Por Italo Wolff

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Reeleito presidente da Assembleia, Lissauer diz que construção da nova sede é prioridade

Lissauer Vieira afirmou nova sede da Assembleia Legislativa de Goiás será um grande feito para a mesa diretora recém-eleita para o próximo biênio 

Lei estadual altera regras para leilões de peças, carros sinistrados e sucata

O Detran terá maior poder para fiscalizar e punir ferros velhos irregulares com o projeto de Bruno Peixoto

Paulo Guedes enviará pacote de reformas ao Congresso esta semana

Se aprovadas, o Estado será reformado com repactuação fiscal, soma dos gastos obrigatórios com saúde e educação, contenção de gastos públicos, revisão de fundos públicos, reforma administrativa e novo modelo de privatizações

Como o câncer gástrico pode ser prevenido na saúde básica

Cirurgião oncologista especializado em aparelho digestivo explica que tumores de estômago podem ser prevenidos e detectados precocemente com atitudes simples, como exames de rotina e alimentação adequada [caption id="attachment_218602" align="alignnone" width="620"] Bruno Covas descobriu que sofre de câncer de estômago de forma atípica ao ter uma embolia pulmonar| Foto: Reprodução / Gilberto Marques /Governo do Estado de São Paulo[/caption] O câncer de estômago ganhou atenção após a notícia do dia 26 de outubro, de que o prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB), de apenas 39 anos, está sendo acometido pela doença. Este tumor ocorre no epitélio do estômago, a mucosa que reveste o órgão internamente, e é o segundo tipo mais comum no mundo. O câncer de estômago é considerado relativamente agressivo, mas medidas de atenção básica podem ser tomadas para prevenir seu surgimento e detectá-lo precocemente, diminuindo muito a letalidade da doença.  Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 21.290 novos casos deste tipo de tumor são descobertos e 14.314 pacientes morrem em decorrência da doença todos os anos. Embora aconteça principalmente em idosos, é possível encontrá-lo também entre jovens. Jales Benevides Santana Filho é cirurgião oncologista especializado em aparelho digestivo e explica como esta multiplicação desenfreada de células ataca o corpo e o que se pode fazer para preveni-la.   [caption id="attachment_218742" align="alignnone" width="620"]câncer de estômago Jales Benevides Santana Filho é cirurgião no hospital Araújo Jorge, em Goiânia | Foto: Italo Wolff / Jornal Opção[/caption] Geralmente, como o paciente com este câncer descobre a doença? O mais comum é que o paciente tenha um sintoma gástrico semelhante ao da gastrite. Queimação, dor no estômago que não melhora, desconforto após comer. Então, ele toma um sal amargo (sulfato de magnésio), babosa, sal de fruta. Os sintomas persistem, o paciente tem dor ou algum sintoma que lhe assusta, como vômito com sangue, e apenas aí procura um médico. O médico pode pedir uma endoscopia e, se o endoscopista souber reconhecer as anormalidades no tecido, diagnostica o câncer gástrico.  No caso do prefeito de São Paulo, entretanto, se descobriu o câncer de uma forma que é exceção. Ele teve um tromboembolismo pulmonar. A principal causa do tromboembolismo pulmonar é a neoplasia. Sabendo que Bruno Covas é jovem, os médicos fizeram uma Tomografia por Emissão de Pósitrons, o PET-CT, e detectaram o tumor na cárdia. Esta é uma região entre o esôfago e o estômago que impede o refluxo, o retorno de alimento ou ácido para o esôfago.  O câncer é um agrupamento de células que pode liberar êmbolos tumorais na corrente sanguínea. Estes êmbolos caem num vaso sanguíneo em volta do estômago e circulam pelo corpo até parar no pulmão.  Esse diagnóstico costuma ser feito precocemente? Não. Geralmente os pacientes de câncer de estômago chegam aos médicos com quadros bastante avançados, principalmente por não valorizarem os primeiros sintomas. Se auto medicam, têm uma melhora momentânea e convivem com o desconforto.  Apenas se assustam quando começam a vomitar sangue, ter vômitos frequentes, perda de peso. O sintoma depende da evolução da doença. Também pode haver a ascite, a popular barriga d’água; ou icterícia; ou evacuar uma borra preta que se chama melena, que é sangue nas fezes; ou mesmo anemia pela perda de sangue. Estes tumores estão diminuindo na população? Depende. No passado, quando não havia geladeiras, todas as carnes eram salgadas para conservação. Existem bactérias que convertem nitrato, presente no sal, em nitrito, que é carcinogênico. Por isso, a incidência da variante de câncer gástrico associada ao sal está caindo.  Entretanto, estamos comendo mal e nossa população de obesos está crescendo. Esses dois fatores contribuem para o refluxo, ou seja, o retorno da secreção gástrica pelo esôfago. Ao longo do tempo, esse ácido passando do estômago para o esôfago causa lesões no epitélio que podem evoluir para um câncer como o de Bruno Covas. Este tipo de tumor no esôfago distal está aumentando muito.  Como podemos detectar o câncer gástrico mais cedo? Para a detecção precoce do câncer, existe a triagem, chamada de screening. Isto é, rastrear mesmo quando não há sintoma. Se seus parentes próximos tiverem tido câncer de estômago, você deve ser visto com olhos mais atentos pelos médicos.  Este grupo de risco deve ser orientado quanto a diversos fatores. O principal é o tabaco. Fumantes têm cinco vezes mais chance de desenvolver um câncer gástrico do que não fumantes, e a associação do tabaco com o álcool piora o prognóstico ainda mais. Além disso, este grupo precisa regular a dieta. Evitar defumados, ter uma alimentação rica em fibras, com muitas frutas, pois as vitaminas C, E e o betacaroteno são alguns fatores dietéticos que protegem do câncer gástrico. A atenção secundária consiste em exames de rotina, como endoscopia que pode detectar lesões pré-cancerosas e que o médico pode remover para evitar o tumor. Pacientes com mais de sessenta anos de idade têm de fazer endoscopia digestiva alta e biópsias da mucosa do estômago para verificar a presença da bactéria H. pylori, que está associada ao câncer de estômago. A bactéria também causa gastrite, mas o tratamento da gastrite não basta, também é preciso erradicar a bactéria.  E quais políticas públicas ajudariam a difundir hábitos saudáveis e conscientizar acerca da importância de consultar um médico ao invés de se automedicar? Isso já não é mais para nossa idade. Precisamos formar uma população com essa consciência desde a base. Chegar na quinta série e colocar uma aula de orientação alimentar a cada três meses. Falar sobre hábitos que podem levar ao câncer gástrico. Os policiais não vão aos colégios falar sobre drogas? É a mesma coisa.  O governo não tem de ter ideias apenas para tratamento. O que ajuda até a economizar com saúde pública são as políticas de prevenção – orientação alimentar, educação quanto aos prejuízos do tabaco, campanhas para toda a população acima de sessenta anos realizar exames preventivos, políticas públicas para identificar famílias de alto risco e acompanhar esse grupo de perto.  Os profissionais da saúde básica são eficientes em detectar esses tumores? O problema da saúde básica está nas prefeituras. Infelizmente, a ideia de política de saúde pública para muitas cidades de interior é comprar uma ambulância e mandar os pacientes para Goiânia. Faltam nos Cais de interior profissionais que saibam reconhecer o risco, fazer a triagem.  [caption id="attachment_71787" align="alignnone" width="620"]câncer de estômago Hospital do Câncer Araújo Jorge | Foto: Larissa Quixabeira[/caption] Como o tratamento muda em função do estadiamento do câncer? Quando pego em fase precoce, não é necessário operar o paciente. O tratamento pode ser endoscópico, não cirúrgico. O sistema de saúde gasta muito menos porque não é necessário gastar com internação, anestesia, cirurgião. A expectativa de recuperação do paciente no primeiro estágio sobe para quase 90%.  Atualmente, a maioria dos nossos tratamentos consiste em quatro ciclos de quimioterapia, que levam de seis a oito semanas. Então operamos o paciente e, dependendo do caso, podem ser necessários mais quatro ciclos de quimioterapia.  

O que será do goianês

Pesquisador define características da fala que permitem acompanhar as mudanças no sotaque de Goiás [caption id="attachment_218288" align="alignnone" width="620"] "Caipira picando fumo" de Almeida Júnior, 1893[/caption] Ônti o temporal foi tanto que, na barra do dia, a água da nascenti do córrigu estava na altura da rodela do joelho. Ontem o toró foi tanto que, no raiá du sol, a água da nascentezinha do corgo estava na altura da pacata do joelho. Ontem a tempestade foi tanta que, na aurora, a água da nascente do riacho estava na altura das rótulas dos joelhos. Segundo o “Alingo – O Atlas Linguístico de Goiás: léxico-fonético” (Barra Livros), essas três formas de dizer a mesma coisa podem ser ouvidas em Posse, Aragarças e Orizona, respectivamente. Sebastião Milani, Tânia Rezende, Aline da Cruz e Daniel da Silva são linguistas e professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e compilaram sotaques, vocábulos e fonética praticadas em todo o estado, criando um acervo que delineia a identidade da fala goiana. Além de possibilitar outras pesquisas, o Atlas também permite mapear e acompanhar mudanças linguísticas provocadas pelo tempo e pela migração das populações.  O livro organizado pelo coordenador Sebastião Elias Milani é produto de pesquisa de quatro anos fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). Os pesquisadores visitaram 86 cidades aplicando mais de duzentas perguntas sobre a terra, o povo, a cultura local, a alimentação, a chuva e as plantas. Em cada cidade, foram entrevistados um homem e uma mulher representando cada uma das cinco faixas etárias e dos seis níveis de escolaridade selecionados, totalizando 36 entrevistados para cada uma das 50 cidades compiladas no produto final. Entre os achados do trabalho, está a identificação do que chamamos de fala caipira, ou hipoglossia sertaneja, que se valoriza em Goiás. “Os goianos defendem com muito rigor a beleza e grandiosidade do caipira, o cara da roça que é sábio, forte, trabalhador. Por isso, apesar de ser uma população muito nova, podemos dizer que a característica geral do estado é a valorização da forma falada na zona rural”, afirma Sebastião Milani. Em termos de fonética, o sotaque goiano se caracteriza principalmente pelo R retroflexo aproximante, o famoso R de “porteira”. A versão goiana é mais branda do que a que se ouve no interior de São Paulo – onde é tão forte que pode ocorrer até no início de sílabas – sendo detectada mais facilmente por nativos ou por ouvidos treinados. Também são características as sibilantes sempre linguoalveolares em todo o estado – ou seja, não se utiliza o S chiado pelo qual reconhecemos os cariocas.  Por último, na fala dos goianos, todos os fonemas vocálicos podem atuar como alofones uns dos outros quando ocupam as casas átonas de um signo. Isso significa que, principalmente antes da sílaba tônica de uma palavra, é possível encontrar qualquer vogal. Por exemplo: em Cristalina a ave que come carniça pode ser chamada de “arobu”, em Montes Belos se escuta “orubu”, mas a forma mais comum no Estado é “urubu”; na maioria das cidades “cotovelo” é pronunciado “cutuvelu”, mas em Piranhas também fala-se “catuvelu”. O alçamento ou abaixamento das vogais médias pretônicas não é exclusividade do goianês, e nem mesmo da língua portuguesa, mas chama atenção a grande variedade de possibilidades neste sotaque específico. Segundo Sebastião Milani, outra característica importante é a influência que Goiânia exerce no resto do estado. “Por conta da formação recente do estado, com explosão populacional após a década de 1930, o modo de falar é vinculado à Goiânia. Nenhuma outra cidade exerce intervenção linguística. Por isso, o Estado tem regularidade”, afirma o doutor em linguística.  Quando perguntado se a padronização da fala nos moldes da capital não contradiz a valorização rural característica do goianês, Sebastião Milani afirma que não: “Goiânia é uma cidade rural. Entrevistamos pessoas em diversos bairros da cidade, e todas elas têm conhecimento da vida no campo, tanto quanto no interior. A intimidade com o campo migrou para a cidade quando ela foi fundada.” Para a produção de Alingo, não foi entrevistado nenhum falante que não fosse nativo e filho de nativos de Goiás. O que os pesquisadores encontraram foi que nenhum entrevistado com menos de 46 anos realizou outra forma de R que não fosse o retroflexo. Mesmo em cidades fronteiriças com a Bahia e entre descendentes de nordestinos, os entrevistados jovens não usaram o D ápico dental e sem africação diante de i, tampouco o R gloto velarizado, típicos do sotaque nordestino.  Segundo Sebastião Milani, isso prova que o sotaque vindo de Goiânia tem sido aprendido e reproduzido, principalmente entre os jovens. “Se ainda não temos regularidade de fala como em São Paulo ou Rio de Janeiro, que reconhecemos facilmente, passaremos a ter em 30 ou 40 anos, quando essa geração se tornar a mais velha viva. Aí então teremos uma marca goiana muito específica”, afirma o coordenador do projeto.  Sebastião Milani conclui que as regiões de fronteiras rodoviárias, como em cidades em torno da GO-018 e da Via Salvador, fica muito evidente que a forma de falar do goiano está se tornando cada vez mais bem definida. Mesmo em contato com populações migrantes, a tendência é que a forma nativa de falar fique ainda mais clara. Desta forma, a obra se encerra prevendo que formas não praticadas em Goiânia serão cada vez menos faladas e poderão até desaparecer definitivamente do Estado.

Novo golpe usa reforma da Previdência para fazer vítimas no WhatsApp

O link utilizado para roubar dados foi acessado mais de 290 mil vezes

A pedido de Witzel, Polícia Civil investiga vídeo de ataque à sua imagem

O governador também pediu atuação de órgão criado por ele, o Gabinete de Segurança Institucional do estado

Especialistas alertam para risco de jovens passarem tempo demais conectados

Autoridades dão dicas de medidas que podem evitar prejuízos à educação, saúde e segurança dos filhos [caption id="attachment_217231" align="alignnone" width="620"]risco jovens crianças adolescentes tecnologia internet Jovens e suas famílias não medem os riscos da exposição excessiva ao uso de dispositivos eletrônicos | Foto: Valter Campanato / Agência Brasil[/caption] O Brasil tem dois dispositivos eletrônicos (celulares, computadores, tablets) por habitante, segundo a 30ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas. Enquanto 70% da média da população está conectada à internet, esse percentual dentro do grupo de crianças e adolescentes sobe para 86% do total. São 24,3 milhões de jovens com idade entre 9 e 17 anos que acessam a rede, segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, publicada em 2019 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil. O relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), “Los niños y niñas de la brecha digital en España” (os meninos e meninas da abertura digital na Espanha), revela que o acesso crianças à internet está acontecendo cada vez mais cedo. Adolescentes de 15 e 16 anos de idade começaram a usar a rede digital quando tinham 10 anos; e crianças atualmente com 10 anos iniciaram a prática com 7 anos. O relatório também aponta que, todos os dias, mais de 175 mil crianças acessam a internet pela primeira vez no mundo.  Naturalmente, surge a preocupação se as novas mídias digitais causam prejuízo social, psicológico ou à saúde dos jovens. Os especialistas entrevistados afirmam que, como a geração mais recente nasceu depois da popularização dos smartphones, esses dispositivos não são nem ao menos percebidos como novas tecnologias pelos jovens. Entretanto, todos concordam as novas tecnologias são novas no sentido de que seus efeitos no desenvolvimento do comportamento e do corpo estão sendo descobertos agora, de forma que participamos uma espécie de um grande experimento para observar os efeitos da tecnologia na formação das pessoas. 

Velha preocupação

A preocupação dos mais velhos quanto aos efeitos nocivos das inovações existe desde que o avanço da ciência propiciou mudanças num ritmo acelerado, que podem ser percebidas dentro do período de uma vida. Segundo o Dr. Raphael Cardoso, psicólogo professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), estuda-se os efeitos das mídias desde a década de 1920, quando havia receio nos Estados Unidos com jovens que frequentavam o cinema. O temor com efeitos negativos no desenvolvimento de crianças ganhou nova força e novas publicações mais tarde, com a popularização da televisão. [caption id="attachment_217232" align="aligncenter" width="512"]risco jovens crianças adolescentes tecnologia internet Psicólogo Raphael Cardoso afirma que sempre houve preocupação com exposição dos jovens à novas mídias, mas as mudanças tecnológicas que vemos têm suas particularidades | Foto: Reprodução[/caption] Entretanto, Raphael Cardoso, que investiga o tema com sua pesquisa Impacto da Tecnologia Digital no Desenvolvimento Infantil e coordena o Projeto APP (Aplicativo Primeiros Passos), afirma que vemos uma mudança inédita, diferente das passadas porque tem como uma de suas características a interatividade. O psicólogo afirma: “Atualmente, pode-se consumir o que quiser quando quiser. Esse aspecto é bastante novo. Com essas novas tecnologias, consegue-se colocar crianças cada vez mais jovens como consumidoras, essa é uma preocupação ética recente”. Quanto a questão de saber se há ou não prejuízos das tecnologias à saúde, Raphael Cardoso responde: “existe uma série de pesquisas que apontam efeito deletério, especialmente no desenvolvimento da atenção e autocontrole ligada à primeira infância”. Existem duas hipóteses que explicam o prejuízo observado nestas áreas, concordando que o dano tem relação entre exposição à mídias de tela interativa em geral na primeira infância.  A hipótese de deslocamento afirma que muito tempo envolvido com essas mídias resulta em menor tempo dedicado à atividades for a de tela, atividade físicas e interação social, por exemplo. Nesta etapa da primeira infância, o cérebro está em formação e necessita de diversas formas de estimulação, dependo da qualidade de experiências. Já a hipótese de sobrecarga cognitiva justifica que a mídia de tela afetaria negativamente o desenvolvimento cognitivo devido a estimulação excessiva, típica das novas tecnologias. Na primeira infância, o cérebro não estaria preparado para processar simultaneamente informação de diversas modalidades e fontes. Entre adolescentes também existem riscos, mas a associação entre o tempo de tela e o prejuízo do bem estar psicológico é mais fraca. “Não é um efeito geral, alguns adolescentes, na verdade, terão benefícios com o uso da tecnologia”, afirma Raphael Cardoso. “Mas existe o que chamamos de prejuízo ao bem estar psicológico. Não é depressão, mas sintomas depressivos, como a apatia, o estresse, o prejuízo na avaliação da auto imagem. Apresentam maiores risco de serem prejudicados com uso excessivo de tecnologia aqueles que já sofrem com um aspecto negativo em sua vida social, como o bullying”, relata. 

Novos problemas

[caption id="attachment_217235" align="alignright" width="300"]risco jovens crianças adolescentes tecnologia internet Estudo de Sabrina Leles revela que proporção significativa de jovens sofre com crimes cibernéticos | Foto: Reprodução[/caption] Os potenciais riscos oferecidos por outras pessoas a que jovens se sujeitam quando acessam à rede geram dados mais assustadores. O artigo “Adolescentes como vítimas potenciais para crimes cibernéticos”, escrito por Sabrina Leles de Lima Miranda, revela que, do total de 1291 adolescentes entrevistados nas escolas públicas e privadas de Caldas Novas-GO, de 12 a 18 anos, uma proporção assustadora de jovens entrevistados já foi assediada ou sofreu com crimes cibernéticos.  Sabrina Leles, que é a delegada titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos de Goiás (DERCC), averiguou que 38.3% dos jovens já recebeu pedido para enviar imagens nuas pela internet; 32.6% conheceu outro jovem que já tenha sido ameaçado de ter suas imagens nuas divulgada na internet; 27.8% já recebeu ou enviou mensagens com conteúdo ofensivo; e 10.6% já recebeu proposta pela internet para se cortar.  Em seu artigo, a delegada não se limitou a apontar os perigos que jovens correm na internet, mas apontou também características comuns entre os que foram importunados e o que se pode fazer para controlar os assédios. “A questão nevrálgica é a omissão dos responsáveis familiares que, por vontade própria ou por negligência, não observam o conteúdo acessado na Internet por seus adolescentes, potencializa as possibilidades de torná-los alcançáveis pelos autores de cibercrimes”, afirma Sabrina Leles.  Os pais ou responsáveis de 60.5% dos entrevistados não têm a senha de desbloqueio do smartphone dos jovens; e 63.4% dos pais ou responsáveis não fiscalizam sites ou conteúdos que acessados pelos filhos de forma alguma. “Familiares, nem ao menos possuem conhecimento do que está ocorrendo contra aquele jovem”, afirma ela. “Familiares que, por vontade própria ou por negligência, não observam o conteúdo acessado na Internet por seus adolescentes potencializam as possibilidades de torná-los alcançáveis pelos autores de cibercrimes.” A principal razão elencada pelos responsáveis para não acompanhar a vida que seus filhos levam na internet é o desconhecimento dos meios digitais onde circulam. Raphael Cardoso admite que os pais geralmente têm controle até os 8 anos de idade dos filhos, pois, após os 11, o tempo de uso desses dispositivos praticamente triplica. “É realmente uma dificuldade dos pais, o pessoal diz que o gênio não volta para a garrafa. Proibir é muito difícil. Mas os pais podem estabelecer programas familiares sobre o uso dentro de casa”, afirma o pesquisador. Raphael Cardoso ressalta que o mais importante sobre um programa de normas é que os pais também se enquadrem nele. Caso seja estabelecido um acordo familiar de não utilizar o celular durante as refeições, os próprios pais têm de evitar seu uso durante nestes momentos também. “Pode haver um acordo para o uso ser feito num local comum da casa, principalmente para pré adolescentes. Então a dica é elaborar regras de uso da tecnologia claramente”, afirma Raphael Cardoso. “Até porque há evidências de efeitos deletérios também pela tecno interferência – isto é, quando seu filho está conversando contigo e você pára a conversa para checar o smartphone. Tem sido demonstrado que isso reduz a interação pais-e-filhos.”

Ameaça ou ferramenta

[caption id="attachment_217237" align="alignnone" width="620"] Colégio incorpora novas tecnologias como método de ensino | Foto: Reprodução / Cortesia Colégio Agostiniano[/caption] Como a escola não é exceção ao restante da sociedade, os conflitos geracionais e as mudanças que chegam com novos hábitos dos jovens estão lá também. Thiago Pinheiro, coordenador pedagógico do ensino médio no Colégio Agostiniano,  afirma que a escola teve de se adaptar aos novos tempos: “Não cabe mais pensar como antes, se o ensino era melhor ou pior. A realidade mudou. Não temos a opção de pensar a aprendizagem em um modelo antigo”. Na prática, Thiago Pinheiro relata que, no Colégio Agostiniano, nos ensinos Infantil e Fundamental 1 (1º a 5º ano), são poucos os alunos que têm celular, e aqueles que levam têm de manter o aparelho desligado até o fim das aulas. No Fundamental 2 (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, o instrumento pode ser utilizado para atividades pedagógicas; caso contrário, não pode ser utilizado em sala de aula. É permitido, entretanto, durante o recreio e intervalos de aula. A instituição já experimentou modelos diferentes desde a popularização dos aparelhos. “Sete anos atrás, considerávamos seu uso dentro do Colégio uma falta disciplinar”, afirma o coordenador. “Mas ele assumiu diversas funcionalidades que não apenas a de comunicação, então mudamos por considerar alguns momentos adequados, em outros deixamos evidente que não se pode utilizar o celular. Isso deixou nossas normas mais eficientes porque anteriormente, quando puníamos jovens utilizando o aparelho durante o recreio, a regra disciplinar era banalizada e isso não contribuía com nosso intuito de manter a concentração nas aulas. Então nos adaptamos e mudamos.” [caption id="attachment_217236" align="alignright" width="300"] Thiago Pinheiro afirma que vantagem de inovações pedagógicas compensam aspectos negativos | Foto: Reprodução[/caption] Além das regras que dizem respeito a comportamento, Thiago Pinheiro conta que diversas outras iniciativas foram abraçadas pela escola: “Temos uma plataforma digital onde postamos aulas, tarefas, informações para os pais. Não é coisa exótica, faz parte do nosso cotidiano”. O laboratório de informática que existia desde meados da década de 1990 foi substituído por Chrome Books, todas as salas têm quadros digitais, há acesso à internet para o professor. Mais importante ainda, os professores aprenderam a utilizar a ferramenta com propósitos pedagógicos. “A maioria dos professores têm aulas em versões virtuais, têm exemplos de vídeos ou interativos colhidos da internet”, explica Thiago Pinheiro. “Antes, o professor de biologia gastava um tempão desenhando a célula com suas estruturas, hoje podemos puxar a imagem real da internet. Isso tudo influencia para que as aulas sejam otimizadas com as possibilidades que o digital oferece. “O aluno está mais autônomo, tem mais possibilidade de procurar solucionar suas dúvidas, aprofundar nos seus assuntos de interesse, se fortalecer por meio dessa autonomia”, diz o educador.

O que fazer

Apesar de não ser simples, existem métodos para responsáveis terem maior participação e consciência das atividades dos filhos na internet. Raphael Cardoso enumera algumas estratégias: se preocupar com conteúdo de qualidade, que geralmente é pago; evitem ao máximo o uso solitário da tecnologia pelas crianças; e não utilizar dispositivos como apaziguador. “Quando se entrega a tecnologia para a criança ficar quieta, você tira a chance dela aprender a ter autocontrole. Não há treinamento do controle com a mera distração. O ideal é ensinar a criança a esperar ou inibir uma birra em função de consequência futura que não está presente”, afirma o psicólogo.  Raphael Cardoso ressalta que o uso de telas antes de dormir prejudica a qualidade do sono. Sabrina Leles de Lima Miranda advoga a necessidade de realização de campanhas públicas de conscientização e prevenção aos crimes cibernéticos, tanto para crianças quanto para adolescentes, buscando a atenção de seus responsáveis familiares e educadores. Além disso, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos de Goiás (DERCC) tem uma lista de dicas para evitar que crianças e adolescentes se tornem vítimas de conteúdos criminosos na Internet. Segundo a DERCC, os pais e/ou responsáveis devem:
  • Possuir amplo acesso ao conteúdo virtual acessado por crianças e adolescentes;
  • Verificar quais os nomes dos grupos ou dos perfis que suas crianças seguem nas redes sociais;
  • Alertar suas crianças e adolescentes que, no caso de se depararem com jogos, vídeos, imagens, áudios ou mensagens escritas, que contenham ameaças contra sua segurança ou contra a segurança de seus familiares, as vítimas devem imediatamente informar aos pais e/ou responsáveis para que os mesmos possam ajudá-las a se livrar das ameaças;
  • Estar atentos e orientarem suas crianças e adolescentes a não manterem contato virtual com pessoas desconhecidas, nem mesmo quando o outro perfil seja apresentado como sendo de outra criança ou adolescente;
  • Lembrar que, em regra, os aplicativos e sites para acesso a vídeos, imagens ou áudios virtuais, possuem opção para filtros que selecionam os programas a serem exibidos de acordo com a faixa etária;
  • Monitorar mudanças de comportamento de crianças e adolescentes, tais como medo de ficar sozinho, medo de perseguição ou aversão ao acesso da Internet;
  • Não permitir que crianças e adolescentes se fechem em seus quartos para acessarem a Internet;
  • E, por último, no caso de se verificar que a criança ou adolescente já se tornou vítima de algum criminoso virtual:
  1. a) Em se tratando de crime praticado através de redes sociais, o primeiro passo é salvar a URL do perfil do criminoso, printar as mensagens e imediatamente procurar pela Delegacia de Polícia mais próxima de sua residência;
  2. b) Em se tratando de crime praticado através de jogos eletrônicos ou por vídeos, imagens ou áudio, deve-se preservar o conteúdo ilícito e procurar pela Delegacia de Polícia mais próxima de sua residência.

América Latina vive outubro de incêndio social

Compreenda as crises políticas e econômicas que causam as violentas manifestações este mês na América Latina [caption id="attachment_217249" align="alignnone" width="620"]América Latina Venezuela atravessa pior crise migratória da atualidade | Foto: Reprodução / Carlos Garcia Rawlins / Agência Brasil EBC[/caption] Os países da América Latina já passaram por vários processos em bloco – independência, populismo, ditadura, neoliberalismo, subida da esquerda ao poder – mais ou menos no mesmo período. Agora, uma série de crises abala a política e economia de nossos vizinhos. Embora a insatisfação popular com a desigualdade social ou com a corrupção da classe política tenha raízes distintas e particularidades em diferentes países, de forma que não se pode apontar um só fenômeno como motivo das crises, as manifestações vistas nas últimas semanas têm algumas características em comum. O fácil acesso à informação pela juventude, que clama por maior participação na vida política, permitiu a organização espontânea de protestos. Apesar de não haver uma identidade clara dos revoltosos ou propostas e projetos pontuais, cada país da América Latina tem problemas reais e objetivos. Além disso, a desigualdade social característica da América do Sul faz com o status quo seja ameaçada por um crescente número de descontentes. Danyelle de Lima Wood, mestre em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, afirma que parece haver um momento político perceptível atualmente. “Eu vejo um questionamento do projeto neoliberal. O restante da América Latina é mais reativa, eles mostram insatisfação com modelo econômico mais facilmente do que nós. Houve no início dos anos 2000 uma onda de esquerda com o bolivarianismo que provocou movimento contrário de resistência direitista mais recentemente. Em países como a Argentina, Equador e Chile percebemos agora manifestações críticas às falhas deste modelo.” Fora as linhas gerais, entretanto, cada país tem uma formação social e uma realidade diferente, que precisa ser entendida em sua particularidade. 

Chile

[caption id="attachment_217248" align="alignnone" width="620"] Até o fechamento desta edição, 18 morreram em protestos no Chile | Foto: Reprodução / Stringer / Agência Brasil EBC[/caption] Protestos algo semelhantes aos brasileiros de junho de 2013 explodiram no final de semana do dia 19 de outubro, contabilizando dezenas de mortos, centenas de saques, destruição de estações de metrô e estabelecimentos comerciais. As manifestações foram deflagradas pelas redes sociais por conta do aumento da tarifa do transporte e, apesar do presidente Sebastián Piñera ter decretado toque de recolher, estado de emergência, mobilizado dezenas de milhares de agentes de segurança e desistido do aumento de 30 pesos chilenos na passagem (R$ 0,17), a movimentação persiste O país participa da OCDE sendo uma potência econômica na América do sul, mas a principal queixa dos manifestantes é a alta desigualdade social. Os revoltosos também criticam valores de pensões reduzidos; alta do preço dos serviços básicos; serviços básicos privatizados, incluindo água; altos salários de políticos; elevada dívida por débito universitário. O Chile seguiu à risca o modelo neoliberal dos “Chicago Boys” –  jovens economistas chilenos que formularam a política econômica da ditadura do general Augusto Pinochet – implantando medidas como a capitalização da previdência social que se pretende adotar no Brasil.  Danyelle de Lima Wood afirma acreditar haver similaridades entre o Chile de hoje e um potencial Brasil do futuro. “Existe a implantação de ideias neoliberais sem a preparação do mercado ou da cultura para isso”, diz a internacionalista. “Em momento algum tivemos a cultura de valorizar lucro e poupança, como existe nos Estados Unidos. O grande projeto da maior parte da população é o de aumentar consumo e renda.” As manifestações repercutiram no Brasil, com o vice-presidente brasileiro Hamilton Mourão (PRTB) comentando em entrevista à agência de notícias Bloomberg: “Não podemos ser apenas liberais e não podemos ser apenas estatistas; precisamos ir ao centro. Temos que tomar medidas para que a produtividade cresça, mas precisamos cuidar dos problemas sociais que todos os nossos países têm.” Michel Afif Magul, presidente da Comissão Especial de Direito Internacional da OAB de Goiás, afirma: “Piñera foi surpreendido com manifestações que nenhum cientista político ou sociólogo esperava. Ele não soube lidar com a situação, não controlou suas palavras, e fez a população se indignar e ir para as ruas. São manifestações extremamente violentas, sem um líder ou grupo político que as coordene. A insatisfação vem principalmente dos jovens chilenos, sem acesso a universidades ou emprego. É um dos países mais bem avaliados economicamente, mas ao mesmo tempo há pouca competitividade econômica.”

Equador

[caption id="attachment_217250" align="alignnone" width="620"] Protesto contra as medidas de austeridade do presidente do Equador, Lenin Moreno, em Quito | Foto: Reprodução / Ivan Alvarado / Agência Brasil EBC[/caption] Lenin Moreno, presidente do Equador, decretou estado de exceção no dia 3 de outubro, colocando o exército nas ruas para reprimir manifestantes. A razão da insatisfação foi a decisão do governo de aderir a um pacote de austeridade do Fundo Monetário Internacional (FMI) para receber auxílio financeiro de U$ 10 bilhões. Uma das imposições era a redução do déficit fiscal equatoriano de S$ 3,6 bilhões para US$ 1 bilhão. Para atingir a meta, Lenin Moreno anunciou um corte de subsídios de combustíveis que existe há quatro décadas e que fez seu preço mais do que duplicar. Como resultado, houve manifestações, saques, suspensão da exploração de alguns campos de petróleo, falta de alimentos e água em determinadas províncias. As revoltas foram lideradas por representantes indígenas, que têm forte presença em províncias rurais. A repressão do exército tornou a situação mais extrema, culminando com a mudança da capital temporariamente, de Quito para Guaiaquil. A decisão mostra instabilidade da América Latina.  Rafael Correa, que foi presidente do país de 2007 a 2017, afirmou em entrevista à CNN que não existe governo no Equador, e culpou Moreno por medidas como diminuição de impostos para mais ricos e subordinação ao FMI. Michel Afif Magul afirma que o movimento é uma tentativa do ex presidente de reivindicar o protagonismo da situação. “Moreno é de centro; começou socialista mas se afastou da esquerda de Correa. Muita cautela ao comparar a situação com a do Chile. No Equador há uma disputa de poder com liderança; o único que pediu a renúncia foi Correa, e há reivindicação política do grupo bem definido que se opõe ao presidente.” 

Bolívia

[caption id="attachment_217251" align="alignnone" width="620"]América Latina Evo Morales entrará em seu quarto mandato de forma pouco transparente | Foto: Reprodução / Arquivo/Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil EBC[/caption] No dia 20 de outubro, o presidente Evo Morales disputou seu inconstitucional quarto mandato após uma manobra jurídica. Milhares de apoiadores de Carlos Mesa, seu principal concorrente, se reuniram para protestar. Durante a apuração dos votos, houve a acusação de fraude eleitoral e a divulgação da apuração preliminar foi suspensa. A apuração oficial foi divulgada no dia 24, declarando Evo Morales eleito no primeiro turno. Na mesma quinta-feira, 24, a Organização dos Estados Americanos (OEA) requereu auditoria do processo.  O primeiro presidente indígena da Bolívia é criticado por restringir a liberdade de imprensa e centralizar o poder. Entretanto, com o crescimento médio do país de 4% ao ano, o partido político do presidente, Movimento ao Socialismo (Mas) é aprovado em diversos setores da sociedade. Michel Afif Magul afirma sobre a situação: “A democracia tem de ser defendida a cada momento e cada segundo. Morales tem um poder muito grande e usa os meios de que dispõe para se manter no governo. Sem constante alternância, pode haver uma ruptura democrática na Bolívia.” Danyelle de Lima Wood afirma sobre o sucesso de Evo Morales de permanecer no poder por um imprevisto quarto mandato: “Todo governo pode se tornar autoritário ao tentar se perpetuar no poder. Isso não é exclusividade da esquerda ou da direita. Principalmente quando lembramos que uma característica comum a todos os países da América Latina é que suas democracias são recentes e frágeis. Temos instituições contestadas o tempo todo e isso abre caminho para autoritarismo.”

Peru

[caption id="attachment_217253" align="alignnone" width="620"]América Latina O movimento populista de direita conhecido como Fujimorismo enfrenta um futuro incerto com a dissolução do congresso peruano | Foto: Reprodução / Congreso de la República [/caption] O Peru também apresenta crescimento econômico estável em meio à crise internacional. O aumento de 4% no pib do país, sustentado principalmente pela mineração, contrasta com a extrema impopularidade de seus ex-governantes. O escândalo da empreiteira Odebrecht resultou em acusações de corrupção contra quatro ex-presidentes: Alan García, Alejandro Toledo, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski; além de Keiko Fujimori, filha de Alberto Fujimori, também ex-presidente. A falta de popularidade dos governantes e os laços com a Odebrecht fez com que o atual presidente, Martin Vizcarra, adotasse como uma de suas metas o combate à corrupção. O próprio Vizcarra não foi eleito; era vice de Kuczynski e subiu ao cargo após sua renúncia por conta de escândalos envolvendo a Odebrecht.  Vizcarra se envolveu em uma disputa com o parlamento para a nomeação de juízes do  Tribunal Constitucional. Após ser frustrado, ao não conseguir emplacar os nomes que considerava que lhe ajudariam em sua agenda anticorrupção, Vizcarra dissolveu o congresso no dia 1 de outubro. Novas eleições parlamentares foram convocadas e a popularidade do presidente subiu de 47% para 82%. Opositores, entretanto, acusam o presidente de realizar uma manobra antidemocrática.

‘Só se ele não quiser’, diz presidente da Comissão de Finanças sobre Pastor Jeferson ser relator da LOA

Karlos Cabral justifica que Pastor Jeferson realizou audiências públicas para relatar a Lei de Diretrizes Orçamentárias que serão aproveitadas para o relatório Lei Orçamentária Anual

Governo apoia antecipação das eleições para mesa diretora da Alego

O projeto fará modificações no Regimento Interno da Casa criando o cargo de 3º vice-presidente e estabelecendo representatividade de duas vagas das nove totais para deputadas mulheres

Madrugada de protestos no Chile faz presidente recuar

Lembrando os protestos brasileiros de junho de 2013, o estopim das manifestações chilenas são o aumento da tarifa do transporte público, mas abrangem privilégios de políticos e desigualdade social Chile tem madrugada de intensos protestos deflagrados pelas redes sociais por conta do aumento da tarifa do transporte. Três pessoas morreram queimadas em saques a um supermercado da rede Líder (controlado pelo americano Walmart). Dezenas de outros estabelecimentos foram saqueados e incendiados, toque de recolher foi dado, 9500 agentes de segurança foram mobilizados e o presidente Sebastián Piñera decretou estado de emergência por quinze dias. Piñera recuou e suspendeu o aumento da tarifa no sábado (19). O estopim das manifestações foram o aumento de 800 a 830 pesos chilenos no preço da passagem do metrô. 41 estações foram destruídas em protesto ao aumento, que em reais representa R$ 0,17. As cidades de Santiago, Valparaíso e Concepción são as principais afetadas pelos protestos e amanheceram com muito lixo, destroços, ônibus e bicicletas de aluguel destruídas. O presidente Sebastián Piñera convocou uma mesa de diálogo para atender as demandas sociais, que não são encabeçadas por um líder ou lista de reivindicações, além ter marcado reunião com seus ministros neste domingo, 20, para abordar a situação. Os protestos, que começaram pacificamente, levou às ruas milhares de pessoas manifestantes conclamados pelas redes sociais sob os lemas “ChileSeCanso” e “ChileDesperto”. Apesar de o estopim ter sido a tarifa do metrô, a principal queixas dos manifestantes é a alta desigualdade social. Os também protestantes enumeram: valores de pensões reduzidos; alta do preço dos serviços básicos; serviços básicos privatizados, incluindo água; altos salários de políticos; elevada dívida por débito universitário.

Energia limpa, busca por outros planetas e investigação da pobreza – conheça o Nobel 2019

Especialistas comentam como as pesquisas e trabalhos dos laureados com o Prêmio Nobel 2019 beneficiaram a humanidade

Eduardo Prado quer mesmas condições previdenciárias da Polícia Federal para a Polícia Civil em Goiás

Deputado estadual afirma que é necessário aguardar conclusão da reforma da Previdência nacional antes de iniciar debates estaduais

Waldir diz que parlamentares sofreram pressão do Executivo, de milícias, ministros e robôs nas redes sociais

Líder do PSL na Câmara comenta traição e o que quis dizer com a ‘implosão do presidente’