Por Sinésio Dioliveira

Tem sido em vão todo o trabalho que tenho em minha casa para separar o material reciclável, pois a sua destinação é o aterro sanitário de Goiânia, visto que, em meu prédio, não há uma preocupação com o destino dos resíduos gerados pelos moradores

Para o escritor e dramaturgo Órris Soares, “só a dor possui a faculdade de aumentar, aclarando, essa manifestação imediata e poderosa de sensibilidade, enquanto a alegria, no seu rodopiar eterno de farsante, dançando ao som do pandeiro, a dispersa e anula”

O inesperado tem esquinas mais diversas, com pedras de todos os tamanhos. A pedra maior, no entanto, é a inércia, a prostração existencial, que faz com que deixemos a vida esvair sem que suguemos o seu tutano

Que venha a taxa do lixo. Que Sandro Mabel ponha um ponto-final nesse imbróglio matusalêmico e tire a Comurg de seu estado de zumbi

Observando um sabiá-laranjeira cantando dentro do Bosque dos Buritis, apanhei, em seu canto, que “os pássaros são intérpretes dos poemas de Deus”

Luís da Cunha Meneses, era o “Fanfarrão Minésio” nas “Cartas Chilenas”: um poema que satiriza a administração de Menezes, apontando-a como corrupta; antes de governar Minas, ele governou Goiás de 1778 a 1783

Mesmo ainda não estando sentado na cadeira do Paço Municipal, Sandro Mabel já está usando o cetro. Em suas redes sociais, postou que vai fazer um mutirão da limpeza na cidade e jogar duro contra aqueles que fazem descarte irregular de lixo

É repugnante saber que vidas vêm sendo ceifadas por falta de o poder público cumprir o seu dever conforme determina a Constituição Federal no artigo 196, o qual, como tudo indica, virou meramente letra morta

Charlie, 270 quilos, cobrava sinceridade dos alunos em suas redações, mas não mostrava sua cara na aula virtual para esconder sua obesidade

Francisco Wanderley Luiz caiu no visgo pernicioso das milícias digitais, as quais gangrenam fácil o cérebro dos fracos, alucinando-os de um patriotismo pernicioso

Observando os alunos envolvidos no plantio de árvores numa área que sofrera incêndio criminoso, enxerguei-os como pequenas sementes sendo semeadas na terra fértil do dever da boa relação com a natureza, cujo benefício maior é estendido aos seres humanos

Escutar chuva para mim é dopamina de alto teor. Vê-la caindo, acompanhada de seu som característico nos telhados e nas folhas das árvores, deixa meu cérebro molhadinho de tanta sensação de prazer e bem-estar

Pastor dono da igreja, astuto que era, começou a trabalhar o campo vagarosamente, semeando palavras aliciantes, e o rebanho de dizimistas foi crescendo, crescendo... O homem bamburrou com a burrice dos fiéis. Ficou muito rico

O desembargador Luís Cláudio Veiga Braga disse: “Hélio Rocha não morreu, apenas ausentou-se”. Luiz Vagner Jacinto, magistrado aposentado, homenageou o jornalista
A Academia Corumbaense de Ciências, Letras, Artes e Música (Ac-clam) ficou com seu auditório lotado E o motivo do grande número de pessoas foi uma homenagem póstuma prestada a um filho ilustre da cidade: o jornalista Hélio Rocha, cujo amor pelas letras veio de seu pai, Benedito Odilon Rocha. A sessão foi presidida pela presidente Ana Ruth Fleury Curado.

Ao contrário do filho, que transitou apenas no mundo das letras, Benedito Odilon Rocha foi músico (tocava saxofone e clarinete) e era compositor. Exceto o Hino Nacional, todas as músicas executadas na sessão da saudade voltada a Hélio Rocha foram executadas pela Corporação Musical 13 de Maio, que, em maio deste ano, completou 134 anos, o que a torna a banda mais antiga de Goiás e uma das mais antigas do país.
Coube a Luiz Vagner Jacinto, magistrado aposentado e membro da Ac-clam, o discurso da entidade. Ele é primo em segundo grau do mágico escritor do realismo fantástico José J. Veiga, também corumbaense, assim como Bernardo Élis: único goiano a integrar a Academia Brasileira de Letras (ABL).
Luiz Vagner discorreu longa e pormenorizadamente sobre a trajetória de Hélio Rocha. E isso numa linguagem palatável. Mencionou trechos de alguns jornais que fizeram matéria após a morte do homenageado na sessão da saudade. Um deles é o Jornal Opção, numa matéria publicada em 5/3/2024 e assinada pelo jornalista Euler de França Belém, da qual citou um trecho: (Hélio Rocha) “um humanista que sempre queria o melhor para todos; um biógrafo que escrevia com o máximo de clareza, como um cronista e com a sapiência de um Edward Gibbon. Uma enciclopédia pré-Google, dada sua extraordinária habilidade de se lembrar de tudo e de todos, tornando-se uma fonte de informações dos demais jornalistas quando queriam saber o que não aparecia no portal de buscas”.

O desembargador Luís Cláudio Veiga Braga, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Goiás, após cumprimentar os integrantes da mesa, conduziu seu discurso de modo poético. Disse que não estava no evento movido de tristeza.
Em sua justificativa, Luiz Cláudio Veiga Braga recorreu ao poema “A Mário de Andrade Ausente”, de autoria de Manuel Bandeira: “Num poema que Bandeira escreveu ao grande amigo e poeta Mário de Andrade, disse: ‘Mário não morreu, Mário apenas se faz ausente. Hélio não morreu, apenas se faz ausente’”.
Em seu poema Manuel Bandeira diz: “Você não morreu: ausentou-se”. Os versos finais de Bandeira se encaixaram perfeitamente no propósito do discurso do desembargador em relação ao homenageado: “Saberei que não, você ausentou-se. / Para outra vida? / A vida é uma só. / A sua continua. / Na vida que você viveu. / Por isso não sinto agora a sua falta”.
Também tiveram a palavra o jornalista Bruno Rocha (filho de Hélio Rocha), que falou em nome da família, o ex-deputado federal Vilmar Rocha, o jornalista Valterli Guedes, que, além de comparecer como presidente da Associação Goiana de Imprensa (AGI), também representou o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, o promotor de justiça Jales Mendonça.

Platão, discípulo de Sócrates, não tinha simpatia pelos poetas, achava-os nocivos à sociedade; em “A República”, ele expulsa os vates de Kallipolis, cidade idealizada, em que as artes deveriam trilhar o caminho ético-político