Por Euler de França Belém

Marqueteiro sublinha que nas campanhas políticas de Goiás — “em todas” — os números “só mexem depois de 15 dias de televisão

[caption id="attachment_77870" align="aligncenter" width="620"] Alego[/caption]
O alto índice de desinteresse com as eleições, flagrado em todas as pesquisas, é um fator preocupante. A democracia depende radicalmente da participação consciente do eleitor.
Para reverter este desânimo é essencial que a política partidária volte a ter conexão com a sociedade. Infelizmente, são raros os casos de agentes políticos que conseguem fazer essa interlocução.
Por isso, o bom exemplo do deputado estadual Virmondes Cruvinel (PPS) precisa ser estudado e reproduzido. Candidato à reeleição, ele foi protagonista de um fenômeno que, mesmo sendo bastante positivo para a sua campanha, deixou estarrecido o mundo político.
Saiu num jornal que todos os candidatos goianos deste ano (inclusive majoritários) haviam arrecadado com contribuições pessoais via internet apenas R$ 122 mil. Desse montante, R$ 40 mil (um terço) foram destinados à campanha de Virmondes Cruvinel.
Essas são contribuições espontâneas de pessoas físicas que, de acordo com a lei eleitoral, só podem doar até R$ 1 mil por operação. Como ocorreu na primeira eleição de Barack Obama à Casa Branca, revelam alto nível de engajamento popular no projeto político.
Questionado sobre o fenômeno, o jovem deputado do PPS tem apenas uma explicação: a intensidade de diálogo que mantém frequentemente com diversos setores da sociedade, o que se reflete de forma direta em seu mandato.
Um exemplo é o Estatuto do Concurso Público, projeto de lei relatado por ele e que já está em vigor, dando maior transparência ao acesso às vagas públicas em Goiás.
Outra ação dele que conversa diretamente com a comunidade é o Estatuto da Microempresa. A minuta do projeto foi preparada em seu gabinete, ouvindo os segmentos interessados, e repassada ao Executivo, que devolveu à Assembleia com mínimas alterações.
Virmondes apresentou diversos projetos seguindo essa mesma lógica, como o de proteção aos animais e criação de um hospital público veterinário e também o que prevê a criação de uma bolsa estadual para estudantes de pós-graduação.
Uma atuação parlamentar nesses moldes prova que é possível renovar a política, desde que haja disposição para dialogar com a sociedade e apresentar respostas efetivas.

[caption id="attachment_136348" align="aligncenter" width="620"] Divulgação[/caption]
A base governista avalia que há tempo para uma virada eleitoral e aposta que o governador José Eliton pode ser eleito. Na semana passada, houve uma forte movimentação na base governista, com prefeitos, vereadores, líderes municipais e candidatos a deputado saindo às ruas para pedir votos para o tucano. “A máquina mexeu” — era o que se dizia na semana passada.
A base, de fato, aposta que o quadro pode ser mudado. Por via das dúvidas, as lideranças estão articulando uma forte base parlamentar — elegendo vários deputados estaduais e federais e também dois senadores, Marconi Perillo e Lúcia Vânia (pelo quadro atual, ambos seriam eleitos).
Acredita-se que, se Ronaldo Caiado for eleito governador, dada sua dificuldade de conviver com políticos de pensamentos divergentes — sobretudo em período pós-eleitoral —, não terá facilidade para montar uma base na Assembleia Legislativa. Como uma base forte lá, a oposição pode, se quiser, travar um hipotético governo do presidente do DEM. Sabe-se que adesões são possíveis, mas há políticos que são fieis ao ex-governador Marconi Perillo.
Na Câmara Federal, se confirmarem as previsões de experts, a base governista tende a eleger de oito a dez parlamentares. O que dará força nacional à aliança que tem o PSDB como líder. Se eleger os dois senadores, Marconi Perillo e Lúcia Vânia (que, aliás, tem apreço por Ronaldo Caiado), a bancada oposicionista terá força em Brasília contra Caiado. Até para fazer empréstimos externos, governadores precisam de apoio de senadores. Recentemente, Ronaldo Caiado conseguiu, como senador, barrar um empréstimo interno, da Caixa Econômica Federal, para o governo de Goiás. Se eleito, pode sofrer na pele o mesmo problema.
Noutras palavras, se eleito, a vida de Ronaldo Caiado não será nada fácil.

[caption id="attachment_65451" align="aligncenter" width="620"] Jardel e o governador Marconi Perillo | Foto: Eduardo Ferreira[/caption]
Como pilota uma ampla coligação, com o apoio da maioria dos prefeitos, o governador de Goiás, José Eliton, permanece como um candidato forte para a disputa. Em Inhumas, numa reunião com o deputado federal Roberto Balestra, o ex-governador Marconi Perillo enfatizou que os eleitores estão começando a interessar pelo pleito, portanto o quadro eleitoral ainda está aberto. O tucano-chefe frisou que acredita numa virada eleitoral e que o bom senso, produto da racionalidade, vai manter seu grupo no poder.
O ex-prefeito de Catalão Jardel Sebba corrobora: “A nossa máquina eleitoral levantou-se e está em movimento. Acredito que, nos próximos dez dias, Goiás assistirá ao crescimento de José Eliton — o que se tornará incontornável”.

[caption id="attachment_130440" align="aligncenter" width="620"] Foto: Jornal Opção[/caption]
Como o MDB não o apoia oficialmente para governador de Goiás, o senador Ronaldo Caiado, do DEM, sente-se livre para não apoiar seu candidato a prefeito de Goiânia em 2020. Claro que se o candidato for Iris Rezende — se reeleito, terminaria o mandato com 91 anos —, o presidente do DEM não deixaria de apoiá-lo. São amigos e, de certo modo, aliados. O prefeito da capital não o apoiou oficialmente, mas liberou alguns de seus aliados mais próximos, como Lívio Luciano e Samuel Belchior, para apoiá-lo.
Como Iris Rezende possivelmente não disputará a reeleição — seria uma exigência da família que o decano emedebista estaria disposto a aceitar —, Ronaldo Caiado, sobretudo se for eleito governador, deve apoiar a candidatura a prefeito de seu vice, Lincoln Tejota (Pros).
O principal sonho de Lincoln Tejota é ser prefeito de Goiânia. Como sabe que ser vice de um político forte como Ronaldo Caiado é manter-se quase à parte, ele deve colocar seu nome na rua a partir de 2019. Sabe-se que o senador democrata não hesitaria em apoiá-lo. Porque é jovem e teve coragem de apoiá-lo para governador, rompendo com a base governista, à qual pertencia há vários anos. “Se candidato, pode representar os ventos da mudança”, afirma um integrantes do Pros.

[caption id="attachment_122883" align="aligncenter" width="620"] Reprodução[/caption]
O deputado estadual Lívio Luciano, disse Caiado, é seu principal aliado para a área de finanças.
O candidato a senador pelo DEM, Ronaldo Caiado, pediu cautela para seus aliados — sugerindo que é preciso continuar trabalhando e que não se ganha eleição por antecipação.
Entretanto, como a pesquisa Serpes o apontou com 62% dos votos válidos, o que, se confirmado nas urnas, lhe garante a vitória no primeiro turno, seus aliados, até dos principais e mais cautelosos, tomaram-se de euforia. Em nenhum momento, Ronaldo Caiado fala em secretariado, ao menos não diretamente.
Mas, internamente, as bolsas de aposta estão aceleradas. Ronaldo Caiado disse — há um vídeo gravado — que, para assunto de finanças, seu consultor habitual tem sido o deputado estadual Lívio Luciano.
Lívio Luciano é auditor fiscal, tem a simpatia dos colegas do Fisco e, acima de tudo, é competente. Por isso, é cotado para a Secretaria da Fazenda. Irista de carteirinha, o deputado integra o Podemos. Suas credenciais políticas e técnicas são recomendáveis — dizem políticos e técnicos da Sefaz. “É o Luka Modric da economia”, afirma o deputado José Nelto (Podemos).
O prefeito de Catalão, Adib Elias, deve ser uma figura de proa do governo de Ronaldo Caiado — se este for eleito, é claro. Poderá escolher a secretaria — tanto a de Saúde quanto a de Governo. José Nelto é cotado para a Secretaria de Comunicação.

[caption id="attachment_137537" align="aligncenter" width="620"] Foto: Reprodução[/caption]
Professor e diretor do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da Universidade Federal de Goiás (UFG), o biólogo Clecildo Oliveira será cônsul honorário da Alemanha em Goiás a partir de fevereiro de 2019.
O docente, que tem doutorado em Ciências Naturais pela Universidade de Hamburgo, assume o cargo no lugar do superintendente executivo de Comércio Exterior do Estado de Goiás, William “Bill” O’Dwyer, que deixará o posto por ter atingido a idade máxima permitida pela Alemanha para exercer a função.

[caption id="attachment_71708" align="aligncenter" width="620"] Dr. Zacharias Calil durante entrevista ao Jornal Opção | Foto: Renan Accioly[/caption]
Candidato a deputado federal pelo DEM, o médico Zacharias Calil afirma que “está assustado com a repercussão de sua campanha — que é micro — na sociedade. Eu popular e não sabia”.
Ao visitar o bairro Novo Horizonte, Zacharias Calil — tratado pelo povão como Zach Competência — foi cercado, de maneira efusiva, por populares. Todos queriam saber sobre como faz para separar siameses e a respeito de sua motivação para disputar mandato de deputado.
Até ex-pacientes apareceram para cumprimentá-lo.
Sem dinheiro para a campanha, atuando de maneira espartana, Zacharias Calil tem sido convidado por amigos para conversar com funcionários de suas empresas (como a Belcar, onde foi apresentado como o “novo” e o “não-político”). “Não faço promessas, mas digo que vou colocar meu mandato, se for eleito, a serviço da sociedade, principalmente da melhoria do setor de saúde”, afirma. As pessoas que trabalham na sua campanha são voluntárias. Entre elas está sua mulher, a psicóloga Sandra Hamu. Recentemente, convidado por José Carlos, esteve com auditores da Receita Federal, que o veem como um nome renovador, compromissado com a retidão moral.
Político diferenciado, Zacharias Calil afirma que pede votos e conversa com todo mundo. “Mas digo sempre que pretendo ser um deputado sem amarras”, assinala. “Entrei na política por idealismo. Se for eleito, tudo bem; se for, voto para a Medicina. Aliás, mesmo durante a campanha, continuo trabalhando no Hospital Materno-Infantil.” Na sexta-feira, 14, quando o Jornal Opção o localizou, à noite, Zacharias estava atendendo pacientes no Materno-Infantil.
Caiado está crescendo. Estou tranquilo. Entrei com idealismo; se for eleito bem; se não for, volto para a Medicina. Meu diferencial é não estar ávido para ganhar a eleição.
Ao se encontrar com o ex-governador Alcides Rodrigues (PRP), este tirou um santinho e disse: “Olha, este aqui é meu candidato a deputado federal”. Era um santinho de Zacharias Calil. Era uma brincadeira e os dois riram muito.

Para informar bem, a credibilidade de um jornal deriva exclusivamente de uma imagem?

O guru brasileiro Sri Prem Baba começa a ser denunciado — tanto por assédio sexual quanto por ser milionário (a Receita Federal certamente vai examinar suas contas com lupa). Antes dele, houve outro guru, que fez muito sucesso na Rússia do czarismo. Assassinado, tornou-se uma lenda. Para esclarecê-la, Douglas Smith escreveu “Raspútin — Fé, Poder e o Declínio dos Románov” (Companhia das Letras, 1128 páginas, tradução de Berilo Vargas). Trata-se de um livro que, além de contar a história de um homem emblemático, resgata a história da Rússia pré-revolucionária. É, sobretudo, uma grande história de um país convulsionado. O “mago” contribuiu para o destroçamento do poder dos Románov? É um dos temas da obra do pesquisador.
Leia a sinopse da editora: “A biografia que mudará para sempre a forma como vemos uma das figuras mais poderosas da Rússia czarista. Mais de cem anos após seu assassinato, Raspútin continua na imaginação popular como um símbolo da encarnação do mal. Muitos livros e filmes contam a história de sua ascensão misteriosa ao poder como confidente de Nicolau e Alexandra, e guardião do debilitado herdeiro do trono russo. Separando fato e ficção, o trabalho monumental do premiado historiador Douglas Smith apresenta Raspútin em toda sua complexidade: homem religioso, súdito leal, adúltero e boêmio. Com base em documentos encontrados em sete países, Raspútin é a biografia definitiva de um homem extraordinário que viveu o ocaso da dinastia Románov”.
O britânico Simon Sebag Montefiore, um dos mais importantes pesquisadores da história da Rússia, escreve sobre o livro: “Douglas Smith faz a biografia definitiva de Raspútin. Brilhante, envolvente e hipnótica. Selvagem e erótica em suas revelações, sensível no retrato humano, astuta na análise política e muito rica no material pesquisado”.

[caption id="attachment_137516" align="aligncenter" width="642"] Foto: Divulgação[/caption]
O jornalista Thomas Traumann trabalhou na revista “Veja”, como repórter, editor e colunista, e como porta-voz da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e assessor do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. Agora, publica o livro “O Pior Emprego do Mundo — 14 Ministros da Fazenda Contam Como Tomaram as Decisões Que Mudaram o Brasil e Mexeram no Seu Bolso” (344 páginas).
Sinopse do livro: “Pense em uma deliberação que mexa no seu bolso e na ponta estará o ministro da Fazenda. Do gabinete no quinto andar do Ministério da Fazenda, em Brasília, foi decidido quanto dinheiro cada brasileiro poderia retirar da sua caderneta de poupança; se o país ia parar de pagar sua dívida com os bancos estrangeiros; e até qual deveria ser o preço da passagem de ônibus. Nenhum outro posto concentra tanto poder. O nível de intrigas, conspirações e invejas que cerca o Ministro da Fazenda é insuperável.
“Neste livro, o jornalista Thomas Traumann compara o cargo de Ministro da Fazenda do Brasil com o pior emprego do mundo. Poucas pessoas sofrem tanta pressão e em nenhum país alguém tem tantas atribuições, fruto da crônica dependência governamental da economia brasileira. A inflação subiu? É culpa do ministro. A geração de postos de trabalho, o crescimento da economia, o peso dos impostos e outro punhado de indicadores do bem-estar econômico funcionam como uma espada sobre a cabeça do ministro, ameaçando cortá-la.
“Com entrevistas com quinze ex-ministros e uma pesquisa exaustiva, Traumann reconta a história recente da economia brasileira. É um retrato sobre o jogo do poder de Brasília, como ele é exercido, quem o exerce e como ele muda a sua vida.”

O senador do Ceará afirma que o sistema político e os partidos políticos no Brasil faliram

Uma das missões de Virmondes Cruvinel é levar segmentos organizados para debater com o ex-governador

"O Papel Mata-Moscas e Outros Textos" reúne narrativas de extensões variadas, mas predominantemente curtas

O Orçamento Impositivo vai passar na Assembleia Legislativa de Goiás por unanimidade. Deputados da situação e da oposição aprovam a medida.