Por Euler de França Belém

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Datafolha revela que Rollemberg derrota Arruda no segundo turno em Brasília

O candidato do PR a governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, mesmo sob pressão da Justiça Eleitoral, que o aponta como ficha suja, portanto com a candidatura cassada, permanece como líder nas pesquisas. O último levantamento do Datafolha aponta Arruda com 37% das intenções de voto, enquanto o segundo colocado, o governador Agnelo Queiroz, do PT, tem 19% – um ponto mais do que o senador Rodrigo Rollemberg (foto acima), do PSB, que tem 18%. Na prática, os dois estão empatados. Juntos, têm o mesmo percentual de Arruda – 37%. Toninho (PSol) tem 4%; Luiz Pitiman (PSDB), 4%; branco/nulo,  8%; não sabe/não respondeu, 10%. Os dados garantem o segundo turno. O Datafolha simulou o segundo turno. Arruda ganha de Agnelo no segundo turno – 49% a 30%. Mas Arruda perde de Rollemberg, por 43% a 42%. Curiosamente, trata-se de um quadro parecido com o nacional. No momento, a presidente Dilma Rousseff, do PT, lidera, com Marina Silva, do PSB, em segundo lugar. No entanto, no segundo turno, as coisas se invertem e Marina aparece na liderança. A margem de erro da pesquisa do Datafolha é de 4%. Foram ouvidos 765 eleitores do DF, entre os dias 8 e 9 de setembro. A TV Globo encomendou a pesquisa, que está registrada na Justiça Eleitoral.

Ibope: Marconi Perillo lidera, mas pesquisa sinaliza para segundo turno com Iris Rezende

Ronaldo Caiado permanece na liderança e Vilmar Rocha consolida-se em segundo lugar na disputa para o Senado

Júnior Friboi pode disputar Prefeitura de Goiânia em 2016. Ele vai desafiar Iris Rezende

Iris Rezende já não faz mais segredo para ninguém: se derrotado na disputa para governador de Goiás, deve ser candidato a prefeito de Goiânia, em 2016, aos 83 anos. Mas pode enfrentar uma pedreira no PMDB: o empresário Júnior Friboi. Integrantes do PMDB —, como Maguito Vilela, Leandro Vilela, Sandro Mabel, Barbosa Neto, Robledo Rezende, Frederico Jayme, Pedro Chaves, Daniel Vilela, Waguinho Siqueira, Kowalsky Ribeiro — devem apostar todas suas fichas em Júnior Friboi. Eleger o prefeito de Goiânia seria o início da organização do partido para a disputa para o governo do Estado em 2018.

STJ mantém condenação de José Roberto Arruda por improbidade administrativa

Se José Roberto Arruda — do PR do presidiário Valdemar Costa Neto — for candidato a governador do Distrito Federal este ano, por meio de alguma chicana jurídica, pode-se abolir o Poder Judiciário no Brasil. Arruda poderá ser “nomeado” para presidente do Supremo Tribunal Federal. Porém, se depender do Superior Tribunal de Justiça, o ex-governador permanece como ficha suja. Na terceira, 9, o STJ manteve sua condenação por improbidade administrativa. Arruda foi um dos articuladores do chamado mensalão do DEM. Ele nega, apesar das fortes evidências, ter participado ou coordenado do mensalão “democrata”. A candidatura de Arruda a governador foi barrada pela Justiça Eleitoral, mas ele recorreu. Agora depende do Tribunal Superior Eleitoral a decisão se mantém ou não a campanha. Se mantiver, o sistema judiciário brasileiro vai mal, muito mal.

O doleiro Alberto Youssef pode aceitar delação premiada e abrir o jogo sobre o Petrolão

O jornalista Lauro Jardim, editor da coluna “Radar”, da revista “Veja”, afirma que o doleiro Alberto Youssef (foto acima) — mais conhecido como Homem Bomba — está disposto a abrir o jogo sobre o jogo sobre os bastidores dos governos do PT e a Petrobrás. Com a delação premiada, ele falaria tudo — ou quase —, dando as informações elementares sobre como fazia para lavar os milhões de reais extraídos de negócios com a Petrobrás e para quem repassava reais “limpinhos”.

Leonardo Veloso é o nome de Júnior Friboi no Sudoeste de Goiás para deputado estadual

O empresário Júnior Friboi está em Goiânia, concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Opção (http://bit.ly/1qIShmT) e disse que Iris Rezende deve ser derrotado pela terceira vez. Na conversa, admitiu que está apoiando alguns candidatos, notadamente aqueles que são leais ao seu projeto político. No Sudoeste goiano, Friboi deve apoiar talvez dois candidatos. Um deles, declarado, é o produtor rural e professor Leonardo Veloso. Mas claro que os friboizistas esperam que o candidato a deputado estadual pelo PRTB saia, até com certa urgência, da campanha de Iris Rezende, vista como o Titanic do Cerrado.

Integrantes da cúpula do PT começam a trocar Antônio Gomide por Iris Rezende. É a cristianização

[Antônio Gomide: o candidato do PT está sendo cristianizado por aliados que, no fundo, são adversários internos] O PT nacional pode ser convocado para resolver um problema do PT goiano: alguns líderes do partido, como o deputado Luis Cesar Bueno e o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, praticamente deixaram a campanha do candidato da legenda a governador de Goiás, Antônio Gomide, e mudaram de mala e cuia para a campanha de Iris Rezende, candidato a governador pelo PMDB. Luis Cesar e Paulo Garcia, ao menos nos bastidores, dizem que estão apoiando Iris Rezende única e exclusivamente para tentar garantir o segundo turno. Eles avaliam, como adeptos da realpolitik, que a campanha de Antônio Gomide “rodou”. Daí terem cristianizado o correligionário. Se entrevistados, garantem que continuam apoiando o candidato petista. Só que o apoio à campanha de Iris, inclusive com a frequência aos seus comitês eleitorais, é muito maior.

Renato Monteiro pode substituir Dimas Thomas como marqueteiro do PMDB

[Renato Monteiro: prestes a cantar de galo na campanha de Iris Rezende, que, segundo Ronaldo Caiado, é o "galo velho do terreiro"] O marqueteiro da campanha de Iris Rezende tende a ser trocado brevemente. Renato Monteiro pode ser o substituto de Dimas Thomas. Tese de alguns peemedebistas: Dimas Tomas é competente, entende tudo de marketing político, mas conhece pouco a política de Goiás e, sobretudo, não compreende Iris Rezende. Há poucos dias, colocou música durante quase todo o programa do peemedebista, como se o candidato do PMDB a governador não tivesse o que dizer. Renato Monteiro diz que não, mas peemedebistas garantem que está palpitando na campanha de Iris Rezende. A pedido do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT. Renato Monteiro e Paulo Garcia são carne, unha e cutícula com o candidato peemedebista. O marqueteiro goiano já disse ao Jornal Opção que, se convidado oficialmente, aceita a incumbência de mudar o marketing da campanha de Iris Rezende — que estaria todo errado.

Luis Cesar Bueno já admite que Antônio Gomide não tem chance de ir para o segundo turno

[Luis Cesar Bueno e Iris Rezende: o deputado petista é visto como irista por boa parte dos petistas goianos] Numa entrevista ao repórter Jarbas Rodrigues Jr., editor da coluna “Giro” (“O Popular”, terça-feira, 9), o deputado estadual Luis Cesar Bueno (PT) praticamente rifou o candidato do PT, Antônio Gomide, da disputa do segundo turno. Para disfarçar, o petista diz que Gomide “é o melhor nome para” a “disputa”. No entanto, acrescenta o que se pode chamar de realpolitik: “Mas Vanderlan Cardoso (PSB) ou Iris Rezende (PMDB) será a nossa opção caso um dos dois vá para o segundo turno”. Luis Cesar Bueno segue os passos do prefeito Paulo Garcia, que já está na campanha de Iris Rezende, alegando, ao menos nos bastidores, que é preciso garantir o segundo turno. Com aliados como Paulo Garcia e Luis Cesar, o petista Gomide nem precisa ser adversários

Uma biografia alentada de San Tiago Dantas, um dos mais importantes políticos brasileiros

978-85-86626-71-5 Um dos mais complexos e interessantes políticos brasileiros, Francisco Clementino de San Tiago Dantas merece ser mais bem estudado por pesquisadores, jornalistas e biógrafos. Depois de Bilac Pinto, perfilado por uma biografia apenas razoável mas que abre fronteiras, agora chegou a vez de um político que também era intelectual. “San Tiago Dantas – A Razão Vencida” (Singular, 768 páginas, 70 reais), de Pedro Dutra, é uma biografia alentada. San Tiago Dantas foi ministro das Relações Exteriores e da Fazenda do governo de João Goulart. Era um dos auxiliares mais moderados do presidente e chegou a aconselhá-lo a ser mais conciliador e a observar o quadro real que estava se desenhando. Jango deu mais ouvidos aos radicais de esquerda e às suas próprias “ideias” sobre o que era fazer política. Na década de 1930, dado o confronto entre comunistas e fascistas em termos locais e internacionais, San Tiago Dantas alinhou-se com o fascismo patropi – representado pela Ação Integralista Brasileira. Na turma do anauê, ao seu lado, estavam Gustavo Barroso, Miguel Reale, dom Helder Câmara e Plínio Salgado, este era o líder máximo do fascismo verde. Criador de faculdades, professor de Direito, deputado federal, San Tiago Dantas era apontado por todos como um homem dotado de grande inteligência e capacidade intelectual. Era tido como um político perspicaz e um hábil analista das circunstâncias políticas. Porém, numa época de efervescência, os moderados, embora eventualmente ouvidos, não têm suas ideias em geral respeitadas. Em tempos radicais, como o da década de 1960, vozes radicais são as mais acatadas. Os moderados, apontados como reacionários, são escanteados. San Tiago Dantas morreu aos 53 anos, em 6 de setembro de 1964. A apresentação do livro pode ser lida no site da editora (link: http://www.editorasingular.com.br/Uploads/APRESENTACOES/Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20PDsantiago.pdf).

Iúri Rincon e Sandra Persijn assumem área de impressos da campanha de Iris Rezende

[caption id="attachment_14618" align="alignnone" width="612"]Iúri Rincon e Sandra Persiyn: os dois jornalistas tentam apresentar Iris Rezende como “moderno” e “arrojado” Sandra Persiyn e Iúri Rincon: os dois jornalistas tentam apresentar Iris Rezende como “moderno” e “arrojado”[/caption] A equipe de marketing do candidato do PMDB a governador de Goiás, Iris Rezende, contratou os jornalistas Iúri Rincon Godinho e Sandra Persijn para cuidar da área de jornais. Iúri Rincon e Sandra Persijn editam dezenas de jornais que são distribuídos em todo o Estado explicando o que Iris Rezende, se eleito, pretende fazer por Goiás. Os dois jornalistas, competentes, têm uma missão inglória: “vender” um candidato que não deslancha e que ganhou o apelido de “Âncora” (tal o peso) dos próprios aliados. Iris Rezende é um político de outro tempo, de um mundo que desapareceu ou está desaparecendo: não acredita em ciência, ou melhor, em pesquisas — qualitativas e quantitativas. Só crê em Deus e diz, aos poucos e estupefatos jovens que o acompanham, que recebeu uma missão divina. Ao ouvir isto pela enésima vez, um ex-deputado federal, um dos coordenadores de sua campanha, pilheriou: “Será que sua missão divina é perder pela terceira vez para o governador Marconi Perillo?”. A pergunta, como dizem os colunistas sociais, faz sentido.

Livro resgata história de nove chineses que foram presos e torturados pela ditadura militar

Os jornalistas Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo lançam o livro “O Caso dos Nove Chineses — O Escândalo Internacional Que Transformou Vítimas da Ditadura Militar Brasileira em Heróis de Mao Tsé-tung” (Objetiva, 272 páginas). Os chineses, acusados de conspirar contra o governo brasileiro, foram presos e torturados. Sinopse da editora: “Na madrugada de 3 de abril de 1964, três dias após o golpe militar, policiais do Departamento de Ordem Política e Social invadiam, sem ordem judicial, um apartamento no bairro do Flamengo, no Rio, e capturavam um grupo de estrangeiros. As torturas começaram ali mesmo. “Horas depois, os homens da polícia política entravam em outro prédio, no Catete, e detinham mais pessoas. No fim do dia, nove chineses estavam presos, identificados como agentes internacionais instalados no Brasil para disseminar a revolução comunista. Mas a verdade é que viviam legalmente no país. “Dois eram jornalistas, quatro tinham vindo montar uma feira de produtos da China e os demais vieram comprar algodão. Tornaram-se vítimas da paranoia anticomunista da época, alimentada pelo governador Carlos Lacerda. Foram condenados a dez anos de prisão por subversão e, após mais de um ano detidos, acabaram expulsos do país. “O Brasil nunca pediu desculpas nem devolveu o dinheiro apreendido com o grupo — um valor que hoje ultrapassa R$ 800 mil. Em seu país, eles se tornaram heróis nacionais e ficaram conhecidos como ‘Nove Estrelas’ ou ‘Nove Corações Vermelhos voltados para a Pátria’. “Brasil e China estabeleceram relações diplomáticas dez anos depois, em 1974, mas o incidente ficou esquecido em arquivos secretos. Em ‘O Caso dos Nove Chineses’, os jornalistas Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo trazem à tona agora, cinquenta anos depois, história do primeiro escândalo internacional de violação dos direitos humanos da ditadura militar brasileira.”

Autores “novos”, como Donna Tartt, sofrem com a falta de agudeza de críticos de jornal

[caption id="attachment_14630" align="alignleft" width="200"]Donna Tartt, de 51 anos, é autora de “A História Secreta”, “O Amigo de Infância” e “O Pintassilgo” Donna Tartt, de 51 anos, é autora de “A História Secreta”, “O Amigo de Infância” e “O Pintassilgo”[/caption] Autores “novos” ou pouco comentados por críticos especializados sofrem com resenhas peremptórias de jornais. Na falta de fortuna crítica categorizada, jornalistas e alguns críticos não têm informações suficientes — e parâmetros — para avaliar novos romances, contos e poesias, deixando escapar a qualidade específica e as influências literárias. O resultado às vezes são críticas rápidas, sem referências precisas à obra “examinada”, destacando-se mais aspectos perfunctórios e externos. Abordar um autor a “seco”, sem o amparo de leituras anteriores, com críticas sedimentadas, referenciais, é o trabalho do verdadeiro crítico literário. O crítico americano Edmund Wilson publicou um livro, entre o fim da década de 20 e o início da década de 30, no qual examinou, cuidadosa e criteriosamente, a obra de, entre outros, Marcel Proust e James Joyce. Praticamente não havia crítica consistente na qual basear-se e, por isso, ele fez uma leitura própria, específica, que muito contribuiu com a crítica posterior, ao abrir fronteiras. Publicado há mais de 80 anos, “O Castelo de Axel” (há uma bela tradução, feita pelo poeta José Paulo Paes e publicada pela Cultrix-Companhia das Letras) é a obra-prima de Wilson. O crítico de jornal quase sempre não tem o tempo adequado para ler cuidadosamente uma obra mais alentada e, depois, não tem espaço para expor seus argumentos. Antônio Gonçalves Filho, um dos críticos mais qualificados do “Estadão”, resenhou o romance “O Pintassilgo” (Companhia das Letras, 719 páginas, tradução de Sara Grünhagen), de Donna Tartt, e nada acrescentou de relevante. De cara, implicou com o fato de Stephen King ter elogiado o romance, mas não mencionou duas críticas mais consistentes — de Michiko Kakutani, do “New York Times”, e do “The Guardian”. A Companhia das Letras recolheu um trecho do comentário de Kakutani e o publicou na contracapa: “Bri­lhante... Um romance glorioso, no qual todos os talentos narrativos de Tartt convergem numa arrebatadora sinfonia; um livro que nos traz de volta o prazer de passar a noite inteira lendo”. A editora publicou também um trecho da crítica do “Guardian”: “Raymond Chandler é uma presença tão grande nestas páginas quanto Dickens ou Dostoiévski. Falar mais sobre a trama seria privar os leitores do imenso prazer de ser arrebatado por ‘O Pintassilgo’. Se alguém perdeu o amor pelas histórias, este é o livro que certamente o trará de volta”. Os trechos são usados pela editora como publicidade positiva para o livro, mas fazem parte de resenhas mais densas e comparativas que permitem ao leitor uma compreensão mais perceptiva do romance. O “Estadão” fica devendo uma crítica mais aguda ao belo romance de Donna Tartt — uma autora surpreendente que remete ao século 19, o de Dickens, Thoreau e Dostoi­évski, mas também aos séculos 20 e 21 e, às vezes, à literatura de Thomas Pynchon (que ela não cita como influência literária). Não se está propondo uma crítica a favor, e sim uma crítica mais substanciosa à obra da escritora americana e a quaisquer outros romances. Uma crítica, além de apontar defeitos e virtudes, deve “entrar” na obra, escarafunchá-la a fundo. Críticas superficiais, do contra para ser do contra, servem unicamente para espantar leitores desavisados.

Consultor vai apresentar diagnóstico sobre O Popular. Cileide Alves pode deixar cargo de editora

[caption id="attachment_14626" align="alignleft" width="150"]Eduardo Tessler: o consultor teria sugerido um jornalismo mais planejado e interativo ao Pop Eduardo Tessler: o consultor teria sugerido um jornalismo mais planejado e interativo ao Pop[/caption] Contratado pelo presidente do Grupo Jaime Câmara, Cristiano Câmara, o consultor Eduardo Tessler, do blog Mídia Mundo, está preparando um amplo diagnóstico do jornalismo praticado pela redação do “Pop”. Ele é especialista em interatividade e convergência. O jornalista Eduardo Tessler observou o funcionamento da redação, durante uma semana, e depois conversou com os editores e fez uma série de perguntas sobre as deficiências do jornalismo do “Pop”. Eduardo Tessler estaria preparando o terreno para a contratação de um novo editor-chefe. O consultor teria ficado “chocado” com o fato de que a redação do “Pop” trabalha de maneira “improvisada”, sem um planejamento eficaz. De fato, fica-se com a impressão de que não há sequência editorial no jornal. Falta ritmo e a qualidade não é mantida de uma edição para outra. O jornal está cada vez mais previsível e chegando “velho” às bancas. Os editores não percebam, ou não querem perceber, que a cobertura da internet — além dos telejornais — solapou o jornalismo dos diários. Outro problema do “Pop” é a falta de conectividade entre o impresso e o online. O GJC é multimídia apenas no “papel”. Se os jornais diários não investirem em qualidade, sobretudo em textos que não foram repisados durante o dia em vários portais, blogs e redes sociais, serão abandonados por seus leitores. Sem a internet, o “Pop” seria, todos os dias, um jornal “vivo” e atraente. Com a internet, o “Pop” está se tornando um jornal “morto”, “frio”. Quase tudo que sai no jornal foi divulgado intensamente no dia anterior.

Lúcio Flávio Pinto, expert em Amazônia, lança excelente blog. É o maior jornalista brasileiro

O mais importante jornalista brasileiro não mora em São Paulo e Rio de Janeiro, tampouco é correspondente em Paris, Londres ou Washington e não escreve nos jornais “Folha de S. Paulo”, “O Estado de S. Paulo” e “O Globo” ou nas revistas “Veja”, “Época”, “CartaCapital”, “IstoÉ” e “Piauí”. Lúcio Flávio Pinto, o Izzy Stone dos trópicos, escreve um jornal quinzenal, o “Jornal Pessoal”, absolutamente sozinho, e mora em Belém. Lúcio Flávio Pinto é perseguido por poderosos e, se quisesse, seria um homem rico. Mas recusa-se a servir ao poder — seja o público (os políticos), seja o financeiro (empresários). Durante 18 anos trabalhou no “Estadão” e publicou reportagens brilhantes sobre a Amazônia. É dos mais premiados repórteres brasileiros, no e fora do Brasil. O principal foco de suas reportagens é a Amazônia, que conhece como poucos. Seu conhecimento, pode-se dizer, vai muito além do conhecimento do jornalista tradicional. Ele certamente não aprecia o termo, mas talvez seja possível dizer que tem um conhecimento até acadêmico, na sua precisão e rigor, da Amazônia. Como Lúcio Flávio Pinto produz como se fosse uma redação de 20 repórteres experimentados — num tempo em que os jornalistas ficam “felizes” quando escrevem duas reportagens de 20 linhas por dia, acham muito e ainda reclamam que estão estressados —, o jornal provavelmente estava “pequeno” para suas ideias e textos. Por isso ele criou um blog, com seu nome e o subtítulo de “A agenda amazônica de um jornalismo de combate”  O blog, afirma Lúcio Flávio Pinto, “chega assim de súbito, de improviso, como dever e destino, empenhado em fortalecer a agenda do cidadão, do homem comum, da gente simples e de todos aqueles que querem ser personagens ativos da sua vida e da história”. Ele frisa que vai atualizá-lo diariamente, mas “não com ênfase nas novidades, nas informações exclusivas, no ‘furo’. O que mais se tentará aqui será a contextualização dos fatos novos, no exame da mecânica dos acontecimentos, na desmontagem das engrenagens das decisões, na revelação do que está oculto na cena ou é omitido pelos seus narradores”. Sobre a Amazônia, seu tema, Lúcio Flávio Pinto frisa que “o objetivo é combater o ‘destino manifesto’ que se impõe à região, de ser colônia, de não interferir no seu próprio destino. Acredito com firmeza que a história não está escrita nas estrelas, restando-nos contemplá-las, à distância, como acidentes da natureza. Creio que podemos escrever também a história e, nessa escrita, sair da trilha dos colonizadores e da camisa de força em que nos colocaram os dominadores”.