Por Euler de França Belém
O PSC tem três prefeitos e mais de 80 vereadores. Seu presidente, Joaquim Liminha (foto), é um dos políticos mais ligados ao candidato derrotado do PSB a governador de Goiás, Vanderlan Cardoso. Os dois são carne e unha. A mulher de Vanderlan é uma das principais dirigentes do partido. Mesmo não tendo declarado voto no candidato do PSDB a governador, Marconi Perillo, optando pela neutralidade, Vanderlan liberou seus aliados para apoiar o tucano-chefe. Ele não colocou nenhum obstáculo. Frisou apenas que, como tem projetos políticos para o futuro, seria mais adequado manter-se afastado tanto de Iris Rezende quanto de Marconi. Ele destacou que, na campanha, apresentou-se como “diferente” e como alternativa à polarização Marconi X Iris e que, por isso, não tinha como apoiar nenhum dos dois.
Joaquim Liminha disse ao Jornal Opção que o PSC vai anunciou apoio ao governador Marconi Perillo na sexta-feira, às 16h30, na sede do partido, na Rua 88, esquina com a Rua 119, no Setor Sul, em Goiânia. “Nós vamos apoiar o candidato do PSDB em bloco.” Marconi estará presente no ato de adesão.
“Conheço Marconi há vários anos e o PSC entende que ele faz um governo moderno e republicano”, afirma Liminha. “Marconi está zelando muito bem do Estado. As rodovias que saem de Goiânia estão duplicadas e há obras em todo o Estado.”
Goiás, na opinião de Liminha, “vai muito bem. O candidato de oposição, Iris Rezende, não é moderno e tem mais a ver com o passado do que com o presente e o futuro”.
Ao lado de Liminha estará o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT), que vai declarar apoio à candidatura de Marconi. O PDT em peso já está na campanha do tucano-chefe. A terceira candidata a deputada federal mais bem votada deste ano, Flávia Morais, é a principal líder do PDT em Goiás. Ela está com Marconi desde o primeiro turno.
A Polícia Federal revela que Marcier Trombiere Moreira, preso no Aeroporto de Brasília na terça-feira, 7, com 116 mil reais trabalhou na campanha do governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do PT. Funcionário aposentado do Banco do Brasil, Moreira havia saído do Ministério das Cidades em julho deste ano. O Ministério das Cidades divulgou uma nota a respeito do caso: “A pessoa identificada como passageiro de um jatinho abordado pela Polícia Federal na noite de terça-feira, em Brasília, não pertence ao quadro de funcionários do Ministério das Cidades. Há três meses ela foi exonerada, a pedido, das funções que exercia neste ministério. Qualquer atitude desta pessoa tem cunho e caráter pessoal sem nenhum vínculo com o Ministério das Cidades”.
Se Vanderlan Cardoso (PSB) é um político que respeita suas bases eleitorais, se acata a decisão da maioria interna, então apoiará a candidatura do governador Marconi Perillo, do PSDB. PSB e PSC querem apoiar o tucano-chefe. Se acatar a pressão de líderes de outros partidos, como o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM), apoiará Iris Rezende, o candidato do PMDB ao governo. As bases “mandam” mais ou, então, Vanderlan é teleguiado por Caiado? No entanto, se pensar exclusivamente no seu futuro político, Vanderlan certamente não apoiará Iris. Imagine se o peemedebista optar por disputar a Prefeitura de Goiânia em 2016 ou então colocar sua filha Ana Paula para ser candidata a prefeita de Senador Canedo? O líder do PSB sabe, por certo, que Iris não cumpre acordos. Henrique Meirelles e Júnior Friboi estão aí para prestar um testemunho qualificado sobre como o peemedebista-chefe age.
O repórter Jailton de Carvalho, de “O Globo”, relata que a Polícia Federal apreendeu na terça-feira, 7, no Aeroporto Internacional de Brasília, 116 mil reais em espécie com três pessoas. “Um dos detidos é um assessor do ministro das Cidades Gilberto Magalhães Occhi, que levava R$ 4 mil. Os outros dois homens estavam com o restante do dinheiro. Os três foram levados para prestar depoimento na Superintendência da PF.” Na verdade, Marcier Trombiere Moreira não trabalha no Ministério das Cidades desde julho deste ano. Ele estava na campanha de Fernando Pimentel, governador eleito de Minas Gerais. Como de hábito, a Polícia Federal vai colher depoimentos de pessoas que dizem: “Eu não sabia de nada”. É a resposta padrão tanto de Lula da Silva quanto da presidente Dilma Rousseff.
Nilo Alves
Na semana passada, vésperas das eleições, passei por momentos de terror, enquanto eu revisava material para a próxima edição do Jornal Página Aberta. Não sei se foi por causa de uma edição grande que soltamos, desmentindo sobre o caso do avião com R$ 500 mil, que começaram uma sucessão pedradas no telhado do jornal por volta de 1h da manhã e sucessivamente ligavam em todos os meus números de telefones me ameaçando de morte e dizendo que iríamos perder as eleições e que, após as eleições, iriam fazer churrasquinho do meu corpo e incendiar o jornal.
Liguei para a polícia, ninguém veio me socorrer, e, enfim, amigos mandaram duas pessoas para passar o resto da noite comigo. Não consegui falar com ninguém da assessoria da campanha de Marcelo Miranda naquela noite, pois, mesmo se eu tentasse ligar, eles não atenderiam ao telefone, pois todos os celulares e computadores da imprensa que acompanhava as eleições de Marcelo Miranda estavam grampeados, era uma dificuldade para comunicarmos uns com os outros — até mesmo através de mensagens tínhamos que economizar palavras. Terrorismo total.
Os milicos da turma do Siqueira e Sandoval botaram quente em nível de perseguição. Eles seguiam a gente nas ruas, filmavam e fotografavam os nossos movimentos. Meu Deus, até parecia que se repetia-se a ditadura militar do golpe de 64. Foi uma guerra psicológica cruel que eles adotaram desta vez, através de meios tecnológicos no Tocantins, principalmente em Palmas.
Às 2h da madrugada passaram numa camionete plotada com cartazes do candidato a governador, Sandoval Cardoso, e jogaram mais pedras e uma garrafa cheia de querosene no telhado do jornal. Foram quebradas 25 telhas, chovia muito e tivemos prejuízos consideráveis naquela noite macabra. Tive medo no início, porém um dia após foi selada a vitória de Marcelo Miranda governador e tudo voltou a normalidade. Será que já está tudo normal, ou eles vão repetir a dose?...
Nilo Alves é músico e jornalista.

Daniella Perez era uma bela atriz e bailarina — filha da autora de novelas da TV Globo Glória Perez — quando foi assassinada pelo, na época, ator Guilherme de Pádua e pela então mulher deste, Paula Nogueira Thomaz. Daniella Perez, de 22 anos, tinha uma carreira promissora, pois era talentosa.
Guilherme de Pádua foi preso e condenado pelo assassinato, ao lado de sua ex-mulher Paula Nogueira Thomaz. Eles cumpriram a pena e estão livres. Agora, segundo o jornal “O Dia”, o ex-ator confidenciou a um amigo que pretende processar o Google, o mais acessado site de busca do mundo, com o objetivo de “limpar” seu nome. “Guilherme costuma dizer que já pagou o que devia na Justiça”, relata o colunista Léo Dias. O objetivo da ação supostamente é retirar da internet as reportagens sobre o assassinato. Mas ele não quer, afirma o jornalista, que a ação ganhe repercussão, como se isto fosse possível.
Léo Dias destaca que “o ator teme que Glória Perez, mãe de Daniella, mobilize a população e seu processo contra o Google não vá adiante”. O jornalista acrescenta: “Desculpa, Guilherme. Mas, a essa hora, a novelista já sabe de sua intenção”. Guilherme de Pádua deixa de perceber que, quanto mais mexe no caso, mais amplia a cobertura dos jornais e os sites de busca passam a ter mais material para divulgar para os leitores. Se estiver sendo orientado por advogados, na questão do processo contra o Google — e se isto realmente for verdadeiro —, Guilherme de Pádua deveria trocar de profissional.
A situação pessoal de Guilherme de Pádua parece que não é muito boa, pelo menos é o que sugere “O Dia”. “Guilherme é réu num processo de execução fiscal”, no qual “é cobrado ao ator o valor de R$ 5.970 de um tributo. A briga judicial corre na comarca de Belo Horizonte, cidade onde Guilherme mora atualmente. Um oficial de justiça tentou citar o ator, mas ele não foi encontrado em sua casa”, informa o jornal do Rio de Janeiro.
A pendenga judicial contra o Google, um gigante internacional, pode não ser uma boa ideia. Seu caso, longe de sair da mídia, tende ganhar maior repercussão.
Guilherme de Pádua talvez não saiba que o Poder Judiciário não pode ser usado para apagar a história dos indivíduos. A história de Guilherme de Pádua, mesmo ele tendo cumprido a pena, inclui o assassinato brutal da atriz Daniella Perez. Pode ser que ele seja um cidadão de bem hoje, mas a mancha do passado não tem como ser apagada. Mas é claro que o ex-ator tem direito de reconstruir sua vida em todos os aspectos e todos, inclusive a imprensa, devem entender isto.
A história a seguir tem sido contada por um deputado do PMDB. O ex-deputado federal Barbosa Neto, do PMDB neoirista, estava tomando café no shopping Bougainville, com um grupo de amigos, quando alguém da cúpula ligou:
— Barbosa, o PT formalizou apoio à candidatura de Iris Rezende para o segundo turno.
Barbosa Neto, desesperado, gritou:
— O quê?! Só faltava essa: você está me dizendo que o PT formolizou Iris?
— Não, Barbosa. Estou dizendo que o PT formalizou apoio à candidatura de Iris.
— Não estou entendendo. Você está me dizendo que o PT formolizou Iris? Se for, estamos liquidados.
Com muito custo, o irista conseguiu explicar-se ao neoirista, que, por fim, respirou aliviado, sugerindo que, com a adesão do PT, a derrota para o governador Marconi Perillo será menos acachapante.
Mais uma vez, o Facebook está fora do ar nesta manhã de quarta-feira, 8. Quando o usuário tenta acessar, o Facebook anuncia, sob o título de “O Facebook retornará em breve”: “No momento, o Facebook está fora do ar para uma manutenção obrigatória, mas deve voltar em alguns minutos. Enquanto isso, leia mais sobre o motivo de você estar vendo essa mensagem. Agradecemos sua paciência enquanto melhoramos o site”. Quando o usuário continua em busca de informação, o Facebook acrescenta: “Quando tento entrar, aparece uma mensagem informando que o Facebook retornará em breve. Se você vê essa mensagem ao tentar entrar, geralmente é porque estamos realizando melhorias no banco de dados no qual a sua conta está armazenada. Enquanto fazemos isto, você não poderá acessar sua conta. Sentimos muito por esse transtorno. Lembretes: depois que a manutenção tiver sido concluída, você ainda poderá efetuar login com a mesma senha; sua conta não será afetada pela manutenção; não efetuamos manutenção de site em todas as contas ao mesmo tempo, então é possível que seus amigos tenham acesso ao site enquanto a sua conta está indisponível. Se o erro persistir depois de 24 horas, entre em contato conosco”.
O parlamentar frisa que o PSD elegeu dois deputados federais e cinco deputados estaduais
A deputada federal Iris Araújo, de 71 anos, decerto não pensou bem ao arranjar uma explicação para sua derrota na eleição deste ano. Ela disse que perdeu porque fez uma campanha “limpa e transparente”.
Porém, isto quer dizer que em 2010, quando obteve uma votação estupenda, não foi eleita devido a uma campanha “limpa e transparente”? Certamente não foi o que quis dizer a peemedebista, mas suas palavras sugerem que quem foi eleito não fez uma campanha “limpa e transparente”.
Na verdade, Iris Araújo se tornou umas políticas mais rejeitadas por seu próprio partido. Talvez deva buscar as razões de sua derrota a partir disto e de outras implicações — como fadiga de material, desejo de renovação.
O ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT) não tem qualquer simpatia pessoal por Iris Rezende, o peemedebista-chefe. Mas vai apoiá-lo para governador, no segundo turno, por ter negociado o apoio do candidato à presidente Dilma Rousseff. Uma meia verdade, sem dúvida, porque Iris não tem outra alternativa senão apoiá-la, porque Aécio Neves é bancado pelo governador Marconi Perillo. Ao apoiar Iris Rezende, submetendo-se mais uma vez ao PMDB, Gomide praticamente rompe com Anápolis (que o adora), que rejeita qualquer aproximação com o peemedebista. Leia aqui e cobre depois: a votação de Iris na cidade vai ser irrisória, mesmo com o apoio de Gomide.
A presidente da República e a candidata a senadora ficaram em terceiro lugar no município em que o petista é a principal força eleitoral
O empresário Vanderlan Cardoso, do PSB, não conseguiu eleger nenhum deputado federal e estadual de sua cota pessoal. Os eleitos de sua aliança política não têm a ver, ao menos não diretamente, com o apoio do ex-prefeito de Senador Canedo. Simeyzon Silveira, eleito para deputado estadual, tem capital político próprio – derivado de ser evangélico. Se não disputar a Prefeitura de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso ficará, mais uma vez, quatro anos fora da política – caindo no esquecimento. Analistas políticos recomendam que o líder do PSB repense seu projeto político. Disputar a Prefeitura de Goiânia seria uma alternativa, mas, sem uma aliança política sólida, o empresário seria derrotado mais uma vez, acredita-se. Vanderlan Cardoso tem capital político, é articulado, mas não sabe organizar alianças políticas. Isolado, vai sempre continuar o tipo de terceira via que disputa, até incomoda, mas não ganha eleição.
O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, um gigante na articulação política, sempre disse que o partido elegeria pelo menos três deputados estaduais em Goiás. Elegeu dois, Jean Carlo, de Itaberaí, com quase 35 mil votos, e Chiquinho de Oliveira. Jean Carlo, com uma votação expressiva, é cotado para, em 2016, disputar a Prefeitura de Itaberaí. Ele é ligado ao empresário José Garrote. Chiquinho Oliveira, embora marinheiro de primeira viagem na Assembleia Legislativa, tende a disputar a presidência. Ele tem o apoio de dois pesos-pesados: o governador Marconi Perillo e o presidente da Agetop, Jayme Rincon.
Grupo da senadora Lúcia Vânia (PSDB) e o PPS ficam mais fortes com a vitória de Marcos Abrão para deputado federal. O PPS deixou de ser uma confraria de amadores, em Goiás, para se tornar um partido mais sólido, com representação parlamentar no plano nacional.
A partir de agora, o PPS de terá maior participação no governo estadual, isto, é claro, se o governador Marconi Perillo for reeleito no segundo turno. Pode indicar até um secretário de Estado.