Resultados do marcador: Bastidores
Número de cirurgias cresce e filas nos corredores praticamente desaparecem na unidade, que é referência em atendimento no Tocantins

A crise na saúde, experimentada nos últimos dois anos pelo Governo Estado do Tocantins, dá sinais que começa a se dissipar. Essa perspectiva tem ligação com a nomeação do médico e secretário executivo da Saúde, Edgar Tollini, como diretor-geral do Hospital Público Geral de Palmas (HGPP). Escalado para a missão no início de janeiro de 2019, acumulando a diretoria adjunta e diretoria técnica da referida unidade hospitalar, o subsecretário vem realizando um trabalho de reorganização ímpar que, diga-se de passagem, já pode ser notada.
Em que pese a determinação judicial, proferida na Ação Civil Pública nº. 0010058-73.2015.4.01.4300, em trâmite na Justiça Federal do Tocantins, que regula o cumprimento da carga horária dos profissionais da saúde após a publicação da Portaria nº. 247, a diretoria-geral vem adequando as escalas de serviço por meio do diálogo franco, de forma ordeira e pacífica.
Por ser um serviço de utilidade pública, o Jornal Opção teve acesso às dependências do HGPP e conferiu alguns dados. Os serviços da especialidade da hemodinâmica – cateterismo e angioplastia coronariana –, mesmo com a redução da equipe, por três finais de semana seguidos, mais de trinta pacientes foram operados, sem a necessidade de plantões extras. Já na unidade de cardiologia, apesar da saída de alguns profissionais – em razão dos pedidos de demissão pela exigência do cumprimento da carga horária prevista na mencionada Portaria –, a equipe foi readequada, com a finalidade de atender os usuários, cumprindo a conduta clínica preconizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A retomada das cirurgias neurológicas é outra conquista daquela direção. Em menos de dois meses, cerca de 60 pacientes que aguardavam o procedimento foram atendidos com sucesso. Também foi possível verificar que a ala de oncologia está em melhores condições do que em 2018 e que as cirurgias oncológicas vêm ocorrendo com regularidade, atendendo a determinação legal que obriga o SUS iniciar o tratamento do paciente oncológico no prazo de 60 dias, além do retorno da radioterapia pactuada com unidade privada.
Referência
O Hospital Público Geral de Palmas (HGPP) é a maior referência do Estado do Tocantins, como também das regiões circunvizinhas, como Mato Grosso, Pará, Maranhão e Bahia. Mesmo assumindo essa Unidade Hospitalar sob os impactos da transição de gestão, adequação às determinações judiciais, como também os problemas apresentados pelos hospitais do entorno da capital, que ocasionaram a fila de 20 pacientes ocupando o corredor da Unidade, a diretoria expôs, debateu e convenceu os profissionais da medicina a unir forças e ações em prol dos Pacientes. Em pouco tempo, as filas no corredor do hospital foram, praticamente, zeradas.
Essa humanização e eficiência no atendimento, tantas vezes prometidas por outras gestões, agora parece se concretizar, uma vez que, segundo dados estatísticos apresentados, no período de 01 a 06/03/2019, o HGPP ofertou atendimentos em 37 especialidades de alta complexidade, perfazendo o montante de 800 pacientes atendidos no pronto-socorro; 180 internações; 200 altas hospitalares; 140 cirurgias; 280 exames complementares de alta complexidade, além de 95 ressonâncias magnéticas.
Portas abertas
Segundo o secretário executivo, “o HGPP é uma unidade hospitalar classificada como porta aberta, ou seja, mantem prontos-socorros e ambulatórios onde a população é atendida imediatamente de acordo com a sua capacidade. Recebemos todos os tipos de pacientes e discutimos com as equipes envolvidas, as rotinas diárias da Unidade. Estou buscando incessantemente os recursos para ampliação dos centros cirúrgicos, abertura de novos leitos de UTI e normatização dos materiais médicos”. Tollini ainda enfatizou que é o maior defensor da ideia de que o profissional com residência RQE (Registro de Qualificação de Especialidade) merece ser mais valorizado, como já anunciado pelo governador do Estado, Mauro Carlesse.
A reflexão que resta é que o Tocantins conta com bons profissionais em seus quadros, tanto para os serviços de saúde, quanto para o exercício das atividades educacionais, fazendárias, de segurança ou outras. A crítica – construtiva, diga-se de passagem – talvez resida no fato dos mais capacitados não estarem no pleno exercício das funções de liderança e gestão.
A repaginada ocorrida no HGPP, antes conhecido como um dos grandes gargalos do Governo Estadual, prova que a eficiência no serviço público é possível. Basta delegar poderes a quem sabe como fazer.
Quantos “Tollinis” ainda existem em cada uma das Pastas que auxiliam o Palácio Araguaia, sem o devido reconhecimento ou com seus talentos desperdiçados? Talvez esteja na hora de refletir sobre o tema, senhor governador!
Tucano afirma que era voz dissonante no Senado quando denunciava a existência de uma caixa-preta nas entidades do sistema
Decisão ainda terá de ser ratificada pela Executiva Estadual, o que pode ocorrer até o fim do mês. Em caso de derrota, ela poderá recorrer à Executiva Nacional da legenda
Deputados discutem impactos econômicos da medida e cobram alternativas, como a disponibilização de uma balsa para travessia do rio
Deputada havia sido condenada a devolver R$ 765 mil para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, mas teve embargos acatados pelo tribunal
Sindicato incita profissionais a desobedecerem ordem judicial que determina cumprimento de carga horária integral nas unidades de atendimento
Escolha da prefeita de Palmas seria a mais natural uma vez que o senador Eduardo Gomes, seu principal aliado, já tomou o mesmo caminho
[caption id="attachment_134715" align="alignnone" width="620"]
Aliança com o MDB de Renan Calheiros pode atrapalhar futuro do senador, que reúne todos os elementos para ser o próximo governador | Foto: Divulgação[/caption]
A possibilidade de o senador eleito Eduardo Gomes (SD) se filiar ao MDB para garantir um lugar na mesa diretora do Senado, na chapa de Renan Calheiros (MDB), agitou os bastidores da política tocantinense.
A propósito, o MDB como um todo e, principalmente o tocantinense, é um “balaio de gatos”, além de ter muito cacique para pouco índio. Assim sendo, a primeira queda de braço que Gomes enfrentaria, seria bater de frente com os chefes do clã emedebista que, diga-se de passagem, detesta o surgimento de novos líderes. Basta lembrar o que aconteceu com o ex-senador Leomar Quintanilha, o falecido ex-deputado federal Junior Coimbra, a atual senadora Kátia Abreu, entre outros.
É difícil crer que Gomes conseguiria convencer o MDB a caminhar junto com o Palácio Araguaia, visto que há um certo “ranço” após Mauro Carlesse assumir o governo exatamente no lugar do emedebista Marcelo Miranda e ter exposto várias mazelas do governo cassado.
Ora, se Gomes não conseguir convencer o MDB, ele estará – automaticamente – sem o apoio do governador Carlesse e seu vice Wanderley Barbosa, todos três eleitos na mesma chapa em outubro de 2018. Mas a questão é: compor a mesa diretora do Senado é mais importante que ser o virtual candidato ao governo do Estado do Tocantins em 2022?
O melhor nome do Palácio Araguaia é Gomes, por uma série de razões. O grupo que hoje comanda o Estado não tem um nome melhor e com tanta representatividade. Os atuais governantes não podem ser reeleitos, uma vez que foram eleitos no pleito suplementar de junho e reeleitos em outubro. Gomes não tem nada a perder, uma vez que não precisa renunciar ao cargo de senador para disputar o governo do Tocantins e, caso não seja eleito, continuar no Congresso até 2026.
Por fim, Eduardo Gomes garantiu como seu suplente, ninguém menos que Ogari Pacheco, o dono dos Laboratórios Cristália, cuja lista de bens declarados ao TRE-TO, ultrapassa a bagatela de 400 milhões de reais. É lógico que Pacheco tem interesse em exercer o cargo de senador por quatro anos (2023 a 2026) e neste caso, ajudar a campanha de Gomes ao governo seria como pedir para que o mito “Hércules” levantasse um tamborete.
Nestas circunstâncias, difícil acreditar que um dos políticos mais espertos e experientes do Tocantins entrasse nessa “roubada” de se aliar ao MDB e a Renan, em troca de um lugar na mesa diretora do Senado. Aliás, se aproximar de Calheiros significa afastar-se do presidente Bolsonaro. Ora, o futuro de Gomes é brilhante e ele não o jogaria fora por tão pouco.
Senadora Katia Abreu parece ter esquecido perseguição sofrida no MDB e revela em rede social que ensaia apoio a Renan Calheiros para presidir o Senado
Diretoria Nacional determinou que emedebistas poderiam manter lideranças até junho, mas deputado federal, mesmo sob críticas, convocou pleito já para o próximo sábado, 19
Deputado alega que fatos denunciados pelo Ministério Público Estadual já foram analisados pelo STF
Candidatos eleitos serão diplomados até o dia 21 de dezembro
Sessões ordinárias acontecerão a partir da próxima semana
Após afastamento de Kariello Coelho do cargo, Fabiano do Vale e membros da diretoria apontam novo nome
[caption id="attachment_147466" align="aligncenter" width="620"]
Davi Gouveia: ex-secretário de Comunicação na pasta de Desenvolvimento l Foto: Aline Batista/Secom Palmas[/caption]
Após a pressão da Câmara Municipal de Palmas que culminou na exoneração do empresário Kariello Coelho do cargo de Secretário de Desenvolvimento Econômico e Emprego de Palmas, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa), Fabiano do Vale, junto com membros da diretoria, se reuniram na terça-feira (5/11) com a prefeita de Palmas Cynthia Ribeiro (PSDB) para apresentar demandas da categoria e levar a indicação de um nome para ocupar a Pasta.
Davi Gouveia, empresário há mais de 25 anos, jornalista por formação e Secretário de Comunicação do Estado do Tocantins durante em 1995 e 1996, foi o nome sugerido pelo grupo de empresários.
Para Fabiano do Vale, o encontro foi muito produtivo. “A nossa intenção com a reunião foi de mostrar para a prefeita que nós queremos manter o diálogo com a prefeitura, como tem sido, para que nós possamos chegar nas melhores soluções para o comércio.”
A visita repercutiu na Câmara Municipal de Palmas. O vereador Filipe Fernandes (DC) defendeu, na sessão de terça-feira, 6, que a escolha do substituto de Kariello Coelho seja feita por meio de uma discussão ampla do empresariado e que uma lista tríplice deva ser enviada à prefeita.
Ele afirmou que não tem nada contra o empresário Davi Gouveia, mas defendeu que o nome para o cargo não pode ser “representante de alguém”, e sim de toda a categoria. O vereador avaliou que a prefeita Cinthia acertou “grandiosamente” na exoneração de Kariello e que ela “vai agir com sabedoria” na escolha do sucessor.
Ao melhor estilo Lula da Silva, o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) negou qualquer envolvimento com as aplicações financeiras temerárias realizadas pelo Instituto PreviPalmas
[caption id="attachment_147461" align="aligncenter" width="620"]
Ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha: "Não sei, não vi, não participei"[/caption]
Ao comparecer à audiência para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Palmas, na terça-feira (06/11) Amastha, respondeu evasivamente às questões formuladas pelo presidente, Professor Júnior Geo (Pros), e pelo membro da CPI Léo Barbosa (SD). Em síntese, o ex-prefeito ora dizia ter desconhecimento dos questionamentos, ora delegava responsabilidade aos presidentes da entidade, eximindo-se no processo.
Também foram ouvidos Carlos Spegiorin e Eron Bringel, atuais presidente e diretor do Conselho do Instituto PreviPalmas, respectivamente. Spergiorin afirmou ainda não poder confirmar dano ao Erário porque o valor de R$ 20 milhões investidos no Tercon tem carência de quatro anos e o dinheiro investido no Cais Mauá só pode ser retirado após 12 anos. “Seria temerário dizer que já há qualquer tipo de prejuízo”, comentou. Por outro lado, o presidente do PreviPalmas considera clara a existência de “falhas e irregularidades” nos processos que resultaram nos investimentos.
Mesmo após a conclusão de que as aplicações fugiram à legalidade, de acordo com o Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE-TO), a Polícia Federal e as próprias sindicâncias do PreviPalmas, tanto os depoentes quanto o ex-prefeito afirmam que ainda não se pode falar em ilegalidade.
Além disso, Amastha alegou desconhecimento de ações do instituto durante o seu depoimento. Segundo ele, apesar de todas as ações terem ocorrido enquanto chefiava o Executivo, não acompanhou de perto as decisões do Conselho por conta da não desconfiança e soube da irregularidade por notícias em um jornal. “Não sei.” “Não vi.” “Não participei.” Assemelhou-se ao retórico discurso do ex-presidente Lula da Silva, que se encontra preso em Curitiba.
Os primeiros questionamentos da CPI foram relacionados à estrutura do PreviPalmas. Amastha disse não ter conhecimento, nem mesmo pelas atas publicadas no Diário Oficial, das discussões feitas pelo Conselho Municipal de Previdência (CMP) sobre a necessidade de mudanças na organização do instituto, garantir maior independência e solucionar a inexistência de controle interno próprio. Na primeira vez em que alegou, houve manifestações irônicas e risos por parte do público presente.
Questionado se, como gestor, era informado continuamente sobre as aplicações e movimentações dentro do PreviPalmas e se acompanhava o andamento das obras do Cais Mauá, Amastha deu resposta negativa e disse não ser sua a responsabilidade fiscalizar tais obras. “Absolutamente não. Não é do meu conhecimento”, comentou.
Em relação ao critério para as indicações à presidência do PreviPalmas, o ex-prefeito foi direto: “Sempre foi por articulações políticas”. Entre os cinco nomes que comandaram o instituto em sua administração, o pessebista disse que apenas dois não partiram de indicações de partidos: Marcelo Alves, que teria sido escolha pessoal, e Bruno Sevilha, uma sugestão da Procuradoria da capital. Outros três partiram do MDB, PTC e Democracia Cristã (DC). Presidente da DC, Max Fleury quem comandava o instituto durante as aplicações temerárias.
Vice-presidente da Câmara Municipal, Léo Barbosa ironizou: “Agora o senhor terceiriza a responsabilidade das indicações dos presidentes. Câmara indicou, partidos indicaram. O senhor nunca fez nada, só obedeceu a ordens, que é o perfil do senhor”.
Já o presidente da CPI, Professor Junior Geo, foi enfático: “As irregularidades ocorreram e investimentos foram feitos indevidamente. Isso porque não foram feitos em bancos oficiais, o que foge à política de investimentos e foram feitos sem passar pelo Conselho Municipal de Previdência, além de serem feitos apenas com a assinatura de dois membros, quando são necessários três. Logicamente, as pessoas que são responsáveis por esses investimentos devem ser responsabilizadas e é isso que estamos investigando nesta CPI".
Em que pese alguns membros do parlamento, como os vereadores Milton Néris (PP), Rogério Freitas (MDB) e Lúcio Campelo (PR), se mostraram insatisfeitos por não possuírem direito de inquirir as testemunhas, a audiência, segundo o presidente Junior Geo, seguiu os trâmites do Art. 40 do Regimento Interno.
Logo após a sessão, Amastha se eximiu da suposta culpa, uma vez que, segundo ele, as indicações à presidência eram políticas. “Dentro da gestão pública existe a composição e se governa desta maneira. Cada um tem sua responsabilidade dentro da gestão. Tenho certeza que nunca me eximi a cumprir a minha. Em momento algum, alguém pode dizer que eu errei. Se alguém errou, certamente não foi o prefeito”, defendeu.
Ainda serão ouvidos na próxima semana Marcelo Alves, ex-presidente do PreviPalmas Maria Cristina Carreira, coordenadora do projeto de auditoria pelo Instituto de Apoio à Universidade de Pernambuco (Iaupe) e Antônio Chrysippo Aguiar, ex-presidente do PreviPalmas e denunciante da CPI. Ainda estão em andamento as intimações de Maxcilane Machado Fleury, também ex-presidente do PreviPalmas, Fábio Costa Martins, ex-diretor de investimentos do PreviPalmas, e Christian Zini, ex-secretário de finanças de Palmas.
