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Geopolítica
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Autoritarismo
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Geopolítica
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Geopolítica
HAARP: Desvendando mitos e confrontando teorias da conspiração

O High Frequency Active Auroral Research Program (HAARP) é um centro de pesquisa atmosférica que tem sido equivocadamente ligado a teorias da conspiração após desastres naturais, como o ocorrido no Rio Grande do Sul

Musk e Moraes
Impasse entre Elon Musk e Alexandre de Moraes afeta o futuro da liberdade de expressão

A disputa, centrada na liberdade de expressão e na governança de plataformas digitais, ressoa profundamente com os interesses estratégicos americanos e na recente Ordem Executiva sobre inteligência artificial

presidente do Senegal, Macky Sall
Mundo
Após presidente adiar eleições, Senegal enfrenta crise política

Decisão inédita provocou indignação interna em um dos países mais estáveis da África Ocidental e preocupação internacional

Faltou Dizer
Biden x Trump: disputa americana é chave para o contexto geopolítico

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Alemanha quer proibir partido de extrema direita após reunião com neonazistas

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Diplomacia brasileira deve amenizar declarações após viagem de Lula à China, avalia professor

Para especialista, Lula tem buscado fortalecer a posição do Brasil no cenário internacional e às relações comerciais com os chineses

As implicações econômicas da possível invasão russa na Ucrânia

por José Paulo Silva Ferreira*

José Paulo Silva Ferreira | Foto: Acervo Pessoal

No dia 30 de dezembro do ano passado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participou de uma ligação com seu contraparte russo, Vladimir Putin. A chamada durou quase uma hora e foi relativa a esforços diplomáticos para evitar uma invasão russa na Ucrânia, alertando Putin das consequências econômicas que adviriam de uma investida militar. Biden definiu o possível pacote de sanções como “sem precedentes”, enquanto que Putin posicionou que tal medida seria um “erro colossal” que poderia levar ao rompimento completo das relações no eixo russo-americano. O atual cenário de acirramento do embate geopolítico na fronteira entre Rússia e Ucrânia é possivelmente o momento de maior tensão entre duas grandes potências desde a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962 e, seus desdobramentos têm potencial de gerar impactos econômicos a nível global.

A região que hoje constitui a Ucrânia é foco de disputas entre povos há séculos. No entanto, o ápice das tensões entre Kiev e Moscou foi em 2014 com a anexação da região da Criméia, a qual é uma península no sul da Ucrânia, banhada pelo Mar Negro. A ocupação se deu após uma onda de protestos contra o presidente ucraniano Viktor Yanukovych, que possuía um posicionamento pró-Rússia e havia rejeitado um acordo de maior integração com a União Europeia. Yanukovych se viu encurralado, tendo sido deposto e exilado do país. Após o ocorrido, objetivando manter sua influência na região, a Rússia anexou a Criméia. Grupos separatistas emergiram e, estes passaram a contar com apoio de Moscou na expansão da fronteira russa ao oeste.

A análise da política regional explica apenas parcialmente a expansão russa sobre a Ucrânia. Outro fator a ser considerado é o estratégico-militar, visto que, desde o final dos anos 1990 a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) exerce uma pressão expansionista no Leste Europeu, região a qual já foi parte da União Soviética e que Moscou tenta manter como zona de influência. Dentro do aspecto securitário, não seria interessante a Rússia permitir a formação de um anel de segurança em suas imediações, principalmente por uma aliança militar antagônica formada durante a Guerra Fria. Ademais, a posição geográfica do território ucraniano garante acesso privilegiado de militares russos ao Mar Negro.

O que levou a emergência recente das tensões foi o deslocamento massivo de tropas russas para a Criméia. Essa distribuição das tropas foi descoberta em dezembro de 2021, por meio de imagens de satélite, e possivelmente são a forma do Kremlin de evitar a adesão da Ucrânia à OTAN. Enquanto, por um lado, os Estados Unidos e seus aliados alegam que os russos estão possivelmente planejando uma invasão, tendo até mesmo o Departamento de Estado solicitado a evacuação de parte do corpo diplomático americano da Ucrânia, que é uma ação comumente tomada na iminência de guerra. Por outro lado, Moscou alega que deve possuir liberdade de movimentar suas tropas dentro do próprio território sem interferência externa e que o reposicionamento foi gerado por manobras da OTAN na região.

Além do encontro direto entre Biden e Putin, vem ocorrendo nas últimas semanas negociações bilaterais entre diplomatas russos e estadunidenses, os quais não têm conseguido assegurar uma atenuação do embate. As discussões sobre o pacote de sanções alertado por Biden na reunião, já está em pauta no Congresso dos Estados Unidos. Evidencia-se que independentemente se a incursão militar seja mais limitada ou um avanço amplo, as consequências das políticas econômicas de Washington e seus aliados serão fatais à economia russa.

Foi apresentado no Congresso um projeto de lei pelo senador democrata Robert Menendez, o qual é presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado. A legislação intitulada Lei de Defesa da Soberania da Ucrânia de 2022 descreve as ações a serem tomadas para proteger o governo ucraniano em caso de invasão. Entre as medidas iniciais listadas estão: a autorização para uso de recursos do Departamento de Defesa e do Fundo de Aquisição de Defesa Especial, além da concessão de empréstimos. Quanto às sanções sugeridas estão: bloqueio de ativos de oficiais russos que estejam envolvidos em uma incursão contra a Ucrânia, sanções contra instituições financeiras russas, e a desconexão da Rússia ao sistema da Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (na sigla em inglês, SWIFT).

Caso a última medida citada seja alcançada, as consequências seriam devastadoras, pois a SWIFT corresponde ao principal órgão que integra o sistema de pagamentos global. A Rússia ficaria praticamente isolada do sistema financeiro internacional, tendo dificuldades de manter relações comerciais com todo o mundo. Tal medida nunca antes foi aplicada contra qualquer país e corresponde a uma arma econômica norte-americana para casos críticos. No entanto, é uma decisão que não pode ser tomada unilateralmente, precisando ser negociada com os parceiros europeus.

Apesar de países como Dinamarca, Lituânia, Espanha e França já terem oferecido assistência militar, e da maioria das nações europeias comporem o mesmo sistema de segurança coletiva que os Estados Unidos, a OTAN, é improvável que se concretize a remoção de Moscou da SWIFT. Isso decorre de a Rússia ser a principal exportadora de gás natural, e o fechamento de gasodutos como forma de retaliação resultaria em custos a muitos países da Europa. Ademais, as consequências econômicas de sanções tão severas entre duas grandes potências seriam sentidas em todo o globo, o que não seria interessante ao passo que já estamos enfrentando uma pandemia e crise econômica. A própria guerra comercial durante o governo Trump contra a China demonstrou os abalos gerados num enfrentamento econômico entre duas potências e, esta não incluiu medidas tão severas como o isolamento de um rival ao sistema financeiro internacional.

Embora Joe Biden tenha assumido na campanha o compromisso de superar as guerras do passado, postura a qual já foi demonstrada com a retirada das tropas do Afeganistão, a situação com a Rússia aparenta ser mais delicada que previsto, assim, vislumbra-se um choque da política de poder suave de Biden com a política de poder e de Realpolitik de Putin. Antes mesmo da concretização do embate, as consequências econômicas já podem ser sentidas. A grívnia, moeda nacional ucraniana, sofreu depreciação cambial nas últimas semanas, além disso, houve fuga de capitais, pois os investidores estrangeiros passaram a considerar o país um investimento de risco diante da insegurança política. As próximas semanas serão críticas no andamento das negociações, deixando os investidores atentos, o que refletirá principalmente nos setores de petróleo e gás.

*José Paulo Silva Ferreira é graduando em Relações Internacionais e pesquisador assistente do Núcleo de Estudos Globais da UFG, atuando na área de Economia Política Internacional.

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