Resultados do marcador: Ensaio

Proust não foi apenas um analista da alma. Ele viveu o fim de uma era e foi o historiador dessa agonia. Um cronista da decadência que produziu a crônica impiedosa e fiel de uma sociedade moribunda que desaguou na carnificina da primeira Guerra Mundial

Vi nascimentos e conheci a injustiça da morte. Descobri o amor, suas alegrias e dores, e também vivenciei a amizade, com suas traições à espreita. Entendendo pouco ou nada de tudo aquilo, buscava refúgio nos livros, que traduziam o que eu experimentava e supriam minhas deficiências

O fato foi explorado midiaticamente, como não poderia deixar de sê-lo no mundo atual, mas o que ficou da morte dos jovens para a vida que segue?

Partindo da história do assassinato de um estudante, Dostoiévski faz estudo profundo do pensamento político, social, filosófico e religioso de seu tempo. Como um profeta, o autor visualiza os desvios que o socialismo real viria a apresentar até o seu esfacelamento
Os críticos mais reticentes à prosa de Updike são aqueles que também são reticentes aos Estados Unidos. Porque, de certo modo, Updike é um “biógrafo”, crítico e compreensivo, do modo de vida americano. A crítica certamente, ao não negar o capitalismo, não agrada os críticos de esquerda, dominantes nos cadernos culturais. Updike queria compreender criticamente, mas não destruir, não era um revolucionário. Era “apenas” um escritor

“Recordações da Casa dos Mortos”, romance semiautobiográfico de Dostoiévski, mostra os suplícios físicos e psíquicos dos que foram segregados da sociedade e confinados em uma prisão, revelando a degradação humana, comum a todos os sistemas prisionais

Para o escritor argentino a ideia defendida por Simone de Beauvoir, para quem “ninguém nasce mulher, torna-se”, não respeita as diferenças primordiais entre o feminino e o masculino, pois transforma homens e mulheres em opções culturais, e não físicas e psicológicas

“1984”, de George Orwell, oferece uma visão atormentadora dos rumos políticos do mundo e uma reflexão de vanguarda sobre a condição humana e a possibilidade de desumanização da contemporaneidade

A ex-Presidência é um despir-se de grandezas; é um voltar a si, um diminuir de semideus à estatura humana, devidamente enquadrada. Deixará de ser notícia, como se uma borracha invisível conspirasse contra sua onipresença sufocante

Em “Valsa Azul”, uma das canções que compõem o CD “Pérolas aos Poucos”, de José Miguel Wisnik, a harmonização dos contrários se dá por meio de um procedimento de inversão. Subitamente, o eu-lírico testifica o enlace entre o alto e o baixo, entre o físico e o metafísico, e o divino faz-se telúrico

A arte não tem sido vista como meio de entretenimento, mas tomada como exemplo, lição de vida (e de moral) e retrato da realidade