Bastidores

[caption id="attachment_50936" align="aligncenter" width="620"] Jovair Arantes, Lúcia Vânia, Wilder Morais, e Vilmar Rocha: os quatro querem ser companheiros de Marconi Perillo na disputa por uma vaga no Senado e por isso jogam pesado pela Prefeitura de Goiânia[/caption]
Os luas azuis da base do governador Marconi Perillo já avaliam que a base governista deve lançar de cinco a seis candidatos a prefeito em Goiânia. Inicialmente, pensava-se num consenso de todas as forças políticas marconistas. Porém, como uma aliança no primeiro turno parece cada vez mais complicada — sobretudo porque não está em jogo apenas as eleições de 2016, mas também a construção da hegemonia política para 2018 —, aposta-se que o tráfego sucessório será (já está) congestionado.
O curioso é que sobretudo os possíveis candidatos a senador em 2018 são os que estão jogando com mais interesse e energia em Goiânia. A presidente do PSB, senadora Lúcia Vânia; o presidente do PSD, ex-deputado federal Vilmar Rocha; o presidente do PTB, deputado federal Jovair Arantes; e o presidente do PP, senador Wilder Morais, pretendem disputar mandato de senador daqui a três anos. Para tanto, estão reforçando suas posições em Goiânia — numa autêntica guerra de trincheiras. Aí está o maior eleitorado do Estado.
Wilder Morais convocou Sandes Júnior para uma conversa e perguntou, de cara, se planejava disputar a Prefeitura de Goiânia. O deputado federal admitiu que pretendia, mas a falta de estrutura é o empecilho. O senador disse-lhe que se preocupasse com os votos, pois ele se preocuparia com a estrutura da campanha.
A senadora Lúcia Vânia revelou-se, antes de todos, a articuladora mais refinada. Ela, que era filiada ao PSDB mas não tinha autoridade na legenda, de repente assumiu o controle de dois partidos: o PSB, do qual se tornou presidente, e o PPS, por intermédio de um sobrinho, o deputado federal Marcos Abrão. Além disso, banca um pré-candidato consistente para prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso. Mesmo que este não seja eleito, Lúcia Vânia, com o controle de dois partidos, está cacifada para a reeleição.
Jovair Arantes parecia “soterrado” e “fragilizado” por se contrapor a Marconi Perillo. Porém, numa tacada de mestre, lançou Luiz Bittencourt como pré-candidato do PTB a prefeito de Goiânia. Depois de supostamente fazer parte do jogo de Iris Rezende — poderia bancar seu filho, o deputado Henrique Arantes, para vice do peemedebista-chefe —, Jovair criou o próprio jogo ao bancar o articulado Bittencourt.
Vilmar Rocha, político discreto mas articulado, saiu da toca e disse que o PSD deve lançar candidato a prefeito de Goiânia. Pode ser Thiago Peixoto, Francisco Júnior ou Virmondes Cruvinel. Colocando um pé na capital, Vilmar Rocha está dizendo: “Estou no jogo para o Senado”. A ele interessa, em 2018, o Senado ou o governo de Goiás.
Dos postulantes ao Senado, o único que realmente está definido é Marconi Perillo. É o nome que ninguém contesta. Mesmo assim, bancará Jayme Rincón (ou Giuseppe Vecci) para prefeito. Retirar Goiânia do controle das oposições será positivo para fortalecer a chapa majoritária em 2018, aposta o tucano-chefe.

Anápolis é Marconi Perillo. Quer dizer: o governador de Goiás é muito bem avaliado na cidade, que o considera como um dos seus. Trata-se do município com o qual mais tem identidade. Por isso, nas eleições para prefeito em 2016, praticamente todos os candidatos são marconistas.
O prefeito João Gomes, do PT, não esconde que tem simpatia pelo tucano-chefe. Mais: admite publicamente que são amigos. Recentemente, viajaram juntos para a Europa, o que deixou o deputado federal Alexandre Baldy com pulgas atrás das orelhas. Ele nega, mas ninguém acredita — dada a “tromba”. Ressalve-se que Gomes não vai romper com os aliados petistas, como o deputado federal Rubens Otoni e o ex-prefeito Antônio Gomide — irmãos —, que também têm profunda identificação com o eleitorado anapolino.
Alexandre Baldy é do PSDB e, apesar da aproximação recente com o senador Ronaldo Caiado, do DEM, deve contar com o apoio direto do governador. Baldy afirma que suas relações com Marconi Perillo são as melhores possíveis. Não parece, mas, se insiste, devem ser. A viagem do tucano com o prefeito para a Europa sugere mais do quer crer o parlamentar.
Carlos Antônio pertence ao Solidariedade e é aliado do ex-deputado Armando Vergílio — integrantes do partido sustentam que foram abandonados pelo “rei dos seguros” —, mas admite que é marconista e que gostaria de ter o governador em seu palanque. Não terá, é claro. Porém não vai fazer discursos contrários ao tucano, até porque, se fizer, Anápolis o “expurga”.
José de Lima pertence ao PDT, mas, desprestigiado pela deputada Flávia Morais, deve disputar a prefeitura por outro partido. O ex-deputado diz, para quem quer e para não quer ouvir, que é marconista de carteirinha. Onaide Santillo, do PSDB, e Pedro Canedo, do PP, são marconistas.
Há situação e oposição em Anápolis. Mas não há, a rigor, oposição ao governador Marconi Perillo.

Avaliar 2018 a partir do quadro político atual é temerário. Entretanto, como os políticos estão movendo suas peças, sobretudo com vistas à disputa majoritária daquele ano, não há como escapar de especular a respeito. Pode-se sugerir que a chapa majoritária do governismo está praticamente definida.
O vice-governador José Eliton será o candidato a governador. Sua filiação ao PSDB indica isto. O deputado e secretário Thiago Peixoto, do PSD, tende a ser o vice. O governador Marconi Perillo, do PSDB, e Lúcia Vânia, bancada pelo PSB e pelo PPS, devem ser candidatos a senador. O senador Wilder Morais pode ser suplente do tucano-chefe. Vanderlan Cardoso, se não for eleito para prefeito de Goiânia, é cotado para a suplência da presidente do PSB.

[caption id="attachment_36423" align="aligncenter" width="620"] Paulo do Vale e Heuler Cruvinel: oposição? | Fotos: reprodução / Facebook[/caption]
O pré-candidato do PMDB a prefeito de Rio Verde, o médico Paulo do Vale, tem comemorado, em reuniões com aliados políticos, a divisão do grupo do prefeito Juraci Martins, do PP. Agora, na verdade, são dois grupos: de um lado, o do prefeito; e, de outro, o do deputado federal Heuler Cruvinel.
Bancado pelo deputado Vilmar Rocha, Heuler Cruvinel vai disputar a Prefeitura de Rio Verde e, no momento, aparece como favorito. Se conquistar o petista Karlos Cabral para vice, o que daria à sua chapa uma coloração mais progressista — embora Rio Verde tenha uma tradição conservadora —, pode ficar ainda mais forte.
Heuler Cruvinel costuma dizer que trabalhou pelo consenso, embora seja visto como desagregador pelo grupo de Juraci Martins. Resta saber se fica mais forte como candidato de “oposição”, ocupando, por assim dizer, parte do espaço político de Paulo do Vale.
Juraci Martins pretende bancar a candidatura do deputado estadual Lissauer Vieira (Rede ou PP). Trata-se de um político jovem, mas articulado e, politicamente, hábil. Se subestimado por Heuler Cruvinel, pode acabar surpreendendo. Uma chapa com Lissauer Vieira e o vereador Paulo Henrique Guimarães na vice pode ser vista pelo eleitorado como consistente e renovadora.
Já Paulo do Vale, segundo dizem alguns de seus aliados, avalia que a divisão do eleitorado governista beneficia sua candidatura. A crise “caiu do céu”, afirmam seus correligionários. Mas e se o eleitorado passar a avaliar que Heuler Cruvinel é a “verdadeira oposição”, a radicalizada, e não ele?
Paulo do Vale terá de disputar, a partir de agora, não apenas a prefeitura, mas também o “espaço” de quem é “o” opositor mais consistente ao grupo dominante.
Se Paulo do Vale não fizer um marketing eficiente, colocando-se (e sendo assimilado pelos eleitores) como “a” oposição real, Heuler Cruvinel poderá se apresentar, em 2016, como a alternativa efetiva.
O rompimento de Heuler Cruvinel com Juraci Martins, portanto, trouxe consequências para todos, inclusive para Paulo do Vale. Resta saber quem ficará com os “efeitos positivos” e quem ficará com os “efeitos negativos”.
Pode-se falar que a disputa pela prefeitura está “zerada”? Quase.

[caption id="attachment_33554" align="aligncenter" width="620"] Renato de Castro: pelo PT, sai do processo; pelo PMDB, é forteFoto: Marcos Kennedy / Alego[/caption]
Goianésia tem uma política qualitativa e não raivosa. Os grupos do prefeito Jalles Fontoura, do PSDB, e do ex-prefeito Gilberto Naves, do PMDB, elevaram o nível político do município. As campanhas têm críticas sólidas e firmes, mas raramente há baixarias. Agora, o tucanato deve bancar Robson Tavares, médico conceituado e popular, para prefeito.
Robson Tavares é aliado fiel de tucano Jalles, mas mantém certo grau de autonomia. Não é, por assim dizer, teleguiado.
Gilberto Naves, de 64 anos, não pretende disputar mais eleições. Avalia que chegou o momento de abrir espaço para políticos mais jovens e que tenham vontade de disputar eleições. Porém, sem Gilbertinho, o PMDB se torna menor. O que fazer?
Renato de Castro foi eleito deputado estadual pelo PT. Na verdade, sem o apoio decidido do PMDB de Gilberto Naves, que colaborou na articulação de sua campanha, dificilmente teria sido eleito. A rigor, o petismo não contribuiu com sua vitória. Portanto, o parlamentar “está” mas “não é” do PT.
Se a janela for aprovada, Renato de Castro se filiará ao PMDB e vai disputar a prefeitura pelo partido. Mesmo assim, não perde o apoio do PT, que sabe avaliar contingências e especificidades locais.

[caption id="attachment_50920" align="aligncenter" width="620"] Iris Rezende e Edward Madureira: dobradinha fica? | Fotos: reprodução / Facebook[/caption]
Iris Rezende tentou assumir o comando do PMDB por intermédio do preposto Nailton Oliveira.
Achou que todos se submeteriam ao seu jogo, mas não contou com a pertinácia do deputado federal Daniel Vilela, que o enfrentou, conseguiu derrotá-lo e deverá ser o presidente da comissão provisória (ele ou o deputado Pedro Chaves).
Mas o confronto interno do PMDB, ao enfraquecer Iris, gerou uma contradição: o irismo, que estava reticente em relação a uma aliança com o PT, agora começa a aceitá-la. O peemedebismo avalia que o ex-reitor da UFG Edward Madureira, dado ao fato de não ter desgaste, seria o vice ideal para a disputa da Prefeitura de Goiânia.

O deputado Waldir Soares é um mesmo fenômeno político e eleitoral. Em Goiânia, as pesquisas de intenção de voto mostram-no em segundo lugar, colado em Iris Rezende. Mas o delegado tem condições de ultrapassar o postulante do PMDB? No momento, está a cerca de 10 pontos atrás do peemedebista-chefe. Waldir cresceu muito, mas estabilizou-se. O que precisa fazer para crescer e se tornar uma ameaça efetiva a Iris? A popularidade de Waldir, na disputa contra um peso pesado como Iris, tem um limite. Chega o momento em que os dois ficam “tirando” eleitores um do outro, com certa vantagem para Iris, que tem menos rejeição nas classes médias. Teme-se nas classes médias que, embora bem-intencionado, Waldir não tenha condições técnicas de gerir uma cidade complexa como Goiânia. Acredita-se que falta-lhe conteúdo político e administrativo. Então, para sair do lugar e se aproximar, perigosamente, de Iris, e logo no início de 2016 — para criar a expectativa de “virada” —, Waldir precisa de pelo menos uma providência. “Encorpar” a estrutura de sua pré-campanha. Para tanto, precisará ampliar seus apoios políticos, agregar valores para ampliar seu próprio valor. O problema é que, no lugar de agregar, Waldir funciona como um elemento desagregador. Aos poucos, orientado pelo craquíssimo Marcus Vinicius — um dos marqueteiros patropis que mais entendem de política, e não só de marketing —, Waldir vai entender que todo apocalíptico um dia precisa aparentar, ao menos aparentar, ser um pouco integrado.
Uma campanha eleitoral de 45 dias, com 35 dias de exposição na televisão e no rádio, é tida como curta pelos políticos. Mas é um grande problema? Não é, admitem. Qual é o jogo? Os políticos sublinham que a campanha curta esconde uma questão favorável. A pré-campanha será a mais longa da história. A pré-campanha é uma campanha estendida. Se na campanha há regras rígidas, com punições exemplares para quem não cumpri-las, na pré-campanha afigura-se uma verdadeira selva, com liberação quase total. Os pré-candidatos só não podem se apresentar como candidatos e, portanto, não podem pedir votos. Mas podem fazer discursos, arregimentar apoios e até organizar festas.

O deputado federal Marcos Abrão, que está sendo bem-sucedido em Brasília, deve apoiar o pré-candidato do PSB a prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso. Presidente do PPS, Marcos Abrão talvez tenha mais o perfil do candidato que o goianiense quer. É jovem, arrojado, moderno, tem vontade de “crescer” na política. Se candidato, sairia bem atrás, mas, se expuser um discurso avançado para a capital — na área de habitação popular, por exemplo —, talvez crescesse rapidamente. Vanderlan Cardoso, embora tenha sido candidato a governador duas vezes, patina em terceiro lugar, atrás de Iris Rezende e do deputado Waldir Soares, e sem perspectiva de crescimento. Porque não está nem estagnado — está caindo. O motivo: está sendo solapado por Waldir Soares, que, aos poucos, está sendo visto como “a” a alternativa eleitoral possível a Iris Rezende.

As prévias do PSDB para definir o candidato a prefeito de Goiânia serão realizadas em março ou abril, afirma o presidente do partido, Afrêni Gonçalves. “Elas terão algumas variáveis. Os pré-candidatos precisam ter um projeto para a sociedade e pesquisas serão consultadas. Outras variáveis ainda vão ser definidas.”

O comentário na base do governador de Goiás, Marconi Perillo, em Anápolis é um só: o deputado federal Alexandre Baldy, do PSDB, precisa assumir que é, de fato, pré-candidato a prefeito. Políticos locais, inclusive tucanos, dizem que não são procurados por Alexandre Baldy. Pelo contrário, são olimpicamente ignorados.

O pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso, tem comentado que precisa de uma vice que robusteça sua campanha ou pelo menos tenha tempo de televisão.
O nome de Simeyzon Silveira tem a simpatia, mas o tempo de televisão de seu partido é quase nada. O PPS tem mais tempo de tevê, mas não tem um nome de destaque na capital, excerto o deputado federal Marcos Abrão, que não quer ser vice.
O que fará Vanderlan? Por certo, vai aguardar a definição da chapa tucana. Digamos que o vice de Jayme Rincón, ou de outro candidato do PSDB, não seja Virmondes Cruvinel, do PSD. Excluído da disputa da chapa governista, resta ao PSD dois caminhos. Lançar candidato próprio — Cruvinel, Thiago Peixoto ou Francisco Jr. — ou compor com outro candidato.
É provável que, conforme o quadro político do início de 2016, Vanderlan Cardoso ofereça sua vice ao PSD do ex-deputado federal Vilmar Rocha. Uma chapa com Vanderlan e Cruvinel não é nada fraca.
Se Vanderlan é visto como um outsider em Goiânia, Cruvinel é apontado como insider.
Vale acrescentar que o PSD vai jogar para si e por si, não para reforçar a musculatura do PSDB, nas disputas de 2016 e 2018.

Do deputado Sandes Júnior: “Eu não sei se o deputado Waldir Soares vai deixar o PSDB, mas estou convicto de que vai disputar a Prefeitura de Goiânia”. Qual o motivo de tanta convicção. “Ser candidato em Goiânia, onde obteve mais de 170 mil votos, é a verdadeira obsessão do delegado. Ele não esconde isto de ninguém.” Líderes dos principais partidos da base do governador Marconi Perillo desconfiam que há uma tentativa, nada sutil, por parte da cúpula de fortalecer exclusivamente o PSDB para a disputa eleitoral de 2016. Os líderes não apresentam publicamente suas desconfianças sobre a “hegemonia excessiva” do tucanato. Porém, internamente, as discussões começam a pipocar.

[caption id="attachment_50832" align="alignleft" width="300"] Candidatos em Aparecida[/caption]
O presidente do PSDB em Goiás, o ex-deputado Afrêni Gonçalves, afirma que a parceria administrativa entre o governador Marconi Perillo, do PSDB, e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, do PMDB, é sólida. “Mas trata-se de uma parceria administrativa, porque gestor não faz oposição a gestor. Nós vamos lançar candidato a prefeito e não vamos compor com o PMDB de maneira alguma.”
Afrêni sublinha que o PSDB de Aparecida tem quadros políticos e técnicos qualificados. “Um partido que conta com Ozair José [vice-prefeito], Silvio Benedito [comandante-geral da Polícia Militar], Alcides Ribeiro [empresário], Cybelle Tristão [vereadora] e Manoel Nascimento [vereador] não pode pensar em lançar vice do PMDB. Um deles vai disputar a prefeitura. Agora, se o PMDB quiser nos apoiar, aceitaremos de bom grado.”
O tucano frisa que o presidente da comissão provisória do PSDB em Aparecida é indicado pelo deputado Waldir Soares.
“Waldir Soares certamente pedirá votos para nosso candidato em Aparecida. Ressalte-se que é forte eleitoralmente no município”, frisa Afrêni Gonçalves. “O deputado federal João Campos e o deputado estadual Mané de Oliveira também subirão no palanque tucano no município. Como Maguito Vilela não será candidato, a tendência é o PSDB eleger o próximo prefeito da cidade. Nós temos os melhores nomes. Basta, portanto, fazermos uma campanha azeitada.”

O Jornal Opção perguntou para seis líderes partidários: qual vai ser o principal problema das eleições de 2016? Inicialmente, pensou-se que os políticos diriam que seria a campanha mais curta, pouco mais de 40 dias. Mas todos disseram que isto não será problema, porque se terá tempo, na pré-campanha, para expor nomes e projetos. O principal problema será, concordam os entrevistados, dinheiro. A campanha de 2016 tende a ser mais espartana. Por 2 motivos. Primeiro, há a crise econômico-financeira — que não será debelada em 2016. Há a possibilidade de se agravar. O empresário tende a colocar menos recursos na campanha. Segundo, e mais decisivo, na opinião dos políticos, é a questão de possíveis investigações tanto do Ministério Público quanto da Polícia Federal. Eles dizem que as prisões de empresários bilionários, como o presidente da Odebrecht, assustam empresários de grande, médio e pequeno porte. Os empresários temem que, mesmo colaborando como pessoa física, sejam convocados para apresentar explicações. É certo que não vão deixar de colaborar, pois muitos mantêm negócios e contatos com políticos, mas colocarão um pé atrás e vão se cercar de determinados cuidados. Noutras palavras, tentarão trabalhar mais na legalidade — se isto é inteiramente possível em campanhas eleitorais. O certo é que, desde já, vários empresários, afiançam os políticos, estão mais cuidadosos e, sobretudo, temerosos com o financiamento das campanhas. “No final, independentemente da mudança das leis, são os empresários que bancam as campanhas. Só quem tem excedente financeiro pode distribui-lo em campanhas eleitorais”, afirma um deputado federal.