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Back to the USSR? Só se for a música dos Beatles

Hitler e Stálin, os dois maiores assassinos da história, se mereciam, mas, em se tratando de assassinato em massa, o bigodão soviético ganha de 7 a 1 do bigodinho nazista [caption id="attachment_87139" align="alignnone" width="620"] Vladimir Lenin, principal líder da Revolução Bolchevique de 1917[/caption] Carlos César Higa Especial para o Jornal Opção Este ano lembramos os cem anos da Revolução Russa, aquela que acabaria com a opressão dos czares e daria uma vida nova para os trabalhadores. Porém, o resultado foi a criação da União Soviética, um estado totalitário que tocou o terror na Europa Oriental e fez as cabeças de muitos ocidentais até 1991. Vladmir Lênin, líder da revolução, disse que o futuro pertence a Jovem Guarda porque a velha está ultrapassada. No centenário da revolução, a gente percebe que o único futuro da Jovem Guarda foi o Roberto Carlos Especial. Interessante que, no Brasil, a Jovem Guarda, que seria a avalanche revolucionária juvenil, tenha sido usada como nome de um grupo de cantores que tocavam guitarras elétricas, ou seja, símbolo maior do imperialismo ianque nos anos 1960. Provavelmente nem Lênin, nem Stálin e muitos menos Trotsky cantariam iê-iê-iê. Eles jogariam as guitarras no chão e brigariam com foice e martelo na mão. O Brasil sempre acolhe de braços abertos as ideias feitas lá fora e que não deram muito certo. Os soviéticos baniram a religião da Rússia pós-revolucionária. Mas por aqui, os camaradas conseguem misturar cristianismo com marxismo e o resultado é Leonardo Boff e Frei Betto, dois ex - religiosos que são mais fiéis ao Partido do que ao Criador. Josef Stálin, outro líder soviético, fez uma aliança com Adolf Hitler pouco antes do começo da Segunda Guerra Mundial. Os dois maiores assassinos da história deram as mãos. Eles se mereciam, mas, em se tratando de assassinato em massa, o bigodão soviético ganha de 7 a 1 do bigodinho nazista. Intelectuais do Ocidente simpatizantes das ideias revolucionárias visitaram a União Soviética com o intuito de mostrar que as notícias negativas contra Moscou eram coisas feitas pela CIA ou por alguma alma pessimamente informada, alienada, comprometida com o capital internacional e que queria desfazer as maravilhas ocorridas na Rússia pós-1917. Ao escreverem sobre o mundo soviético, nenhuma palavra sobre os Gulags construídos por Stálin para prender, torturar e matar seus inimigos. [relacionadas artigos="86066"] Jean Paul Sartre foi um dos intelectuais que visitaram a URSS. Ele não é Caetano Veloso, mas disse que estava tudo lindo, tudo maravilhoso. Para o pai do Existencialismo, não existia nenhum pecado na União Soviética. O inferno são os outros e não a URSS. Muitos intelectuais vão a Cuba, outro paraíso comunista depois da URSS, mostrar que tudo está lindo, tudo está maravilhoso também. Eles odeiam as ditaduras que barbarizaram a América Latina no século passado, mas louvam a ditadura do proletariado. 2017 não é apenas o centenário da Revolução Russa, mas também os quarenta anos de morte de Elvis Presley. O Pravda, jornal oficial do Partido Comunista Soviético, escreveu que o Rei do Rock morreu vítima da exploração do capitalismo. Tudo o que sai no jornal oficial de qualquer partido comunista deve ser lido com Suspicious Mind, ou seja, mentes desconfiadas, clássico de Elvis do comecinho dos anos 1970. E já que falamos de música, vamos concluir dizendo que Back to the USSR só se for a música dos Beatles.  Carlos César Higa é mestre em história e professor das redes estadual e particular de ensino, em Goiânia.

Vivemos em mundo de muralhas e guetos ou um mundo de inclusão e vida comum?

"Uma Mulher Fantástica", filme do diretor chileno Sebastián Lelio, traz à tona novamente a discussão sobre o preconceito ao mostrar a história de uma transsexual [caption id="attachment_87129" align="aligncenter" width="620"] Marina, personagem da atriz transsexual Daniela Vega, traz à tona no Festival de Berlim o debate sobre preconceito e sobre os tempos conservadores vividos pelo mundo atualmente[/caption] Rui Martins Especial para o Jornal Opção, de Berlim "Será que os espectadores estão preparados para ver um filme com transsexual? Eu acho que não", diz o cineasta chileno Sebastián Lelio, realizador do filme que é uma provocação até no título: "Uma Mulher Fantástica". A mulher do filme, que é amante de um empresário que morre subitamente de um aneurisma, é interpretada colombiana Daniela Vega, transsexual. Sebastián Lelio é conhecido em Berlim, pois ganhou o Urso de Prata de melhor interpretação feminina com seu terceiro filme, "Glória". Para ele, fazer filme com personagem principal feminino é alguma coisa intuitiva, fora a fascinação e a atração provocada por filmar alguém diferente de sua condição masculina. [relacionadas artigos="87068, 86888, 86807"] Assim como em "Glória", a mulher fantástica Marina é do gênero forte, marcante e autossuficiente, como definiu a atriz Daniela Vega. No filme, a personagem é vítima de acusações e perseguições da família do amante falecido, por ser algo diferente dentro dos conceitos admitidos, visto que, tendo nascido homem, se transformara numa mulher, bela mulher por sinal. Marina é uma transsexual, fazendo parte, portanto, do catálogo de rejeições dos conservadores. E isso inclui não apenas pessoas, como religiões e mesmo países. Durante a entrevista com a crítica, o cineasta Sebastián Lelio aproveitou para se pronunciar em favor das diferenças sexuais. "Nosso mundo ocidental parece ser mais civilizado e defende uma bandeira humanista que aceita nossas diferenças inclusive sexuais, mas as famílias conservadoras talvez não estejam preparadas para aceitar a inclusão dos transsexuais dentro da família". E, diante do ressurgimento do populismo, mesmo sem citar Donald Trump, Sebastián Lelio coloca uma questão atual: "Como sociedade global, vivemos um momento delicado, diante da contracorrente que ameaça fazer recuar todos os avanços por nós obtidos nos últimos tempos. Que mundo estamos construindo: um mundo de muralhas e guetos ou um mundo de inclusão e vida comum? Assistimos atualmente ao choque dessa colisão de forças e de energias. E o resultado dirá para onde iremos, não só no Chile mas no mundo inteiro, sobre os amores possíveis e impossíveis. Meu filme não pretende dar uma resposta para tudo, mas quer saber qual será a reação dos espectadores". Na linha das provocações, a atriz Daniela Vega, respondendo a uma resposta sobre qual seu próximo papel, responde: "Gostaria de viver o papel de uma mulher grávida". Qual a história do filme "Uma Mulher Fantástica", que irá provocar reações e escândalos? Um empresário de 57 anos, Orlando, tem um caso de amor com Marina, mulher transsexual, com quem vive e pela qual rompeu o casamento legal. No aniversário de Marina, bem mais nova, depois de uma comemoração no restaurante e de terem se amado, Orlando acorda de noite se sentindo mal, acaba rolando pela escada e, embora levado ao hospital com urgência, morre. Marina não é aceita como uma normal amante de Orlando, cuja família lhe impede mesmo de ir à cerimônia do enterro. Num encontro no qual Marina entrega a chave do carro de Orlando à esposa legal, esta lhe fala que a opção de Orlando poderia ser considerada uma perversão. Mesmo a polícia considera Marina suspeita pela morte do amante. Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema

“Último Retrato”, filme sobre o caótico Alberto Giacometti, é um dos melhores do Festival de Berlim

Longa biográfico dirigido pelo inglês Stanley Tucci agrada pela autenticidade da caótica vida do pintor e escultor italiano [caption id="attachment_87071" align="alignright" width="300"] Alberto Giacometti, no filme[/caption] Rui Martins Especial para o Jornal Opção, de Berlim Mais um filme biográfico em Berlim. Depois do biopic sobre o guitarrista Django Reinhardt, foi a vez do pintor e escultor suíço Alberto Giacometti. Dirigido pelo inglês Stanley Tucci, o filme "Último Retrato" (Final Portrait) é baseado num livro de depoimento pessoal do escritor e crítico de arte americano James Lord. Foi o próprio Giacometti quem desejou fazer um retrato a óleo do escritor, que passou a frequentar o ateliê do pintor na expectativa de precisar posar no máximo uma semana. Entretanto, e foi isso que levou Stanley Tucci a fazer o filme, a pintura era sempre interrompida pelas razões mais diversas, obrigando James Lord a adiar seu retorno a Nova York e a ficar muito tempo em Paris. [relacionadas artigos="86881"] Isso teve, porém, um resultado positivo, pois o escritor e crítico se tornou um assíduo frequentador do ateliê do artista, um hiperativo e excêntrico, além de fumante inveterado, que interrompia frequentemente suas atividades, não conseguia terminar suas obras por vício de perfeição, e não dava nenhum valor ao dinheiro recebido por seus desenhos, pinturas e esculturas, deixando somas importantes em qualquer lugar do ateliê dentro de simples envelopes. Nesse mesmo caos eram colocadas suas obras. Bem diferente, portanto, de Picasso e Salvador Dalí, conhecidos por catalogarem suas obras e saberem negociá-las por altos preços. Admirador de mulheres, Giacometti mantinha uma relação tumultuosa com sua esposa e, nos seus últimos anos de vida, tinha uma relação afetiva com uma prostituta, Caroline, com a qual era pródigo em matéria de presentes, oferecendo mesmo um carro esporte, enquanto sua esposa se queixava de ter apenas um casaco. O artista tinha também o hábito de interromper subitamente seu trabalho para ir ao bordel, onde era conhecido e bem recebido. "Último Retrato" é um dos melhores filmes do início do Festival, filmado com duas câmeras móveis e que contou com a colaboração de um pintor admirador de Giacometti para garantir o máximo de autenticidade na decoração do ateliê reconstituído. Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema

“Acidente com o Césio é tratado como tabu e ninguém o insere na história da cidade”

Gore e trash, obra dos goianos rememora, com muito terror ficcional, um dos episódios mais trágicos da história de Goiás

“Até você saber quem é”: a travessia de um escritor

O primeiro romance de Diogo Rosas G. nos dá a nítida certeza de que estamos diante de um estreante de peso que deverá surpreender-nos com outras boas criações no futuro

“ZUT”: uma aventura da linguagem

Wilmar Silva, sob o pseudônimo de Djami Sezostre, experimenta múltiplas possibilidades de artesanato literário

Danny Boyle leva a Berlim uma espécie de continuação de Trainspotting, clássico dos anos 90

O diretor nega, mas "T2" mais parece uma sequência para as aventuras vividas em 1996 [caption id="attachment_86892" align="aligncenter" width="620"] T2 é uma continuacão de "Trainspotting"? Danny Boyle nega essa suspeita, mas de fato parece[/caption] Rui Martins Especial para o Jornal Opção, de Berlim Eles formavam uma quadrilha, porém Mark Renton partiu com as 16 mil libras de um tráfico de heroína. Vinte anos depois, Renton retorna da Holanda a Edimburgo e reencontra Spud, Sick Boy e Begbie, em situações diversas e muito perigosas. "T2" é uma continuacão de "Trainspotting"? Seu diretor, Danny Boyle, nega essa suspeita, porém, a impressão é de um retorno dos quatro para reviverem, num contexto diferente, as aventuras que excitaram jovens hoje quarentões. [relacionadas artigos="86881"] "Não é uma sequência, mesmo porque o clima da época de 'Trainspotting' era outro, tudo mudou, e seria impossível reeditar, com o mesmo impacto, as aventuras do passado", diz Danny Boyle, o diretor e criador, que não precisa provar nada, pois já embolsou até um Oscar com "Slumdog Millionaire". Mesmo assim, não se pode evitar os comentários maldosos dos que veem os amadurecidos jovens de outrora como num exercício de come-back no estilo dos Rolling Stones. Porém, não se pode negar, o filme tem música, movimento, fotografia, cenas, enfim, tudo de bom, mesmo para os jovens de agora que nunca viram o primeiro "Trainspotting". A atriz búlgara Anjela Nedyalkova contou, no encontro com a imprensa, ter visto essa primeira versão quando bem adolescente e não ter gostado de certas cenas chocantes. Agora participante do "T2", ela viveu Veronika, a esperta garota que soube convencer o grupo a criar um grande bordel com sauna em Edimburgo, mas fugiu para Sofia com as 100 mil libras obtidas para execução do projeto, deixando seus amigos sem nada e obrigados a viverem novas aventuras. Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema

Richard Gere, Donald Trump e o jantar indigesto servido no Festival de Berlim

Único filme americano na competição internacional do Festival de Berlim, "O Jantar" levanta discussões sobre racismo, pobreza e falta de políticas públicas [caption id="attachment_86884" align="aligncenter" width="620"] Filme de Oren Moverman mostra discussões durante um jantar de família, que foi usado por atores e diretor para traçar um paralelo com posições polêmicas do novo presidente dos EUA[/caption] Rui Martins Especial para o Jornal Opção, de Berlim O filme "O Jantar” (The Dinner), com Richard Gere e Laura Linney nos papéis principais, embora servido num restaurante de alta classe com o maitre apresentando cada prato, acaba sendo indigesto aos convivas. Este, que é o único filme americano na competição internacional do Festival de Berlim, tem o seguinte enredo: [relacionadas artigos="86807, 86696, 85629"] Logo depois de servida a entrada e enchidos os copos com bom vinho, dois irmãos com suas esposas vão colocando sobre a mesa um recente problema criado por seus filhos, dois adolescentes, que, a exemplo do ocorrido já algumas vezes em Brasília e em Porto Alegre, talvez também em outras cidades brasileiras, atearam fogo e provocaram a morte de uma indigente que, enrolada num cobertor, tentava dormir numa cabine destinada a um aparelho para retirada de dinheiro. O gesto deliberado provocou gargalhadas nos dois garotos da alta classe norte-americana — o pai de um deles é político e deve se apresentar como candidato a governador —, que aproveitaram para filmar com o celular a luta da mulher contra as chamas. Assim, enquanto o jantar avançava, a mãe de um dos rapazes defendia seu filho, colocando a culpa na mulher sem teto por ter assustado os garotões. O mesmo fazia a outra mulher, que era a segunda esposa do futuro candidato a governador (Richard Gere) e, embora não fosse a mãe, defendia o rapaz com ardor — ela também era a madrasta de uma menina e de um filho adotivo negro adolescente, deixados pela primeira esposa que abandonara a família para fazer meditação na Índia. Bem antes da sobremesa, sabe-se que o filho adotivo, que não participara do crime, conseguira colocar na internet o vídeo do irmão e do primo criminosos, tendo rejeitado uma oferta em dinheiro feita pelo primo para ficar quieto. Enfim, depois do digestivo, o irmão do candidato a governador, que é psicótico, tenta quebrar a cabeça do sobrinho adotivo negro, que tinha colocado o vídeo do crime na internet. Por fim, a esposa do personagem de Richard Gere o ameaça com o divórcio, caso ele denuncie os culpados, como pretende, numa entrevista com a imprensa. E o enredo do filme serviu de comparação durante a entrevista coletiva do diretor Oren Moverman e do ator Richard Gere, conhecido por posições claras em defesa dos direitos humanos e que esteve, na quinta-feira, 9, com a chanceler alemã Angela Merkel. Eles afirmaram que o egoismo e a defesa dos próprios interesses apresentados pelo filme são paralelos à ideologia pregada pelo novo presidente americano Donald Trump. Richard Gere foi mais longe e ressaltou ter havido nos EUA um aumento de atos violentos e agressões racistas desde a campanha eleitoral de Trump, dizendo que os dirigentes que provocam o medo nas pessoas são responsáveis por incitar crimes terríveis. Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema

Uma salada de sons: de sertanejo raiz a Joe Satriani

Mais uma Playlist Opção! E, como sempre, a diversidade de sons impera. Temos desde as duplas de sertanejo raiz Tonico e Tinoco e Tião Carreiro e Pardinho ao virtuose da guitarra Joe Sartriani. É só dar Play! https://www.youtube.com/watch?time_continue=269&v=SIx5vI33hCI   https://www.youtube.com/watch?v=zRJrNrQBNqA   https://www.youtube.com/watch?v=8gsGhdZDC-0&feature=youtu.be   https://www.youtube.com/watch?v=x3zJOcI3LzY   https://www.youtube.com/watch?v=uJgzKpMQ9nA   https://www.youtube.com/watch?v=vScUbKoE-qs   https://www.youtube.com/watch?v=JmU0b8bxlG8   https://www.youtube.com/watch?v=8EuwjahnYqo   https://www.youtube.com/watch?v=SM6XnUGj8aA&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=0uLI6BnVh6w  

Governo francês decide construir muro a prova de balas em volta da Torre Eiffel

Decisão é para proteger visitantes e funcionários de possíveis ataques terroristas A Torre Eiffel vai ter um muro de proteção a prova de balas para prevenir ataques terroristas. A informação é do Público, de Portugal. Segundo o jornal, a medida integra um programa de investimento de 300 milhões de euros nos próximos 15 anos. Desse montante, 20 milhões serão aplicados no muro. A ação deverá alterar completamente a circulação de pessoas no local, que recebe aproximadamente sete milhões de visitas anuais. Os painéis de vidro terão uma altura de 2,5 metros e vão proteger toda a base da Torre. Os painéis serão permanentes e o objetivo é diminuir o risco de ataques terroristas ou a entrada de veículos nas proximidades do monumento. O governo francês já havia colocado barreiras de metal no local para a Euro 2016. Nesta sexta-feira, 10, a polícia francesa deteve quatro pessoas suspeitas de preparar um novo ataque terrorista em Paris. A prisão aconteceu na cidade de Montpellier. De acordo com a imprensa francesa, entre os detidos está uma menina de 16 anos. O ataque aconteceria com cintos explosivos num local turístico de Paris.

Best Mistake, música do Overfuzz, ganha videoclipe em plano-sequência

Gravação em uma única filmagem traz bailarina da Quasar Jovem em coreografia ritmada com imagens em slow motion

“Django” abre Festival de Cinema de Berlim relembrando a perseguição aos ciganos pelo regime nazista

Filme do diretor francês Étienne Comar conta a história de Django Reinhardt, um dos grandes guitarristas europeus dos anos 1940 e 1950 [caption id="attachment_86817" align="aligncenter" width="620"] Filme conta a história de Django Reinhardt, mas não se trata de um longa biográfico comum, pois cola a história do guitarrista ao contexto das perseguições contra os ciganos pelo regime nazista | Foto: Roger Arpajou[/caption] Rui Martins Especial para o Jornal Opção, de Berlim "Django", que abriu o 67º Festival Internacional de Cinema de Berlim, não é um filme biográfico típico. Étienne Comar, seu realizador, preferiu colar a imagem de Django Reinhardt  no contexto das perseguições contra os ciganos, alvos do mesmo extermínio projetado pelos nazistas contra os judeus. Aliás, é um dos raros filmes a tratar do assunto. [relacionadas artigos="86696, 85629"] Django Reinhardt foi um dos grandes guitarristas europeus dos anos 1940 e 1950, tendo tocado com os grandes nomes do jazz americano e feito uma tournée com Louis Armstrong pelos Estados Unidos. Apesar de ter dois dedos atrofiados em consequência de um incêndio, Django era um virtuoso da guitarra. Com sua banda, ele tocava swing, blues e principalmente jazz, tendo sido um ícone da música popular em Paris, na época da Ocupação. No seu momento de maior prestígio, sentindo-se ameaçado por ser cigano — nascido na Bélgica, quando seus pais viajavam pela Europa em roulottes —, decidiu fugir para a Suíça. O filme deixa em suspenso se Django foi ou não acolhido pelos suíços, em 1943, mas o diretor Éttiene Comar falou de uma rápida acolhida, seguida de um retorno à França, para a cidade de Toulon, onde possuía parentes. Em Toulon, Django permaneceu incógnito, mas retornou a Paris, depois da Libertação, quando compôs um Réquiem para seus irmãos ciganos, composto para órgão, orquestra e coro. Essa composição foi executada apenas uma vez, em Paris, e dedicada a todos os ciganos massacrados pelos nazistas. A maior parte da partitura se perdeu, mas Étienne Comar obteve uma reconstituição para as cenas finais do filme com fotos de ciganos mortos nos campos de concentração nazistas. E essa história de perseguição étnica, num momento de guerra, se reveste de grande atualidade. Ao ver os ciganos perseguidos, os espectadores se conscientizam de que hoje o mundo revive um momento de guerra e perseguição, gerador de centenas de milhares de refugiados. A história se repete, sendo interpretada por outros líderes mundiais no papel dos mesmos personagens. "Django" não é um filme de entretenimento porque pode provocar má consciência nos espectadores. Fechar a Europa e as Américas aos refugiados? Quem quer ter hoje o papel de Hitler, na nova encenação do drama vivido pela humanidade nos anos 1930? Qual será o papel escolhido por Donald Trump? Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema

Deb and The Mentals e Water Rats tocam em Goiânia nesta sexta (10)

Noite de grunge e punk rock acontece a partir das 21 horas no Complexo Estúdio & Pub, no Centro

País que mais abrigou refugiados sírios, Alemanha sedia um festival antirracista e anticolonialista

O 67º Festival Internacional de Cinema de Berlim começa mostrando ser um evento que reúne discursos favoráveis à política alemã pelos refugiados Rui Martins Especial para o Jornal Opção, de Berlim O 67º Festival Internacional de Cinema de Berlim começa nesta quinta-feira, 9, com o filme francês "Django", de Etienne Comar. O festival deste ano terá um recorde de filmes brasileiros em exibição, sendo um goiano, além de um na competição internacional de longas-metragens ("Joaquim", de Marcelo Gomes), e outro na competição internacional de curtas ("Estás vendo coisas", de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca). Este Festival é francamente engajado, por decisão de seu diretor Dieter Kosslick, em favor da política alemã pelos refugiados. Talvez por isso, os filmes das diversas mostras filmes sejam claramente antirracistas e anticolonialistas. É o caso do filme brasileiro "Joaquim", que mostra a figura de Tiradentes, o primeiro rebelde contra os portugueses pela independência; do filme "Vazante", de Daniela Thomas, que revive o tempo da escravidão no Brasil, em Minas Gerais, na exploração das minas de pedras preciosas; de "Django", o filme da abertura, que mostra o cigano perseguido pela SS nazista; e do filme do haitiano Raoul Peck, "Não sou o teu negro", inspirado na vida de James Baldwin, um libelo contra o racismo nos Estados Unidos.

T2 Transpotting
Será que Did Renton criou uma família e comprou uma lavadora de carros como terminou o primeiro filme de Danny Boyle? O festival de Berlim dará a resposta logo no segundo dia do Festival com o retorno de Ewan McGregor. A expectativa é grande e a crítica estará mobilizada para reservar seu lugar na primeira exibição e será ainda mais difícil achar um lugar na grande sala onde Danny Boyle e Ewan McGregor falarão com a imprensa.
Aki Kaurismäki e Volker Schlöndorff
Outro retorno importante será o do finlandês Aki Kaurismäki, na terça-feira, 13, com seu novo filme "O outro lado da esperança", que é um conto talvez utópico sobre a amizade entre um refugiado sírio que, depois de viver rejeitado nas ruas de Helsinki, na Finlândia, é descoberto pelo dono de um restaurante, que lhe dá cama, comida e trabalho. O cineasta alemão Volker Schlöndorff também está de volta a Berlim, mas sem um tema social, embora continue criando dentro do universo do seu amigo suíço, já falecido, Max Frisch, que o inspirou no filme "Homo Faber". "De volta a Montaulk" é o novo filme de Schlöndorff na competição internacional e que é focado nos problemas amorosos de um escritor com a inspiradora da personagem do seu novo livro. Haverá ainda um filme francês de Martin Provost, "Parteira", com a veterana atriz Catherine Deneuve. O filme da atriz portuguesa Teresa Villaverde, convertida em cineasta com seu filme "Colo", mostra, também na competição internacional, uma família sofrendo as consequências da crise econômica. O presidente do júri da competição internacional é o cineasta holandês Paul Verhoeven, que com outros seis especialistas da Alemanha, Tunísia, México, Islândia, Estados Unidos e China distribuirão os Ursos de Ouro e de Prata. Rui Martins é convidado do Festival Internacional de Cinema de Berlim

Protagonista de “O Mágico de Oz” foi molestada por anões em set de filmagens

[caption id="attachment_86695" align="alignnone" width="620"] Judy Garland e os atores anões que interpretaram os muchkins[/caption] A atriz Judy Garland (1922-1969), que viveu o papel de Dorothy, no clássico “O Mágico de Oz” (1939), teria sido molestada no set de filmagens pelos atores anões que interpretaram os “munchkins”, durante a gravação do longa. A notícia veio à tona com a divulgação de uma nota do jornal The Sun a respeito do livro de memórias “Judy and I: My Life with Judy Garland”, escrito pelo esposo de Judy, Sid Luft (morto em 2005), que será publicado em breve. Judy relatou o caso ao marido e, segundo consta em seu livro, ela tinha 16 anos à época das gravações e os atores anões contavam por volta dos 40 anos de idade. De acordo com Luft, os anões bolinavam Judy, passando as mãos por debaixo do seu vestido. Aos mesmos anões foi atribuída a fama de proporcionarem algazarra, orgias e bebedeiras no hotel onde ficaram hospedados durante a realização de "O Mágico de Oz". Judy, que brilhou também no teatro e na televisão, tornou-se viciada em anfetamina e barbitúricos, vindo a falecer de overdose em 1969, aos 47 anos.