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FUTEBOL
CBF desrespeita clubes brasileiros ao anunciar calendário sem parada para a Copa América

É altamente provável que diversos times da elite nacional disputem até nove rodadas desfalcados de alguns de seus principais jogadores

Flag Football
Esportes olímpicos agonizam em meio às cifras bilionárias do futebol

Disparidade nos investimentos financeiros traz efeitos negativos sobre a promoção e o desenvolvimento de outros esportes

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Violência contra a mulher: até quando?

Crimes violentos contra mulheres ganharam força, mas soluções parecem distantes

Crianças na Faixa de Gaza: situação dramática | Foto: divulgação/Vatican News
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São Paulo não é PCC, Palestina não é Hamas

De acordo com a ONG Save the Children, cerca de 2 mil crianças e adolescentes morreram em Gaza entre os dias 7 e 23 de outubro em decorrência dos ataques israelenses

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A Seleção Brasileira não pode ser o time de empresários da CBF

Na primeira convocação de Diniz, sete, dos 23 selecionados, são agenciados pelo mesmo empresário do treinador, Giuliano Bertolucci

“Troca de pedais” não pode ser usada como desculpa para acidentes de trânsito

Argumento usado como justificativa para acidentes vem crescendo a cada dia

Educação fracassa no combate ao analfabetismo

Quase 44% dos alunos do 2º ano do ensino médio não sabem ler e nem escrever

INSS auxílio-doença
Mesmo com mudanças na análise de auxílio-doença do INSS, segurado “morre na fila”

Requerimentos de análises on-line fizeram fila de pedidos triplicar em três meses, aumentando o já longo prazo de espera

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Live NPC: o ridículo agora é moda

Quem ainda não viu, vá por mim, não perca seu tempo. É constrangedor, uma vergonha alheia

Crise nas maternidades escancara má gestão

Crise das maternidades se arrasta há meses; população sofre com falta de insumos e de ambulância nas maternidades

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Em pauta no Congresso, o maior perdão da história brasileira a partidos políticos

A Pec da anistia é uma piada que esquerda, direita e centrão concordaram e fazer com a sociedade

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Minirreforma eleitoral mantém poder de caciques e travar democracia participativa

Texto aprovado pela Câmara dos Deputados permite que presidentes de partidos utilizem recursos públicos da maneira que quiserem

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Tragédias anunciadas e ignoradas

Semana foi marcada por catástrofes ambientais que devastaram o sul do país e o norte da África

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Falamos de mudanças climáticas todo dia… só não percebemos 

Após tanto negarmos e postergarmos, finalmente chegamos aos tempos em que, para debatermos as alterações climáticas e seus efeitos, basta trocarmos comentários casuais na fila de um supermercado

Ministro Alexandre de Moraes, do STF | Foto: Agência Brasil
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Congresso que dorme, o Supremo leva 

Em agosto de 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento do que se entendia ser o desfecho de um polêmico debate que se arrasta há décadas no Brasil: a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. Interrompido, o julgamento só foi retomado no primeiro semestre de 2023 – oito anos depois -, e com exatamente a mesma crítica contra o Supremo surgida à época: a de que a Corte interfere e invade a prerrogativa dos outros Poderes. 

Para alguns parlamentares, o STF toma para si pautas que competiriam ao Congresso Nacional decidir e, com isso, desequilibra a harmonia que na teoria deveria existir entre os Poderes. Essa foi, inclusive, a conclusão de um debate feito no Senado no começo de agosto deste ano, sobre o fato de os juízes do Supremo estarem deliberando se o Brasil deve liberar, ou não, o porte de determinada quantidade de maconha para uso pessoal sem que o indivíduo seja criminalizado por isso.

Para o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, a questão é complexa e transversal “e qualquer mudança na legislação deve ser liderada pelo Legislativo, único lugar próprio e com legitimidade para o tratamento jurídico do tema.” 

Mas a questão que surge aqui, e que parece deliberada e surpreendentemente ignorada, é a de que: se o Supremo toma para si pautas que deveriam, em tese, ser analisadas pelo Congresso – como alega esse Poder - é justamente porque esse mesmo Congresso não foi sensato e eficiente o bastante para entender que em pautas prioritárias, exige-se prioridade.  

O argumento jurídico do STF para dar início a julgamentos do tipo é justamente o de omissão inconstitucional – dispositivo da Constituição para evitar que os Poderes não cumpram seus deveres, em especial na ausência de edição de lei ou resolução. E por mais que isso se repita, as casas de Lei parecem não entender o quadro que se desenha na frente delas.

Para se ter uma ideia, dados disponíveis no próprio Supremo revelam que 122 sentenças proferidas pelo tribunal desde 1990 tiveram como base o instrumento de omissão inconstitucional. Quase metade (60 delas) ocorreu entre 2019 e junho de 2023. Uma análise do jornal O Globo mostrou ainda que, após 2019, ano em que Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil, decisões sobre a proteção a minorias e grupos vulneráveis, como povos indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência representam 15 dos 60 casos de omissão inconstitucional.

Outros casos gritantes de inércia do Congresso ainda estão frescos na memória. No início de 2019, por exemplo, o Plenário do STF entendeu ter havido (mais uma vez) omissão inconstitucional do Legislativo por não editar a Lei que criminaliza atos de homofobia e transfobia. Os próprios magistrados tiveram de entrar em cena e aprovaram, eles mesmos, o enquadramento dos crimes homofobia e da transfobia como tipo penal definido na Lei do Racismo. 

Na época, os advogados do Senado alegaram que “não se pode cogitar de mora deliberada quando no Parlamento a criminalização da homofobia é objeto de diversos e profícuos debates”. Aparece, de novo, o questionamento: o que haveria, mais, para se debater quanto a uma questão que já é consenso há anos em países com altos índices de desenvolvimento humano? O que seria preciso, ainda, verificar para se atestar uma realidade que se mostra escancarada cotidianamente, de pessoas gays e trans sendo alvos de violência física, verbal e psicológica pelo simples fato de existirem, pelo simples fato de serem quem são? Que debate foi esse que se arrastava indefinidamente para se chegar a uma conclusão óbvia: que o Estado precisa, sim, intervir em favor de um grupo?

Enquanto a inércia dos outros Poderes persistir diante de assuntos que urgem solução, o Supremo continuará metendo o bedelho, felizmente, para fazer com que a coisa ande. E se camarão que dorme, a onda leva: para Congresso que não age a tempo, o Supremo intervém.  

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