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Real Madri não quer ser o 1º da Europa e o 2º da Espanha. É o motivo da queda de Zidane

Conquista da Liga dos Campeões enche o torcedor do Real de orgulho. Mas o que ele quer mesmo é ser campeão da Espanha

TCE-GO e Agência Lupa vão realizar oficinas de fact-checking

Iniciativa visa preparar jornalistas, estudantes e controladores sociais para utilizar metodologia que ajuda a combater fake news

Deusmar Barreto está internado com suspeita de meningite

O jornalista havia pedido a memória, mas já está reconhecendo as pessoas e respira sem aparelhos

Laís Fernanda, advogada, foi assassinada. Nilson Gomes diz que agora é luz

Laís estava terminando sua tese de mestrado em Processos Sustentáveis

A Laís agora é luz

Nilson Gomes 1 Laís Fernanda Araújo Era brilhante advogada Em breve realizaria O sonho de ser magistrada Mas na linda biografia Encerrou-se a alegria: Laís foi assassinada 2 Ninguém queria crer naquilo: “Ah, está mentindo quem diz” Pois Laís significava Só coisa boa e feliz Não, não podia ser verdade Se há limite na maldade Ela não chega à Laís 3 Laís conquistava a todos E tudo com seu talento Inteligência, persistência Esforço, discernimento Tanta virtude reunida Tanta beleza, tanta vida Não findariam num momento 4 Laís estava terminando Sua tese de mestrado Em Processos Sustentáveis Conteúdo elogiado No Brasil e até no Chile Tantas ideias em desfile Pro futuro deste Estado 5 Não há futuro sem Laís Não há lugar que no presente Suporte assistir quieto O sofrer de sua gente No Chile foi que Laís viu Como desfila no Brasil Quem faz sofrer o inocente 6 Mas Laís era a pureza No presente e no pretérito Estava vencendo concursos Para trabalhar em inquérito Depois, seria juíza Com a dedicação precisa De quem triunfa por mérito 7 O mérito nunca foi seu Era o que Laís dizia: “Deus dá tudo ao que crê Ar, água, a luz, o dia” Deus é bom, nos deu Laís Deu tudo o que ela quis: Bondade e sabedoria 8 Foi o que Laís inspirou Nos fiéis de sua igreja Mandando luz para os povos De onde quer que esteja E está junto de Deus De novo, por méritos seus De novo, por ser benfazeja 9 Bem fazia ao ensinar Às células, às crianças O ministério da Palavra Das palavras de esperanças De novo, ao novo, ao velho Levou a luz do Evangelho Levou a paz nas andanças 10 Por onde anda a paz? Voou como a pomba branca? “A paz está dentro de nós” Laís responderia franca Não duvidaria da fé Reafirmaria quem é O Deus que nos alavanca 11 Antes de a paz alçar voo Antes da noite fatídica Laís estava no Senar Como assessora jurídica Respeitada no Direito Por fazer tudo bem feito Por fazer tese verídica 12 Mas chegou a noite de maio Dia 10, no Alto da Glória O bairro de muitos amigos A moça, marca da vitória Conseguiu estacionar E foi mexer no celular Quando chegou a escória 13 O Inimigo tem mil faces Duas surgiram nas janelas Do Fit prata de Laís Como assombração daquelas De fazer tremer a espinha “De fazer a mulher sozinha” Acelerar pelas ruelas 14 O bandido se enganou Laís nunca esteve só Mas o tempo todo com Deus Não há companhia melhor – O diabo é a violência – Não adianta ter prudência De ninguém os monstros têm dó 15 As faces do Mal assustaram Laís acelerou sem ver Os bandidos viram ser fácil Matar sem que nem por quê Confiantes na impunidade Dois menores de idade E casal de fazer tremer 16 Laís não tremeu, assustou-se No País dos 60 mil Assassinatos por ano Quem estava perto ouviu Um tiro e uma corrida Pela morte, não pela vida E quem treme é o Brasil 17 Sejam maiores ou menores, Quatro maiúsculos no crime Um tiro fatal no tórax Fatal pra moça tão sublime Um tiro não só na Laís Tiro na cara do País Fatal pra este vil regime 18 Regime é sempre fechado Para as pessoas de bem Não podem sair de carro Nem a pé, ônibus ou trem Ficam presas dentro de casas O crime roubou-lhes as asas Liberdade ladrão é que tem 19 Quatro bandidos mataram Um apertou o gatilho Outro acompanhou do lado No carro-fuga o caudilho A quarta vigiou a rua Desde então, até a Lua E o Sol perderam o brilho 20 As Polícias foram rápidas Juntas prenderam o quarteto Civil e PM agindo Funcionou bem o dueto Problema é que marginal Se livra com a lei penal E o ECA obsoleto 21 A Laís é tão querida Que a tragédia já inspira Um movimento de juristas Nos quais as leis dão é ira Chega de Código vencido Que só traz razão a bandido O resto é tudo mentira 22 Edemundo de Oliveira É delegado e pastor Defende direitos humanos Mas se cansou desse horror Quem matou Laís é ladrão E perpétua é a prisão Que merece o malfeitor 23 Ladrão que mata pra roubar É chamado de latrocida Nas raras vezes que vai pego Sai logo pela lei falida Menores nem ficam nas celas Pros que surgiram nas janelas? Casa, roupa limpa, comida 24 As faces do horror nas janelas 13 e 16 anos Rindo da dor da família Rindo por estragar planos Inda dizem ser crueldade Que reduzir maioridade Afeta direitos humanos 25 A OAB divulgou nota Saudando os policiais Centenas de advogados Usaram redes sociais Elogiando a polícia Que por dias foi notícia Enjaulando os marginais 26 Os que a polícia prendeu Serão soltos pelas leis Os menores saem em meses Talvez sete, talvez seis Os maiores vão ficar Até a Copa do Catar Talvez antes, meu Deus!, talvez 27 Foi isso o que escreveu Demóstenes, um procurador Que tentou mudar as leis Em seu tempo de senador Diz que batia de frente Com quem acha que delinquente Merece carinho e flor 28 Demóstenes lembrou que todos No latrocínio envolvidos Haviam matado, roubado Deveriam estar detidos Mas a frouxidão das leis Transforma ladrões em reis E os cidadãos em bandidos: 29 “A família e os amigos Nunca mais verão Laís. Já as ruas logo verão A dupla que porta fuzis Matar quem estaciona A criminalidade é dona Da vida, da paz, do País” 30 As leis às quais Laís Dedicou sua juventude Precisam mudar com urgência E pra que algo aqui mude É preciso mostrar pra Nação Que Laís não sofreu em vão Que vamos tomar atitude 31 Laís não chegou a juíza Mas precisamos ter juízo Laís não reagiu, mas pra Nós agir logo é preciso Sua linda biografia Recomeça com alegria Começa a cada sorriso Nilson Gomes é jornalista, escritor e advogado.

Elon Musk planeja criação de site para avaliar notícias e jornalistas

[caption id="attachment_126407" align="alignnone" width="620"] Foto: Reprodução[/caption] O empreendedor Elon Musk, CEO da Tesla Motors, quer criar um site para avaliar notícias e jornalistas. “Vou criar um site onde o público possa avaliar a verdade básica de qualquer artigo e acompanhar a pontuação de credibilidade ao longo do tempo de cada jornalista, editor e publicação”, publicou no Twitter. A ideia inicial era chamar a plataforma de Pravda, o principal jornal da extinta União Soviética. Mas o domínio “pravda.com” já está comprado por ucranianos e Musk, conhecido por criticar a mídia, teve que se contentar com “pravduh.com”.

Livro diz que o Jornal do Brasil e Alberto Dines apoiaram o golpe de 64

“Toda a cúpula da redação”, como Alberto Dines e Carlos Lemos, seguiu o proprietário da empresa na defesa da derrubada de João Goulart [caption id="attachment_126457" align="alignnone" width="620"] Alberto Dines e a capa do livro "Até a ultima página" | Montagem: Reprodução[/caption]

Odylo Costa, Janio de Freitas e Alberto Dines são os três jornalistas que produziram revoluções gráfico-editoriais no “Jornal do Brasil”, que, um dia, foi o melhor e o mais charmoso jornal do país.

Em 1964, quando os militares, com o apoio das tradicionais vivandeiras — Carlos Lacerda e Magalhães Pinto na comissão de frente —, derrubaram o presidente República, João “Jango” Goulart, e se tornaram mandachuvas, a Imprensa, quase toda ela, apoiou o golpe. Não consta que, na cúpula das redações de “O Globo”, de “O Estadão” e do “Jornal do Brasil”, alguém tenha ficado corado. Se ficou, bebericando uísque, foi de satisfação.

O excelente livro “Até a Última Página — Uma História do Jornal do Brasil” (Objetiva, 564 páginas), de Cezar Motta, relata entre as páginas 135 e 136: “Como todos os grandes jornais brasileiros, à exceção do ‘Última Hora’, o ‘JB’ apoiou o golpe desde que começou a ser preparado. Mas o apoio não era restrito à direção da empresa, a Nascimento Brito e à condessa Pereira Carneiro. Toda a cúpula da redação, os jornalistas com responsabilidade pelo produto final, eram favoráveis: o editor-chefe, Alberto Dines, o chefe de redação Carlos Lemos, o editorialista Wilson Figueiredo e o recém-promovido chefe de reportagem, Luiz Orlando Carneiro”.

Pouco mais tarde, jornalistas críticos e posicionados, como Alberto Dines, começaram a ser perseguidos pela ditadura.

Alberto Dines, um dos mais notáveis e decentes jornalistas brasileiros, morreu na terça-feira, 22, em São Paulo, em decorrência de uma pneumonia.

Micro guia para o Grande Romance Americano de Melville a Philip Roth

“A Letra Escarlate”, “Moby Dick”, “As Asas da Pomba”, “Herzog”, “O Teatro de Sabbath” e “Meridiano de Sangue” cumprem a missão de “melhorar” a vida dos leitores Há nos Estados Unidos o “mito” do Grande Romance Americano. Alguém já o escreveu, alguém vai escrevê-lo? Quem? Na verdade, tal romance já foi escrito. Aliás, não se deve falar num romance, e sim em vários romances. E há escritores americanos que são, no geral, bons críticos literários. Entre eles estão Henry James, Saul Bellow (um ensaísta do primeiro time), John Updike e Philip Roth. Faltou neste micro guia alguém decididamente importante? Sim. Sempre falta. Não há listas completas. Se listas fossem completas seu nome não seria listas... e sim Deus. Faltou incluir escritores como Edgar Allan Poe (escreveu um romance e contos maravilhosos), Mark Twain (dele deriva a prosa enxuta dos Estados Unidos, segundo Edmund Wilson), Jack London (quem nunca teve prazer lendo seus livros que arranque a primeira página), Edith Wharton, Katherine Anne-Porter (grande contista), Eudora Welty, Thomas Wolfe, John Dos Passos, John Steinbeck (não é de primeira linha, mas sempre o li com prazer; “As Vinhas da Ira” é um romance denso, de cunho social), Paul Bowles, Bernard Malamud, Flannery O'Connor (sugestão do poeta Adalberto Queiroz), Toni Morrison (sugestão do poeta Carlos Willian Leite), Norman Mailer, James Salter (Richard Ford diz que é o escritor das melhores frases; além da prosa, escreveu memórias deliciosas; é um contista extraordinário), Gore Vidal (aprecio sua literatura, sua crítica literária e suas memórias; é um reserva de luxo do time titular), Truman Capote, Tom Wolfe e William Kennedy (sua literatura é de primeira linha). Por que não Susan Sontag e Edmund Wilson, também prosadores? Porque os vejo muito mais como excelentes críticos literários (Sontag mais na linha do ensaísmo). Wallace Foster? Não sei por quê, mas meu nariz torce quando meus olhos leem algumas páginas de seus livros. Foster, por sinal, não era mau crítico literário. Jonathan Safran Foer (muito bom) e Jonathan Franzen estão construindo uma obra. Paul Auster fica para a próxima lista. Nathaniel Hawthorne “A Letra Escarlate”, de Nathaniel Hawthorne, fica em pé ao lado de qualquer outro romance inglês ou francês, por exemplo. Um parceiro para o romance “Madame Bovary”, do francês Flaubert. A história permanece moderna, diria até atual — quiçá feminista. A sensibilidade para perceber o feminino, seus amores e desventuras, mostra um autor adiante, estética e moralmente, de seu tempo. A prosa é primorosa, não derramada nem lacrimosa. O matiz humanista é revigorante. Fica-se com a impressão de que a denúncia comportamental é mais sólida e reverberante quanto mais é ponderada e ampla a sua manifestação. Herman Melville “Moby Dick”, de Herman Melville, é um grande romance em qualquer perspectiva. Um diálogo com a cultura da humanidade, inclusive a espiritual (diria que há um pacto de guerra, revestido de ódio e amor, entre a baleia branca e Ahab — um laço inquebrantável entre o sagrado e o profano), e um enfrentamento do homem com a natureza. Quase todos, inclusive Faulkner na composição de seus personagens malditos, beberam na prosa caudalosa-bíblica de Melville (por sinal, bom poeta). Ah, a batalha épica é vencida pelo livro, e não pela baleia e pelo capitão. Henry James Henry James escreveu ficções seminais — como “Retrato de uma Senhora”, “As Asas da Pomba” e “A Taça de Ouro”. Poucos escritores são tão refinados — o que alguns confundem com pompa — quanto o prosador americano que se considerava inglês (mas seu tema era o americano na Europa — a redescoberta do velho mundo). Trata-se de um prosador que construiu belas personagens femininas (em geral, são decentes e, apesar de vítimas da codícia masculina, perceptivas). Algumas de suas personagens masculinas são “falhas”, por vezes canalhas. James tem um olhar delicado e preciso para o universo das mulheres. Elas são mais perspicazes do que, à primeira vista, parecem. Scott Fitzgerald Scott Fitzgerald comparece com o romance “O Grande Gatsby”. Os contos são, no geral, de primeira linha. Fica-se com a impressão, por vezes, que a vida de Francis ficou maior do que sua literatura. Tornou-se um personagem praticamente literário, como os homens e mulheres de carne e ossos que ele transformava nos seres fugidios de seus livros — caso do extraordinário casal de ricaços Gerald e Sara Murphy. Edmund Wilson o percebia como um dos gênios literários naturais. William Faulkner “O Som e a Fúria”, “Enquanto Agonizo”, “Luz em Agosto” e “Absalão, Absalão”, de William Faulkner, merecem figurar em qualquer antologia dos melhores da literatura transnacional. “Enquanto Agonizo” é a joia da coroa — a história é tão extraordinária quanto a forma narrativa (todos os personagens têm voz ativa e contam a história, que, assim, é de fato um mosaico de opiniões e narrativas). Os joycianos ficam, lógico, com “O Som e a Fúria”, filho dileto de “Ulysses”. A literatura de Faulkner é tão forte que influenciou autores díspares como Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. Ele chegou a visitar o Brasil, mas permaneceu bêbado quase todo o tempo. Era um borracho... de gênio. Ernest Hemingway Ernest Hemingway é tido mais como contista do que como romancista (mesmo respeitando a crítica literária, aprecio a prosa longa, algo frouxa, do autor de “Por Quem Os Sinos Dobram”, um belo romance, assim como “Adeus às Armas” e “O Sol Também se Levanta”). Teria escrito o Grande Conto Americano, como “Os assassinos” (que deu origem a dois bons filmes). José J. Veiga e Enio Silveira traduziram o americano muito bem. Hemingway é praticamente uma personagem — uma estrela —, como Scott Fitzgerald, que escapou da literatura para a vida real. É um ser mítico. J. D. Salinger J. D. Salinger publicou poucos livros e escondeu-se, afastando-se do público, mas não da fama e da celebração. Mas quem escreveu “O Apanhador no Campo de Centeio” jamais pode ficar fora de uma lista americana. O romance se tornou icônico, independentemente da qualidade (que tem). Com sua prosa fluente, capta à perfeição a vida de um adolescente (prosa e tema fundem-se, o que assinala a mestria do autor). Seus contos também são de qualidade. Saul Bellow Saul Bellow era canadense, mas fez sua vida nos Estados Unidos. Influenciou largamente a prosa de Philip Roth. Seus romances são caudalosos, inteligentes e discursivos — o que pode afastar o leitor apressado. Perde, e muito, aquele que não tiver paciência para ler seus livros, como “O Legado de Humboldt”, “Herzog”, “Henderson, o Rei da Chuva” e “As Aventuras de Augie March”. “Herzog” pode até não ser o mais emblemático, mas é o meu preferido. Roth é diferente de Bellow, mas este é, em parte, sua matiz literária. Os dois são modernistas, sabem tudo de James Joyce e Faulkner, mas caminham por outras searas. John Updike John Updike, o Balzac da classe média americana, escreveu uma série de romances, uma espécie de Comédia Humana dos Estados Unidos, seminais. A série “Coelho” é uma história alternativa dos Estados Unidos. Pode um escritor se tornar sociólogo de um povo? É provável. A veia compreensiva — aqui e acolá, compassiva — de Updike lembra até a pegada dos antropólogos. Mesmo quando descreve, de maneira meticulosa, personagens medíocres, com suas vidas insossas, o autor demonstra uma compaixão perceptiva. Os personagens, embora sejam menores, agigantam-se. A vida é grande, apesar de tudo — sugere o autor. Joyce Carol Oates Joyce Carol Oates é, seguramente, a maior escritora americana viva, ao lado de Cormac McCarthy. Escreve sobre quase tudo, até boxe, e sempre muito bem. Está a merecer o Nobel de Literatura. Para conhecer sua prosa, vale a pena começar pelo romance “Filha do Coveiro”. Poucos escritores colhem temas reais (no caso de Oates, a história de sua família) e conseguem imaginá-los tão bem quanto a autora (a realidade, recriada, fica mais vívida e, portanto, compreensível). Diria que é a Ian McEwan dos Estados Unidos. Por ser tão macabra quanto? Não. Por escrever tão bem quanto o britânico. Philip Roth Philip Roth fez um retrato da América, sua amada e problemática América, para além dos temas judaicos. Porque o mundo dos judeus, por mais que tenha sua especificidade, está integrado ao mundo global, nos e fora dos Estados Unidos. Recomendo como primeira leitura “O Complexo de Portnoy”, para o leitor entrar, de cara, no universo rothiano. Depois, pode seguir em direção a “Lição de Anatomia”. Em seguida, o leitor fica livre para escolher qualquer um de seus romances, desde os mais densos aos mais, se se pode dizer assim, amaneirados. A obra-prima de Roth talvez seja o conjunto de seus romances. Mas considera-se “O Teatro de Sabbath” como sua obra basilar, seguida, quem sabe, de “Pastoral Americana”. “Complô Contra a América”, embora tenha a ver com a Segunda Guerra Mundial, é quase uma biografia indireta de políticos como George W. Bush e Donald Trump. “O Seio”, pouco conhecido no Brasil, é uma mimetização de “A Metamorfose”, de Kafka. Perde, claro, para a novela do tcheco. Thomas Pynchon Thomas Pynchon, de 81 anos, é o Jerome David Salinger dos tempos atuais. Recluso, não concede entrevistas, mas persiste escrevendo bons livros. Sua prosa é difícil, dado o congestionamento de informações às vezes científicas e às vezes da cultura popular. Sua leitura fica mais fácil com a internet — o Google e o YouTube (para as referências musicais). Como deve ser o início de sua leitura? Não há uma fórmula. Mas recomendo, por uma questão de facilidade de leitura, que se inicie o contato com sua prosa pelo romance “Vício Inerente”, aliás relativamente bem adaptado pelo cinema. “O Leilão do Lote 49”, romance mignon, é outra porta de entrada. Depois, pode-se fazer uma tentativa com os gigantes “V.”, “O Arco-Íris da Gravidade”, “Vineland” e “O Último Grito”. Com um pouco de paciência, é possível seguir adiante, sem grandes atropelos. Basta pegar o “jeito” de Pynchon narrar e agrupar as informações sobre determinados períodos e assuntos. Vladimir Nabokov O leitor certamente vai estranhar a menção a Vladimir Nabokov, se é russo, e não americano. A prosa do escritor deve muito à sua vivência nos Estados Unidos. “Lolita” pode até ter certa ligação com “Anna Kariênina”, de Liev Tolstói — um de seus ídolos literários. Mas o romance deve muito às obsessões e ao puritanismo americanos. Pode-se dizer que, mesmo não tendo deixado de ser russo, Nabokov é, em larga medida, um prosador ianque. “Lolita” serve como uma espécie de Muro de Berlim para a obra extensa e de alta qualidade do caçador de borboletas. “Ada”, “Fogo Pálido” e “A Verdadeira Vida de Sebastian Knight” são livros excepcionais. Há algum tempo, a Alfaguara lançou seus contos no Brasil (“Contos Reunidos”). Há preciosidades nem sempre reconhecidas, porque pouco lidas. Não dá para não ler sua autobiografia, “Fala Memória”. Sua crítica literária é de primeira linha. Cormac McCarthy Ao lado de Joyce Carol Oates, Cormac McCarthy, de 84 anos, talvez seja o maior escritor americano vivo. Harold Bloom, que é seu admirador, aponta “Meridiano de Sangue” como um romance shakespeariano. Talvez seja mesmo. O juiz da obra é, de fato, uma personagem que escapou do teatro do bardo britânico e ressurgiu nos Estados Unidos. O livro contém várias formas, inclusive a do western. Mas é, no fundo, uma grande obra literária. O autor escreve prosa de excelente nível, mas nada igual a “Meridiano Sangrento” (o romance recebeu este título noutra tradução). É um dos nobelizáveis dos steites. Com a morte de Philip Roth, que era rejeitado pelos suecos, a Academia de Estocolmo se sentirá livre para premiar McCarthy ou Joyce Carol Oates. Richard Ford O leitor desavisado, ao pegar um romance de Richard Ford, de 74 anos, eventualmente pode pensar que está lendo o duplo de John Updike. Mas é um engano. Eles, de fato, são parecidos, na obsessão de contar a vida de um homem e, por meio dela, a história dos americanos de uma determinada época. Mas Ford é mais corrosivo do que Updike e sua prosa é mais límpida (mais direta, quem sabe). “O Cronista Esportivo”, “Independência” e “O Sal da Terra”, a trilogia centrada na personagem Frank Bascombe, dão vislumbres da magnífica prosa do autor. Recomendo vivamente sua literatura. Don DeLillo Autor de uma prosa estupenda, Don DeLillo ficou imprensado, quem sabe, entre John Updike e Philip Roth, mais canônicos. Sua literatura, às vezes mais política, é de alta qualidade — e, como Cormac McCarthy, aventura-se em temas que nem sempre figuram nas obras dos escritores consagrados, como a (ou uma quase) “ficção científica”. “Submundo” (tradução de Paulo Henriques Britto) e “Ruído Branco” são dois dos mais importantes romances de DeLillo. Ele enfrentou o 11 de Setembro com “Homem em Queda”. “Cosmópolis”, levado ao cinema, exibe sua literatura inventiva. “Zero K”, sobre a imortalidade, é seu último romance publicado no Brasil. Nove contos podem ser conferidos em “O Anjo Esmeralda”. l

O primeiro parágrafo de 10 romances de Philip Roth

O escritor americano publicou obras-primas como “O Complexo de Portnoy”, “O Teatro de Sabbath” e “Pastoral Americana”

Jornalista que matou psiquiatra é condenado a 40 anos de prisão

Eduardo Madureira havia sido paciente de Eduardo Guenka

Burnier vai cobrir a Copa da Rússia e, na volta, vai para a Globo News

O experimentado jornalista será apresentador do novo jornal da manhã

Philip Roth morre aos 85 anos e deixa um obra de alta qualidade

Um dos romances do escritor americano foi inspirado em livro de Machado de Assis

Jô Soares vai comentar Copa da Rússia para a Fox Sports

O humorista e escritor vai participar do programa “Debate Final”

Morre o brilhante jornalista Alberto Dines

O ex-editor do “Jornal do Brasil” e autor de uma biografia excelente do escritor Stefan Zweig estava se tratando de uma pneumonia