Bastidores

O prefeito de Catalão, Adib Elias (MDB), deu entrevista na quinta-feira de manhã falando que gestão do ginásio de esporte reformado pelo governo estadual na cidade teria a gestão da prefeitura. À tarde, foi desmentido categoricamente pelo deputado Gustavo Sebba (PSDB). O tucano disse que Adib mentiu e reproduziu nas redes sociais uma fala do presidente da Codego, Júlio César Vaz, que reformou o ginásio, rebatendo o prefeito e reafirmando que a gestão do ginásio será do Estado.

O jornal “O Popular” perde espaço nas redes sociais, em especial no Facebook. No mês de dezembro, os acessos do Pop caíram 15%, segundo levantamento de institutos independentes. O Jornal Opção é o veículo que mais cresce nas redes em Goiás.

Aliados ouvem do prefeito Iris Rezende que aumento de impostos é "inevitável". Eles têm sentido o gosto amargo da realidade apresentada pelo Paço para 2018. Apesar de prometer obras, em especial de pavimentação e reformas, o decano emedebista deixa claro que será preciso aumentar impostos (leia-se IPTU). Em on, todos negam de pés juntos e pintam um céu de brigadeiro para Goiânia neste ano.

Emedebista pode até desagradas aliados, mas é o único que saberá "mexer o doce"

[caption id="attachment_97261" align="aligncenter" width="620"] Vereadora Priscilla Tejota | Foto: Alberto Maia[/caption]
A vereadora Priscilla Tejota (PSD) afirmou ao Jornal Opção que a vida fácil da oposição ao prefeito Iris Rezende (MDB) na Câmara acabou. Em 2018, o decano já avisou que não cometerá os mesmos erros do ano passado — quando sofreu derrota atrás de derrota no Legislativo — e terá uma base sólida.
E já começou com a mudança de discurso: se antes dizia que indicaria o líder na Câmara "no tempo oportuno", avisou jornalistas na sexta-feira, 12, que a indicação sai na primeira semana.
"Vai ter que haver uma grande união dos contrários a esse projeto que está aí. Se não nos fortalecermos, vamos acabar perdendo assuntos importantes, como o próprio Plano Diretor de Goiânia", alertou Priscila.
Para tentar neutralizar o poder dos 18 a 21 votos que o Paço deve ter, os independentes e oposicionistas devem apostar no contato com a população e com a ajuda da imprensa. "Muitos vereadores combinavam algo com o prefeito, mas quando sentiram a pressão popular, foram obrigados a mudar de posição", lembrou.

[caption id="attachment_99197" align="aligncenter" width="620"] Iris Rezende e a esposa ao fundo: eminência parda? | Foto: Fernando Leite[/caption]
Há quem diga que a indicação da liderança do prefeito na Câmara estaria condicionada a apoio à candidatura da primeira-dama, Dona Íris (MDB), à deputada federal. Iris Rezende (MDB) estaria jogando para matar dois coelhos numa cajadada só: ter o mesmo interlocutor para os interesses da prefeitura e os da esposa no Legislativo.

Águas Lindas de Goiás está entre os 26 melhores municípios avaliados pelo Tribunal de Contas do dos Municípios

[caption id="attachment_114248" align="alignright" width="620"] Luciano Carneiro, vice-presidente da ABIH Nacional: “Além de pagarmos impostos muito altos, ainda sofremos concorrência desigual do Airbnb”[/caption]
O setor hoteleiro do País pode ter imposto reduzido neste ano. A Câmara dos Deputados analisa um projeto de lei que reduz de 4,5% para 2% a contribuição sobre o valor da receita paga pelo setor. O tributo incide sobre o faturamento da empresa e substitui a contribuição patronal de 20% incidente sobre a folha de pagamento.
O goiano Luciano Carneiro, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), comemora toda e qualquer redução tributária para o setor, que, diz, está em crise há cinco anos. Mas observa que os governos estaduais e as prefeituras também deveriam estar atentos à questão e, da mesma forma, diminuir os impostos que penalizam a hotelaria.
O executivo é proprietário do Hotel Rio Vermelho, em Goiânia, e atua como representante classista há muitos anos. Ele conta que nas festas de final de ano algumas capitais, como Salvador e Rio de Janeiro, até conseguiram 100% de ocupação. “Em São Paulo também melhorou, mas o valor das diárias caiu. Como o preço foi diminuído, agora o setor não consegue aumentar, o que é problema. Depois do réveillon, os hotéis voltaram a ficar vazios”, afirma.
Segundo Luciano Carneiro, em Goiânia o setor também está passando por dificuldades. O valor das diárias estão muito baixos. “E aqui, o IPTU está subindo demais. Falei com o prefeito Iris Rezende (PMDB), que disse que a prefeitura está quebrada, mas o povo também está quebrado, não é por aí que vai resolver o problema.”
Carneiro diz que o setor imobiliário está construindo muitos hotéis em Goiânia. “Mas será que fizeram pesquisa para isso? Claro que não. O setor não comporta. Eles constroem, vendem, e o prejuízo acaba ficando com quem compra essas novas unidades.”
Além da questão tributária, o executivo aponta outro grande vilão para a hotelaria brasileira: a concorrência predatória do aplicativo Airbnb, pelo qual os imóveis são colocados diretamente em oferta para os interessados.
O problema, diz Carneiro, é que o Airbnb não paga impostos e não gera empregos, diferentemente do setor hoteleiro regular. “Não tememos concorrência, que é até salutar, força a oferta de melhores serviços por parte dos hotéis. Mas nós pagamos impostos altos, geramos empregos. Como concorrer com um sistema que não paga nada disso? É desigual.”
Ele lembra que as prefeituras reclamam de falta de dinheiro, mas não se dão conta de que poderiam ter uma arrecadação significativa com impostos do site. “O município de Caldas Nova começou a tributar o Airbnb, desde o dia 1º de janeiro. Agora, no dia 17, a ABIH vai se reunir em Brasília e debater a questão. Com todos os problemas que vivemos, a concorrência desleal do Airbnb é ainda mais danosa. E o País, os Estados e os municípios estão deixando de arrecadar um bom dinheiro. Na Europa, só no primeiro trimestre de 2017, o site de hospedagem pagou 2,5 milhões de euros de impostos.”

[caption id="attachment_114245" align="alignright" width="620"] Deputado Thiago Peixoto e secretário Vilmar Rocha: forças do PSD[/caption]
Conciliador, o deputado federal Thiago Peixoto defende que o PSD caminhe unido com a base aliada do governador Marconi Perillo nas eleições deste ano. Ele afirma que não é momento para defender independência ou projeto paralelo. Sua posição difere do que até pouco tempo defendia o presidente local da legenda, Vilmar Rocha, titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestru-tura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima). O ex-deputado federal chegou a assumir discurso de rebeldia e falar até em candidatura própria caso não exista espaço para o PSD na chapa majoritária que terá o vice José Eliton (PSD) à frente.
O próprio nome de Thiago Peixoto foi muito cotado para vice de Zé Eliton, mas o parlamentar tem se dedicado cada vez mais às suas bases. Ele está trabalhando a candidatura à reeleição. Com isso, cresce em Vilmar, um dos políticos mais preparados de Goiás, o desejo de ser novamente um dos nomes da base ao Senado. Como uma das vagas deve ser mesmo do governador Marconi Perillo (PSDB), o grande problema é a disputa ferrenha entre outros partidos da base como o próprio PSD, o PSDB, o PP, o PTB e o PSB.
Apesar de reconhecer a relevância e a força do PSD na base aliada, além da legitimidade, Thiago tem tratado com cuidado o assunto. Ele sempre destaca a importância do vice, do governador Marconi Perillo e a união dos partidos aliados. Habilidoso, o parlamentar teme que nomes como o do senador Ronaldo Caiado (DEM) possam ganhar espaço e se beneficiar em caso de divergências sérias na base.
Thiago Peixoto, aliás, não tem poupado críticas à forma caiadista de fazer política. Para ele, Caiado representa o atraso e é tudo o que a política moderna não precisa: intransigente, intolerante e sem diálogo. “O que precisamos é de bom senso”, afirma o deputado.
Em Brasília, o ministro Gilberto Kassab, fundador e nome forte do PSD nacional, tem dito que a consolidação do partido nos Estados deve ficar acima de qualquer projeto pessoal, e que os esforços devem ser centrados na eleição de uma expressiva bancada de deputados federais para reforçar a presença da sigla no Congresso.

[caption id="attachment_114242" align="alignright" width="620"] Talles Barreto: “Os recursos para os municípios estão 100% assegurados”[/caption]
O deputado licenciado Talles Barreto (PSDB), secretário extraordinário de Fiscalização do Goiás na Frente, informa que o programa repassou a mais 100 municípios a segunda parcela do convênio firmado. E mais 80 municípios assinaram convênio com o programa.
Segundo Talles, mais 15 servidores da Secretaria de Governo foram incorporados à equipe do Goiás na Frente, para agilizar a prestação de contas das prefeituras que firmaram convênio. “Pode até haver reclamação quanto ao processo burocrático, mas estamos atuando nisso também, reforçando a equipe para ajudar as prefeituras. Quanto aos recursos, estão em caixa.
Não falta dinheiro para os prefeitos realizarem as obras definidas.” Ele lembra ainda que após as chuvas, serão realizadas as medição das obras executadas e a terceira parcela será paga. “A equipe do Goiás na Frente está se colocando pronta para fazer esse trabalho, uma vez que os recursos estão 100% assegurados.”
Ele informa também que 310 entidades tiveram cadastro aprovado no Goiás na Frente Social. Cinquenta dessas entidades, que não têm fins lucrativos, receberam R$ 20 mil cada uma no mês passado. E a cada mês, conforme cronograma, mais 50 vão receber a parcela.

[caption id="attachment_106908" align="alignright" width="620"] Divulgação[/caption]
A costura da chapa majoritária na base governista é delicada. Debaixo do maior quieto o vice-governador José Eliton (PSDB), o nome do governo para a sucessão estadual, tem conversado com representantes de partidos e ampliado o leque de alianças. Vai ter surpresa no jogo sucessório. Por exemplo, calada, a senadora Lúcia Vânia (PSB) tem avançado mais que Wilder Morais (PP) e Vilmar Rocha (PSD) para compor a chapa majoritária da base aliada. Se a chapa fosse montada hoje, ela estaria com uma vaga garantida ao lado de Marconi Perillo para a disputa ao Senado. O certo é que surpresas podem acontecer. Como diz o jargão do futebol: quem se mexe fica em melhores condições para receber o passe.

[caption id="attachment_103361" align="alignright" width="620"] Foto: José Cruz/Agência Brasil[/caption]
Nada de estepe. Segundo o presidente licenciado do PSD, o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é o “plano A” do partido para disputar a Presidência neste ano. Kassab disse que não há “plano B ou C” na legenda ao nome do goiano.
O presidente do PSD deixa a porta aberta para possível apoio ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), outro presidenciável, se a candidatura de Meirelles não vingar. Em entrevista à “Folha”, na semana passada, Kassab avaliou a conjuntura eleitoral. Para ele, é fundamental que os defensores das reformas do governo de Michel Temer se unam em torno de uma única candidatura. Em visita a Goiânia no dia 27 de dezembro, Kassab destacou a liderança do governador Marconi Perillo e listou o tucano como um presidenciável.

[caption id="attachment_113202" align="alignright" width="620"] Foto: Leandro Vieira[/caption]
O prefeito de Goiânia, Iris Rezende, passou a semana disparando ligações para lideranças e para a base peemedebista em prol da candidatura do senador Ronaldo Caiado (DEM). Até integrantes da base do governador Marconi Perillo, com intersecções políticas com partidos de oposição no interior do Estado, foram contatados. Por isso, o deputado federal Daniel Vilela, pré-candidato do PMDB ao governo, que ponha as barbas de molho. O casal Iris – a primeira-dama da capital, Dona Iris, está nessa operação – não quer o filho do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, no comando da chapa emedebista ao Palácio das Esmeraldas no ano que vem.

[caption id="attachment_114232" align="alignright" width="620"] Arquivo[/caption]
O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, deputado José Vitti (PSDB), tomou uma atitude de coragem: fechou 2017 adotando o ponto biométrico, com o que decretou o fim da gazeta remunerada com o corte do ponto dos deputados faltosos. As medidas entram em vigor com a volta dos trabalhos na Casa, em fevereiro.
Também teve destaque na Alego em 2017 o deputado Francisco Jr (PSD). Segundo ele, foi um ano de muito trabalho e grande preparação para os desafios que surgem em 2018. “A luta pela vida acima de tudo, e pela qualidade de vida norteia o nosso trabalho. E foi assim que realizei audiências públicas, sessões especiais que mostram a relevância do trabalho social em prol de um bem comum, e uma atuação incansável neste ano de 2017”, destaca.
Com 40 projetos apresentados e 12 leis sancionadas, Francisco Jr é um dos mais ativos deputados estaduais. Presidente da Comissão de Finanças, recebeu várias vezes secretários de área econômica do Estado para explicar a crise financeira e as medidas tomadas para enfrentá-la.

[caption id="attachment_114226" align="alignright" width="620"] Montagem[/caption]
A reforma do secretariado estadual entrou em stand by. O tema só vai andar a partir de 15 de janeiro, em comum acordo entre o governador Marconi Perillo e o vice José Eliton. Os novos secretários serão anunciados dia 31 janeiro. Enquanto isso, as especulações pipocam nos bastidores, quase sempre num processo de “queimação”.
Mas alguns nomes são praticamente certos para continuar na próxima equipe, seja pelo bom trabalho que vêm realizando, seja por atuarem em áreas muito sensíveis, onde mexer pode complicar. O vice-governador José Eliton (PSDB), que assumirá o governo com a renúncia de Marconi, até que gostaria, mas não vai indicar os novos titulares para Fazenda, Agetop e Saneago. João Furtado, Jayme Rincón e Jalles Fontoura devem permanecer nos cargos.
Já o secretário de Segurança Pública, Ricado Balestreri, é incógnita. Ele saiu desgastado com a crise nos presídios. Demorou a agir e perdeu espaço junto ao governador Marconi Perillo.