doutor em História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Francisco Carlos Teixeira bem define como “a mais tardia e a mais democratizante” das explicações sobre o Brasil. Leitura clássica sobre o esporte, mas que serve também para uma análise mais ampla — é colocado até como texto-referência sobre a identidade nacional, ao lado de livros como “Casa-Grande & Senzala” (Gilberto Freyre”) e “Raízes do Brasil” (Sérgio Buarque de Holanda).

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