Alego

O alto índice de desinteresse com as eleições, flagrado em todas as pesquisas, é um fator preocupante. A democracia depende radicalmente da participação consciente do eleitor.

Para reverter este desânimo é essencial que a política partidária volte a ter conexão com a sociedade. Infelizmente, são raros os casos de agentes políticos que conseguem fazer essa interlocução.

Por isso, o bom exemplo do deputado estadual Virmondes Cruvinel (PPS) precisa ser estudado e reproduzido. Candidato à reeleição, ele foi protagonista de um fenômeno que, mesmo sendo bastante positivo para a sua campanha, deixou estarrecido o mundo político.

Saiu num jornal que todos os candidatos goianos deste ano (inclusive majoritários) haviam arrecadado com contribuições pessoais via internet apenas R$ 122 mil. Desse montante, R$ 40 mil (um terço) foram destinados à campanha de Virmondes Cruvinel.

Essas são contribuições espontâneas de pessoas físicas que, de acordo com a lei eleitoral, só podem doar até R$ 1 mil por operação. Como ocorreu na primeira eleição de Barack Obama à Casa Branca, revelam alto nível de engajamento popular no projeto político.

Questionado sobre o fenômeno, o jovem deputado do PPS tem apenas uma explicação: a intensidade de diálogo que mantém frequentemente com diversos setores da sociedade, o que se reflete de forma direta em seu mandato.

Um exemplo é o Estatuto do Concurso Público, projeto de lei relatado por ele e que já está em vigor, dando maior transparência ao acesso às vagas públicas em Goiás.

Outra ação dele que conversa diretamente com a comunidade é o Estatuto da Microempresa. A minuta do projeto foi preparada em seu gabinete, ouvindo os segmentos interessados, e repassada ao Executivo, que devolveu à Assembleia com mínimas alterações.

Virmondes apresentou diversos projetos seguindo essa mesma lógica, como o de proteção aos animais e criação de um hospital público veterinário e também o que prevê a criação de uma bolsa estadual para estudantes de pós-graduação.

Uma atuação parlamentar nesses moldes prova que é possível renovar a política, desde que haja disposição para dialogar com a sociedade e apresentar respostas efetivas.