Resultados do marcador: Lançamento

Dennison de Oliveira, doutor em Ciências Sociais, é autor do livro “Os Soldados Brasileiros de Hitler” (Juruá, 122 páginas). O Jornal Opção resenhou-o (http://www.jornalopcao.com.
A cantora Rita Lee é uma das maiores roqueiras brasileiras. Sua história seria mais bem contada por um jornalista independente, como Ruy Castro, ou um historiador da música, como Zuza Homem de Mello. Isto não invalida, de maneira alguma, o livro “Uma Autobiografia” (Globo Livros, 352 páginas), de Rita Lee. Caetano Veloso já havia escrito um excelente livro sobre a Tropicália (e até além dela), em “Verdade Tropical”. O importante é que, com sua obra, a artista lança as bases para, futuramente, algum pesquisador construir sua biografia (a artista continua vivíssima, agora escrevendo livros). O possível autor não vai partir do nada e, por certo, entenderá que a cantora está apresentando a sua versão, que sempre deve ser levada em conta, dos fatos.
O jornalista Guilherme Samora escreveu sobre o livro: “Do primeiro disco voador ao último porre, Rita é consistente. Corajosa. Sem culpa nenhuma. Tanto que, ao ler o livro, várias vezes temos a sensação de estar diante de uma bio não autorizada, tamanha a honestidade nas histórias. A infância e os primeiros passos na vida artística; sua prisão em 1976; o encontro de almas com Roberto de Carvalho; o nascimento dos filhos, das músicas e dos discos clássicos; os tropeços e as glórias. Está tudo lá. E você pode ter certeza: essa é a obra mais pessoal que ela poderia entregar de presente para nós. Rita cuidou de tudo. Escreveu, escolheu as fotos e criou as legendas — e até decidiu a ordem das imagens —, fez a capa, pensou na contracapa, nas orelhas... Entregou o livro assim: prontinho. Sua essência está nessas páginas. E é exatamente desse modo que a Globo Livros coloca a autobiografia da nossa estrela maior no mercado”.
“Ronald Reagan” (Record, 377 páginas, tradução de Lucas Jim), de Bill O’Reilly e Martin Dugard, revela o político que por vezes é visto como um Donald Trump menos indiscreto. É uma visão enganosa. O presidente americano não tinha a cultura de Winston Churchill, mas era (quase) tão astuto quando Franklin D. Roosevelt. Ao lado de alguns aliados, como Helmut Khol, Margaret Thatcher, João Paulo 2º e, sim, Mikhail Gorbachev, comandou uma operação que tornou o comunismo uma terra devastada.
Ronald Reagan não era um teórico, mas, além de cercado por um corpo de auxiliares de primeira linha, era dotado de uma intuição poderosa. Pode-se dizer que era tão esperto e hábil na articulação quanto Roosevelt e Churchill.
“O Hotel na Place Vendôme — Vida, Morte e Traição no Ritz de Paris” (Intrínseca, 288 páginas, tradução de André Gordirro), de Tilar J. Mazzeo, relata a história de um local que, inaugurado em 1898, faz parte da mitologia francesa. Os autores da Geração Perdida, como Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway, se encontravam no bar do hotel.
Quando ocuparam Paris, e parte dos franceses se tornaram colaboradores — suspeita-se até da “boa vontade” de Jean-Paul Sartre (o britânico Paul Johnson não o perdoa) —, os nazistas fizeram uma concessão e não fecharam o Ritz. Por certo, queriam aproveitar do glamour de seus espaços.
O livro entra para minha leitura (Iúri Rincón diz que não leu, mas já o considera maravilhoso; o crítico literário Marcelo Franco leu até os livros que não foram escritos sobre o Ritz), cada vez mais penelopiana. Portanto, menciona trecho do release da Editora Intrínseca: “Em ‘O Hotel na Place Vendôme’, Tilar Mazzeo investiga a história desse marco cultural desde a sua inauguração na Paris de fin de siècle até a era moderna. E, acima de tudo, faz uma crônica extraordinária da vida no Ritz durante a Segunda Guerra Mundial, quando o hotel serviu, ao mesmo tempo, de quartel-general dos mais graduados oficiais alemães e de lar dos milionários que permaneceram na cidade, entre eles Coco Chanel. Mazzeo nos conduz pelos salões de jantar, suítes, bares e adegas do imponente edifício, revelando um território propício para negócios ilícitos e intrigas mortais, além de extraordinários atos de rebeldia e traição”.
A editora acrescenta: “Rico em detalhes e repleto de histórias fascinantes, O hotel na Place Vendôme é uma narrativa impressionante sobre glamour, opulência e extravagância, e também sobre conexões perigosas, espionagem e resistência. Uma viagem inesquecível a um período único e intrigante da história, quando a França — e toda a Europa — sofreu transformações que definiriam o mundo como o conhecemos hoje”.
O release, lógico, é uma publicidade. Mas o assunto é mesmo instigante. Pode ser lido tendo ao lado o livro “Eram Todos Tão Jovens: Gerald e Sara Murphy — Uma História de Amor da Geração Perdida” (Best Seller), de Amanda Vaill.
A Operação Lava Jato, marcada pelo nome do juiz Sergio Moro, de Curitiba, envolve policiais federais e procuradores da República, num trabalho combinado de alto nível ético e técnico. A inspiração italiana é explicada em livro que sai agora no Brasil: “Operação Mãos Limpas” (Citadel, 896 páginas), de Gianni Barbacetto, Peter Gomez e Marco Travaglio, com introdução de Sergio Moro.
Release da editora: “O relato completo e preciso de uma das maiores operações contra a corrupção da história europeia que serviu de inspiração para Sérgio Moro na Operação Lava Jato. A operação Mãos Limpas foi a maior investigação sobre corrupção sistêmica já realizada em um país. Conduzidas na Procuradoria de Milão as investigações desvendaram uma enorme rede de corrupção entre governo e empresas vendedoras de bens ou serviços ao setor público. A propina arrecadada financiava partidos e enriquecia políticos e amigos do poder. Durante a campanha da operação, 2.993 mandados de prisão foram expedidos, 6.059 pessoas foram investigadas, incluindo 872 empresários, 1.978 administradores locais e 438 parlamentares, dos quais quatro haviam sido primeiros-ministros. Além disso, 13 envolvidos cometeram suicídio e grandes partidos foram extintos. A versão em português conta com introdução e artigo completo escritos pelo juiz federal Sérgio Moro”.

“Chão no Telhado” é o sétimo livro de crônicas de um pioneiro de Goiânia. Ele recupera a história do Estado por intermédio de um texto imaginativo
O escritor americano Philip Roth, possível prêmio Nobel de Literatura de 2016, diz que não vai publicar mais livros — ao menos não de prosa. Agora, a Companhia das Letras lança seu livro “Os Fatos” (240 páginas), com tradução de Jorio Dauster. Não li, mas, desde já, entra para minha lista penelopiana. Sinopse fornecida pela editora: “‘Os Fatos’ é a incomum autobiografia de um romancista que remodelou a maneira como encaramos a ficção. Livro de irresistível candura e inventividade, é especialmente instrutivo em sua revelação sobre as conexões entre arte e vida. Philip Roth foca em cinco episódios de sua trajetória — a infância em Nova Jersey; a formação universitária; o envolvimento com a pessoa mais ríspida que conheceu; o embate com a comunidade judaica por conta de seu livro ‘Adeus, Columbus’; e a descoberta do lado adormecido de seu talento que o levou a escrever ‘O Complexo de Portnoy’. Ao final, um ataque do próprio autor às suas habilidades como biógrafo encerra de forma surpreendente o novo livro de um dos principais escritores contemporâneos”.
Philip Roth, escritor que quase sempre coloca parte da história pessoal, imaginada, nos seus romances, abriu sua documentação para um biógrafo profissional. Não em “Os Fatos”, é claro. O biógrafo está ouvindo o escritor, relendo suas obras e entrevistando pessoas.
Em 1999, numa escola de Columbine, nos Estados Unidos, dois jovens, Eric Harris e Dylan Klebold, mataram várias pessoas e, em seguida, suicidaram. A tragédia, que resultou em filme e documentário de sucesso, provocou comoção no país. Sai agora no Brasil o livro da mãe de Dylan, Sue Klebold, “O Acerto de Conta de uma Mãe — A Vida Após a Tragédia de Columbine” (Verus Editora, 304 páginas, tradução de Ana Paula Doherty).
Não se trata de um livro-lamento, de uma mãe que busca perdão para si, e sim de uma procura dos possíveis motivos que levaram Dylan a se tornar um assassino. O livro é recomendado pela psicanalista Candice Marques de Lima e pelo jornalista Iuri Rincón Godinho.
A Companhia das Letras lança, em junho, mais um livro da jornalista e escritora bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, Nobel de Literatura de 2015: “A Guerra Não Tem Rosto de Mulher” (392 páginas, tradução de Cecília Rosas). Quase 1 milhão de soviéticas lutaram (muitas morreram) na Segunda Guerra Mundial. Mas a história não se “lembra” delas.
Release da editora: “A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista masculino — soldados e generais, algozes e libertadores. Trata-se, porém, de um equívoco e de uma injustiça. Se em muitos conflitos as mulheres ficaram na retaguarda, em outros estiveram na linha de frente.
“É esse capítulo de bravura feminina que Svetlana Aleksiévitch reconstrói neste livro absolutamente apaixonante e forte. Quase um milhão de mulheres lutaram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a sua história nunca foi contada. Svetlana Alexiévitch deixa que as vozes dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente da morte.”
De Svetlana Aleksiévitch, a Companhia das Letras já publicou o magnífico “Vozes de Tchernóbil — A História Oral do Desastre Nuclear” (383 páginas, tradução de Sonia Branco) e pretende editar seus outros livros, como “O Fim do Homem Soviético — Um Tempo de Desencanto” (Porto Editora, 469 páginas, tradução de António Pescada), editado em Portugal.

O lançamento do primeiro volume das memórias de Fernando Henrique provocou debates, no geral passionais e pouco circunstanciados

O inglês Keynes e o austríaco Hayek são dois dos mais importantes pensadores econômicos do século 20

Um livro que parece imperdível será lançado pela Editora Record: “O Brasil na Fita — De Collor a Dilma, do Caso Magri à Lava Jato, O Que Vi e Ouvi em Mais de Vinte Anos” (406 páginas), do perito Ricardo Molina, professor-doutor da Unicamp. Um dos temas quentes é o exame das conversas entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula da Silva. Aliados do petista-chefe queriam saber se o telefone da gestora federal havia sido grampeado. A perícia constatou que não havia sido.
O Caso Magri foi investigado por Ricardo Molina (o capítulo pode ser lido na internet). Antônio Rogério Magri era ministro do Trabalho de Fernando Collor. Numa conversa gravada, admitiu que havia recebido um pixuleco — de fato, era um pixuleco — de 30 mil dólares.
Livro de historiador examina a trajetória do intelectual rigoroso e militante da esquerda

Obra traz memórias do autor em seus 50 anos de carreira, com histórias pouco conhecidas dos meios de comunicação brasileiros e bastidores da política nacional

Obra vai para as livrarias no início de junho, mas já pode ser pedida nos sites das livrarias Cultura (R$ 59,90), Amazon (R$ 52,45) e Travessa (R$ 47,32)