Bastidores

Publicamente, o ex-ministro afirma que vai disputar mandato de senador. Privadamente, joga com outra possibilidade
A disputa de 2022 terá uma questão que começa a ser posta na mesa. Se o governador Ronaldo Caiado (DEM) for reeleito, seu vice terá condições de ser candidato a governador em 2026 — daqui a seis anos. Como assim?
[caption id="attachment_211873" align="aligncenter" width="620"] Ronaldo Caiado (DEM) e Alexandre Baldy (PP): os dois estarão numa chapa majoritária em 2022? | Foto: Divulgação[/caption]
Em 2026, Goiás terá em disputa duas vagas para senador. Se Ronaldo Caiado for reeleito em 2022, em abril de 2026, se quiser voltar ao Senado — para não ficar sem mandato —, terá de se desincompatibilizar para disputar a reeleição.
Então, seu vice assumirá o governo por nove meses. Não só. Poderá também, se quiser — e claro que vai querer —, disputar a reeleição.
Está muito longe para discutir o assunto? Está. Mas também está no ar — tanto que o tema já está sendo discutido.
O vice-governador atual, Lincoln Tejota, quer continuar em 2022. Exatamente pela oportunidade que terá, se Ronaldo Caiado for reeleito e sair em 2026 para disputar o Senado, de assumir o governo e disputar a reeleição.
[caption id="attachment_238667" align="aligncenter" width="620"]
Lincoln Tejota, vice-governador, ao lado do presidente nacional do Cidadania Roberto Freire; e deputado estadual Virmondes Cruvinel: o partido é o antigo Partido Comunista Brasileiro | Foto: Divulgação[/caption]
O ex-ministro Alexandre Baldy, presidente do PP em Goiás, diz às claras que planeja disputar o Senado em 2022. Porque é jovem. Porque gosta de Brasília. Porque senador tem muito poder na República. Porque é empresário. Porque é genro de um empresário.
Ao negociar o apoio do PP a governo de Ronaldo Caiado, Baldy articulou, de cara, uma candidatura a senador — colocando-se como “primeiro pretendente”. Nem pensou, ao negociar para si, que o partido tinha um senador e que ele precisava ser consultado. Aliás, publicamente, Vanderlan Cardoso vinha sugerindo que o PP não atacasse o governo de Ronaldo Caiado, mas também mantivesse a distância — de maneira independente —, até porque havia apoiado outro candidato a governador em 2018, o emedebista Daniel Vilela. Independentemente do que afirme Vanderlan, trata-se de fato que Baldy negociou o “futuro” para si, e não para o partido (que, segundo um prefeito, deveria de chamar PP do B — partido Progressistas do Baldy).
A leitura do que diz um político precisa ser ampla, porque, mesmo quando diz a verdade, o faz de maneira enviesada. Baldy quer realmente ser senador? Claro que quer. Mas nenhum político, quando se torna um player, articula só uma jogada.
Aos íntimos, como o deputado federal Adriano do Baldy — e sobretudo ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Baldy não faz questão de esconder que “influencia” o amigo) —, Baldy admite que, ainda que esteja se colocando para a disputa do Senado, pode mudar o eixo de sua articulação para disputar a vice de Ronaldo Caiado, em 2022.
O ex-ministro acredita que, se conseguir montar uma grande base política no Estado, com vários prefeitos e vereadores, poderá se cacifar para ser vice na próxima eleição. Para tanto, trabalha para que o PP eleja mais prefeitos do que o Cidadania, partido dirigido em Goiás pelo vice-governador Lincoln Tejota.
Nos bastidores, da maneira o mais discreta possível — se perguntado, Baldy dirá, com a sua fala mansa e tranquila, que Lincoln é “excelente” e que, se for disputar (ele, Baldy), irá a senador —, começa a dizer que Lincoln Tejota é carta fora do baralho na montagem da próxima chapa majoritária. O vice irá, segundo os baldistas, a deputado federal em 2022.
"O Cidadania é o antigo Partido Comunista Brasileiro e, como se sabe, Caiado dificilmente terá alguém que pertença ao ex-PCB como vice", postula uma aliado de Baldy.

A tendência é que o senador apoie Francisco Júnior para prefeito e dispute o governo de Goiás na eleição de 2022

O presidente do Cidadania quer continuar como vice de Caiado. Mas sabe que Baldy, Lissauer e Adib pleiteiam a vice

O ex-governador trabalha base para disputar mandato de deputado. O governador articula para eleger prefeitos na região

A deputada Lêda Borges pressionou pela saída do prefeito de Valparaíso de Goiás

DEM, Podemos e PP já fizeram o convite ao prefeito de Goianésia. Só falta assinar a ficha

Mariozan Lemes, do PSL, pode ser apoiado pelo DEM e pelo Patriota. Outros partidos estão dialogando com ele

O ex-governador de Goiás é um político experimentado e seu objetivo é organizar uma frente política eleitoralmente poderosa

A advogada deixou o ex-governador do Rio de Janeiro e planeja morar com o atual namorado

Filiado ao PP de Alexandre Baldy, o secretário da prefeitura está sendo disputado por vários partidos

O vereador vai para sua décima disputa no Legislativo. Ele disse a aliados que está saindo sem traumas do PSD

Há quem aposte que vai afunilar para três ou quatro candidatos. O prefeito Vinicius Luz e Humberto Machado são os mais cotados

“Tudo caminha para apoiarmos a reeleição do prefeito Roberto Naves, com Márcio na vice”, assinala Carlos "Cacai" Toledo

O advogado é procurador-geral da Prefeitura de Abadia de Goiás e é ligado à Assembleia de Deus-Ministério Vila Nova

Depois de confirmar candidatura, o médico recuou. O ex-prefeito João Gomes colocou seu nome à disposição para a disputa de outubro de 2020