Bastidores
O governador Marconi Perillo recomendou que sua base em Aparecida de Goiânia intensifique o trabalho de massificação do nome do candidato a presidente do PSDB, Aécio Neves. Marconi entende que, mesmo que não seja eleito, é importante que Aécio Neves não saia desmoralizado da campanha.
O deputado federal João Campos, delegado e líder evangélico, faz campanhas silenciosas, mas sempre recebe votações espetaculares. Ele tem o apoio de várias igrejas, de líderes empresariais e policiais civis e, até, militares. Mas não faz qualquer alarde dos apoios que recebe. João Campos esteve doente, tratou-se discretamente e já está bem, trabalhando de sol a sol, e dialogando com amplos setores da sociedade.
O candidato do PMDB a governador de Goiás, Iris Rezende, fez campanha em Aparecida de Goiânia na quinta-feira, 18. Na Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag), o peemedebista foi recebido tão-somente por quatro diretores. Ao todo, são 70 diretores. O empresariado de Aparecida apoia em bloco a candidatura do governador Marconi Perillo, avaliando que Iris Rezende sempre esteve de costas para seus interesses. O ex-prefeito de Goiânia só visita os municípios e dialoga com a sociedade civil em período eleitoral.
O candidato a deputado federal pelo Solidariedade, Lucas Vergílio, cumpriu no começo desta semana, agenda em Inhumas, Bela Vista, Goianápolis e Itaberaí. Em Inhumas, o jovem de 27 anos caminhou pelas ruas com o candidato a deputado estadual Lucas Calil (PSL), mais lideranças políticas locais e apoiadores. Em Bela Vista, Lucas participou de evento político que reuniu cerca de 400 eleitores. Em Goianápolis, o candidato participou de caminhada na companhia do candidato a deputado, estadual Bruno Peixoto (PMDB). Em Itaberaí, Lucas se reuniu com lideranças políticas e eleitores da região do bairro Fernanda Parque. Em seu discurso, Lucas se emocionou ao lembrar-se das raízes de sua família naquela municipalidade. “Meu avô nasceu aqui, criou todos os filhos, e morreu aos 99 anos de idade nessa cidade. Emociono-me porque em minhas veias correm sangue itaberino.”
O candidato a deputado federal pelo Solidariedade Lucas Vergílio recebeu apoio dos deputados peemedebistas Sandro Mabel e Samuel Belchior. Na semana passada, o jovem empresário de 27 anos visitou os municípios de Santo Antônio do Descoberto, Aragoiânia, Anápolis e Luziânia. No Entorno do Distrito Federal, Lucas participou de duas reuniões, nas quais foi apontado pelos parlamentares peemedebistas como natural sucessor do pai, o deputado federal e candidato a vice-governador de Iris Rezende (PMDB), Armando Vergílio, na luta pela busca de emendas na Câmara Federal. Em Aragoiânia, Lucas realizou um corpo a corpo com eleitores no Centro da cidade e aproveitou a ocasião para falar com moradores sobre alguns de seus projetos, como a redução da jornada de trabalho para os servidores públicos da saúde e aumento do salário do teto do professor para R$ 9 mil mensais. Em Anápolis, Lucas participou de um comício, em que o presidente estadual do PMDB, Samuel Belchior, declarou apoio ao jovem candidato do Solidariedade. Em evento político em Luziânia, Sandro Mabel declarou apoio a Lucas em discurso para mais de 300 eleitores: “Depois de seis mandatos como deputado federal, senti que era hora de renovarmos. Resolvi não me candidatar para dar lugar ao Lucas Vergílio, um jovem com os mesmos ideais, mas com muito mais energia, força de vontade e com novos projetos para o povo goiano. Lucas representa a nova política que pretendemos implantar no Estado, juntamente com o seu pai, Armando Vergílio, Iris Rezende e Ronaldo Caiado”.
O candidato do PSB a governador de Goiás, o empresário Vanderlan Cardoso, costuma dizer que saiu do PMDB porque percebeu que Iris Rezende não o deixaria ser candidato a governador em 2014. Estava certo — como provou a fritura de Júnior Friboi. Irritado, Vanderlan Cardoso costumava lamentar que Iris Araújo praticamente “desapropriara” seu avião. A deputada federal havia se tornado comandante-chefe do piloto do empresário. Porém, no caso de segundo turno, possivelmente padecendo da Síndrome de Estocolmo, Vanderlan Cardoso, orientado por Jorcelino Braga, pode apoiar Iris.
Nenhum jornalista perguntou a Vanderlan Cardoso porque mais de 70% de seus negócios estão fora de Goiás. Na Bahia, Pará e Pernambuco. Como candidato a governador em Goiás, esperava-se que Vanderlan Cardoso, um empresário atilado, investisse um pouco mais no seu próprio Estado.
Há praticamente um consenso de que Iris Araújo deverá ter no máximo 100 mil votos nas eleições deste ano, ficando atrás, possivelmente, de Daniel Vilela (PMDB), Pedro Chaves (PMDB) e Lucas Vergílio (Solidariedade) Dependendo da vitalidade da coligação governista — que pode eleger 12 deputados federais — e do PT, que tende a enviar dois parlamentares para Brasília, a coligação PMDB/DEM/Solidariedade pode eleger apenas três candidatos. Os nomes mais cotados são os de Daniel Vilela, que deverá ser o mais bem votado do PMDB, de Pedro Chaves (PMDB) e de Lucas Vergílio (Solidariedade). Iris Araújo, como grande surpresa das eleições, pode ser derrotada. Daí seu desespero.
O curioso é que pelo menos 99,9% dos peemedebistas goianos ficariam satisfeitos e comemorariam a derrota de Iris Araújo. Sua rejeição no PMDB impressiona. Em Aparecida de Goiânia e Jataí, para citar duas cidades, é considerada persona non grata. Se pudessem, os peemedebistas proibiriam Iris Araújo de entrar na duas cidades.
Se Iris Rezende e Iris Araújo forem derrotados, portanto ficando sem nenhuma força política, o PMDB cairá facilmente nas mãos de Júnior Friboi. O empresário está acompanhando o processo político e divertindo-se com a “estagnação” de Iris Rezende.
Há quem acredite que o delegado Waldir Soares (PSDB) pode ser eleito deputado federal. Seu marketing, ancorado pela tema da segurança pública, tem dado resultados positivos. Waldir Soares tem um marketing agressivo e eleitores não ideológicas e cansados da violência urbana estão disponíveis para elegê-lo. Até a cúpula tucana começa a colocá-lo entre os 12 possíveis eleitos da base governista.
De um peemedebista: “Candidato a deputado estadual, Marlúcio Pereira, do PTB, deve ser eleito com os votos de Aparecida de Goiânia”. Há quem acredite que “será um dos mais bem votados”. Marlúcio está conseguindo atrair o eleitorado do grupo de Ademir Menezes e conta a falta de popularidade de Ozair José, candidato do PT.
Calcula-se que, enquanto o peemedebista Adib Elias (PMDB) deve obter cerca de 15 mil votos para deputado estadual, o jovem tucano Gustavo Sebba, ambos de Catalão, pode ser eleito com uma votação bem maior — de 40 mil a 50 mil votos, O problema de Adib Elias é que provavelmente só terá uma votação maciça em Catalão e, por isso, corre risco de não ser eleito. Consta, até, que já pensou em jogar a toalha, porque não está conseguindo pagar seus cabos eleitorais e teme ser derrotado e ficar endividado. Gustavo Sebba, pelo contrário, terá uma votação expressiva em Catalão, mas também em toda a região Sudeste e, até, em Goiânia.
Um dos mais brilhantes economistas brasileiros, com doutorado pela Universidade de Brasília (sobre o Mercosul), Jeferson de Castro Vieira, substitui o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Mauro Faiad, de 15 de setembro a 3 de outubro. O catalano Mauro Faiad está engajado na campanha do governador Marconi Perillo. De família de políticos em Catalão, é um verdadeiro leão na arte de pedir votos.
De um experimentado analista da política goiana: “Jorge Kajuru, do PRP, pode ter mil, 20 mil ou 200 mil votos. Sua votação é imprevisível”. O mesmo especialista avalia que Kajuru não é visto como um “personagem de Goiás” e isto pode ser um complicador eleitoral.