Vaia a Dilma na abertura da Copa fez a “vilã” virar mocinha
05 julho 2014 às 11h32
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A “Folha de S. Paulo” da quinta-feira, 3, traz a última pesquisa Datafolha de intenção de voto para a Presidência da República. Há a retomada, ainda que circunstancial, da curva ascendente de Dilma Rousseff (PT). Na verdade, todos crescem: Aécio Neves (PSDB), de 19% para 20%; Eduardo Campos (PSB), de 7% para 9%; e a presidente, de 34% para 38%.
Consequentemente, cai o número de votos que não seriam dados a ninguém. São dados interessantes e contextualizados pela manchete da “Folha”: “Copa melhora o humor do país, e Dilma cresce”.
Em entrevista para o Jornal Opção no fim de abril (edição 2025), o comunicólogo Renato Meirelles já admitia — como fizera também Mauro Paulino, do próprio Datafolha — que a Copa do Mundo seria fundamental para o resultado das eleições. O caos não se concretizou, e isso, de certa forma, parece ter sido positivo para a presidente. E os fatos também conspiraram a favor dela. Principalmente o que pretendia lhe ser mais negativo: a vaia na abertura do evento, que causou repercussão mundial e a sensação, por parte de muitos brasileiros, de que o ato envergonhava o País. Um questionamento da pesquisa confirmou a informação: 76% dos entrevistados desaprovaram os xingamentos a Dilma. Da mesma forma, 60% consideram-se orgulhosos pelo fato de o Brasil sediar o Mundial e 65% disseram ter vergonha dos protestos durante a Copa. Um cenário bem diverso do que ocorreu durante a Copa das Confederações. O resultado é que, sem fazer nada, a petista acaba sendo transformando veneno em remédio. Reinterpretadas, as vaias lhe foram positivas.
A Copa está no fim, mas o resultado em campo, ao contrário do que temem os teóricos da conspiração, parece que vai influenciar muito menos as eleições do que o desempenho do País fora dele. Até o momento, o caos é menor do que muitos previam. Se sair bem de alguma forma de uma prova de fogo como essa, depois de tanto superfaturamento, é algo que é bom, acima de qualquer partidarismo.