Por Euler de França Belém
A história a seguir tem sido contada por um deputado do PMDB. O ex-deputado federal Barbosa Neto, do PMDB neoirista, estava tomando café no shopping Bougainville, com um grupo de amigos, quando alguém da cúpula ligou:
— Barbosa, o PT formalizou apoio à candidatura de Iris Rezende para o segundo turno.
Barbosa Neto, desesperado, gritou:
— O quê?! Só faltava essa: você está me dizendo que o PT formolizou Iris?
— Não, Barbosa. Estou dizendo que o PT formalizou apoio à candidatura de Iris.
— Não estou entendendo. Você está me dizendo que o PT formolizou Iris? Se for, estamos liquidados.
Com muito custo, o irista conseguiu explicar-se ao neoirista, que, por fim, respirou aliviado, sugerindo que, com a adesão do PT, a derrota para o governador Marconi Perillo será menos acachapante.
Mais uma vez, o Facebook está fora do ar nesta manhã de quarta-feira, 8. Quando o usuário tenta acessar, o Facebook anuncia, sob o título de “O Facebook retornará em breve”: “No momento, o Facebook está fora do ar para uma manutenção obrigatória, mas deve voltar em alguns minutos. Enquanto isso, leia mais sobre o motivo de você estar vendo essa mensagem. Agradecemos sua paciência enquanto melhoramos o site”. Quando o usuário continua em busca de informação, o Facebook acrescenta: “Quando tento entrar, aparece uma mensagem informando que o Facebook retornará em breve. Se você vê essa mensagem ao tentar entrar, geralmente é porque estamos realizando melhorias no banco de dados no qual a sua conta está armazenada. Enquanto fazemos isto, você não poderá acessar sua conta. Sentimos muito por esse transtorno. Lembretes: depois que a manutenção tiver sido concluída, você ainda poderá efetuar login com a mesma senha; sua conta não será afetada pela manutenção; não efetuamos manutenção de site em todas as contas ao mesmo tempo, então é possível que seus amigos tenham acesso ao site enquanto a sua conta está indisponível. Se o erro persistir depois de 24 horas, entre em contato conosco”.
O parlamentar frisa que o PSD elegeu dois deputados federais e cinco deputados estaduais
A deputada federal Iris Araújo, de 71 anos, decerto não pensou bem ao arranjar uma explicação para sua derrota na eleição deste ano. Ela disse que perdeu porque fez uma campanha “limpa e transparente”.
Porém, isto quer dizer que em 2010, quando obteve uma votação estupenda, não foi eleita devido a uma campanha “limpa e transparente”? Certamente não foi o que quis dizer a peemedebista, mas suas palavras sugerem que quem foi eleito não fez uma campanha “limpa e transparente”.
Na verdade, Iris Araújo se tornou umas políticas mais rejeitadas por seu próprio partido. Talvez deva buscar as razões de sua derrota a partir disto e de outras implicações — como fadiga de material, desejo de renovação.
O ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT) não tem qualquer simpatia pessoal por Iris Rezende, o peemedebista-chefe. Mas vai apoiá-lo para governador, no segundo turno, por ter negociado o apoio do candidato à presidente Dilma Rousseff. Uma meia verdade, sem dúvida, porque Iris não tem outra alternativa senão apoiá-la, porque Aécio Neves é bancado pelo governador Marconi Perillo. Ao apoiar Iris Rezende, submetendo-se mais uma vez ao PMDB, Gomide praticamente rompe com Anápolis (que o adora), que rejeita qualquer aproximação com o peemedebista. Leia aqui e cobre depois: a votação de Iris na cidade vai ser irrisória, mesmo com o apoio de Gomide.
A presidente da República e a candidata a senadora ficaram em terceiro lugar no município em que o petista é a principal força eleitoral
O empresário Vanderlan Cardoso, do PSB, não conseguiu eleger nenhum deputado federal e estadual de sua cota pessoal. Os eleitos de sua aliança política não têm a ver, ao menos não diretamente, com o apoio do ex-prefeito de Senador Canedo. Simeyzon Silveira, eleito para deputado estadual, tem capital político próprio – derivado de ser evangélico. Se não disputar a Prefeitura de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso ficará, mais uma vez, quatro anos fora da política – caindo no esquecimento. Analistas políticos recomendam que o líder do PSB repense seu projeto político. Disputar a Prefeitura de Goiânia seria uma alternativa, mas, sem uma aliança política sólida, o empresário seria derrotado mais uma vez, acredita-se. Vanderlan Cardoso tem capital político, é articulado, mas não sabe organizar alianças políticas. Isolado, vai sempre continuar o tipo de terceira via que disputa, até incomoda, mas não ganha eleição.
O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, um gigante na articulação política, sempre disse que o partido elegeria pelo menos três deputados estaduais em Goiás. Elegeu dois, Jean Carlo, de Itaberaí, com quase 35 mil votos, e Chiquinho de Oliveira. Jean Carlo, com uma votação expressiva, é cotado para, em 2016, disputar a Prefeitura de Itaberaí. Ele é ligado ao empresário José Garrote. Chiquinho Oliveira, embora marinheiro de primeira viagem na Assembleia Legislativa, tende a disputar a presidência. Ele tem o apoio de dois pesos-pesados: o governador Marconi Perillo e o presidente da Agetop, Jayme Rincon.
Grupo da senadora Lúcia Vânia (PSDB) e o PPS ficam mais fortes com a vitória de Marcos Abrão para deputado federal. O PPS deixou de ser uma confraria de amadores, em Goiás, para se tornar um partido mais sólido, com representação parlamentar no plano nacional.
A partir de agora, o PPS de terá maior participação no governo estadual, isto, é claro, se o governador Marconi Perillo for reeleito no segundo turno. Pode indicar até um secretário de Estado.
Duas das principais apostas do PT de Goiás para deputado federal, o professor Edward Madureira, ex-reitor da Universidade Federal de Goiás, e o ex-subministro do governo federal Olavo Noleto não foram eleitos. O Professor Edward obteve 58.865 votos — um número expressivo — e Olavo Noleto recebeu 35.923 votos, um número pouco expressivo. O Professor Edward ficou como primeiro suplente do PT. Se Dilma Rousseff for reeleita, o petista goiano é cotado para assumir o Ministério da Educação.
Os eleitores do Tocantins são mesmo muito atentos e decididos. Durante algum tempo, assistiram, silentes, o deputado federal Júnior Coimbra (foto) tentando entregar o PMDB para o então governador José Wilson Siqueira Campos.
A vontade de jogar o PMDB nas mãos de Siqueira Campos e de Eduardo Siqueira Campos era tão forte que os tocantinenses passaram a chamar o parlamentar de Júnior Siqueira Campos Coimbra.
Durante algum tempo, Júnior Coimba conspirou para impedir a candidatura de Marcelo Miranda a governador do Tocantins. Este teve de recorrer ao vice-presidente da República, Michel Temer, para conseguir ser candidato.
Aos poucos, Júnior Coimbra caiu na real e deixou de atrapalhar o projeto de Marcelo Miranda — agora vitorioso.
Mas os eleitores não esqueceram o que Júnior Coimbra havia feito e deram o troco com a única arma que têm: o voto. O deputado não foi reeleito.
A eleição do Rio Grande do Sul assistiu a maior virada destas eleições. A senadora Ana Amélia, do PP, começou na campanha liderança. Depois, a 10 dias das eleições, deu-se a primeira virada, com o governador Tarso Genro, do PT, saltando para primeiro lugar. Mas com uma novidade: o candidato do PMDB, José Ivo Sartori, começou a crescer e foi se aproximando de Ana Júlia. Apuradas as urnas, a tendência de ascensão de José Sartori confirmou-se e ele se tornou o primeiro colocado, superando inclusive Tarso Genro. Ele vai para o segundo turno como favorito. José Ivo Sartori teve 40,40% dos votos válidos. Tarso Genro obteve 32,57%. Ana Amélia Lemos recebeu 21,79%.
A deputada federal Iris Araújo pretendia aposentar-se apenas em 2018 — ao completar 75 anos. Mas os eleitores se anteciparam e decidiram mandar a decana do PMDB mais cedo para casa, aos 71 anos. A peemedebista não conseguiu se eleger, recebendo uma votação pífia — menos de 70 mil votos. Pode ser que, além da renovação geral no PMDB, ocorra também uma renovação na família Rezende, com a possível aposentadoria tanto de Iris Rezende, de 81 anos (em dezembro) e Iris Araújo. É provável que a família banque a herdeira Ana Paula, casada com o empresário da construção civil Frederico Peixoto, sócio da FGR, para prefeita de Senador Canedo, ou até de Goiânia, em 2016. Se não for eleita, tende a ser candidata a deputada federal em 2018.
Um dos ícones do Senado, o já lendário gaúcho Pedro Simon, do PMDB, ficou em terceiro lugar nas eleições deste ano. Ele havia decidido abandonar a política, mas renunciou da renúncia e resolveu disputar a reeleição. Porém, praticamente não fez campanha. Lasier Martins, do PDT, foi eleito senador, com Olívio Dutra, do PT, ficando em segundo lugar. A derrota do petista é um mau sinal para o candidato a governador do partido, Tarso Genro. O PMDB tende a eleger o governador do Estado, no segundo turno.
A gestão de quatro anos do governador Agnelo Queiroz praticamente liquidou o PT do Distrito Federal. Na eleição deste ano, o PT não elegeu o governador e o senador. Agnelo, candidato à reeleição, ficou em terceiro lugar — bisonhamente. Geraldo Magela, candidato a senador, também ficou em terceiro lugar. Não era um nome ruim, mas Agnelo, que o brasiliense chama nas ruas de Agnulo — tornou-o muito pesado.
Para deputado federal, o PT elegeu apenas a médica Érika Kokay.

