Se for eleito, mas sem base parlamentar, Caiado terá dificuldade para governar
15 setembro 2018 às 23h52
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A base governista avalia que há tempo para uma virada eleitoral e aposta que o governador José Eliton pode ser eleito. Na semana passada, houve uma forte movimentação na base governista, com prefeitos, vereadores, líderes municipais e candidatos a deputado saindo às ruas para pedir votos para o tucano. “A máquina mexeu” — era o que se dizia na semana passada.
A base, de fato, aposta que o quadro pode ser mudado. Por via das dúvidas, as lideranças estão articulando uma forte base parlamentar — elegendo vários deputados estaduais e federais e também dois senadores, Marconi Perillo e Lúcia Vânia (pelo quadro atual, ambos seriam eleitos).
Acredita-se que, se Ronaldo Caiado for eleito governador, dada sua dificuldade de conviver com políticos de pensamentos divergentes — sobretudo em período pós-eleitoral —, não terá facilidade para montar uma base na Assembleia Legislativa. Como uma base forte lá, a oposição pode, se quiser, travar um hipotético governo do presidente do DEM. Sabe-se que adesões são possíveis, mas há políticos que são fieis ao ex-governador Marconi Perillo.
Na Câmara Federal, se confirmarem as previsões de experts, a base governista tende a eleger de oito a dez parlamentares. O que dará força nacional à aliança que tem o PSDB como líder. Se eleger os dois senadores, Marconi Perillo e Lúcia Vânia (que, aliás, tem apreço por Ronaldo Caiado), a bancada oposicionista terá força em Brasília contra Caiado. Até para fazer empréstimos externos, governadores precisam de apoio de senadores. Recentemente, Ronaldo Caiado conseguiu, como senador, barrar um empréstimo interno, da Caixa Econômica Federal, para o governo de Goiás. Se eleito, pode sofrer na pele o mesmo problema.
Noutras palavras, se eleito, a vida de Ronaldo Caiado não será nada fácil.