Opção cultural

Sair de casa para resolver as questões do dia a dia tornou-se um ato trabalhoso e estressante

O autor e diretor Marcos Damigo propõe uma releitura de peça que já foi vista por mais de 10 mil pessoas

“O pássaro solitário”, de Alexandra Vieira de Almeida, traz 33 poemas e mostra o desejo do poeta em compartilhar seus simbolismos, dúvidas e mensagens de esperança

Márcio Rabelo, professor de Língua Portuguesa e mestre em Letras, ensina a estudantes e jovens leitores os elementos que compõem uma narrativa ficcional

“A Morte do Inimigo” aponta para o clima pesado do período nazista, embora sem citar o período histórico, a Alemanha da época ou o nome de Hitler

Pelo minimalismo, o livro da escritora brasileira radicada em Portugal lembra a trilha sonora de Philip Glass para o documentário “Koyaanisqatsi”

O filme foi viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e estreia na Quarta do Cinema, 24 de fevereiro, às 22h

Escritora com obras lançadas na Europa, Isabel Cintra publica livro infantil tendo como protagonista um pássaro negro e deixa mensagem sutil contra o racismo

A escritora costura uma narrativa ficcional com a acentuação de traços psicológicos e o caráter de um homem marcado a ferro e fogo por sua condição social

A história do teatro na capital tocantinense será foco do documentário "Catarse – as três primeiras décadas do teatro palmense"

Para aproveitar o feriado da melhor maneira possível, obras contam histórias que os foliões vão adorar conhecer

Não poderemos desobedecer às medidas sanitárias e, neste ano, cair na folia. Mas não estaremos impedidos de agitar a nossa bandeira branca, amor

Pandemia pode ser um divisor de águas na história da vigilância por implicar uma transição drástica do monitoramento sobre a pele para um monitoramento sob a pele

Single que está disponível nas plataformas digitais abre os caminhos de seu primeiro disco cheio, “Olho de Vidro”

por Celina Moraes*

Nas minhas caminhadas, observo as placas de “passo o ponto”, que podem significar “passo meu projeto de vida” ou “o negócio passou do ponto” porque não vinga na era digital, e penso que muitas das pessoas que trabalhavam ali caíram no infortúnio do desemprego.
Fatores externos, fora de nosso controle, como crises que empobrecem um país e seu povo, podem tirar tudo da gente, menos o nosso entusiasmo, que depende só de nós. Temos de lutar para que tragédias econômicas não empobreçam nosso espírito e enriqueçam nossa descrença na vida.
Em 1989, pedi as contas de uma multinacional para abrir uma agência de eventos. Aí veio o Plano Collor e os eventos que mais organizei foram “falta de dinheiro”, “falência relâmpago” e “medo do despejo”.
Para aumentar os infortúnios, capotei meu carro, quebrei a clavícula e ganhei um corpo tatuado de hematomas. Sem plano de saúde e falida, um médico recomendou repouso de três meses. Nem cogitei essa opção. Repouso era um luxo para mim.
Eram tantas as pedras no meu caminho que pensei em construir uma caverna para me enfiar lá. Sem dinheiro para condução, andava horas procurando emprego. Um dia, vi um anúncio de “Assistente de Marketing” e fui até a agência. A selecionadora achou que eu era qualificada para uma vaga de gerente administrativo-financeiro por ter sido empresária. Espantada, respondi-lhe que se tivesse talento para empresária não estaria me candidatando a uma vaga de assistente. Mas ela insistiu na maluquice de me indicar para a posição.
Fui para a entrevista e quando me apresentei ao diretor da empresa, achei que estava diante de outro doido, que fumava cachimbo, quando ele me disse que tínhamos um amigo em comum. Mas ele conhecia meu ex-chefe da multinacional e já tinha as minhas referências. Lembrei-me do velho ditado de sempre deixar uma portinha aberta ao sairmos.
Porém, disse-lhe, honestamente, que abominava matemática e era incompetente com números. Sem se abalar e fumando seu cachimbo, ele me perguntou se eu tinha entusiasmo. Respondi que até de sobra. Então, ele falou que dominava matemática e que tinha paciência de sobra para me ensinar se eu tivesse entusiasmo para aprender. Aceitei o desafio e os números mudaram minha vida.
Se você me perguntar qual é a receita para se motivar diante dos obstáculos da vida, que a todo instante nos faz escolher entre agir ou reclamar, eu diria que, no meu caso, é a Fé inabalável em Deus, amor à vida e frases de sabedoria, como a de Albert Einstein: “Lembre-se que as pessoas podem tirar tudo de você, menos o seu conhecimento” e eu acrescentaria “menos o seu entusiasmo” também.
(*) Formada em Letras, Celina Moraes é escritora e cronista. Autora dos romances “Jamais subestime os peões” e “Lugar cheio de rãs”, que foi vencedor do Prêmio “Lúcio Cardoso” em 2010 pelo 3º lugar no concurso internacional de literatura promovido União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro (UBE-RJ). Ainda teve o conto “Rumo ao topo numa canoa quebrada” selecionado para compor a antologia da UBE, “Contos: História de Amor e Dor”.