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Repórter de O Popular comete equívoco sobre a Guerrilha do Araguaia. O major Curió fala, e muito

O professor Romualdo Campos Pessoa lançou um livro sobre a Guerrilha do Araguaia e concedeu entrevista ao repórter Rogério Borges, do “Pop”. O doutor da Universidade Federal de Goiás, um dos mais respeitados e citados pesquisadores do assunto, disse, e não foi contestado pelo repórter, que possivelmente não conhece bem a história do período, que o major Curió “não fala” sobre a Guerrilha do Araguaia. Trata-se de uma injustiça. A versão de Sebastião Rodrigues de Moura, o major Curió, está exposta no livro “Mata! O Major Curió e as Guerrilhas do Araguaia” (Companhia das Letras), do jornalista Leo­nencio Nossa. Pode-se discordar da versão apresentada pelo major Curió, até afirmar que não revelou tudo ao repórter, mas não é possível dizer que “não fala” sobre a Guerrilha do Araguaia. O livro, com 443 páginas, foi publicado em 2012. Rogério Borges deveria lê-lo.

Demitidos por Iris Rezende vão recorrer à Justiça para receber salário de setembro

A equipe de marketing da campanha do candidato a governador de Goiás pelo PMDB, Iris Rezende, demitiu 22 profissionais de comunicação na semana passada. Um deles diz que a maioria vai recorrer à Justiça para receber o salário de setembro. Ele afirma que o marqueteiro oficial da campanha, Dimas Thomas, garantiu que só vai pagar o salário de agosto, alegando que os demitidos não vão trabalhar no mês de setembro. Os repórteres, produtores, maquiadora e locutora contrapõem: o contrato de trabalho previa pagamento até o fim de setembro.

Síndrome Guillain-Barré tirou a comentarista política Lucia Hippolito do jornalismo da Globo

Assim como o escritor Joseph Heller e o jornalista Rogério Lucas, a cientista política Lucia Hippolito ficou totalmente paralisada, mas está se recuperando. Seu sonho é voltar a andar [caption id="attachment_14657" align="alignleft" width="150"]Lucia Hippolito, cientista política, diz que pensou em morrer, ao ver seu corpo todo paralisado, mas agora quer andar e viver Lucia Hippolito, cientista política, diz que pensou em morrer, ao ver seu corpo todo paralisado, mas agora quer andar e viver[/caption] O escritor americano Joseph Heller (1923-1999), autor do romance “Ardil 22” (levado ao cinema por Mike Nichols), vivia tranquilamente e, de repente, acometido pela síndrome Guillain-Barré, em 1982, teve de se internar, durante longo tempo, num hospital. Achava que não iria sobreviver, mas viveu mais 17 anos. Com o amigo Speed Vogel (apaixonado pela música do compositor brasileiro Villa-Lobos), escreveu um livro, “Não é Caso Para Rir” (Rocco, 326 páginas, tradução de Aulyde Soares Rodrigues), no qual relata que acreditava que iria morrer, tais o desconforto e a falta de mobilidade. Mas pelo menos conseguia falar. “Conversar foi a única coisa que me livrou da loucura. Eu fazia piadas, comentários, críticas, interrompia, aconselhava. Dava longas respostas a tudo o que me perguntavam e respondia também quando não era perguntado.” No livro, Joseph Heller diz que “o descréscimo da mortalidade da síndrome Guillain-Barré foi incrível, devido ao aperfeiçoamento do diagnóstico e dos respiradores artificiais, que se tornaram parte do equipamento padrão de todo hospital [note-se que o escritor está se referindo a hospitais dos Estados Unidos]. Grande parte das mortes é causada por parada respiratória, provocada por paralisia dos músculos usados inconscientemente para expandir e contrair o peito ao respirar. (...) Em muitos casos, a paralisia começa nas extremidades inferiores dos membros, os pés, e progride para cima, mas em muitos outros não é esse o processo. O meu começou no centro, movendo-se para cima e para baixo, simultaneamente”. Segundo Joseph Heller, que não é cientista nem médico, “cerca de 1,6 a 1,9 americanos, entre cem mil, são vitimados a cada ano, ou seja, de dezesseis a dezenove, em 1 milhão. Em uma população de mais de 200 milhões, significa mais de 4 mil casos anualmente” (o livro saiu nos Estados Unidos em 1986 e, no Brasil, em 1987). [caption id="attachment_14653" align="alignleft" width="300"]Livro conta a história de como Joseph Heller enfrentou e superou a síndrome Guillain-Barré Livro conta a história de como Joseph Heller enfrentou e superou a síndrome Guillain-Barré[/caption] Durante vários meses, amigos de Joseph Heller, como o escritor Mario Puzo (autor do livro “O Poderoso Chefão” e roteirista do filme homônimo), o ator e diretor Mel Brooks, o ator Dustin Hoffman e o crítico literário e biógrafo Frederick R. Karl, acompanharam seu tratamento no hospital. Mel Brooks e Frederick Karl eram bem informados e sabiam que a recuperação era possível. A maioria, vendo o amigo imobilizado, praticamente sem se mexer, pareciam acreditar que ele não tinha salvação. Depois da doença, recuperado, escreveu os livros “Não é Caso Para Rir”, “Só Deus Sabe”, “Imaginem Que...”, “A Hora Final” e “Retrato do Artista Quando Velho”. Sua literatura, cáustica e satírica, busca mostrar os absurdos do mundo, das ações do homem. Há pouco tempo, o jornalista goiano Rogério Lucas foi acometido da síndrome Guillain-Barré. Ficou internado durante vários dias no Hospital Lúcio Rebelo, em Goiânia, e chegou a ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Visitei-o semanalmente. Estava quase que inteiramente imobilizado e com dificuldade para respirar. Mas não perdeu a lucidez. Recuperou-se e, em seguida, foi encaminhado para o Centro de Reabilitação e Readaptação Henrique Santillo (Crer). [caption id="attachment_14656" align="alignleft" width="150"]Rogério Lucas ficou internado durante vários dias, mas se recuperou, anda sozinho e dirige seu automóvel, um Peugeot Rogério Lucas ficou internado durante vários dias, mas se recuperou, anda sozinho e dirige seu automóvel, um Peugeot[/caption] Num período, Rogério usou uma bengala para se locomover. Agora, não a usa mais e dirige automóveis sem nenhum problema. Há poucos dias, almocei com Rogério (e Iúri Rincon Godinho. Falamos de tudo — livros, política, viagens e mulheres), que está lendo o doloroso e, às vezes, divertido livro de Joseph Heller. Ele está bem — bem-humorado, cáustico e tranquilo. A síndrome o ensinou a ter uma visão menos estressada do mundo e do homem. Há um novo Rogério no velho Rogério — mais light, menos apressado, mais relaxado e jovial. Ele brinca e ri mais. A lucidez é a mesma. Joseph Heller e Rogério Lucas têm algo em comum com a cientista política Lucia Hippolito — a síndrome Guillain-Barré. Cientista política brilhante, a paulista Lucia Hippolito, de 64 anos, é autora do livro “PSD — De Raposas e Reformistas” (o PSD, legenda de Juscelino Kubitschek e, em Goiás, de Pedro Ludovico e Mauro Borges, era o maior adversário político da UDN de Carlos Lacerda). Depois de uma carreira notável na academia, com tese de doutorado, Lucia Hippolito se tornou comentarista política do primeiro time na Rede Globo, notadamente no Globo News e na Rádio CBN. Participou ativamente do programa de Jô Soares (do quadro “As Meninas do Jô”), ao lado de Lilian Witte Fibe, Cristiana Lôbo e Ana Maria Tahan, discutindo basicamente política. Além de informadíssima, a cientista política falava muito bem, com clareza, até sobre assuntos espinhosos. Aqui e ali, dada a pressa dos comentários, era superficial, mas sempre tinha algo a dizer. Em 2008, Lucia Hippolito recebeu o prêmio de Mulher do Ano nos Meios de Comunicação e ganhou o Troféu Mulher Imprensa 2010 como comentarista. Embora não tenha abdicado da ciência política, para entender os fenômenos partidários, com seus múltiplos jogos, é possível dizer que havia se tornado uma jornalista das mais atentas. Porém, depois do imenso sucesso, Lucia Hippolito desapareceu dos meios de comunicação. Muitos pensaram que havia morrido. Na verdade, em 2012, em Paris, onde estava com o marido, Edgar Flexa Ribeiro, percebeu que, ao tentar levantar-se da cama, suas pernas não se moviam. Descobriu na França que tinha a famosa e rara síndrome Guillain-Barré — “doença autoimune que leva à perda da habilidade de grupos musculares”. Depois de 47 dias internada no Hospital Raymond Poincaré, me­xendo apenas os olhos e a cabeça, Lucia Hippolito desesperou-se e torceu para morrer, pois queria livrar-se do tormento. À repórter Márcia Vieira, da coluna editada pelo jornalista Ancelmo Gois, de “O Globo” (31 de agosto), Lucia Hippolito, agora num apartamento de Ipanema, no Rio de Janeiro, e sentada numa cadeira de rodas, disse: “É uma dor solitária. A gente acorda e não quer abrir o olho. A gente abre o olho e não quer continuar vivendo aquilo. Não adianta o outro dizer que vai dar tudo certo. A gente só pensa que vai dar errado”. Seu relato não difere do de Joseph Heller. A repórter pergunta: “Como você se sente hoje?” A cientista política-comentarista responde: “Muito bem, apesar de tudo. Não ando, as mãos ainda estão tortas, mas estou feliz porque faço progressos todos os dias. A síndrome Guillain-Barré tem este lado animador. É uma conquista cotidiana. No início, as dores eram lancinantes. É como se os nervos estivessem todos expostos”. Márcia Ribeiro inquire: “O que provocou a doença?” Lucia Hippolito: “Os médicos não sabem. Uns dizem que pode ser provocada por vacinas. E eu tinha tomado quatro vacinas num dia só, seis meses antes. Também pode ser detonada por um estresse violentíssimo. Eles não sabem direito. É desesperador. Tinha dias em que eu queria morrer. De madrugada, ficava sozinha ouvindo o silêncio da CTI. Não tinha ninguém para me dizer que eu iria melhorar. Emagreci 20 quilos, mas não recomento esse spa” (e cai na gargalhada). A história, mais uma vez, é parecida com a de Joseph Heller, que, por sinal, casou-se com a enfermeira que cuidou dele no e fora do hospital. Lucia Hippolito não pensa mais em morrer. Na quinta-feira, 11, dará uma palestra na Casa do Saber O Globo. Com a ajuda de uma enfermeira, cozinhou um risoto de rabada. “Todo dia ela faz uma coisa que não fazia na véspera. Nem que seja o dedinho da mão que levanta um milímetro a mais do que antes”, afirma Flexa Ribeiro. A repórter comenta sobre seu humor afiado e Lucia Hippolito concorda. “Ah, sim! É o que salva a vida da gente. Mantive o humor e me apoiei no Edgar. Eu quero voltar a andar. Hoje, eu consigo dar seis passos com o andador. Faço fisioterapia todos os dias, tenho sessão com a fonoaudióloga e, é claro, faço psicanálise, se não, não dá para aguentar. Tomo remédio para dormir porque eu não posso me mexer. E tomo antidepressivo para encarar tudo isso.” Como Joseph Heller, Lucia Hip­polito teme não voltar a andar. “E é muito duro. Hoje eu tenho dependência total. Isso me incomoda muito. Chorei a primeira vez em que um enfermeiro me deu banho. Voltar a andar é o meu sonho. Já não penso mais na morte. Gosto da vida. Viver é muito difícil, mas é bom demais. Quando a gente encara uma doença, percebe que não tem controle sobre as coisas. Ao pensar na morte, você tem a chance de pensar: que vida é esta que eu levo? Antes da doença, eu trabalhava 12 horas por dia. Dormia sempre com a cabeça a mil. Não quero mais isso. Hoje eu comemoro pequenas conquistas. Fico feliz porque consigo assoar o nariz. Ainda não penteio o cabelo, mas tiro o fio que cai na testa. Não dá para escrever direito. Mas assinei meu título de eleitor.” O dia em que tive uma tromboembolia e quase embarquei: Depoimento sobre como escapei de uma grave tromboembolia

Veja sai na frente no caso de Paulo Roberto Costa e pauta a imprensa patropi. Mais uma vez

capa380A revista “Veja” continua saindo na frente das demais publicações — jornais ou revistas. Na edição desta semana, revela detalhes da “delação premiada” de Paulo Roberto Costa, o homem que, com o auxílio de um doleiro, políticos e empreiteiros, saqueou a Petrobrás. Falam bem ou mal, mas a revista permanece pautando a imprensa, fazendo-a comentar suas reportagens. Enquanto a “Folha de S. Paulo” circulava sem o nome dos denunciados por Paulo Roberto, a Veja nominava e listava os políticos envolvidos na corrupção. A revista publicou o listão dos que foram delatados por Paulo Roberto: Cândido Vaccarezza, deputado federal do PT Ciro Nogueira, senador e presidente nacional do PP Edison Lobão, ministro das Minas e Energia, PMDB Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, PSB — morto no mês passado em um acidente aéreo Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados, PMDB João Pizzolatti, deputado federal do PT João Vaccari Neto, secretário nacional de finanças do PT Mario Negromonte, ex-ministro das Cidades, PP Renan Calheiros, presidente do Senado, PMDB Romero Jucá, senador do PMDB Roseana Sarney, governadora do Maranhão, PMDB Sergio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, PMDB Paulo Roberto relatou à Polícia Federal, segundo a “Veja”, que era interlocutor frequente de Lula da Silva, quando este era presidente da República.

Sai biografia de Raymond Chandler, um dos maiores autores de romances policiais

Raymond Chandler é o James Joyce do romance policial. O escritor americano aos poucos vai entrando para a lista de escritores requintados, tais sua habilidade narrativa e sua imaginação poderosa. Sua história complexa é esmiuçada no livro “Raymond Chandler — Uma Vida” (Benvirá, 456 páginas, tradução de Fábio Storino), de Tom Williams. Chandler é tão bom quanto Dashiell Hammett, Georges Simenon, P. D. James, Ruth Rendell e Patricia Highsmit. Talvez seja um pouco mais enigmático e, vá lá, complicado. Sinopse da editora: a biografia “apresenta uma análise meticulosa dos livros de Raymond Chandler bem como um retrato inédito desse escritor que, ao lado de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle, definiu a moderna literatura policial. “Cada um dos livros de Raymond Chandler carrega a tensão que cercou sua vida – a infância conturbada com a separação dos pais, a profunda inabilidade com sexo e mulheres e a luta contra o alcoolismo. Não para menos, seu detetive Philip Marlowe é um dos personagens mais complexos dos romances hard-boiled — herdeiro provável do temperamento de seu criador.” Entrou para minha lista penelopiana. Lista que, como indica o “nome”, é feita e desfeita com frequência.

Por que as oposições não criam um blog como o Goiás 24 Horas?

As oposições criticam o blog Goiás 24 Horas, que é apontado como governista. Tudo bem: que seja. Mas por que as oposições não conseguem criar um blog com a mesma inteligência e rapidez para discutir, apoiar e contestar os fatos? Vanderlan Cardoso, Antônio Gomide e Iris Rezende não conseguiram montar estruturas precisas, cortantes e inteligentes na internet, sobretudo nas redes sociais.

O vidente ostensivo que o lobo nazista maluco comeu

Iúri Rincon Godinho O Terceiro Reich foi uma loucura. Enquanto dominavam a Alemanha, os nazistas desenvolveram uma predileção pelo misticismo ou por qualquer bobagem que os colocasse como uma raça superior e, daí, estavam liberados para ser a polícia e donos do mundo. Nesse caldo de esquisitices, é claro que surgiram excentricidades como Erik Jan Hanussen, um vidente que se aproximou de Hitler e de alguns de seus auxiliares. Ele fazia de tudo: adivinhava, previa e, acima de tudo, ganhava muito dinheiro. Seus feitos impressionavam e estão contados em “A Sessão Nazista – A Curiosa História do Vidente Judeu No Círculo de Hitler”. Hanussen fazia apresentações que hoje seriam chamadas de mágica e o autor, Arthur J. Magida, muitas vezes não consegue explicar como o vidente acertava algumas coisas ou fazia outras. Uma teoria, tão maluca quanto o livro, é que Hanussen sentia, ou melhor, “lia” o pulso e as respostas dos músculos das pessoas para fazer suas adivinhações. Erik chegou a ser uma das figuras mais famosas da Alemanha nazista, embora não se saiba com certeza o que era verdade e o que ele inventava — suas histórias da juventude, verdadeiras ou não, são fantásticas. Ficou milionário, dizia-se que dava homéricos bacanais em seu iate, com altos figurões do Reich. E ostentava sem medo. Fundou um jornal, que apoiava Hitler. Mas chegou perto demais da boca do lobo. Autossuficiente, confiante, achou que podia esconder seu verdadeiro nome, Hermann Steinschneider. Um judeu. E, como se sabe, os judeus não tiveram muita sorte na Europa durante o nazismo. Magida, o autor, parece fascinado pelo personagem, a ponto de procurar sua única filha viva, e que viu o pai apenas durante algumas horas. Mulherengo, o vidente trocava de mulher, de amigos e de truques. Impressionava muita gente, o que não foi suficiente, pois acabou preso e morto pelos lobos nazistas com os quais se acostumara a dançar. Iúri Rincon Godinho é publisher da agência Contato Comunicação.

3 governadores, 6 senadores e 1 ministro estão envolvidos na corrupção da Petrobrás. São do PT, PP e PMDB

A revista “Veja” publica, na edição que vai para as bancas no sábado — em Goiânia, no domingo, 7 —, uma reportagem exclusiva sobre o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobrás Paulo Roberto Costa, parceiro do doleira Alberto Youssef num poderoso esquema de lavagem de dinheiro. “O delator fala” é o título da revista. Aceitando o recurso da delação premiada, Costa decidiu contar tudo — ou quase. É provável que tenha revelado o esquema mafioso para “sobreviver”. Certamente não quer ser um novo Celso Daniel. Nas 42 horas de gravações — que não terminaram —, Costa contou à Polícia Federal que “três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da” Petrobrás, revela a revista. Costa disse à PF, segundo relato da “Veja”, “que as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo cujo destino final eram partidos e políticos de diferentes partidos da base aliada do governo”. Ele sugeriu que suas declarações podem impedir a eleição deste ano. É um exagero. Mas possivelmente alguns políticos devem retirar suas candidaturas, pois, se não o fizeram, correm o risco de serem derrotados nas urnas. Nas gravações, Costa lista políticos do PT, do PP e do PMDB envolvidos no esquema.

Listão dos homens mais ricos do Brasil

A revista Forbes lista os maiores bilionários do país. Há até um cineasta e dono da revista “Piauí”

Site Goiás 24 Horas não deixa ninguém indiferente. E virou febre na internet

Podem falar mal. Podem falar bem. O fato é que o site Goiás 24 Horas não deixa ninguém indiferente. Seus redatores seguem o estilo pauleira, às vezes chique, de Bernard Shaw, Karl Kraus e H. L. Mencken. São divertidos, cáusticos e inteligentes. Virou febre e, dizem, é mais lido por aqueles que amam odiá-lo. O site é demolidor. Dizem que é parcial, que não é independente. Não é. Mas quem acredita mesmo em independência jornalística costuma acreditar em fábula, curupira, saci- pererê, mula de duas cabeças e até em alma penada. O diretor de redação da revista “CartaCapital”, Mino Carta, assumiu que apoia a candidatura da presidente Dilma Rousseff, do PT. Não há problema algum. A revista não piora nem melhorar devido a sua adesão ao PT e ao Lulopetismo. A “Veja” e a “Folha de S. Paulo” apoiavam Aécio Neves. Escrevi “apoiavam”? Ah, sim, os proprietários e editores das duas publicações abandonaram a candidatura do senador mineiro e não sabem se ficam com Dilma Rousseff, a previsível (apesar da tentativa de controlar a imprensa), ou, por realismo, com Marina Silva, a incógnita. Na dúvida, ficam de olho nas pesquisas.

A notável jornalista Alice-Maria deixa a Rede Globo e aposenta-se

No jornalismo televisual é difícil dizer que há alguém com mais experiência do que a mineira Alice-Maria Tavares Reiniger, de 69 anos. A qualidade o jornalismo da TV Globo deve muito à competência e ao profissionalismo de Alice-Maria, que decidiu se aposentar, nesta semana, depois de uma carreira intensa e produtiva na Rede Globo. Alice-Maria — que, ao modo de Gustave Flaubert, poderia dizer “o jornalismo da Globo sou eu” — formou-se em jornalismo na Faculdade Nacional de Filosofia (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em 1966, e nesse ano entrou para a Rede Globo de Televisão como estagiária. Lá, dadas sua competência e responsabilidade, se tornou a primeira mulher a assumir o cargo de diretora-executiva da Central Globo de Jornalismo. A criação do Jornal Nacional, da qual foi editora-chefe, passou por suas mãos. Criou também, com outros profissionais, como Armando Nogueira, o “Hoje”, o “Jornal da Globo”, o “Globo Repórter”, o “Globo Rural”, o “Bom Dia Brasil” e o “Fantástico”. Em 1990, deixou, ao lado de Armando Nogueira, a Globo. Mas voltou em 1996 para implantar a GloboNews, outro sucesso do empreendimento da família Marinho graças, em larga medida, ao “dedo de ouro” de Alice-Maria.

Meta da jornalista Janete Ferreira é se tornar juíza ou promotora

A jornalista Janete Ferreira, uma workaholic, está deixando o cargo de gerente de Comunicações Eletrônicas na Agência de Comunicação do governo de Goiás (Agecom). Ela vai se dedicar à assessoria de imprensa para advogados. Ao mesmo tempo, estuda Direito e pretende ser promotora ou juíza. Obstinada como é, será o que quiser. Janete Ferreira Você está deixando o jornalismo para se dedicar à advocacia? Ainda não posso advogar, pois estou no terceiro período do curso de Direito. Vou assessorar advogados (na área da imprensa). Estou com dr. Miguel Cançado [ex-presidente da OAB-Goiás], que me apresentou ao mundo jurídico, com o dr. Flávio Buonaduce e fechando com outros escritórios. Estou ainda trabalhando no jornalismo mas me preparando para ser juíza ou promotora. Esta é minha meta.

Iris Rezende demite 22 profissionais da equipe de comunicação

Atendendo apelos de sua coordenação financeira, o candidato do PMDB a governador de Goiás, Iris Rezende, autorizou a demissão de 22 profissionais de sua equipe de comunicação. A maioria dos demitidos é de Brasília. Eles vieram para a campanha a convite do marqueteiro Dimas Thomas. Um peemedebista disse ao Jornal Opção que não haverá “calote”. “Todos vão receber.” Entre os demitidos estão produtoras, repórteres, cinegrafistas, assistentes de cinegrafistas, locutor e assistentes de produção. Todos foram demitidos — ou avisados da demissão — diretamente por Dimas Thomas. Um dado curioso: alguns dos demitidos trabalham na Prefeitura de Goiânia. Com autorização do prefeito Paulo Garcia, eles tiraram férias para trabalhar na campanha. Um peemedebista disse que, além da baixa produtividade dos demitidos, a coordenação vai priorizar a estrutura de campanha e a área de publicidade. “Vamos ampliar o espaço para a área publicitária.” Ele frisa que, com as demissões, vai sobrar mais dinheiro para comprar combustível para abastecer veículos que movimentam as carreatas e para contratar motoristas. As carreatas são vistas como prioridades absoluta, porque mostram que a campanha tem algum “volume”. O Jornal Opção ouviu dois profissionais demitidos. “Não se pode falar em baixa produtividade, principalmente porque as condições de trabalho eram muito difíceis. Falta tudo na campanha de Iris Rezende — de dinheiro a respeito. Parece que todos estão perdidos e comenta-se abertamente que o governador Marconi Perillo será reeleito no primeiro turno e que é preciso salvar pelo menos Ronaldo Caiado [candidato a senador pelo DEM]. Culpar os profissionais, que estavam fazendo o impossível para melhorar a imagem de Iris Rezende, não é justo”, afirma um dos afastados. “Ouvi que, como Iris Rezende vai perder mesmo, é preciso fazer uma campanha mais enxuta”, afirma outro demitido. “Nós estamos com medo de calote”, afirma.

O dia em que ex-mulher de Zezé Di Camargo fez uma crítica corrosiva da barbárie da (e na) internet

[caption id="attachment_13919" align="alignleft" width="620"]Zilu Godói e o cantor sertanejo Zé Henrique: relacionamento terminado, mas maledicência não deixa a empresária em paz, pelo menos é o que diz Zezé Di Camargo e Graciele Lacerda: o novo casal não sai das revistas, sites e redes sociais. Ao contrário de Zilu, eles não parecem insatisfeitos Zilu Godói e o cantor sertanejo Zé Henrique: relacionamento terminado, mas maledicência não deixa a empresária em paz, pelo menos é o que diz l Zezé Di Camargo e Graciele Lacerda: o novo casal não sai das revistas, sites e redes sociais. Ao contrário de Zilu, eles não parecem insatisfeitos[/caption] A maldade, a inveja e a burrice são as maiores multinacionais de todos os tempos. Os dramaturgos gregos, anteriores a Jesus Cristo, e Shakespeare, autor que viveu entre os séculos 16 e 17, escreveram peças seminais a respeito destas “desvirtudes” tão bem distribuídas entre os homens de todos os séculos. A internet não inventou nada — só potencializa os “problemas” descritos pelos gregos, Bíblia e Shakespeare (segundo Harold Bloom, o britânico inventou o homem moderno como o conhecemos). Porém, como deu voz instantânea a todos, produz uma certa barbárie — quiçá incontrolável. Na democracia, se têm direito ao voto, todos têm direito à palavra, à opinião — estapafúrdia ou não. O limite, quando aceito, é a lei. Como quase tudo é volátil na internet, raramente alguém colhe as diatribes que são ditas e decide mover processos judiciais. Pessoas com nomes falsos — ou verdadeiros, mas praticamente impossíveis de serem localizadas — dizem barbaridades e quase nada acontece. Documentar o absurdo é possível, mas localizar o autor é uma missão mais complicada. Num romance de rara excelência, “Re­produção”, o escritor Bernardo Carvalho faz uma radiografia corrosiva do mundo sem limites na internet. Não apenas anônimos são responsáveis pelos excessos — na prática, ataques brutais, eventualmente travestidos de humor. Há também figuras conhecidas, que, quando processadas e, às vezes, condenadas, saem com essa: “Era apenas humor”. A falta de humor é quase um crime, diriam Shakespeare, Bernard Shaw e H. L. Mencken. Mas qual humor? Mau humor, por certo. Grosseria é a regra. Zilu Godói é mais conhecida como ex-mulher de Zezé Di Ca­margo e, ao ter sua vida privada devassada por sites e revistas de fofoca e redes sociais, paga um certo preço pela fama que, ansiosa e desesperadamente, buscou. Os artistas não-famosos e suas mulheres criam relações com a mídia, com o objetivo de se tornarem conhecidos, e depois, em alguns casos, tentam (parcialmente) cair fora. Aí é tarde. O pacto é faustiano. A mídia faz e, não raro, desfaz. A internet piora as coisas: a fofoca levemente divulgada num site “confiável” é potencializada e, depois, volta à publicação original, revitalizada. Zilu Godói, que sempre exibiu suas plásticas e bens com prazer, agora quer “recuar”. Talvez seja tarde. Muito tarde. Entretanto, o fato de ter se tornado socialite e feito um “pacto” (tácito) para obter sucesso — Goethe (“Fausto”) e Thomas Mann (“Dou­tor Fausto”) certamente vibrariam com as agruras dos famosos atuais — não significa que Zilu Godói, não mais “Di Camargo”, não tenha direito e razão ao reclamar da “maldade”, às vezes articulada, de homens e mulheres que militam na internet. Como se fosse Bernardo Carvalho, ou Guy Debord, a quase-pensadora Zilu Godói escreveu (formula muito bem suas ideias), numa rede social, que “a internet é responsável por ‘tornar públicos os monstros existentes dentro das pessoas’”. A internet é o canal, os monstros somos todos nós. “Uma das coisas que sempre me deixa pasma e triste é a capacidade humana, na verdade desumana, de julgar os outros de maneira implacável com base em impressões superficiais, ou ofender sem motivo algum, apenas pelo simples prazer de agredir”, escreveu Zilu Godói. O que difere o raciocínio de Zilu Godói do pensamento acadêmico é admitir que fica “pasma”. O sociólogo percebe a “crise” na internet como um “fenômeno” da contemporaneidade. A espetacularização da vida privada — e não apenas dos famosos — é o novo charme da internet com suas redes sociais, sites, blogs, aplicativos. A “socióloga”, “psicóloga” ou “antropóloga” Zilu Godói continua: “A vida social se tornou infeliz e geralmente um imenso teatro coletivo, e considerando que a internet é, ao menos para mim, uma extensão do mundo real, não é difícil nos assustarmos ainda mais com a nossa chocante realidade que exala maldade. Na internet encontramos as pessoas mais próximas de como elas realmente são, sem a diplomacia exigida pelo cotidiano da vida ao vivo, e podemos ter uma ideia mais real da dimensão da intolerância e da violência que nos cerca real e virtualmente”. Depois de concluir sua análise da sociedade moderna, Zilu Godói praticamente grita, gerando certa inveja em redutos consumistas: ‘Miami, me aguarde!” A saída da famosa é o aeroporto; a dos “mortais”, que têm de acompanhá-la a distância, são as redes sociais, notadamente o Facebook e o Twitter — misturas de divã, hospício, programa de humor, lupanar e parque de diversão. O que, exatamente, fizeram com Zilu Godói? Os bárbaros não param de falar do relacionamento de Zezé Di Camargo com uma bela mulher, Graciele Lacerda, bem mais jovem do que a elegante Zilu Godói, e do fim do relacionamento entre a socialite e o cantor sertanejo Zé Henrique, tão jovem quanto a nova namorada do celebrado artista goiano. O elixir da juventude é a juventude. Zilu Godói, filósofa ou não, está certa. Somos, todos, responsáveis pelo monstro e o médico nos quais, diariamente, nos transformamos na internet. Seu único equívoco é eximir-se de alguma culpa. O diabo (ou o inferno) não são os outros. Somos nós.

Reportagem de O Popular pode levar traficante a assassinar menino de apenas 9 anos?

[caption id="attachment_14196" align="alignleft" width="300"]“André” tem 9 anos e várias passagens pela polícia. Numa parede de sua casa, desenhou uma arma (ele adquiriu uma de brinquedo) Foto: Cristina Cabral/O Popular “André” tem 9 anos e várias passagens pela polícia. Numa parede de sua casa, desenhou uma arma (ele adquiriu uma de brinquedo) Foto: Cristina Cabral/O Popular[/caption] Cleomar Almeida, do “Pop”, fez uma série de reportagens impactantes sobre André, nome fictício, um criminoso de apenas 9 anos de idade, e sobre sua mãe, que busca ajuda para recuperá-lo. Depois da pressão do jornal, já que a da mãe não estava resolvendo, a ajuda dos órgãos públicos foi oferecida. Espera-se que não seja tarde demais — quase sempre é. O mundo do crime às vezes é prazeroso para meninos e adolescentes, talvez dada a possibilidade de aventuras. Mas acreditar que é possível “recuperar” um ser humano, sobretudo uma criança, faz parte da saudável crença do humanismo. André é uma criança e, como mostra o repórter Almeida, gosta de brincar. Porém, como noutros casos, convivem num único ser um menino (que chora) e, pelas ações, um adulto (duro, implacável). O repórter pergunta: “Por que você está nem aí e pega coisas dos outros?” A resposta é precisa e mostra consciência: “Porque não dá nada”. “As pessoas têm medo de mim. Sei disso porque elas abrem um olhão quando fico mais próximo”, conta, possivelmente com certo prazer. Almeida percebeu que, quando não quer falar, André simula que está com sono. Ele “já acumula 20 passagens por envolvimento com crimes em Goiânia, como tráfico de drogas, furto e roubo”. O repórter pergunta qual é seu maior sonho e André não titubeia: “Tinha vontade de ter pai. Só vi a foto dele”. O pai foi assassinado. A mãe não consegue orientá-lo e controlá-lo. A função de um repórter é colher informações verdadeiras e divulgá-las. Almeida, profissional rigoroso, quer, com sua série de reportagens, ajudar André e sua mãe. Planeja ampará-los. As reportagens são explícitas sobre isso. Mas há pelo menos um problema. André quase foi linchado por populares do bairro onde mora com a mãe e um irmão de 4 anos e estaria jurado de morte por traficantes. Independentemente do que disse ao repórter, que colheu e publicou suas palavras com o máximo de fidelidade, a situação de André é complicada. Entretanto, trechos da entrevista agudizam os problemas do menino, que possivelmente, ao contar “vantagens”, não percebe a gravidade do que diz e o que isto pode representar para sua segurança e de sua família. Almeida quer saber onde “fica em Goiânia quando sai de casa e dorme fora” e o menino não hesita: “Na casa de um homem que tem droga. Ele também tem até aquele negócio preso na perna [tornozeleira; é um preso do semiaberto] com uma luzinha que só fica piscando. Ele não pode roubar, senão a polícia pega ele. Mas ele diz que a polícia não faz nada. (...) Tem um tantão de traficante que conheço que tem isso aí [tornozeleira] na perna. O resto, que conheço, não tem”. Para a criança, é uma conversa qualquer, sem nenhuma gravidade. Do ponto de vista do traficante, que vive fora da lei, representa uma “delação”, um “crime” que deve ser punido com uma sentença: a pena de morte. Um traficante bateu no garoto. “Eu caguetei porque ele pegou minha bola e meus brinquedos. Peguei a bola, a bola estava rasgada e caguetei ele. Se não tivesse feito isso, não teria caguetado ele para a polícia”, relata André. “Ele falou na delegacia que, quando sair, vai me matar. Mas os policiais falaram que ele não vai sair mais não”, conta, inocente. É óbvio que Almeida quer apenas ajudar André e sua família. Mas a reportagem pode agudizar a possibilidade de traficantes matarem o menino. Vale a pena ler um trecho do livro “O Jornalista e o Assassino”, da notável jornalista (da “New Yorker”) e escritora Janet Malcolm: “Qualquer jornalista que não seja demasiado obtuso ou cheio de si para perceber o que está acontecendo sabe que o que ele faz é moralmente indefensável. Ele é uma espécie de confidente, que se nutre da vaidade, da ignorância ou da solidão das pessoas. Tal como a viúva confiante, que acorda e descobre que aquele rapaz encantador e todas as suas economias sumiram, o indivíduo que consente ser tema de um escrito não ficcional aprende — quando o artigo ou o livro aparece — a sua própria dura lição. Os jornalistas justificam a própria traição de várias maneiras, de acordo com o temperamento de cada um. Os mais pomposos falam de liberdade de expressão e do ‘direito do público a saber’; os menos talentosos falam sobre a Arte; os mais decentes murmuram algo sobre ganhar a vida”. Almeida deveria ler o livro, assim como a editora-chefe do “Pop”, Cileide Alves. Se André for morto, não há problema: rende mais uma manchete e, quem sabe, mais um prêmio para o jornal, que poderá dizer: “Nós avisamos”. E, ao mesmo tempo, culpar as “autoridades”.