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Editora Intrínseca lança o excelente livro de Max Hasting sobre a Primeira Guerra Mundial

imprensa 4Max Hasting não brinca em serviço. Grande historiador da Segunda Guerra Mundial, o britânico volta-se, neste livro, para a Primeira Guerra Mundial, ou Grande Guerra, no livro “Catástrofe — 1914: A Europa Vai à Guerra” (Intrínseca, 704 páginas, tradução de Berilo Vargas). Um dos segredos de Hasting é unir com precisão a história miúda, do cotidiano, à história das cúpulas. Há historiadores que, na ânsia de valorizar o povão, praticamente ignoram a história das elites. Há outros que, no afã de sustentar que a história é feita mais pelos grandes líderes, como Franklin D. Roosevelt, Josef Stálin, Winston Churchill e Charles de Gaulle, abandonam a história do povão. Hasting, com a mestria de sempre, escapa desta armadilha. Correm juntas, nunca separadas, as grandes histórias dos grandões e dos pequenos — com o hábil pesquisador, com seu “cérebro-agulha” de ouro, costurando com linhas de diamante uma única história, mas registrando as especificidades, os sentimentos de cada um, as contradições. Por certo, há de agradar mais ao jornalismo e aos que adoram polêmicas o também magnífico “O Horror da Guerra” (Planeta do Brasil, 768 páginas), com o subtítulo de “Uma Provocativa Análise da Primeira Guerra Mundial”, do historiador inglês Niall Ferguson. Não que Ferguson escreva mal — longe disso, pois escreve muito bem, com rara capacidade de conectar e analisar fatos —, mas Hasting parece um cronista, digamos um escritor, ao narrar as histórias da Grande Guerra. A Primeira Guerra Mundial, embora seja a tragédia que gerou um mundo novo — inclusive outras guerras, como a Revolução Russa e a Segunda Guerra Mundial —, contada por Hasting, perdoe-me as vítimas das batalhas cruentas, é uma delícia. Ao contar a vida de algumas pessoas, que participaram direta ou indiretamente da guerra, Hasting cria uma história viva, mais próxima de todos nós, seus leitores. Sob sua pena perceptiva, a Grande Guerra parece ter acontecido ontem e, por isso, é mais fácil de ser apreendida.

Ex Machina lança as crônicas esportivas de Mario Rodrigues Filho, o talentoso irmão de Nelson Rodrigues

imprensa 3A Editora Ex Machina põe uma mina de ouro no mercado livreiro: “As Coisas Incríveis do Futebol” (200 páginas), de Mario Rodrigues Filho, que não deve ser considerado apenas como o “irmão” do cronista e dramaturgo Nelson Rodrigues. José Trajano e Alberto Helena Jr. apresentam  as crônicas do balacobaco de Mário Filho aos leitores. As crônicas de Mario Filho foram publicadas no “Globo Sportivo”, entre as décadas de 1940 e 1950. Segundo release divulgado pela Livraria Cultura, “elaboradas no estilo despojado e humorístico que o consagraria e faria escola no jornalismo brasileiro, elas abordam os temas centrais da era de ouro do futebol brasileiro – os grandes jogadores e partidas, a história dos clubes, a consolidação do futebol como esporte no Brasil, os ‘sururus’, as confusões e brigas dos torcedores, o abrasileiramento do futebol, além das histórias mais pitorescas do mundo futebolístico. Fruto de um trabalho de três anos, todas as crônicas selecionados são ilustradas por fotos do acervo de Mario Neto”. O Brasil pode até não ganhar a Copa, mas o leitor das crônicas de Mario Filho irá, por alguns momentos, não ao estádio, e sim ao Nirvana.

Jornalista americano publica livro para explicar Edward Snowden e a espionagem do governo dos Estados Unidos

imprensa 2O britânico Luke Harding escreveu um livro para explicar Edward Snowden, o ex-funcionário da NSA que quase detona os Estados Unidos. Agora, sai o livro “Sem Lugar Para se Esconder — Edward Snowden, a NSA e a Espionagem do Governo Americano” (Sextante, 288 páginas), do advogado e jornalista americano Glenn Greenwald, radicado no Brasil. Edward Snowden parece personagem de ficção; aliás, seu nome é parecido com o de personagem de Charles Dickens. Mas o americano intranquilo é um personagem da realidade que, no fundo, certamente entrará para a ficção. Suas revelações de que os governos dos Estados Unidos e da Inglaterra espionaram (continuam espionando, possivelmente) as principais autoridades do mundo e, quando querem, até cidadãos comuns, com o apoio de empresas como Google, Facebook e telefônicas, provocaram uma crise mundial. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que era tido e havido com meio santo, foi desnudado e pôde ser visto como efetivamente é: o líder de um império político e econômico que, obviamente, não quer deixar de ser “o” império e, por isso, faz tudo, até espionar líderes de potências como Alemanha, China e Brasil, para manter-se no topo. Homem do establishment, Obama é um instrumento plenamente consciente de que gerir um império, que está sob ataque — por exemplo, da China, da Alemanha e, até, do Brasil —, significa até espionar e, portanto, atropelar princípios legais e, mesmo, pessoais (a ética de um estadista imperial é a realidade, não é extraída dos melhores livros de filosofia, direito e ciências políticas). Hoje, em vez de enfraquecer Obama, as revelações de Snowden o tornaram mais forte em seu próprio país. Quem acreditava que era fraco, até um instrumento das esquerdas irrealistas, percebeu que o líder do Partido Democrata joga pelas regras da realpolitik. Obama foi eleito não para “enfraquecer” os Estados Unidos, para criar uma situação mundial de igualdade entre as nações, e sim, com uma retórica menos dura do que a de George W. Bush, para assegurar que seu país mantenha a hegemonia por mais tempo. O presidente americano nunca iludiu ninguém, mas as pessoas às vezes se iludem com a retórica e o charme do homem de Chicago e de Harvard.

Milton Blay lança livro com suas grandes histórias de Paris

imprensa 1 O jornalista brasileiro Milton Blay mora em Paris desde 1978 — é quase um Ivan Lessa afrancesado, porém mais repórter do que articulista. Agora, faz o que há muito se esperava dele: publicou “Direto de Paris – Coq Au Vin Com Feijoada” (Contexto, 224 páginas). Repórter experimentado, Milton Blay foi correspondente da revista “Visão”, da “Folha de S. Paulo, das rádios Capital, Excelsior (CBN) e Eldorado, e redator-chefe da Rádio França Internacional. Introdução do livro de Milton Blay: “Ao abençoar os sambistas do Brasil – branco, preto, mulato, lindo como a pele macia de Oxum –, Vinicius de Moraes filosofou: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Empresto a frase do poeta, gravada para sempre no tampo de cristal da mesa de reuniões da Rádio França Internacional, para lembrar – e contar – os tantos e quantos encontros e desencontros vividos nesses 35 anos em Paris. “Foram inúmeros encontros inusitados: com Orson Welles, em torno de uma salade de boeuf no centenário bistrô Benoit; com um Chagall falador e nostálgico; com Jacques Chirac, admirando o sexo de uma musa de Picasso; com o aiatolá Khomeini, prometendo a jihad, guerra santa islâmica; com FHC esperançoso ao entregar o cargo a Lula; com Sarney, em Marselha, desafinando na “Saudosa maloca”; com Le Pen, la bête immonde; com o general francês Aussaresses, que ensinou os nossos militares a torturar... “E muitos desencontros também: do general-presidente Figueiredo, deixando o Hotel Marigny às escondidas para viver a noite de Pigalle, a Jânio Quadros “sonambulando” em plena Praça da Concorde; da boulangère de cara amarrada ao policial incongruente; da descoberta do passado fascista do “socialista” Mitterrand ao desentendimento do casal Amado — Jorge e Zélia — com o casal London, comunistas que os acolheram na Praga soviética; do médico que queria a todo custo que eu, em nome da brasilidade, tivesse doença venérea... “Tantos casos... “Vítimas de deformação profissional, as palavras, depois linhas, parágrafos e pontos-finais surgiram no estilo radiofônico, “curto e grosso”. “A opção pela primeira pessoa foi mais complicada. Minha geração aprendeu, na prática, que o “eu” não existia na escrita jornalística. O repórter devia se limitar a narrar o fato, a partir daqueles seis paradigmas: o que, quem, quando, como, onde, por quê. Se essas questões não fossem respondidas na abertura da matéria, o lead, era melhor rasgar a lauda e começar tudo de novo. Era preciso guardar certa distância em relação ao acontecimento para ser o mais “objetivo” possível. Se em seus primórdios o ‘Jornal da Tarde’ arrebentou as correntes que sufocavam a criatividade, a Folha de S. Paulo dos anos 1980 tratou de ressuscitá-las. Fui ator dos dois. “Mas eis que o new journalism se impôs no cotidiano, com a internet foram criados os blogs, o Twitter e o Facebook, e o jornalista passou a ocupar a posição de personagem central, às vezes tão ou até mais importante que o objeto do artigo. O número de colunistas nas redações ultrapassou o de repórteres. “E assim o texto, antes sem identidade, passou a ter nome e sobrenome. “Pouco a pouco surgiram histórias, lembranças de momentos vividos em uma terra que foi me adotando ao longo desses mais de 30 anos, transformando-me em um ser híbrido: franco-brasileiro-migrante, coq au vin com feijoada. No papel, surgiram sensações e sentimentos que desobedeceram à “objetividade” jornalística. “Quis contar historietas de um cidadão-correspondente brasileiro em Paris, que, como muitos, chegou à França no final dos anos 1970 para passar dois anos, no máximo, e que aqui se encontra até hoje, a poucos quilômetros da Torre Eiffel. Sem arrependimento, porém com o sentimento onipresente de que amanhã será o dia do retorno. Como quase todo imigrado, que pensou milhões de vezes em voltar e outros tantos milhões em ficar, preparei o retorno que nunca concretizei. Talvez seja assim até o fim, talvez este livro seja um início de resposta. Pouco importa qual seja o futuro, tornei-me parisiense, uma cidadania diferente de qualquer outra. “Neste livro, deixei de lado reportagens de guerra, como a da Bósnia-Herzegovina e a do Oriente Médio, e coberturas de fatos marcantes, como a chegada do aiatolá Khomeini a Teerã, os atentados de Paris cometidos nos anos 1980 pelo argelino GIA (Grupo Islâmico Armado), a greve do Sindicato Solidariedade, liderado por Lech Walesa, em Gdansk, pedra inaugural do desaparecimento da Cortina de Ferro, o encontro desencontrado do polonês com Lula, ambos ainda sindicalistas, um querendo sair do comunismo, o outro querendo abraçá-lo, o primeiro voo do Concorde, o lançamento do satélite Brasilsat 1 pelo foguete Ariane, da base de Kourou, na Guiana, ou ainda a morte trágica de Lady Diana no túnel da Ponte Alma, quase em frente à nossa embaixada, entre tantos outros. Optei por acontecimentos que talvez possam parecer menores, mas que, por razões diversas, me tocaram, me fizeram rir, chorar, me deixaram feliz ou indignado, me tiraram o sono. Quis também traçar, em breves pinceladas, este país de contradições – a França –, sobre o qual muito se fala e pouco se sabe, e que, apesar de sentimentos ambivalentes, está impregnado na minha pele. “Inspirado no mestre Hemingway, rascunhei a “minha” Paris, feminina por excelência, que continua a ser uma festa. Quis dividir com cada um dos leitores as largas avenidas e os recônditos desta cidade única no mundo, a mais visitada, que esconde dos turistas alguns de seus maiores tesouros. “Procure uma similar, não vai encontrar. “Não tive a pretensão de escrever um livro exaustivo sobre a minha carreira de correspondente internacional, talvez a mais longa do jornalismo radiofônico brasileiro, nem dar conselhos para jovens que se lançam na profissão com o sonho de abraçar o mundo. Mesmo se a eles dedico algumas linhas vindas de outro século, antes da internet, em que nem sonhávamos com o mundo virtual. Para as chamadas “putas velhas” do jornalismo, vão aqui lembranças de como era trabalhar no tempo em que a palavra “reportagem” tinha som de máquina de escrever, gravador de fita, mancha de carbono nos dedos, sabor do cafezinho de garrafa térmica. “Ao escrever, quis apenas tirar ao acaso da caixa de memória histórias como aquelas que animavam as noitadas de jornalistas “das antigas”, quando ao sair da sala de redação, após o fechamento da edição, nós nos reuníamos no boteco do Alemão para jogar conversa fora e depois, no jantar da alta madrugada, nos paulistanos Sujinho, Gigetto, Giovanni Bruno ou Pirandello, para relembrar “causos”. Sem saudosismo e sem smartphone. Histórias, com h minúsculo, para serem saboreadas com uma taça de bordeaux, de preferência tinto, camembert e baguette, em frente ao fogo da lareira crepitando. “Este livro é, antes de tudo, um bate-papo com os ouvintes, para quem sou uma voz sem rosto e a quem saúdo com um bonjour, Direto de Paris.”

Fórum vai discutir liberdade de imprensa

O 6º Fórum Liberdade de Imprensa & Democracia será realizado na terça-feira, 6, no auditório do Museu da Imprensa Nacional, em Brasília. As inscrições podem ser feitas no site da revista “Imprensa” (http://www.portalimprensa.com.br/forumliberdadedeimprensa/2014/inscrevase.asp). “O encontro reunirá profissionais, empresários de comunicação, entidades de representação, professores e estudantes para um debate sobre a liberdade de imprensa em ano eleitoral e as dificuldades enfrentadas pelos jornalistas para realizar a cobertura política. Com o tema ‘Liberdade de imprensa em ano eleitoral — há limite para o jornalismo?’, a abertura contará com a conferência de Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e Alexandre Jobim, vice-presidente do Grupo RBS em Brasília e presidente da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR)”, afirma o Portal Imprensa. “No painel sobre cobertura política e a censura prévia nas eleições, Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo Estado, irá discutir a censura judicial imposta ao ‘Estadão’ de tratar a ‘Operação Boi Barrica’, da Polícia Federal, sobre atividades do empresário Fernando Sarney. Para debater as decisões judiciais que têm impedido a publicação de matérias pelos veículos estarão presentes também Denise Rothenburg (‘Correio Braziliense’), Cristina Serra (TV Globo), Eliane Cantanhêde (‘Folha de S. Paulo’) e Milton Blay (Rádio Bandeirantes e BandNews FM em Paris).”

Morre o jornalista e escritor Rodolfo Konder

Irmão do filósofo Leandro Konder, o jornalista Rodolfo Konder, de 76 anos, morreu na quinta-feira, 1º, no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Ele tinha câncer.

Jornalista do primeiro time e militante da esquerda, Rodolfo Konder foi perseguido na ditadura. No regime civil-militar, para sobreviver, fez traduções para a Editora Civilização Brasileira, então dirigida por Ênio Silveira.

Rodolfo Konder trabalhou na agência Reuters, nas revistas “Realidade”, “Singular Plural”, “Visão”, IstoÉ”, “Afinal”, “Nova”, “Playboy”, “Revista Hebraica” e “Época”. Ele foi editor-chefe e apresentador do “Jornal da Cultura”, da TV Cultura de São Paulo. Colaborou com o “Estadão”. Foi professor da Faculdade de Jornalismo da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Escreveu os livros “Cadeia Para os Mortos”, “Tempo de Ameaça” e “Comando nas Trevas”. Ganhou o Prêmio Jabuti pelo livro “Hóspede da Solidão”.

Crise no mercado leva jornalista brasileiro a migrar para a advocacia

No país, devido à instabilidade do mercado, vários jornalistas estão trocando de profissão. Em Goiás, alguns estão advogado ou se tornaram pequenos empresários. No  Tocantins não é diferente. Luiz Armando Costa, Márcio Raposo, Arlete Carvalho, Janete Monteiro e Erasmo Damas­ceno, desencantados com o jornalismo, voltaram à sala de aula, cursaram Direito e agora são jornalistas-advogados ou advogados com conhecimento em comunicação. Todos dizem que se sentem mais preparados para exercer as duas atividades.

O site Notícias da TV diz que Rachel Sheherazade vai trocar SBT pela Band

A polêmica apresentadora do “SBT Brasil” Rachel Sheherazade — que não alisa a esquerda em seus comentários por vezes mordazes — estaria a caminho da Band, informa o site Notícias da TV, editado pelo jornalista Daniel Castro.

O salário da jornalista saltaria de 250 mil para 350 mil reais. Rachel Sheherazade, na versão divulgada por Daniel Castro, passaria a trabalhar com Ricardo Boechat e Ticiana Villas Boas.

Rachel Sheherazade estaria insatisfeita porque, pressionada pela esquerda, o SBT proibiu suas opiniões enfáticas sobre determinados assuntos.

O contrato da apresentadora com o SBT expira apenas em março de 2015.

Jornal Opção não enviou repórter para investigar políticos de Cavalcante

O Jornal Opção informa aos seus leitores que não enviou nenhum repórter para fazer qualquer trabalho de investigação jornalística na cidade de Cavalcante, no Nordeste goiano.

Professor sugere que nota de Jarbas Rodrigues Jr., do Pop, cria a eleição “peba” e critica Jalles Fontoura

O professor Carlos Eduardo envia texto para a coluna Imprensa: “Numa nota sobre o prefeito de Goianésia [por sinal, o município não é mencionado], Jalles Fontoura, o repórter Jarbas Rodrigues Jr., da coluna ‘Giro’, de ‘O Popular’, transcreve a fala de seu entrevistado: ‘A eleição para governador neste ano será pebliscitária [sic]. O eleitor vai aprovar ou não o que seu governo tem realizado nos últimos três anos”. O mestre faz o reparo: “Como se sabe fora da redação do jornal goiano, a palavra correta é plebiscitária. O repórter pode ter confundido ‘plebi’ com ‘peba’? Se o fez, aí é demais. Mas Jalles também erra, pois, como a eleição será realizada em 5 de outubro deste ano, o eleitor não vai avaliar apenas dois anos e nove meses (2012, 2013 e nove meses e cinco dias de 2014), e sim, obviamente, três anos e nove meses do governo do tucano Marconi Perillo. É o conjunto, com seus resultados, que o eleitor avalia”.

Portal do Jornal Opção alia abrangência e acesso grátis

Maior quantidade de notícias na página inicial também significa um espaço maior para matérias e até notas, o que aumenta o interesse, seguindo uma tendência mundial de "feira livre" de notícias

Crítica literária estuda dois intelectuais que serviram ao governo de Juscelino Kubitschek

janela indiscreta0001A professora e crítica literária Eneida Maria de Souza, da Universidade Federal de Minas Gerais, escreveu um livro de excelente qualidade, “Janelas Indiscretas — Ensaios de Crítica Biográfica” (UFMG, 261 páginas). Recomendo sobretudo o capítulo “O Avesso da escrita — Intelectuais a serviço de JK”, no qual estuda mais Autran Dourado e Murilo Rubião. Trata-se de um ensaio crítico da participação do escritor-intelectual no governo de Juscelino Kubitschek, que foi prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas Gerais e presidente da República — sempre cercado de intelectuais.

Elia Kazan pode ter delatado comunistas, mas vai ficar como grande diretor de cinema. E foi amante de Marilyn Monroe

Stanley Kubrick ousou dizer que Kazan era “o melhor diretor que temos na América, capaz de fazer milagres com os atores que utiliza”

Jornal Opção lança o mais moderno, ágil, interativo e acessível portal de mídia de Goiás

Ao ler na edição online que o Jornal Opção lançaria um moderno e avançado portal, um jornalista, pesquisador na área de história e publicitário escreveu no Facebook: “O que já era bom vai ficar me­lhor”. O profissional tem razão: trata-se de uma, apesar do desgaste da palavra, revolução. Como diz a publicidade do automóvel Sentra, trata-se de outro portal — inteiramente novo. Não se fez uma plástica, uma mera mudança de design. O Jornal Opção está mais ágil, interativo e acessível. O analista de T. I. Hugo Wan­tuil, diretor da empresa Renovatio, o jornalista Carlos Willian, que atuou como consultor, e Patrícia Moraes Machado, diretora-editora do Jornal Opção — defensora da filosofia de que a informação deve ser livre e crítica —, são os principais responsáveis pelo projeto. O objetivo é ampliar aquilo que o Jornal Opção sempre faz bem: apurar e analisar os fatos com o máximo de rigor. Mas não basta isto — é preciso comunicar de maneira mais adequada e rápida com os leitores. O novo projeto facilita a vida dos jornalistas e, sobretudo, dos leitores. Pode-se dizer que o novo projeto é um presente para os leitores. Os que usam tablets e smartphones ficarão surpresos com as novas facilidades. “É um mundo novo, tão novo quanto as tecnologias da Apple e, entre outras, da Samsung”, compara Carlos Willian. Carlos Willian diz que o acesso ao jornal já era fácil — há jornais que nem os assinantes conseguem acessar sem certo esforço —, mas agora ficou muito mais fácil e intuitivo. Os leitores, ao assinarem o jornal — gratuitamente —, terão acesso integral a todas as suas páginas. Eles poderão receber as informações no seu e-mail. Quaisquer novas reportagens — ressalte-se que o Jornal Opção tem uma versão impressa, que é semanal, e uma versão online, que é diária, sempre atualizada e “furando” os jornais diários — serão comunicadas imediatamente, em questão de segundos, aos leitores cadastrados. E, com um click, os leitores poderão encaminhar os textos para as redes sociais. O novo layout do jornal aumenta a visibilidade de todas as reportagens e artigos — o que facilita o acesso, a navegabilidade. Mais do que um site comum, trata-se, de fato, de um portal — similar, guardadas as proporções, a outros grandes portais do País. “Nós usamos a plataforma WordPress, sistema de gerenciamento de conteúdo que também é utilizado pelo maior jornal dos Estados Unidos, o ‘New York Times’, pela CNN e pela revista “Forbes’”, afirma Carlos Willian. “É o que há de mais moderno, interativo e intuitivo.” O Jornal Opção está cada vez mais “cosmopolita e universal”, anota Carlos Willian. “O portal do Jornal Opção é um dos mais modernos do País e, seguramente, é o mais moderno de Goiás, e possivelmente do Centro-Oeste.”

Curi e Amaral foram os deuses do rádio esportivo. Com morte de Luciano do Valle, Galvão Bueno é o último dos moicanos

[caption id="attachment_2584" align="alignleft" width="300"]Jorge Curi e Waldir Amaral: os dois principais narradores esportivos da era de ouro da Rádio Globo. Fotos: Agência O Globo Jorge Curi e Waldir Amaral: os dois principais narradores esportivos da era de ouro da Rádio Globo. Fotos: Agência O Globo[/caption] Entre as décadas de 1960 e 1970, embora o País já estivesse mesmerizado pela televisão, a audiência do rádio esportivo era certamente alta. Nas cidades do interior de Goiás, ao menos até 1970, o rádio, sobretudo a Rádio Globo, era dominante. As pessoas ficavam em volta do rádio, quase sempre um gigante, ouvindo tanto notícias quanto jogos de futebol. Jorge Curi, Waldir Ama­ral, Antônio Porto e José Carlos Araújo eram os craques da narração esportiva. Mario Vianna —“com dois ‘enes’”, frisava — era o comentarista de arbitragem. Sem papas na língua, dizia, se necessário: “Ladrão!” Era empolgante. Jorge Curi, Valdir Amaral, An­tô­nio Porto e José Carlos Araújo (o ú­ni­co vivo) tinham a capacidade de tornar o jogo mais emocionante e, ao mesmo tempo, crível. Eles eram dotados de grande imaginação esportiva e comunicacional. Sabiam pôr o jogo na cabeça do ouvinte. Es­cutando-os, com suas vozes perfeitas — como se fossem cantores líricos —, ficava-se com a impressão de que se estava vendo o jogo e, até, participando dele. O quarteto não gritava — está na moda gritar e ser grosseiro — e falava de maneira cadenciada, com vozes e linguagem precisas. Lembro-me que eu e meus amigos, crianças apaixonadas por futebol — cheguei a ser um atacante de relativa qualidade —, discutíamos com frequência sobre quem era melhor: Jorge Curi ou Waldir Amaral (confira a narração). Quase sempre dava empate. Porque os dois eram mesmo muito bons. Tinham domínio preciso da palavra e entendiam de futebol. Eram apaixonados e racionais. Pode-se dizer que, paralelo ao clássico disputado no campo, havia um clássico disputado no rádio. A Rádio Globo era tão excepcional, com uma cobertura de tão alta qualidade do futebol carioca, que, às vezes, ficava-se com a impressão de que nos outros Estados não havia futebol — exceto em São Paulo, com a Rádio Bandeirantes, onde brilhava Fiori Gigliotti (“Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”), espécie de Graciliano Ramos da narração esportiva. Em Goiás, é claro, havia torcedores de clubes de São Paulo e Minas Gerais, para ficar em dois exemplos, mas não eram muitos. Eu era torcedor do Pelé Futebol Clube, opa, eu quis dizer Santos. Mas a maioria de meus colegas, dada a intensa cobertura da Rádio Globo, torcia, nesta ordem, para Flamengo — alguns diziam “Framengo” e os maliciosos riam —, Fluminense, Botafogo e Vasco. Aqui e ali, encontravam-se até torcedores do América. Embora o Santos fosse o time de minha devoção, eu torcia também para Flu­minense, Atlético Mineiro e Grêmio — e nem sabia da existência do Goiás, hoje, ao lado do Santos, o time de minha devoção. Vi a Copa de 70, aquela do “Pra Frente, Brasil. Salve a Seleção”, numa televisão preto e branco, na casa de João Borges e Iodete, amigos dos meus pais, na cidade de Porangatu, no Norte de Goiás. A residência foi transformada em cinema, com gente em todos os lugares, até nas janelas. A imagem não era perfeita — os “chuviscos” misturavam-se aos jogadores e à bola. Mesmo assim, era um avanço e todos nós, adultos e crianças, estavámos muito interessados, embora, às vezes, eu me lembrasse do “radião” da nossa casa e, sobretudo, das vozes encantadoras de Jorge Curi e Waldir Amaral — cada um narrava um tempo do jogo. Li, na revista “Exame”, que Walterci de Melo, o sócio do La­boratório Teuto, começou a vida vendendo telas de vidro para colocar na frente das televisões. As telas retiravam o brilho excessivo e reduziam os “chuviscos”, deixando a imagem eventualmente mais nítida. Mas, em 1970, Melo ainda era um jovem e não mascateava pelas cidades do interior. Con­tentávamo-nos, então, com as tevês brilhantes. Mais tarde, com a televisão em cores, a imagem melhorou e o rádio, com seus fantásticos narradores esportivos, foi sendo esquecido ou pelo menos perdeu prestígio. [caption id="attachment_2586" align="alignleft" width="300"]Luciano do Valle e Galvão Bueno: na televisão, os dois substituíram as estrelas do rádio esportivo, com certa competência mas sem muito brilho. Fotos: Divulgação/ESPN e ESPORTV Luciano do Valle e Galvão Bueno: na televisão, os dois substituíram as estrelas do rádio esportivo, com certa competência mas sem muito brilho. Fotos: Divulgação/ESPN e ESPORTV[/caption] Os narradores do rádio permanecem, alguns são muito bons, como Edson Rodrigues e Oscar Ulisses Santos, mas perderam a hegemonia para os narradores de televisão, como Luciano do Valle, Silvio Luiz, Galvão Bueno, Osmar Santos (criativo, mas, por problemas de saúde, fora do mercado), Cleber Machado e Milton Leite. Durante anos, na Globo e. depois, na Bandeirantes, Luciano do Valle foi a estrela. Luciano do Valle, que morreu na semana passada aos 66 anos, era articulado, bem informado e narrava tão bem quanto comentava. Nos últimos anos, havia perdido um pouco o vigor. Tanto que “perdeu” o posto de principal narrador para Galvão Bueno. Este não é superior. Mas, como a Globo transmite os principais jogos do país, deixando as quirelas para as outras emissoras, como a Band, Galvão Bueno firmou-se como “o” narrador. Ao contrário do que sugerem alguns críticos, Galvão Bueno é um narrador competente, entende de futebol e tem noção exata do que é o meio televisão. O que lhe falta às vezes é capacidade analítica, discernimento crítico. Quanto à passionalidade, não há o que criticar, pois futebol é como o amor: exige paixão — ainda que, diferentemente do amor, exija, mais do narrador e do comentarista do que do torcedor, certo distanciamento para comparar e julgar as ações de jogadores, técnicos e árbitros com mais equilíbrio. Galvão Bueno quer ser um narrador-comentarista, o que não é. Sobretudo, é narrador, e dos bons. Foi um dos primeiros a entender que a narração da televisão não pode ser idêntica à do rádio e, portanto, precisa ser mais cadenciada e menos emocional — sem deixar de ser vibrante. Ele é mais detestado, especialmente por intelectuais, menos por si e mais por simbolizar a TV Globo. Com a morte de Luciano do Valle, e com Galvão Bueno, o último dos moicanos, prestes a se aposentar, a narração esportiva começa a ficar cada vez mais técnica e didática. Está mais próxima de Parreira e Felipão do que de Telê Santana e Muricy Ramalho. Não há mais narradores-criadores, como Osmar Santos. Galvão Bueno talvez seja o último da estirpe. Os narradores jovens são mais “assépticos” e menos assertivos — o que, a rigor, não é defeito, e sim sinal de que entenderam os novos tempos. Eles se firmam como filhos da era da técnica, com a emoção mais controlada pela razão. Sempre vai aparecer um Neto e um Milton Neves, no campo do comentário esportivo, mas o estilo deles, passional e agressivo, está em decadência e sem nenhuma elegância.