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Galvão Bueno não vai se aposentar, mas poderia mudar de função

[caption id="attachment_9142" align="alignleft" width="300"]Galvão Bueno: hora de se dedicar a outra função na TV Globo | Foto: Reprodução Galvão Bueno: hora de se dedicar a outra função na TV Globo | Foto: Reprodução[/caption] Infelizmente, para muitos, é falsa a notícia de que Galvão Bueno vá se aposentar depois da Copa. Ocorre que, independente da turma do contra, ele tem competência para estar na principal equipe de esportes do País. Mas Galvão é mais do que um narrador: ele faz dublê de showman e comentarista e, por isso, acaba se desviando de sua função essencial. Como narradores, Cléber Ma­chado e Luiz Roberto são, hoje, melhores que o criador de bordões. E Milton Leite (do Sportv/ Glo­bosat e que já fez jogos pela emissora em rede aberta também) é melhor do que os três. Todo profissional, em qualquer ramo, tem seu ápice e depois vem a decadência. Ou se recicla ou entra em parafuso. Cid Moreira, depois de anos à frente da bancada do “Jornal Nacional”, ganhou longa sobrevida porque se adaptou. O mesmo ocorreu com Léo Batista no esporte da Globo. Galvão Bueno pode ser um caso desses: superado na narração, pode se dedicar mais à apresentação ou um programa de variedades.

Overdose de mesas redondas

[caption id="attachment_9138" align="alignleft" width="300"]Tiago Leifert: bom humor, mas pouca profundidade no debate | Foto: Globo.com Tiago Leifert: bom humor, mas pouca profundidade no debate | Foto: Globo.com[/caption] Em época de qualquer Copa, os canais que trabalham com esporte têm de se desdobrar para atender à sanha do espectador, que quer se informar— e na verdade, à demanda que eles próprios se impõem. Imagine, então, se a Copa é no Brasil, como ocorre desta vez. Como era de se esperar, há uma overdose de mesas redondas, principalmente nos canais por assinatura. Algumas com teor mais técnico, convencionais, outras totalmente escrachadas. Ou seja, públicos para todos os estilos. Na Globo, o “Central da Copa” o formato de trazer convidados diversos faz com que vire uma espécie de “Altas Horas” sem Serginho Groisman. Como o público geral é pouco exigente com relação à crítica, predominam chistes e amenidades, comandados pelo bom (embora over muitas vezes) Tiago Leifert .

Jornalismo esportivo brasileiro não é o ideal, mas é mais maduro do que o dos países vizinhos

Apesar dos ufanismos à la Galvão Bueno, a imprensa esportiva brasileira está bem à frente da média dos colegas latino-americanos da mesma área de atuação, mais exagerados ainda

“Los brasileños”, não tão “bueníssimos” assim

Faz sucesso na internet um vídeo em que um garoto argentino contradiz uma voz feminina (provavelmente sua mãe), que quer que ele renegue o que insiste em repetir: “Los brasileños son bueníssimos” (os brasileiros são ótimos), comparando o futebol canarinho com o portenho. A situação é inusitada, porque é mais comum que ocorra o contrário — brasileiros gostarem de torcer pela Argentina. Talvez por isso o grande sucesso do filmete de pouco mais de um minuto e que foi reproduzido em vários programas esportivos. Mas ainda bem que o menino guarda essa imagem de “bueníssimo” de nosso futebol. Nós, nativos, não temos tido a mesma opinião convicta.

Por duas vezes consecutivas, manchete de “O Hoje” pauta a capa de “O Popular” do dia seguinte

i1Pode (e deve) ser só coincidência, mas a semana da imprensa goiana teve um fato curioso: as manchetes de “O Hoje” dos dias 30/6 e 1º/7 praticamente se repetiram na capa de “O Popular” dos dias 1º e 2/7, respectivamente. Na segunda-feira, 30, a primeira página de “O Hoje” publicou “Procuram-se pediatras”, ressaltando a falta de profissionais da área e informando que há 925 especialistas para 2 milhões de crianças e adolescentes em Goiás, número que seria “quatro vezes menor” do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de um pediatra para cada mil pacientes. A conta não fecha — 925 está mais perto de mil do que de 500, que daria a razão exata em relação a 2 milhões. Na página 4 — e não na 3, como está na chamada da capa —, a explicação: a matéria de Cristiane Lima diz que “no Estado existem 2 milhões de crianças e adolescentes e 695 pediatras”, dos quais “cerca de 500 estão ativos”. A informação da reportagem foi truncada na hora de elaborar o texto da capa. No dia seguinte, o “Pop” repete o mesmo tema, com a manchete “27 bebês sofrem na fila por falta de UTIs”, embora enfocando na ausência de unidades pediátricas. No mesmo dia 1º, “O Hoje” estampava “Goiânia deve ultrapassar 80 homicídios em junho”, baseado na previsão com os números de quatro dias antes. Furou o que o concorrente líder se propôs apenas no dia 2: “Um mês, 80 homicídios”. Edição diária que já nascia velho. Mais do que isso: tendo sido “avisado” com um dia de antecedência. i2 Das duas, uma: ou a equipe do “Pop” resolveu bancar o tema, ignorando o que já dizia o concorrente — e teria motivos para isso, por ser um jornal de maior alcance e reverberação que o outro — ou apenas não soube qual era o tema do dia do outro diário. Detalhe: as matérias do “Pop” estão mais bem elaboradas, até por causa da estrutura do jornal e da experiência de seus repórteres. De qualquer modo, é sinal de que há alguma acomodação pelos lados da Serrinha. Repetir assunto de manchete do concorrente no dia seguinte duas vezes seguidas é um acaso que não deveria acontecer com o principal veículo impresso de uma empresa do porte do Grupo Jaime Câmara.

Estagiária promissora do Jornal Opção é finalista de prêmio nacional

[caption id="attachment_8801" align="alignleft" width="300"]Sarah Teófilo, aluna da PUC-GO, é finalista de concurso nacional de jornalismo ambiental | Foto: Arquivo pessoal Sarah Teófilo, aluna da PUC-GO, é finalista de concurso nacional de jornalismo ambiental | Foto: Arquivo pessoal[/caption] Sarah Teófilo, repórter do Jornal Opção Online, é finalista da 2ª edição do Prêmio Tetra Park de Jornalismo Ambiental. O concurso é realizado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e a lista final, com seis nomes, inclusive o dela — saiu na semana passada. No 7º período de Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Sarah agora será entrevistada por profissionais da imprensa do Grupo Estado e por integrantes da Tetra Park. O resultado do prêmio, que dará direito a estágio no Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, em Austin (EUA), em 2015, sai dia 22 de agosto. Na redação do Jornal Opção, ainda como estagiária, Sarah tem demonstrado personalidade na realização de reportagens e também na emissão de opinião, em artigos bem produzidos e posicionados. A conquista só ratifica o caminho aberto que tem a sua frente para se tornar uma grande profissional.

Vaia a Dilma na abertura da Copa fez a “vilã” virar mocinha

A “Folha de S. Paulo” da quinta-feira, 3, traz a última pesquisa Datafolha de intenção de voto para a Presidência da República. Há a retomada, ainda que circunstancial, da curva ascendente de Dilma Rousseff (PT). Na verdade, todos crescem: Aécio Neves (PSDB), de 19% para 20%; Eduardo Campos (PSB), de 7% para 9%; e a presidente, de 34% para 38%. Consequentemente, cai o número de votos que não seriam dados a ninguém. São dados interessantes e contextualizados pela manchete da “Folha”: “Copa melhora o humor do país, e Dilma cresce”. Em entrevista para o Jornal Opção no fim de abril (edição 2025), o comunicólogo Renato Meirelles já admitia — como fizera também Mauro Paulino, do próprio Datafolha — que a Copa do Mundo seria fundamental para o resultado das eleições. O caos não se concretizou, e isso, de certa forma, parece ter sido positivo para a presidente. E os fatos também conspiraram a favor dela. Principalmente o que pretendia lhe ser mais negativo: a vaia na abertura do evento, que causou repercussão mundial e a sensação, por parte de muitos brasileiros, de que o ato envergonhava o País. Um questionamento da pesquisa confirmou a informação: 76% dos entrevistados desaprovaram os xingamentos a Dilma. Da mesma forma, 60% consideram-se orgulhosos pelo fato de o Brasil sediar o Mundial e 65% disseram ter vergonha dos protestos durante a Copa. Um cenário bem diverso do que ocorreu durante a Copa das Confederações. O resultado é que, sem fazer nada, a petista acaba sendo transformando veneno em remédio. Reinterpretadas, as vaias lhe foram positivas. A Copa está no fim, mas o resultado em campo, ao contrário do que temem os teóricos da conspiração, parece que vai influenciar muito menos as eleições do que o desempenho do País fora dele. Até o momento, o caos é menor do que muitos previam. Se sair bem de alguma forma de uma prova de fogo como essa, depois de tanto superfaturamento, é algo que é bom, acima de qualquer partidarismo.

Na reta final Mourão foi esquecido

Outro que sai com cara de derrotado desta fase da campanha é o pré-candidato do PT ao governo do Estado Paulo Mourão, que trabalhou arduamente pela união das oposições e foi esquecido quando a união foi selada. A vaga de suplente da senadora Kátia Abreu hoje ocupada por Donizeti Nogueira não tinha melhor indicado que o ex-prefeito e ex-deputado. Pelo que conseguimos apurar Mourão parece ter sido atropelado. Sua presença na campanha é indispensável.

Espião-soviético provocou a Guerra Fria e revelou que Stálin iludia líderes ocidentais

“Como Começou a Guerra Fria — O Caso Igor Gouzenko e a Caçada aos Espiões Soviéticos” (Editora Record, 362 páginas), da doutora em Política Russa (pela London School of Economics) Amy Knight, é uma pequena obra-prima. Knight escreve com o rigor do historiador, apura como o mais preciso dos repórteres investigativos, especula com certa liberdade, mas dizendo ao leitor que está especulando, e explica os limites da documentação. Põe a nu, sem estardalhaço, conclusões sobre, entre outros Alger Hiss, considerado espião pelo FBI. Gouzenko era criptógrafo da Embaixada Soviética em Ottawa, no Canadá, quando, pressionado para voltar para seu país, optou por desertar, junto com sua mulher Anna, em setembro de 1945. Levou vários documentos da inteligência do Exército, o GRU, para o qual trabalhava e entregou-os ao governo canadense. Naquele momento, depois de ter lutado bravamente ao lado das democracias ocidentais, como Inglaterra e Estados Unidos, a União Soviética, apesar do tirano Stálin, era considerada uma nação amiga, com a qual era lícito partilhar informações. Mas o desconfiado Stálin — todo ditador é desconfiado e paranoico — não queria saber de “amizade verdadeira” e colocou um batalhão de espiões para roubar segredos militares e científicos dos ingleses e, sobretudo, dos norte-americanos. Esses espiões recrutaram cientistas, como Klaus Fuchs e Alan Nunn May, que, direta ou indiretamente, contribuíram para que os soviéticos pudessem desenvolver a bomba atômica. Stálin deu autorização para Beria recrutar os melhores cientistas, a quem foram dadas excepcionais condições de trabalho, mas tinha pressa para fazer a bomba atômica, acreditando que, sem ela, o país estaria permanentemente ameaçado pelos Estados Unidos. Como resultado disso, Stálin articulou uma gigantesca operação de espionagem em vários países. O Canadá era usado como base para se obter informações dos Estados Unidos e, também, da Inglaterra. Mas, ao desertar, Gouzenko pôs quase tudo a perder, porque canadenses, ingleses e americanos, além de outros povos, descobriram que Stálin era o mesmo de antes e que não queria relações diplomáticas transparentes. A “ovelha” Stálin havia virado “lobo” novamente. Esta é a grande contribuição de Gouzenko, ao revelar que o ditador soviético trapaceava o tempo todo. A Guerra Fria surge do desencanto dos aliados (ingleses e americanos) com Stálin, de quem o sábio Winston Churchill, embora tenha chegado a elogiá-lo, sempre desconfiou, tanto que criou a expressão Cortina de Ferro. Há quem diga que a descoberta da bomba atômica pelos soviéticos “segurou” os americanos e que a bomba atômica americana “segurou” os soviéticos e que, assim, evitou-se a Terceira Guerra Mundial. Há um filme sobre a história de Gouzenko — “Cortina de Ferro” (The Iron Curtain), de 1948, com direção de William Wellman e os atores Dana Andrews (Gouzenko) e Gene Tierney (Anna). Um dos relatos mais impressionantes do livro tem a ver com o diplomata canadense Herbert Norman. Acusado sobretudo pelos americanos de ter sido comunista, portanto suspeito de espionagem, Norman matou-se. Eis o relato quase literário de Knight: “Na manhã quente e ensolarada de 4 de abril de 1957, Norman acordou cedo, despediu-se da mulher e foi a pé de sua casa no Cairo até um edifício alto no fim da rua, com vista para o Nilo. Tomou o elevador para o último andar e subiu as escadas para a cobertura. Tirou o paletó, os óculos e o relógio. E arremessou-se do terraço para a morte”. Norman nem havia sido comunista, no máximo, sentira-se atraído pelo marxismo, quando muito jovem, na universidade. O cientista americano Arthur Steinberg, também acusado de espionagem pelo FBI de Edgar J. Hoover, foi perseguido e perdeu vários empregos. Não era comunista nem espião. O espião verdadeiro, o inglês Kim Philby, amigo do escritor Graham Greene, passou informações para os soviéticos durante muitos anos e, depois, escapou das garras da espionagem de seu país e morreu, como herói, na União Soviética. Ele próprio era um espião-chefe dos espiões ingleses. Knight é erudita, como observam os historiadores Margaret MacMillan e Simon Sebag Montefiori, autor do ótimo “Stálin — A Corte do Czar Vermelho”, e, como tal, discute os assuntos com extrema facilidade, mas sem o pedantismo de alguns acadêmicos.

Livro garante que piadas ajudaram a derrubar o comunismo na União Soviética e no Leste Europeu

O pesquisador inglês Ben Lewis assegura que as piadas foram importantes para mostrar o fracasso das ações dos governantes comunistas, como Stálin e Leonid Brejnev, e para desnudar sua propaganda

Líder do PT arrola o que chama de pitbull da mídia e espalha sua cota de ódio

O vice-presidente nacional do PT, Alberto Cantalice, publicou um texto e arrolou como “pitbulls da mídia” Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Lobão, Gentili, Marcelo Madureira. Azevedo disse que vai processá-lo.

O artigo é fraco, e, se não tivesse citados nomes, certamente teria sido ignorado. Menciona “propagadores do ódio”, mas não que perceber que, ao citar os profissionais — jornalistas e humoristas —, espalha sua cota de ódio.

As nove pessoas citadas pensam da mesma maneira. Alguns dos críticos do governo petistas são mais radicais, ou enfáticos, porém pelo menos dois são mais moderados e analíticos.

Publico o artigo de Cantalice para que o leitor possa avaliar sua fragilidade. Seu título deveria ser outro: muito barulho por nada.

A desmoralização dos pitbulls da grande mídia

Alberto Cantalice Três vezes derrotados nos pleitos presidenciais, por Lula e Dilma e o PT, os setores elitistas albergados na grande mídia, ao se verem na iminência do quarto revés eleitoral, foram ao desespero. Diurtunamente lançam vitupérios, achincalhes e deboches contra os avanços do país visando desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior. Inimigos que são das políticas sociais, políticas essas que visam efetivamente uma maior integração entre todos os brasileiros, pregam seu fim. “A hora é de renovar as esperanças e acreditar no Brasil”. Profetas do apocalipse político, eles são contra as cotas sociais e raciais; as reservas de vagas para negros nos serviços públicos; as demarcações de terras indígenas; o Bolsa Família, o Prouni e tudo o mais. Divulgadores de uma democracia sem povo apontaram suas armas, agora, contra o decreto da Presidência da República que amplia a interlocução e a participação da população nos conselhos, para melhor direcionamento das políticas públicas. Personificados em Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Lobão, Gentili, Marcelo Madureira entre outros menos votados, suas pregações nas páginas dos veículos conservadores estimulam setores  reacionários e exclusivistas da sociedade brasileira a maldizer os pobres e sua presença cada vez maior nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes. Seus paroxismos odientos revelaram-se com maior clarividência na Copa do Mundo. Os arautos do caos, prevendo e militando insistentemente pelo fracasso do mundial – tendo, inclusive, como ponta de lança a revista Veja previsto que os estádios só ficariam prontos depois de 2022, assistem hoje desolados e bufando à extraordinária mobilização popular e ao entusiasmo do povo brasileiro pela realização da denominada, acertadamente, de a Copa das Copas. O subproduto dos pitbulls do conservadorismo teve seu ápice nos xingamentos torpes e vergonhosos à presidenta Dilma na abertura da Copa, na Arena Corinthians. Verdadeiro gol contra, o repúdio imediato de amplas parcelas dos brasileiros e brasileiras ao deprimente espetáculo dos vips demonstra que a imensa maioria da população abomina essa prática. Desnudam-se os propagadores do ódio. A hora é de renovar as esperanças e acreditar no Brasil! Alberto Cantalice é vice-presidente nacional do PT e coordenador das Redes Sociais do partido.

Por que não parar o massacre contra Mario Sergio Conti?

Mario Sergio Conti entrevistou um sósia do técnico da Seleção Brasileira de Futebol acreditando que estava entrevistando Felipão. O jornalista admitiu o erro e fez a correção. Por que massacrá-lo? Fica-se com a impressão de que rancores antigos, dada sua posição de mando em pelo menos três redações, “Veja”, “Jornal do Brasil” e “Piauí” — o que sempre gera desgaste com subordinados, mesmo com os mais talentosos (jornalistas detestam ser criticados e corrigidos) —, estão sendo expostos como se fossem críticas isentas.

O erro de Mario Sergio Conti entra para a categoria dos primários, mas possíveis. O que não se deve é avaliar o trabalho anterior e atual do jornalista pela falha — apenas uma. O ex-editor da “Veja” é um dos melhores jornalistas de sua geração, tanto que, sob sua direção, a revista era bem melhor. Assim como a “Piauí”, sua criação, ao lado de João Moreira Salles, é uma publicação de qualidade. Conti escreve muito bem e não é nenhum néscio. Apesar da crítica negativa de Mino Carta, seu livro “Notícias do Planalto” é uma importante crônica dos anos Collor.

Eli Wallach, mafioso de O Poderoso Chefão, “enganou” o sagaz Mike Corleone mas não a Velha Senhora

Don Altobello ilude, num primeiro momento, o hábil filho de Vito Corleone e se aproximou da Igreja que jogava em dois mundos — o legal e o profano

Três livros que Portugal publicou e o Brasil precisa traduzir com urgência

imp6As editoras “brasileiras”, como Record, Objetiva, Companhia das Letras, Leya e Planeta, não são tão ágeis quanto as de Portugal, que já publicaram três livros apresentados como extraordinários por especialistas: “Fortaleza Vermelha — O Coração Secreto da História da Rússia” (Temas e Debates, 664 páginas), de Catherine Merridale, “Continente Selvagem — A Europa no Rescaldo da Segunda Guerra Mundial” (Bertrand Editorial, 528 páginas), de Keith Lowe, e “A Cortina de Ferro — O Fim da Europa do Leste” (Civilização Editorial, 780 páginas), de Anne Applebaum. Em “Fortaleza Vermelha”, Merridale conta a histór ia da Rússia por intermédio do Kremlin, que é o centro do poder no país desde a Idade Média. O palácio foi “construído para intimidar os súditos do monarca e assustar os emissários estrangeiros”, afirma sinopse da editora. O autor do excelente “Stálin — A Corte do Czar Vermelho”, Simon Sebag Mon­tefiore, escreveu sobre o livro: “Esta crônica do Kremlin é na realidade a história fantástica da própria Rússia, desde os primeiros czares passando por Lênin e Stálin até Putin”. A revista “The Economist” cravou: “Merridale é uma historiadora [professora de História Contemporânea no Queen Mary, Universidade de Londres], mas possui um faro de detetive e o talento literário de uma romancista”. “Continente Selvagem” ganha o elogio de um dos maiores estudiosos da Segunda Guerra Mundial e de Hitler, o historiador inglês Ian Kershaw: “Gráfica e horripilante. Esta excelente obra pinta um retrato pouco conhecido e assustador de um continente mergulhado na anarquia e no caos”. Anne Applebaum, conhecida por sua magnífica história do Gulag, agora vasculha, em “A Cortina de Ferro”, a história dos povos do Leste Europeu sob o socialismo e sob a dominação tirânica da União Soviética. O livro mereceu resenhas entusiásticas. “‘A Cortina de Ferro’, de Anne Applebaum, é com certeza a melhor obra de história moderna que alguma vez li”, anotou A. N. Wilson, no “Financial Times”. “A descrição que Applebaum faz deste período notável é tudo o que um bom livro de História deve ser: resultado de uma pesquisa extensa e brilhante, muitíssimo bem escrito, de uma abrangência enciclopédica e meticuloso nos pormenores”, escreveu, no “Sunday Telegraph”, o pesquisador Keith Lowe. “‘A Cortina de Ferro’ é uma obra excepcionalmente importante que põe em causa muitos dos mitos sobre a origem da Guerra Fria. É um livro inteligente, perspicaz, notavelmente objetivo e resultado de uma pesquisa brilhante”, disse Antony Beevor, um dos maiores historiadores ingleses.

Historiador diz que a Primeira Guerra Mundial foi o acontecimento mais importante do século 20

Layout 1A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) faz 100 anos em agosto e o Brasil está publicando bons livros a respeito, como os de Max Hastings e Niall Ferguson. Vale traduzir “La Gran Guerra — Historia Militar de la Primera Guerra Mundial” (Crítica, 563 páginas, tradução de Juan Rabasseda e Teófilo de Lozoya), de Peter Hart. Este escreve e pesquisa tão bem quanto o notável Antony Beevor. Pesquisador do Imperial War Museum de Londres, Peter Hart diz que “a Grande Guerra [assim era chamada até o início da Segunda Guerra Mundial] foi o acontecimento mais importante do século 20”. O historiador frisa que se trata da primeira guerra que efetivamente pode ser chamada de “mundial”. Milhões de homens morreram nas batalhas — muitos por falta de medicamentos, como antibióticos — e pela primeira vez foram usados aviões, tanques, submarinos e gases asfixiantes. Impérios ruíram e novas ideologias surgiram (o fascismo e o nazismo) ou se fortaleceram (o socialismo, com a Revolução Russa de 1917). Peter Hart assinala que a Grande Guerra mudou o mundo e contribuiu, de maneira decisiva, para a Segunda Guerra Mundial.