Por Thiago Burigato

A quantia é referente aos R$ 60 mil arbitrados por danos extrapatrimoniais e mais R$ 60 mil de danos morais e estéticos

Estatal desligou as luzes de alguns órgãos da administração municipal por conta de uma dívida de R$ 4 milhões. Por sua vez, a prefeitura diz que a dívida da estatal é de R$ 144 milhões

Intitulada pesquisa Viva Inquérito, o levantamento, que é do Ministério da Saúde, será realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia com execução técnica do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG)

“Acredito que o reconhecimento que ele tem hoje vem de sua fé e amor para com Deus e com o próximo. E hoje desejamos que o senhor continue trabalhando sua fé para que continue a trabalhar ainda mais pelos goianos”, afirmou o padre ortodoxo Firas Bitasti

O governador Marconi Perillo (PSDB) convocou integrantes de sua equipe e, mais vez, exigiu que deem adeus ao salto alto e que devem trabalhar, em tempo integral, para que seja eleito no primeiro turno. Daí a ação concentrada nas grandes cidades, como Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. A vitória no primeiro turno tende a ser decidida nas três cidades — por isso a busca maciça por novos aliados na região e, sobretudo, pela conquista de novos eleitores, seja entre os indecisos, seja entre os que apoiam outros candidatos mas, pensando no voto útil, podem trocar de nome. O tucano-chefe tem enviado um outro recado: existe a possibilidade de disputa no segundo turno. Mas, se isto ocorrer, quer ir para a etapa seguinte com uma frente ampla, que mantenha sua expectativa de poder.
O ex-senador Mauro Miranda (PMDB) costuma dizer que, na política, é preciso ter votos e, também, sorte. Os “santos” da política parecem conspirar a favor de Marconi Perillo. A queda de Aécio Neves (PSDB), que, como a presidente Dilma Rousseff (PT), foi atropelado pelo furacão Marina Silva (PSB) — “Alemanha da Silva”, no dizer dos aliados —, poderia prejudicar o tucano-chefe. No entanto, não é isto que está ocorrendo. No caso de vencer no primeiro turno, Marconi ficará à cavalheiro para apoiar tanto Dilma Rousseff — por quem tem simpatia pessoal, notadamente porque a presidente tem se comportado de modo republicano em relação ao seu governo — quanto Marina Silva.
A tendência é Marconi apoiar Dilma Rousseff, na hipótese de segundo turno com Marina Silva. Porém, como o PSDB deve subir no palanque do PSB, há alguma possibilidade de o tucano compor com a líder máxima da Rede Sustentabilidade.
Na semana passada, ao moderar seu discurso, buscando atrair o capital financeiro — as bolsas, longe de cair, subiram — e o agronegócio, Marina Silva dava a entender que se considera praticamente eleita, mas não no primeiro turno. Por isso, seus aliados mais pragmáticos — ou “mais políticos” — começam a costurar novas alianças (para, em caso de vitória, garantir a governabilidade e enfrentar a “fúria” do PT). Eles admitem que a aproximação com o tucanato — que já cristianizou Aécio Neves, que fica para 2018 — é inevitável. As pontes são o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e José Serra — que vislumbram que a única possibilidade de arrancar os petistas do poder é articulando uma aliança com uma ex-petista. Marconi, líder emergente do PSDB, recebeu sinalizações de que Marina Silva quer “abrir” diálogo, especialmente depois que soube que o tucano é anti-Ronaldo Caiado e que o candidato do PSB a governador de Goiás, Vanderlan Cardoso, é carne, unha e quase cutícula com o deputado federal do DEM. Nos bastidores, o candidato do PSB estaria apoiando Caiado para senador, cristianizando Aguimar Jesuíno, por quem não tem simpatia, exceto pro forma (antes do início da campanha, Vanderlan ofereceu a vaga de Jesuíno para Armando Vergílio, que preferiu compor com o PMDB).

Vinculado ao setor industrial, devido sua passagem pela Secretaria de Indústria e Comércio, entre 2011 e 2013, Alexandre Baldy, candidato a deputado federal pelo PSDB, tem surpreendido pela capacidade de romper barreiras entre segmentos. Na semana passada, comandou reunião com produtores culturais para ouvir sugestões. Outro destaque é a paixão com que participa de debates sobre políticas de qualificação profissional, uma de suas principais bandeiras.
Sobre formação profissional, vale lembrar que Baldy é ligado ao setor farmoquímico, ramo industrial que depende visceralmente do desenvolvimento científico e da alta qualificação de seus colaboradores. Por isso o jovem empresário é tão atento ao tema. Segundo ele, o governo federal melhorou parcialmente sua performance quanto ao ensino profissionalizante, mas ainda falta muito para se adequar à realidade do mercado de trabalho.
No governo Lula, diz Baldy, o paradigma era o Plano Nacional de Qualificação, uma peça quase fictícia. “Um documento altamente ideológico e ufanista que, ao longo de 26 páginas, não faz qualquer menção, de fato, às necessidades e demandas regionais do país”, diz o ex-secretário.
Para Baldy, dizer que qualificação profissional é fator de inclusão social é correto e bonito, mas não resolve se não houver encaminhamento prático.
Com Dilma Rousseff, diz o tucano, houve pequeno avanço com o Pronatec, pois, pela primeira vez, o governo federal pelo menos cita que é preciso interiorizar a oferta de cursos profissionalizantes. Mas a boa intenção parece ter ficado apenas na teoria.
Baldy pediu à sua assessoria que levantasse quais cursos gratuitos o Pronatec oferece em Goiás e ficou “assustado”. Nas maiores cidades goianas (Goiânia, Aparecida e Anápolis), o Pronatec apresenta em seu site apenas 66 vagas para cursos como o de agente de limpeza, trabalhador doméstico, vendedor, recepcionista e garçom.
“Estamos falando de um universo de 2 milhões de pessoas e só disponibilizam essas 66 vagas”, critica Baldy, completando o diagnóstico: “Em Anápolis, temos um polo industrial diversificado e a demanda por profissionais qualificados é alta. Onde estão os cursos para atender essas necessidades?”
Entre suas propostas para a área, Baldy afirma ser essencial que entidades representativas de empresários e trabalhadores participem da formulação das políticas de qualificação. Para definir o tamanho do investimento e também que tipos de cursos devem ser oferecidos em cada cidade ou região.

O candidato do PT a governador de Goiás, Antônio Gomide, diz que comete um equívoco aquele analista que, a partir das pesquisas de intenção de votos, avalia que o quadro eleitoral está inteiramente definido. “O analista não pode tomar uma tendência como fato definido. A possibilidade de ‘surpresas’, quando o eleitor estiver mais bem informado sobre os candidatos, sempre existe.”
Examinando o quadro eleitoral com atenção, Gomide diz que é possível concluir que o governador Marconi Perillo estabilizou-se em primeiro lugar e que o segundo colocado, Iris Rezende, “está estagnado”. “Iris não cresce e, assim, parece não ter chance de superar o candidato do PSDB. Portanto, acredito que, com um trabalho intenso e um contato permanente com os eleitores, tanto pessoalmente quanto pelo programa de televisão, podemos superar Iris e disputar o segundo turno com Marconi Perillo.”
No plano nacional, Gomide diz que o crescimento de Marina Silva é visível. “Porém, como ainda não foi contraditada, não se sabe o que o eleitorado vai dizer quando perceber que não é tão ‘pura’ quanto parece. É cedo para julgar seus números. Depois do encanto, uma espécie de mesmerização, às vezes vem o desencanto. Aposto que a presidente Dilma Rousseff, que tem muito o que mostrar, será reeleita. Quando passar a fase emocional, o eleitor certamente vai comparar o que Dilma fez com o que Marina pretende fazer e aí a diferença será gritante. Estão tentando ‘camuflar’ o radicalismo de Marina, tornando-a palatável aos banqueiros e ao agronegócio. Quando o eleitor que está descontente com ‘tudo’ perceber isto ficará desnorteado e poderá abandoná-la.”
O que o eleitor realmente quer e está cobrando dos políticos? “Pensa-se que exclusivamente em saúde, educação e segurança pública. Mas o que eleitor quer mesmo é ter confiança nos políticos, quer que tenham credibilidade. O eleitor está muito descontente com os políticos, que prometem muito, fazem pouco e, depois das eleições, ainda desaparecem.”

O vice-prefeito de Senador Canedo, o médico Alsueres Mariano (PSB), é um dos mais fortes candidatos a deputado estadual da coligação de Vanderlan Cardoso (PSB).
Alsueres Mariano, além de uma presença ativa em Senador Canedo, tem o apoio decisivo de Vanderlan Cardoso e do prefeito Misael Oliveira (PDT).

Candidato à reeleição, o deputado estadual Francisco Gedda, presidente do PTN, não é panglossiano, mas é um otimista inveterado. Na sexta-feira, 29, ele disse ao Jornal Opção que sua coligação, que inclui PTN, PPL, PC do B, PRTB e Solidariedade, deve eleger pelo menos quatro deputados estaduais. “Cito alguns nomes fortes: Francisco Gedda, Isaura Lemos (PC do B), Carlos Antônio (Solidariedade), Charles Bento (PRTB), José Odilon (PTN), Marcelo Pezão e Djalma Araújo (SD)”.
“Bendita a hora que não fui para a coligação de Vanderlan Cardoso. Porque ela não tem voto”, frisa Gedda.
O deputado diz que seu braço direito na campanha tem sido o ex-deputado Sérgio Caiado. “Ele está organizando estrutura para mim em Americano do Brasil e Águas Lindas, assim como Alcides Rodrigues está me apoiando em Santa Helena. Acredito que, com o apoio do prefeito Humberto Machado e de vários secretários, saio de Jataí com pelo menos 10 mil votos. Devo ter 3 mil votos em Goiânia e 2 mil votos em Santa Helena. Com os votos de outras cidades — somando tudo devo obter 22 mil a 25 mil votos —, aposto que serei reeleito.”
Gedda diz que, apesar das pesquisas de intenção de voto, “sente um movimento sutil” da sociedade goiana, que estaria “muito silenciosa”. “Dificilmente Iris Rezende vai perder a eleição para o governador Marconi Perillo. As pessoas me dizem: ‘Marconi vai ganhar, mas eu não voto nele, não’. Há algo estranho no ar.” Se há, os institutos de pesquisas não estão percebendo.
O funcionalismo público, acredita Gedda, “está priorizando Vanderlan Cardoso, do PSB, e Antônio Gomide, do PT”.
Sobre Ronaldo Caiado, Gedda diz que está praticamente eleito. “Há um sentimento generalizado de que é o candidato mais consistente, mais corajoso e que vai brilhar no Senado.”

Analistas avaliam que o PT pode eleger um, dois ou até três deputados federais em Goiás no pleito deste ano. A aposta maior, porém, é que o PT deve eleger no máximo dois parlamentares. Uma vaga, concordam todos, é do deputado federal Rubens Otoni — o petista de maior prestígio em todo o Estado. A segunda está sendo disputada, com unhas e dentes, mas sem ataques, pelo ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira, pelo ex-subministro Olavo Noleto e pelo deputado Mauro Rubens. Ao Jornal Opção, Edward disse que está fazendo uma campanha modesta, com o apoio de professores e ex-alunos, “que estão empolgados”, destacando o que planeja fazer pela educação em Goiás e no país. “Sei que estão avaliando que o PT pode eleger três deputados. Porém, mesmo com uma estrutura ínfima, se comparada às outras estruturas, trabalho para ocupar a segunda vaga, logo atrás de Rubens Otoni. Isto sem desmerecer meus companheiros de jornada, que têm muito valor pessoal e político.”

Em Brasília até as obras arquitetônicas criadas por Oscar Niemeyer “sabem” que José Roberto Arruda (PR) não será candidato a governador — se for e ganhar, diria Carlos Lacerda, não assumirá. Arruda insiste, afirma que será candidato, mas está apenas ganhando tempo para preparar outro nome, como o de sua mulher, Flávia Carolina Peres, ou o do senador Gim Argello (que está tentando arranjar um pretexto para não disputar com José Antônio Reguffe). O “postulante” do PR avalia que, se permanecer candidato até 15 de setembro, poderá cacifar outro candidato, ou seja, aposta que poderá transferir voto.
Arruda avalia mal o eleitorado do DF. Este o apoia, porque o considera gestor competente, ao contrário do governador Agnelo Queiroz (PT). Mas sua mulher não tem experiência administrativa e Argello (PTB), em definitivo, não é o político que o brasiliense quer ver no governo. Dado o efeito Marina Silva, o próximo governador do DF tende a ser o senador Rodrigo Rollemberg, do PSB.
A imagem ética de Rodrigo Rollemberg e de José Antônio Reguffe, candidato a senador pelo PSB, e o apoio ostensivo de Marina Silva devem ser decisivos em Brasília. A imagem do senador está tão colada à de Marina Silva que os aliados, em tom de brincadeira mas falando sério, o chamam de Rodrigo Rollemberg “Silva”. Também em tom jocoso, chamam José Antônio de “Marino” Reguffe. Este e Marina são extremamente identificado. Ele é a Marina de calça.

Favorito para o Senado em Goiás, o deputado Ronaldo Caiado (DEM) pode ficar fora da disputa do segundo turno na política nacional, sobretudo se as postulantes à Presidência da República forem a petista Dilma Rousseff e a socialista Marina Silva. Nada de misoginia. É que Rousseff é a adversária figadal do democrata e Marina menospreza e combate o goiano. O líder do DEM apoia Aécio Neves, espécie de Chico Bento de Ipanema (e não de Minas), para presidente.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal não investigaram a possibilidade de uma triangulação nas contas eleitorais da campanha de Iris Rezende para prefeito de Goiânia em 2008. A empresa Alusa Engenharia Ltda. fez três repasses para o líder do PMDB. Dois no valor de 160 mil reais e um no valor de 180 mil reais. 500 mil reais no total. O dinheiro foi repassado no dia 3 de outubro.
Há suspeita de que a triangulação tenha sido a seguinte: a Delta Construções teria repassado dinheiro para a Alusa Engenharia Ltda. e esta para Iris Rezende. Antes de qualquer investigação, o peemedebista poderia contribuir com a sociedade e esclarecer se a história da triangulação procede e, também, sobre os motivos de ter recebido tanto dinheiro da Alusa.
Um deputado do PMDB disse ao Jornal Opção: “Na verdade, não está faltando tanto dinheiro assim na campanha de Iris Rezende. A questão central é que nós não queremos que dinheiro saia pelo ralo. Iris, com o apoio de parentes, está controlando os gastos com mão de ferro para evitar que oportunistas peguem dinheiro e invistam em suas campanhas para deputado federal e estadual e deixem a sua de lado. Iris desconfia que alguns peemedebistas estão fazendo jogo duplo”. O jogo duplo, na opinião do irismo, nem é tão duplo assim. Iristas acreditam que alguns candidatos a deputado estão apoiando, por baixo dos panos, a candidatura de Marconi Perillo. Porque acreditam que a fatura está liquidada. Os aliados de Júnior Friboi, embora engajados na campanha, são apontados como os principais suspeitos. Um aliado de Sandro Mabel afirma que o anúncio de que está faltando dinheiro contribuiu para reduzir a “pedilança” nos comitês. “Há dinheiro para a campanha de Iris. O que não há é dinheiro para bancar toda a estrutura de campanha do PMDB e aliados.”
Não será surpresa se Vanderlan Cardoso, derrotado para governador, filiar-se ao DEM do deputado federal Ronaldo Caiado, em 2015. O objetivo seria disputar a Prefeitura de Goiânia. Mas a troca de partido só vai ocorrer, se ocorrer, se Caiado for eleito senador. Uma coisa é certa: se Marina Silva for eleita presidente, seu grupo toma o controle do PSB em Goiás e escanteia Vanderlan, visto como “reacionário”.