Gravação em uma única filmagem traz bailarina da Quasar Jovem em coreografia ritmada com imagens em slow motion

Overfuzz aposta em dança contemporânea no videoclipe de Best Mistake | Imagem: Reprodução/Youtube

I love her so much and I need her so much/But now she’s leaving me (Eu a amo muito e eu preciso dela demais/Mas agora ela está me deixando).” Se você, ao ler esses dois versos da canção Best Mistake, espera uma melodia meia boca quase entediante de qualquer música romântica radiofônica, você se enganou. A quarta faixa do disco Bastard Sons Of Rock ‘n’ Roll, do trio goiano Overfuzz mostra que até o mais desesperado apaixonado com coração dilacerado pode ser chorosamente agressivo.

E a canção ganhou na última quarta-feira (8/2) um belíssimo videoclipe em plano-sequência e slow motion (câmera lenta) ao mesmo tempo. Dirigido por Pedro Bedê, da Godzilla Filmes, de Brasília (DF), Best Mistake é um clipe que começa na palidez dos tons de preto e branco e avança com uma mudança para a aparição de algumas cores, mas sem perder a morbidez e lamentação que a letra destila.

O sofrimento evidente nos versos “My love and hate, my pride and joy/
You must give me just another chance (Meu amor e ódio, meu orgulho e alegria/Você tem que me dar só mais uma chance)” é interpretado pela banda, que começa a tocar com mascaras pretas sobre os rostos de Brunno Veiga (vocal e guitarra), Bruno Andrade (baixo), Victor Ribeiro (bateria) e Júlia Novaes. Quem?

Dançarina da Quasar Jovem, de 19 anos, ela abre o clipe em um corredor em um imóvel abandonado e com paredes destruídas. Com roupa de bailarina e rosto tampado, ela encena a dança contemporânea que amplia o sofrimento desesperado do amante abandonado da letra de Best Mistake. A protagonista do videoclipe percorre o corredor da casa até chegar a uma sala vazia, na qual os três músicos não poupam agressividade na execução da música.

Todo o sofrimento de quem não suporta quando se vê prestes a perder o amor de sua vida, que parece ir embora, ganha força na corda amarrada ao pescoço de Júlia. E é nesse cenário que ela vai se prendendo e não consegue se desvencilhar dessa amarra, que acaba com uma personagem que se debate solitária na sala em que antes estava a banda.

Desafios da gravação

Definido como estética freak, o formato do videoclipe precisou de dois ensaios antes de ser gravado em um só take (tentativa). As imagens não têm cortes do primeiro segundo até chegar ao fim da canção, aos 4 minutos e 29 segundos. No material de divulgação do clipe, o baterista comenta que a maior dificuldade foi acompanhar o tempo. “Foi muito difícil, principalmente pra mim. O final dessa música é muito frenético, cheio de notas na batera, e tocar isso com o tempo dobrado… foi complicado, viu?”

As gravações no imóvel abandonado, uma antiga fábrica de papel, contaram com Gustavo da Rosa na assistência, áudio de Gustavo Vazquez, da Rocklab Produções Fonográficas, fotografia de Saulo Rolim, direção de arte de Nátalia Keshi, finalização de Luiz Henrique Vieira, da Grillovfx. E o clipe contou até com segurança, feita por Raphael Od.

Previsto como o último videoclipe de música retirada do primeiro disco completo da Overfuzz, Best Mistake foi gravado no início de 2016, mas ficou guardado por quase um ano. “Seguramos o lançamento até agora para fechar esse ciclo de forma especial”, revela o baixista.

My little girl, my little girl/Please don’t say goodbye! (Minha garota, minha garota/Por favor não vá embora)” encerram a música com bastante angústia e dor. Se ela vai voltar? Bom. Aí tem que perguntar para os caras da banda. “De agora pra frente, o pensamento já está em novos projetos, como nosso segundo álbum”, pontua Bruno Andrade.

Sem mais enrolação, assista ao videoclipe de Best Mistake: