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Um policial foi atingindo no peito pelo suspeito, mas foi salvo pelo colete balístico [gallery type="slideshow" ids="13228,13227,13229,13226"] Um homem morreu no final da noite dessa quarta-feira (20/8) durante uma troca de tiros com a Polícia Militar (PM). Yure Matheus de Souza Lemos foi baleado depois de praticar um roubo no Setor Bueno, região nobre de Goiânia. Segundo informações da PM, por volta das 22h30 Yure Matheus, de 18 anos, assaltou quatro pessoas em um ponto de ônibus da Avenida T-9. Após cometer o crime, o suspeito fugiu em direção a uma praça da Avenida T-23. Um policial militar à paisana presenciou o assalto e acionou uma viatura. Após fuga, Yure Matheus entrou em um prédio em construção. Ainda de acordo com a PM, assim que os policiais entraram no local iniciou uma troca de tiros. Um policial foi atingindo no peito, mas foi salvo pelo colete balístico. Ele foi encaminhado para uma unidade de saúde e passa bem. O suspeito foi baleado no tórax e morreu no local. Com o suspeito a polícia encontrou um revólver calibre 38, com cinco munições deflagradas e uma intacta, além quatro celulares.
Polícia ainda não tem pista dos autores e nem a motivação do crime. A investigação será feita pela Delegacia de Investigações de Homicídios Um homem foi encontrado carbonizado na noite desse sábado (26/7) em Aparecida de Goiânia. Segundo a Polícia Militar, o homem de 37 anos foi assassinado, pois testemunhas informaram que ouviram barulho em sua residência e depois viram dois homens fugindo do local. O crime aconteceu na Rua JI-9 esquina com a Rua JI-33,no Jardim dos Ipês. Logo após a fuga dos suspeitos, a casa começou a pegar fogo. Vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros para apagar o incêndio e em seguida a PM foi chamada para averiguar a situação. Dentro da residência os policiais encontraram o corpo de um homem carbonizado. Ele apresentava sinal de perfuração por faca no tórax. A polícia ainda não tem pista dos autores e nem a motivação do crime. A investigação será feita pela Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH). Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) no inicio deste mês, apontam que o mês passado foi o mais violento em Goiás com 233 homicídios. Nos primeiros seis meses deste ano 1.254 pessoas foram mortas, um crescimento de 4,1% comparado com o mesmo período do ano passado. Já a capital goiana figura entre as regiões mais violentas do país. Segundo levantamento da Organização não-governamental Conselho Cidadão pela Seguridade Social Pública e Justiça Penal, Goiânia é 28ª cidade mais violenta do mundo. Por isso, numa tentativa emergencial de inibir o crescimento da violência urbana, o governador Marconi Perillo assinou, no dia 8 desse mês, um decreto que implantou o Grupo de Trabalho da Segurança Pública e o apoio às ações de controle e redução de criminalidade.
Suspeito já havia sido preso outras quatro vezes, uma por furto e três por roubo. O guarda foi atingindo no pescoço e morreu no Hugo
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Araguaia Shopping no Centro de Goiânia[/caption]
Um morador de rua esfaqueou um vigilante do Araguaia Shopping por volta das 22h dessa terça-feira (22/7), região central da capital. De acordo com informações da Policia Civil, o vigilante tentava retirar o pedinte que abordava passageiros do terminal rodoviário integrado ao centro comercial quando foi golpeado no pescoço.
A vítima, Douglas Gonçalves Rita, de 22 anos, acompanhado de outro guarda, decidiu levar o suspeito, Ariovaldo Junior, de 30 anos, para a sala de segurança do shopping. Segundo a delegada responsável pelo caso, Flávia Andrade, da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), durante o trajeto o pedinte atingiu Douglas no pescoço. “Os dois guardas não revistaram o autor para ver se ele portava alguma arma. Ariovaldo Junior estava embriagado no momento do crime”, disse. O Corpo de Bombeiros foi chamado e encaminhou a vítima para Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Douglas Gonçalves foi atendido na unidade, mas não resistiu ao ferimento e morreu no começo da madrugada desta quarta-feira (23/7). Após o crime, o morador de rua fugiu. O outro guarda, que portava apenas cassetete, chamou a Polícia Militar, que conseguiu capturar o suspeito na Avenida Goiás Norte. Ariovaldo Junior já havia sido preso outras quatro vezes, uma por furto e três por roubo. O shopping lamentou o corrido. Em nota divulgada à imprensa, o centro comercial informou que está dando suporte à família do jovem e está à disposição das autoridades para contribuir nas investigações policiais. A PC informou que o outro guarda, que trabalhava com Douglas Gonçalves, não foi atingindo pelo suspeito.
Todos os crimes serão investigados pela Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH). Os suspeitos, ainda não identificados, estão foragidos Em menos de sete horas, quatro pessoas foram assassinados na capital. O primeiro crime acorreu no inicio da noite dessa quarta-feira (16/7), por volta das 18:30 h, na Vila Adélia, região oeste da cidade. Segundo a Polícia Militar, Hélio Serejo de Oliveira, de 19 anos, estava na Praça Solon Amaral quando dois homens chegaram em uma moto e atiraram. O jovem foi atingindo por vários tiros e morreu no local. O segundo crime foi no setor Nova Vila. A vítima, Luma de Oliveira, de 23 anos, foi atingida por um tiro na cabeça. Vizinhos ouviram disparos e encontraram o corpo da jovem estirado na rua. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgências de Goiânia (SAMU) foi ao local e atestou que a vítima já havia morrido. O menor E.A.S. também foi morto a tiros. O crime foi na Avenida Ibirapianga, no Jardim Botânico. De acordo com a Polícia Civil, o rapaz, de 16 anos, foi encontrado por moradores baleado no chão. Ele foi atingido por cinco tiros, nas regiões do pescoço, braço esquerdo, abdômen e rosto. Peritos do Instituto Médico Legal (IML) estiveram no local para remover o corpo. O quarto homicídio foi no Jardim Novo Mundo, por volta das 2h da madrugada. Eduardo Moreira da Silva, de 23 anos, foi morto a facadas. Segundo a Polícia Civil o corpo do jovem também foi encontrado por moradores na Rua do Ouro. O Corpo de Bombeiros esteve no local para prestar os primeiros socorros, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), no inicio deste mês, apontam que o mês passado foi o mais violento no Estado, com 233 homicídios. Nos primeiros seis meses deste ano 1.254 pessoas foram mortas, um crescimento de 4,1% comparado com o mesmo período do ano passado. A capital goiana figura entre as cidades mais violentas do país. Segundo levantamento da Organização não-governamental Conselho Cidadão pela Seguridade Social Pública e Justiça Penal, Goiânia é 28ª cidade mais violenta do mundo. Por isso, numa tentativa emergencial de inibir o crescimento da violência urbana, o governador Marconi Perillo assinou, no dia 8 desse mês, um decreto que implantou o Grupo de Trabalho da Segurança Pública e o apoio às ações de controle e redução de criminalidade. As pastas estaduais vão se reunir nesta quinta-feira (17/7) para fazer um balanço da primeira semana de trabalho e discutir os resultados do Grupo de Trabalho, que conta com Assistência Social, policiamento reforçado e projetos educacionais, principalmente nos bairros da cidade, chamados pela Secretária de Segurança Pública (SSP-GO), de “manchas criminais”, em que a incidência de homicídios é mais frequente. Os bairros são: Jardim Novo Mundo, Pedro Ludovico, Guanabara, Central, Real Conquista, Norte Ferroviário, Primavera, Amazônia, Vila Finsocial, São Francisco, Vera Cruz, Eldorado Oeste, Estrala Dalva, Recanto das Minas Gerais e Curitiba.
Nos primeiros seis meses deste ano a SSP-GO registrou 1.254 crimes contra a vida. O mês de junho foi o mais violento no Estado, 233 pessoas foram mortas
Este é o quarto caso, em menos de dois meses, em que sequestradores matam as vítimas após o pagamento do resgate pelos familiares A Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH) de Anápolis, cidade a cerca de 50 quilômetros da capital, começa a investigar um sequestro seguido de morte. Segundo o delegado Álvaro Cássio dos Santos, os sequestradores pediram o pagamento de R$ 20 mil para liberar a vítima Hélio Rufino Borges dos Santos, de 27 anos, assassinado mesmo após a familiar pagar o resgate. O delegado Álvaro Cássio dos Santos disse que ainda não têm pistas dos suspeitos de sequestrarem e matarem Hélio Rufino. A vítima foi obrigada a ligar para a família e dizer que tinha uma dívida de R$ 20 mil. Os parentes pagaram o valor e em seguida Hélio foi assassinado. A Polícia Civil acredita que os suspeitos de matarem o homem podem ter ligação com outros três sequestros seguidos de morte que aconteceram na cidade em menos de dois meses. Os casos também podem ter ligação direta com o tráfico de drogas. “Geralmente, os sequestradores exigem o pagamento do resgate, um valor maior, e liberam a vítima. Mas, tudo indica, que está havendo um conflito entre os traficantes. Nós temos outros casos semelhantes em Anápolis”, informou o delegado. Hélio Rufino Borges dos Santos tinha passagem pela polícia.
O grupo formado por quatro homens teria assassinado também um homem. Investigadores apontam como motivação principal o tráfico de drogas. A Policia Civil chamou atenção para o detalhe de que o principal autor dos crimes tem tendências homossexuais
A região onde aconteceu a troca de tiros é bastante movimenta. Os dois suspeitos têm passagem por tráfico e por roubo. Eles estavam armados com uma pistola ponto 40 Dois foragidos da justiça trocaram tiros com a Polícia Militar (PM), na manhã desta quarta-feira (25/6), na Avenida Neddermeyer, no setor Cidade Jardim, região sudoeste capital. O tiroteio deixou um suspeito morto. De acordo com o major Karisson Ferreira Sobrinho, do 7º Batalhão de Polícia Militar (7ª BPM), por volta das 9h um homem identificado como Alex, conhecido como Zói, estava na porta de uma escola discutindo com a ex-namorada. As autoridades policiais foram chamadas. Chegando ao local as viaturas foram recebidas a tiros pelo homem e por outro comparsa, ainda não identificado. Posteriormente eles apreenderam fuga em um Renault Logan preto. “Os dois tem uma lista gigantesca de crimes. Estavam com um carro roubado, com placas clonadas”, informou o major Karisson Ferreira ao Jornal Opção Online. Na perseguição Alex foi baleado e morreu no local. Até às 12h o corpo de Alex ainda estava no local esperando o término da perícia pelo Instituto Médico Legal (IML). A Avenida Neddermeyer, onde aconteceu o tiroteio, é predominantemente comercial e bastante movimenta. Ainda de acordo com PM, os homens têm passagem por tráfico e por roubo. Eles estavam armados com uma pistola ponto 40, modelo 940, cromada. Durante a fuga um pedestre de 80 anos foi atropelado pelos suspeitos. O homem foi socorrido e sofreu apenas ferimentos leves. Durante a ocorrência Robson Moreira de Oliveira, de 32 anos, foi preso e encaminhado para o 20º DP por violar o local do crime e ultrapassar as faixas de contenção postas pela Polícia Civil (PC), que também foi chamada para acompanhar o caso.
No corpo da vítima encontrada no Setor Negrão de Lima havia marcas de pedradas. Já a outra vítima foi encontrada dentro de um barranco em Aparecida de Goiânia
Autoridades policiais acreditam que o número tem relação com a comemoração da Copa do Mundo Ao menos 18 pessoas foram assassinadas nas últimas 24 horas em Goiânia e Região Metropolitana. No Setor Lorena Park, região noroeste da capital, foram registrados três homicídios na noite desta quinta-feira (12/6). Os outros setores de Goiânia que registraram homicídios foram Novo Mundo, Pedro Ludovico, Goiânia Viva, Vila Mutirão, Setor Chácara do Governador, Vila Romana. Além da capital, duas pessoas foram mortas a tiros no Setor Vera Cruz em Aparecida de Goiânia. A delegada Silvana Nunes acredita que a violência tem relação com a Copa do Mundo. “Em datas festivas a gente espera que aumente o numero de ocorrências”. No Setor Goiânia Viva um cabo da Rotam foi morto a tiros enquanto fazia transporte de valores. Um carro se aproximou e efetuou vários disparos, três atingiram o policial. Após atirarem, os suspeitos levaram o dinheiro e a arma do cabo. A PC disse que não descarta nenhuma hipótese, a primeira a ser investigada será a de latrocínio. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), no mês de maio 174 homicídios foram registrados no Estado. Até agora, março foi o mês mais violento, 222 pessoas foram assassinadas em Goiás. A capital figura entre as cidades mais violentas do mundo. Segundo levantamento da Organização não-governamental Conselho Cidadão pela Seguridade Social Pública e Justiça Penal, Goiânia é 28ª cidade mais violenta do mundo. Em abril deste ano 48 homícidios foram registrados, mais de um por dia. Nos quatro primeiros meses de 2014 foram 185 homicídios em Goiânia. *Atualizada às 12:31 para complemento de informações. O número de homicídios divulgado anteriormente era de 14. Novas informações da Polícia Civil afirmam que foram 18 homicídios na Grande Goiânia
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As UPPs do Rio de Janeiro têm muita mídia, mas poucos resultados práticos. A violência no Rio de Janeiro é muito superior à de São Paulo | Foto: Murillo Dieguez[/caption]
Há um aforismo, de autoria incerta, mas que é certamente inteligente. É atribuído ora a George Bernard Shaw, ora ao jornalista americano Henry Louis Mencken: “Para cada problema complexo, existe uma solução clara, simples — e errada”. Houvesse essa solução clara e simples, mas acertada, e haveria menos problemas complicados no mundo.
Tomemos um dos problemas mais sérios do cotidiano brasileiro: o da segurança pública. É um problema complexo, agravado ao longo dos anos, pois descurou-se de enfrentá-lo, exceto com soluções simples, claras e erradas.
O problema é complexo porque envolve vários atores: as vítimas, os autores e o Estado nos setores policial, judiciário, prisional, de assistência social, de assistência médica, etc.
Além disso, envolve grande volume de recursos financeiros, para pessoal, construções e equipamentos. O problema é hoje generalizado, pois todos nós ou fomos vítimas de violência, ou tivemos pessoa muito próxima que o foi, nos últimos tempos. Pode-se dizer com segurança — sem trocadilho — que até meados dos anos 1980 havia razoável controle sobre o tráfico de entorpecentes, o crime organizado e os presídios. O nível de assassinatos estava em patamares razoáveis, pelas marcas dos organismos internacionais.
A globalização do tráfico de drogas, com crescente influência econômica e consequente organização do crime, encontrou um Brasil pouco preparado do ponto de vista legal e policial para seu enfrentamento.
Por um lado, a Constituição de 1988 dava exagerada importância à questão dos direitos humanos dos bandidos mais perigosos, e a legislação exacerbava a proteção aos menores e adolescentes mais pervertidos.
As brechas no Código Penal constituíam — e constituem — uma quase garantia de impunidade. Por outro lado, a ideologização da questão criminal, pelos sucessivos governos de esquerda, vitimizou os bandidos e tornou os organismos policiais fracos, desaparelhados, suspeitos e desestimulados.
Nossos vizinhos, grandes produtores de coca, foram tratados com tolerância e até amizade pelo governo brasileiro, que não exigiu deles medidas coercitivas quanto ao tráfico por nossas fronteiras.
Com esse caldo de cultura, era fatal que nos tornássemos um dos países mais violentos do mundo. Cinquenta mil assassinatos por ano equivalem a uma guerra; meio milhão de mortos em um quarto de século significam um genocídio. E é o que vivemos, sem que isso preocupasse — ou preocupe — esses sucessivos governos de esquerda, de Fernando Henrique Cardoso a Dilma Rousseff.
Uma solução simples e errada foi tomada em 2003: desarmar a população civil. Uma solução tão claramente errada que só poderia ser ideológica, pois não tinha qualquer base teórica ou prática, e era claramente atentatória às vítimas, vez que medidas semelhantes haviam fracassado em várias partes do mundo. Até hoje o governo persiste nela, apesar de ter se mostrado como agravante da situação criminal e ter sido repudiada pela grande maioria dos brasileiros em referendo realizado em 2005.
Outra medida simples e errada foi a experiência carioca das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). No fundo, nada mais foi do que um exercício do “jeitinho brasileiro”, um dos maiores males de nossa cultura, o cultivo da indolência e das soluções simplistas, obtidas ao abrigo da lei do menor esforço, e por isso mesmo erradas. Deslocar policiais para unidades implantadas nos morros, pura e simplesmente, mantida intocada a estrutura do crime organizado, não poderia resultar em queda da criminalidade, gritava o bom-senso.
Como o carioca adora o “jeitinho” e a mídia local vive da pirotecnia e das verbas públicas, fez-se um estardalhaço com as UPPs. Seriam a extinção do crime, o ovo de Colombo, a salvação da lavoura, o estalo de Vieira e tudo de bom que houvesse, bradava-se sem esperar os resultados. O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, tornou-se herói carioca e depois nacional. Chegou a ser lembrado para Prêmio Nobel da Paz.
Continuei cético, bem como amigos que entendem de Segurança. Hoje, decorridos seis anos da implantação da primeira UPP, e implantadas mais algumas dezenas, o que ocorre no Rio de Janeiro? A criminalidade vem aumentando, o tráfico de drogas não se alterou e continua sendo o governo de fato das favelas. E as UPPs são atacadas diariamente por bandidos, que destroem suas instalações, emboscam e matam policiais. Vinte e cinco já morreram até agora, só no presente ano. A população é instigada (leia-se obrigada) a protestar contra as UPP. Em protesto contra elas, ônibus são incendiados quase todos os dias.
Sempre tive José Mariano Beltrame como honesto e de boas intenções, mas simplório, que não sabe onde tem o nariz. Provas disso ele mesmo dá constantemente. Agora mesmo, mostrando o quanto é ingênuo, lança sua precoce e ufanista biografia, justamente no momento em que as UPPs fracassam — e ele não tem como negar isso, pois os índices de criminalidade são maiores do que antes de sua implantação.
O binômio ideologia-governismo vem fazendo com que a mídia nacional, com as honrosas exceções de sempre, nos venda gato por lebre. O leitor, a menos que seja especialista em segurança, não deve saber que São Paulo tem um índice de assassinatos três vezes menor que o do Rio de Janeiro, executando uma política de segurança conservadora. Prende muito mais que o Estado carioca (e bem mais que a média brasileira), embora a imprensa não divulgue isso. Fazê-lo poderia desagradar os donos das verbas federais, sempre as mais polpudas. Aliás, a política de Segurança que resulta é a mais conservadora, pelo menos até que se tenha um nível salarial, educacional e cultural mais elevado.
É certo que a solução do nosso problema de Segurança vai demandar um esforço conjunto dos três poderes. Não há solução simples. É certo também que demandará tempo, como é certo que já deveria ter preocupado os governos e a solução deveria estar encaminhada.
Há muitos exemplos mundo afora de como lidar com a segurança pública, e deveriam ser estudados e adaptados a nossas condições.
Algumas verdades irrefutáveis já podem servir de balizamento para quem se dispuser a agir:
1) A legislação penal deve ser revista, visando, principalmente, evitar a impunidade e tornar mais ágeis os julgamentos. Só penas mais duras não resolvem.
2) A polícia necessita ser mais valorizada, preparada, equipada e dotada de capacidade preventiva e de inteligência.
3) Deve ser evitada a vitimização do bandido. Ele não é uma vítima, é um inimigo da sociedade.
4) Deve ser evitada a criminalização do policial. Ele não é um antagonista, mas um guardião da comunidade.
5) Deve ser ampliado e humanizado o sistema prisional. Penas devem ser cumpridas integralmente, mas com dignidade. O inferno não é punição terrestre.
De momento, enquanto não se muda a ideologia do governo, uma providência já é urgente, porque não tomá-la é agravar ainda mais um problema já na fronteira do caos. Falo dos policiais, hoje tão injustamente tratados. Injustamente, do ponto de vista funcional: ganham mal, não têm o preparo adequado nem condições de trabalho boas. Injustamente, do ponto de vista social: são inibidos em sua ação legal, são inculpados pesadamente nas mínimas faltas, são sempre suspeitos de excessos. Estão acuados.
Cito três exemplos apenas, recentes: nas manifestações de junho do ano passado, um PM paulista quase foi linchado por um bando de celerados, agredido com pedras, e bastante ferido, sacou sua arma mas não atirou. Um policial de qualquer país bem mais civilizado teria disparado sem hesitar. Nosso PM esteve a ponto de morrer pelo “politicamente correto”.
Também no Rio, ao apreender drogas e armas, uma equipe de policiais militares foi cercada por marginais, espancada, e teve a viatura destruída, sem reagir. Foi elogiada pelo secretário de Segurança pela covardia.
E em Brasília, no mês de fevereiro deste ano, policiais militares que impediam bandidos do MST de invadirem o prédio do Supremo Tribunal Federal, onde os ministros estavam reunidos, foram violentamente agredidos, sem quase reação. Dezenas ficaram feridos, ao contrário dos agressores, protegidos do governo federal, que saíram ilesos.
A boa imprensa começa a contestar esse tratamento injusto que recebem nossos policiais. O excelente jornalista Carlos Alberto Sardenberg publicou em “O Globo”, no dia 1º deste mês, esclarecedor artigo nesse sentido. E o também excelente jornalista Ruy Castro, com cujas ideias muitas vezes não concordo, escreveu no dia 30 do mês passado, na “Folha de S. Paulo”, um artigo que todos os brasileiros deveriam ler. É sobre o mesmo tema, a injustiça com nossos policiais, e tem o título de “Pessoas dentro da farda”. Fala das mortes dos policiais cariocas, que perecem praticamente anônimos, esquecidos daqueles que protegeram até o momento mesmo em que foram abatidos, deixando dependentes desamparados. Isso, enquanto outros indivíduos, até com ligações com traficantes, como o recentemente morto dançarino “DG”, recebem homenagens em seus enterros.
Diz Ruy Castro: “Nem sempre os jornais registram que o policial assassinado era jovem, recém-casado, filho exemplar, ou pai de filhos. Artistas da Globo não vão a seus enterros. Não se sabe de missas por suas almas, e, na verdade, ninguém está interessado. É se como não houvesse uma pessoa dentro da farda”. Acho que não é preciso dizer mais nada. l
