Imprensa
A “CartaCapital”, revista dirigida por Mino Carta, passou a levar a Operação Lava Jato mais a sério. Chegou a publicar reportagem mostrando as conexões de Renato Duque, homem do PT na Petrobrás, com o esquema corrupto. A revista sugere que ele se beneficiou pessoalmente. Não foi um “roubo” tão-somente partidário-ideológico. A revista indica seriedade ao perceber que a roubalheira na Petrobrás é um fato — e que não decorre, portanto, de denuncismo da oposição.
Do presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa (DEM), para os jornalistas que escrevem seu nome incorretamente: “Os jornais escrevem ‘Hélio’ de Sousa. Na verdade, o meu ‘Helio’ não tem acento. E o Sousa se escreve com ‘s’, e não com ‘z’”.
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Arquivo pessoal/Facebook[/caption]
Flora Ribeiro deixou a assessoria de comunicação da administração penitenciária do governo de Goiás. A jornalista, do primeiro time, enviou um comunicado às redações: “Caros colegas, gostaria de lhes informar que a partir de hoje [sexta-feira, 24] não estou mais responsável pelas atividades de comunicação da administração penitenciária. Nesses 12 anos no exercício dessa função, espero ter colaborado da melhor maneira possível, sempre que fui acionada por vocês. Agradeço pela colaboração, paciência e pela oportunidade do aprendizado que me proporcionaram na relação com todos vocês. A assessoria já está sendo cuidada pelo responsável e profissional colega Rodrigo Hirose, chefe da Comunicação Setorial da SSP. O telefone 62-8418 1052 continua sendo da assessoria”.
A repórter não explica o motivo de ter saído da assessoria.
O site Goiás 24 Horas relata que um homem, identificado como o petista Silvio Eduardo Cavalcante — assessor parlamentar da deputada estadual Adriana Accorsi, do PT —, “agrediu” o jornalista Cristiano Silva no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Goiás na quinta-feira, 23. Cristiano Silva é diretor do site.
Num vídeo (veja abaixo), Silvio Eduardo aparece dizendo: “Aqui você conversa. Lá fora eu quero ver. Eu te acho, viu. Eu te pego!”. Cristiano Silva garante que o assessor de Imprensa da Adriana Accorsi teria dito duas vezes: “Eu te mato. Eu te mato”.
https://www.youtube.com/watch?v=f23X5_dHzcw
Por que o assessor de Adriana Accorsi ameaçou o jornalista? Texto do Goiás 24 Horas arrisca duas possibilidades: “Uma possibilidade é a insatisfação do assessor com as críticas do Goiás 24 Horas ao Partido dos Trabalhadores, pelos sucessivos escândalos de corrupção. Outra são as notas sobre a pouca atividade da deputada Adriana Accorsi, que ainda não mostrou a que veio como parlamentar estadual”.
Qualquer que seja a causa, o assessor de Adriana Accorsi não tem o direito de ameaçar jornalista ou quaisquer outras pessoas. Adriana Accorsi, delegada da Polícia Civil, é uma política pacífica, filha de um defensor dos Direitos Humanos, Darci Accorsi, e certamente não concorda com a atitude do assessor. Porém, se não controlar seu auxiliar, o país vai começar a descobri-la como uma política que contrata auxiliares truculentos. Para quem pretende disputar a Prefeitura de Goiânia, em 2016, não pega nada bem ter como auxiliares pessoas que falam em bater ou matar “adversários” (vistos, no caso, como “inimigos”).
Há duas formas de se lidar com aquilo de que se discorda. Primeiro, respondendo, por meio de artigo, direito de resposta. Segundo, pela via judicial. São as formas civilizadas e democráticas. A ameaça física, de bater ou matar, é coisa de ditaduras e criminosos. O PT, depois da corrupção, vai embarcar noutra “tendência” suicida?
O jornalismo do “Em Pauta”, da Globo News, parece leve e, portanto, superficial. De fato, aqui e ali, há comentários perfunctórios sobre política, economia, cinema, livros — quase no estilo do Faustão: “o melhor do país”. Mas os comentários de Eliane Cantanhêde, Gerson Camarotti, Mara Luquet (mesmo quando incentiva a investir, recomenda cautela, bom senso) e, sobretudo, Jorge Pontual.
Quem diria: o mineiro Jorge Pontual [acima], 67 anos em novembro, com sua cara de menino travesso, talvez tímido por se expor tanto num programa de massa, é o charme do programa. Ele informa com competência, se envolve com aquilo que pesquisou e está revelando para os leitores, e tem cultura. Além disso, sua graça parece espontânea e não raro tem tutano para enfrentar o politicamente correto. É um Paulo Francis aristocrata.
Guga Chacra, o garoto (fora do lugar) da turma, além da voz irritante, não treinada para a comunicação com o público televisual, divulga informações como se fosse um robô, quer dizer, como se não tivesse assimilado aquilo que está propagando. Parece que sabe das coisas, mas tem dificuldade de processar e sintetizar as informações. Quando Guga Chacra aparece no lugar de Jorge Pontual, dado o revezamento da equipe, o “Em Pauta” fica fragilizado, meio, digamos, “Sem Pauta”.
Eliane Cantanhêde começou hesitante, titubeando — era (e é) um profissional mais de jornais impressos, agora está no “Estadão”, e muito bem, motivada —, é uma comentarista do primeiro time. No momento, só está perdendo terreno, se está, para a excelente Renata lo Prete. Fica-se com a impressão, quando se ouve Lo Prete falando, explicando os fatos, arrancando-lhe a alma, que nasceu para a televisão. A ex-ombudsman da “Folha de S. Paulo” consegue entender e explicar os fatos com rapidez e inteligência, com segurança e isenção. Craquíssima.
Gerson Camarotti, com a aquela bochechona de padre velho e gordo e sua fala pausada e cansativa, é, acima de tudo, um excelente repórter. Ele é seguro e bem informado.
Bete Pacheco [acima]é tão linda e charmosa — este comentário é mesmo idiossincrático — que nem sempre acompanhamos o que está falando. Se a objetividade entra em questão, aí percebe-se que Bete Pacheco é mais repórter do que comentarista. Mesmo quando aparentemente está comentando, opinando, na verdade está reportando. Falta opinião e firmeza nos seus comentários. Não é, mas às vezes sua divulgação cultural soa como publicidade.
Sérgio Aguiar [acima] é simpático, rápido no gatilho e nenhum outro jornalista da Globo News apresenta o programa tão bem. Ele é um dos responsáveis pelo “clima” descontraído do “Em Pauta”.
O deputado Wanderley Dallas “apresentou um projeto que propõe transformar palavras como ‘piroca’, ‘cabaço’, ‘baitola’, ‘pinguelo’ e ‘xibiu’ em patrimônio imaterial do Estado”
“Vício Inerente”, filme de Paul Thomas Anderson, com Joaquin Phoenix e Josh Brolin, não entrou em cartaz nos cinemas de Goiânia. É provável que nem entre, ou, se entrar, fique apenas uma semana, se ficar. Quem aprecia cinema de certa qualidade não deve ter apreço algum pelos programadores de filmes da capital construída por Pedro Ludovico. O “filme” (reluto em pôr aspas, mas, depois de consultar os críticos de cinema Iúri Rincon Godinho e Adalberto de Queiroz, decido colocá-las) “O Vingadores 2 — Era de Ultron”, dirigido por Joss Whedon (será que alguém precisa dirigir uma joça dessa?!), será exibido em 24 salas de cinema da cidade! Duas exclamações num texto de jornal não pegam bem. Ora, o que não pega bem é exibir um filme deste naipe em tantas salas. É uma verdadeira ode à estupidade, diria Mário de Andrade.
O crítico e cinéfilo Lisandro Nogueira, que entende de cinema, não diz nada, não faz nenhum protesto. Espero que o André Lcd, o Marcelo Franco, o Ademir Luiz, a Candice Marques, o Arthur de Lucca (autor do livro jamais escrito “Porque o Cinema Não é Arte”) e o Danin Júnior, vingadores da arte, saquem suas armas e comecem uma “vingança” urgente.
Os jornais não vão protestar. Estão paralisados.
Passou o tempo da beleza a todo custo. Cuidar da aparência para elevar a autoestima é decisão que deve ser pensada em criteriosos debates entre médico e paciente
O professor de Oxford escreveu livros seminais sobre a Revolução e a Guerra Civil Espanhola
Insistência do Sintego em reviver nesta greve práticas e discursos que objetivam a manutenção do servilismo ao Paço afasta-o ainda mais da categoria
Vi Cláudio Cunha em ação pelo menos duas vezes e amigos que entendem de teatro diziam: “É um canastrão”. É provável que eles tinham-têm razão. Mesmo assim, diverti-me com sua interpretação precisa de “O Analista de Bagé”, texto do escritor Luis Fernando Verissimo. Ele fazia um analista machão, durão e, até, meio cafajeste. Sobretudo, era convincente e, apesar dos excessos — o texto foi se tornando mais abusado-modernizado ao longo do tempo —, as histórias eram muito boas. Mas era a interpretação de Cláudio Cunha, enfático e excessivo, que coloria o trabalho do filho de Erico Verissimo. Durante 30 anos — chegou até ao livro dos recordes —, o ator interpretou o “analista”. O país não poderá vê-lo mais em ação, pois morreu na segunda-feira, 20, aos 68 anos, em decorrência de um infarto.
[Foto: divulgação]
É preciso respeitar os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. É importante porque aparentemente a defesa no Brasil se tornou um meio dispensável e muitas vezes ignorado
Manoel de Souza [foto, de seu Facebook], operador de imagem, deixou “O Popular” na segunda-feira, 20. Numa carta (dolorosa mas bela) divulgada aos colegas e amigos, ele escreveu: “Nunca imaginei que este momento chegaria tão rápido, apesar de vários anos já terem se passado, parece que foi ontem que recebi aquelas boas vindas tão lindamente”.
O operador de imagem conta que entrou no jornal em 18 de outubro de 1994, há quase 21 anos. Colegas consultados por e-mail e Facebook dizem que se trata de um “profissional correto e consciencioso”.
A editora-chefe de “O Popular”, Cileide Alves, havia dito aos colegas — depois das demissões dos jornalistas Karla Jaime, Rosângela Chaves, Wanderley de Faria e João Carlos de Faria — que não seriam feitas novas demissões.
O mais provável é que a editora não esteja em condições, dado o processo de contenção de despesas da empresa, de prestar informações objetivas e “otimistas” aos colegas que ficaram.
O brasileiro Lyoto Machida perdeu para o americano Luke Rockhold na luta em que parecia um pouco diferente — relativamente mais ofensivo. Mas, na madrugada de sábado para domingo, quem quis uma luta de boxe de alto nível, disputadíssima, precisou recorrer ao canal Fox. Lá, sem que os jornais e sites brasileiros vissem e divulgassem, ocorreu uma batalha sensacional entre o argentino Lucas Matthysse, de 32 anos, e o russo Ruslan Provodnikov, de 31 anos.
Matthysse, a “Máquina” — porque não para de bater, sempre de maneira intensa —, e Provodnikov fizeram uma luta que merece figurar entre as melhores da história. Depois de 12 rounds, Matthysse venceu por pontos, com méritos. Mas, se o resultado fosse empate, é provável que nem o argentino reclamasse.
O argentino bateu muito nos primeiros rounds, mas Provodnikov, no lugar de se intimidar e de mostrar fraqueza, a cada round partia para cima. Nos rounds finais, Matthysse chegou a dobrar as pernas.
“O Popular” extinguiu o “Suplemento do Campo”. “As notícias sobre agronegócio serão publicadas diariamente no primeiro caderno no jornal e no site do ‘Popular’”, explicou a direção numa nota. “A mudança atende uma demanda do setor”, afirma. Quer dizer, no lugar de informações semanais, notícias diárias. Curiosamente, as notícias diárias sobre o agronegócio já eram publicadas no primeiro caderno.
O “Suplemento do Campo” morreu aos 27 anos. Foi criado em 1988.
