Imprensa

Além de sugerir que o policial federal Sérgio Menezes não investigava o banqueiro Daniel Dantas, o jornalista permitiu que leitores o achincalhassem

Fica-se com a impressão de que o diretor de cinema britânico Branagh nasceu para interpretar Shakespeare, o que faz à perfeição

Jornalistas dizem que a direção da rádio alega contenção de despesas e queda no faturamento

O Grupo Algar diz que crise levou à descontinuidade do principal jornal da cidade do Triângulo Mineiro

Uma saída, já que não quer mandar repórter para o Iraque e para a Síria, é a Globo pôr Demétrio Magnoli para fazer análises sobre o que está acontecendo no Oriente Médio

O jornal diz que o peemedebista foi eleito em 1983 e em 1991. Ele foi eleito em 1982 e em 1990

Dada uma cegueira precoce, o jornalista se aposentou e ficou deprimido. Deixou Goiânia e foi morar em Bertioga

Ex-presidente da República seria proprietário de uma casa, na Saint-Tropez da América do Sul, que vale 2 milhões de dólares. Seu testa-de-ferro seria o empresário Alexandre Grendene. Cheiro de ficção no ar

O caixa 2 era repassado para o PT nacional, supostamente para José Dirceu. O petismo tentou frear a turma do caixa 3, que decidiu eliminar o prefeito de Santo André

Ranking da plataforma SimilarWeb mostra que mais de 2,9 milhões de usuários acompanharam a sucessão nos municípios pela internet

Dennison de Oliveira, doutor em Ciências Sociais, é autor do livro “Os Soldados Brasileiros de Hitler” (Juruá, 122 páginas). O Jornal Opção resenhou-o (http://www.jornalopcao.com.

Em termos de jornalismo, quem não leu Paulo Francis bom sujeito tende a não ser. Durante anos, com seu “Diário da Corte”, escrito a partir de Nova York, que grafava Iorque, escreveu sobre política, economia, música, cinema, teatro e literatura. Deu pitacos a respeito de tudo — errando e acertando (nem Deus acerta tudo). Em tempos pré-internet, quando era muito difícil obter publicações estrangeiras, contribuiu para divulgar escritores que nunca haviam sido publicados no Brasil, como a excelente Muriel Spark. Suas colunas, publicadas duas vezes por semana, eram lidíssimas, entre as décadas de 1980 e 1990 — período em que eu comprava a “Folha de S. Paulo” e, depois, o “Estadão” para ler seus textos —, tanto pela direita quanto pela esquerda. A direita para amar suas diatribes — num tempo em que a direita era execrada, não havia quase nenhum espaço para jornalistas e intelectuais que não fossem da esquerda escreverem nos jornais — e a esquerda para odiá-lo. Ninguém ficava indiferente aos petardos. Os artigos eram verdadeiros ensaios, que ele ia desenvolvendo, às vezes, durante semanas. Alguns eram longos, outros mais curtos.
Para o deleite dos leitores de Paulo Francis (autor de memórias espantosamente deliciosas, “O Afeto Que Se Encerra”; muito superiores aos seus romances), a Editora Três Estrelas lança uma coletânea de artigos com o título de “A Segunda Profissão Mais Antiga do Mundo”. Ela contém textos sobre jornalismo, política e cultura, publicados entre 1975 e 1990. Curiosamente, a editora, do grupo que edita a “Folha de S. Paulo” — jornal que abriu espaço para desmerecê-lo depois que migrou para o “Estadão” —, o apresenta como o “maior polemista da imprensa brasileira”.
Num dos textos, Paulo Francis escreve, com seu velho estilo oracular: “Nunca apoiei governo algum. Acho que é um dever de jornalista adotar o mote dos anarquistas. Hay gobierno, soy contra”. Claro que ele teve sua fase jango-brizolista. Depois, passou a criticar João Goulart (sobretudo) e Leonel Brizola. O título da coletânea resulta de uma frase irônica sobre jornalismo (a primeira profissão do mundo era a prostituição).
Segundo a editora, há retratos memoráveis de Carlos Lacerda, o Corvo, Samuel Wainer, Antonio Maria, Stanislaw Ponte Preta, Henfil e Millôr Fernandes (um de seus melhores amigos).
Li a primeira coletânea publicada pela Três Estrelas e fiz dois comentários (https://jornalopcao.com.br/colunas/imprensa/livro-resgata-deboche-de-paulo-francis-sobre-o-pop, texto no qual menciona “O Popular”, e https://jornalopcao.com.br/colunas/imprensa/francis-ressalta-obra-de-jorge-amado-joyce-e-nelson-rodrigues). Avultam três coisas. Primeiro, a qualidade da informação dos textos. Segundo, a prosa bem escrita. Terceiro, os textos permanecem vivos, não estão datados.
Costumo dizer que há dois tipos de textos para jornal: os que morrem no mesmo dia e os que sobrevivem. Com a internet, os textos que chamo de “permanentes” continuam obtendo acesso anos depois de publicados. Paulo Francis era uma celebridade antes da internet. Com a rede, teria se tornado um campeão nacional de leitura.
A cantora Rita Lee é uma das maiores roqueiras brasileiras. Sua história seria mais bem contada por um jornalista independente, como Ruy Castro, ou um historiador da música, como Zuza Homem de Mello. Isto não invalida, de maneira alguma, o livro “Uma Autobiografia” (Globo Livros, 352 páginas), de Rita Lee. Caetano Veloso já havia escrito um excelente livro sobre a Tropicália (e até além dela), em “Verdade Tropical”. O importante é que, com sua obra, a artista lança as bases para, futuramente, algum pesquisador construir sua biografia (a artista continua vivíssima, agora escrevendo livros). O possível autor não vai partir do nada e, por certo, entenderá que a cantora está apresentando a sua versão, que sempre deve ser levada em conta, dos fatos.
O jornalista Guilherme Samora escreveu sobre o livro: “Do primeiro disco voador ao último porre, Rita é consistente. Corajosa. Sem culpa nenhuma. Tanto que, ao ler o livro, várias vezes temos a sensação de estar diante de uma bio não autorizada, tamanha a honestidade nas histórias. A infância e os primeiros passos na vida artística; sua prisão em 1976; o encontro de almas com Roberto de Carvalho; o nascimento dos filhos, das músicas e dos discos clássicos; os tropeços e as glórias. Está tudo lá. E você pode ter certeza: essa é a obra mais pessoal que ela poderia entregar de presente para nós. Rita cuidou de tudo. Escreveu, escolheu as fotos e criou as legendas — e até decidiu a ordem das imagens —, fez a capa, pensou na contracapa, nas orelhas... Entregou o livro assim: prontinho. Sua essência está nessas páginas. E é exatamente desse modo que a Globo Livros coloca a autobiografia da nossa estrela maior no mercado”.

Conhecido como Padre Ruy, o intelectual foi secretário da Educação do governo de Mauro Borges e Moisés Avelino, foi reitor da Unitins, trabalhou em Paris e na Guiné-Bissau
A TV Globo e Jô Soares não definiram qual será o último convidado do programa. Sugiro dois: Sergio Moro e Cármen Lúcia