i1Pode (e deve) ser só coincidência, mas a semana da imprensa goiana teve um fato curioso: as manchetes de “O Hoje” dos dias 30/6 e 1º/7 praticamente se repetiram na capa de “O Popular” dos dias 1º e 2/7, respectivamente.

Na segunda-feira, 30, a primeira página de “O Hoje” publicou “Procuram-se pediatras”, ressaltando a falta de profissionais da área e informando que há 925 especialistas para 2 milhões de crianças e adolescentes em Goiás, número que seria “quatro vezes menor” do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de um pediatra para cada mil pacientes. A conta não fecha — 925 está mais perto de mil do que de 500, que daria a razão exata em relação a 2 milhões. Na página 4 — e não na 3, como está na chamada da capa —, a explicação: a matéria de Cristiane Lima diz que “no Estado existem 2 milhões de crianças e adolescentes e 695 pediatras”, dos quais “cerca de 500 estão ativos”. A informação da reportagem foi truncada na hora de elaborar o texto da capa. No dia seguinte, o “Pop” repete o mesmo tema, com a manchete “27 bebês sofrem na fila por falta de UTIs”, embora enfocando na ausência de unidades pediátricas.

No mesmo dia 1º, “O Hoje” estampava “Goiânia deve ultrapassar 80 homicídios em junho”, baseado na previsão com os números de quatro dias antes. Furou o que o concorrente líder se propôs apenas no dia 2: “Um mês, 80 homicídios”. Edição diária que já nascia velho. Mais do que isso: tendo sido “avisado” com um dia de antecedência.

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Das duas, uma: ou a equipe do “Pop” resolveu bancar o tema, ignorando o que já dizia o concorrente — e teria motivos para isso, por ser um jornal de maior alcance e reverberação que o outro — ou apenas não soube qual era o tema do dia do outro diário. Detalhe: as matérias do “Pop” estão mais bem elaboradas, até por causa da estrutura do jornal e da experiência de seus repórteres. De qualquer modo, é sinal de que há alguma acomodação pelos lados da Serrinha. Repetir assunto de manchete do concorrente no dia seguinte duas vezes seguidas é um acaso que não deveria acontecer com o principal veículo impresso de uma empresa do porte do Grupo Jaime Câmara.