É mesmo muito difícil “controlar” talentos como o da jovem jornalista. O “tempo” ficou pequeno para ela e em muito pouco tempo

O ótimo Portal Imprensa diz que o apresentador e editor-chefe do “Jornal Nacional”, William Bonner, “advertiu” a “moça do tempo”, Maria Júlia Coutinho. Convenhamos, advertiu mesmo? Não. Maria Júlia é competente, esfuziante, inteligente e bela — com as quatro palavras “brigando” pelo primeiro lugar. Como toda pessoa cheia de vida, de energia, às vezes extrapola e, por isso, precisa ser ligeiramente contida. Mas como conter um indivíduo que, na falta de melhores palavras, pode-se dizer que se trata de uma “força da natureza”? Advertência é uma palavra muito forte e o talento não deve ser reprimido desta maneira.

William Bonner pediu, isto sim, “calma” a Maria Júlia, e num tom eminentemente amistoso. Uma forma mais de conter a pressa da apresentadora do tempo do que de adverti-la. Na verdade, fica-se com a impressão de que há muito tempo os apresentadores do “Jornal Nacional” não se divertiam tanto. Agora até nos divertem.

É evidente que o Brasil e, daí, a Rede Globo estão de olho em Maria Júlia. Breve, se for incentivada a crescer, se fortalecer seu talento, a jornalista poderá se tornar uma das apresentadoras do “Jornal Nacional”. Parece fácil, mas não é.

O apresentador de um jornal televisual, necessariamente rápido, precisa ser atento e conciso. Dirão: “Os apresentadores só leem”. Não é bem assim. E mesmo ler, com entonação e habilidade, para que a leitura não seja tediosa — e seja mais uma conversa “direta” com o telespectador —, não tem nada de fácil. Expor fatos e ideias em questão de segundos é muito difícil, e põe difícil nisto. No momento, ninguém supera William Bonner, mas, no futuro — sem desmerecer a competente e cada vez mais segura Renata Vasconcellos —, Maria Júlia poderá ser um par adequado para o Messi do telejornalismo da TV Globo.

O “tempo”, definitivamente, está ficando “pequeno” para o talento de Maria Júlia. É isto que o país está percebendo e, possivelmente, a Globo já percebeu. Mas talentos tão energéticos assustam, porque não raro são incontroláveis e às vezes se perdem nos desvãos da vaidade e da pressa de aparecer e ganhar espaço. Não parece ser o caso de Maria Júlia — uma das únicas novidades do telejornalismo nos últimos tempos… Tempos!