Imprensa

Livro prova, com riqueza de detalhes, que, mesmo antes de produzir já vendia ações no mercado financeiro, Eike Batista, criador do Grupo X, havia se tornado o sétimo maior bilionário do mundo

Jackie Kennedy: a ex-primeira-dama conquistou Philip Roth e o deixou atrapalhad

O autor de “O Complexo de Portnoy” elogia Hemingway, frisa que “Absalão, Absalão!” é um romance poderoso e fala das grandes frases de Dostoiévski e Joyce

Doutor em sociologia pela Sorbonne, o gaúcho Juremir Machado da Silva é um intelectual que escreve muito e bem. Já publicou livros sobre Getúlio Vargas e João Goulart, sempre polêmico e acrescentando ideias que vale a pena serem examinadas, para além da bibliografia. Seu livro “1964 — Golpe Midiático-Civil-Militar” (Sulina, 159 páginas), apesar da discurseira típica de acadêmicos, é muito bom. O autor mostra, de maneira documentada, como a imprensa contribuiu para o golpe de 1964. Não só isso. Ajudou a formular a tese, que contribuiu para convencer as classes médias e as massas a aceitarem a queda do presidente João “Jango” Goulart, de que o perigo comunista era evidente. Não era. Não havia perigo comunista. De fato, parte da esquerda não tinha um projeto democrático — e também planejava implantar uma ditadura —, mas não tinha força política para se tornar hegemônica. Jango não era comunista, no máximo era nacionalista.
A imprensa patropi, quando a ditadura estava em seus estertores, começou a reconstruir sua história. O “Estadão”, por exemplo, passou a lembrar que havia sido censurado e que colocava receitas de bolo nos espaços censurados. Mas não menciona que apoiou a ditadura com entusiasmo. Octávio Frias Oliveira e seus jornais apoiaram os governos militares, notadamente os mais duros, mas depois a “Folha de S. Paulo” passou a recordar, de maneira mais acentuada, que havia apoiado a campanha das Diretas Já. Apoiou mesmo — assim como deu sua contribuição para fortalecer a ditadura. O jornal dirigido por Otavio Frias Filho precisa “aceitar” as duas partes de sua história.
Juremir Machado aponta, de maneira sólida e enfática, como a imprensa ajudou a bancar a ditadura e a construir uma imagem modernizadora para os governos militares.
Depois, quando caiu, a ditadura passou a ser só “dos” militares — daí o uso de “ditadura militar”, quando é mais apropriado, com sugere o historiador Daniel Aarão Reis Filho, escrever ditadura civil-militar. Os militares não deram à luz sozinhos à ditadura que perdurou de 1964 a 1985. Civis, como donos de jornais, políticos e empresários, também devem ser considerados pais da Geni que, além de fardas, usava ternos bem cortados.

Preconceito não acabará por ser banido das páginas dos jornais. No Brasil, a burrice merece estátua e a inteligência, o cemitério

[caption id="attachment_29591" align="alignleft" width="620"] Piloto jordaniano queimado por terroristas do Estado Islâmico[/caption]
A jornalista Dorrit Harazim, secundando outros autores, escreveu, em “O Globo”, artigo no qual condena a divulgação das imagens de jornalistas (e quaisquer outras pessoas) sendo decapitados (ou, no caso piloto jordaniano, queimado) pelos terroristas do Estado Islâmico.
Seu argumento: a divulgação é tudo aquilo que os líderes do Estado Islâmico querem. Ao assustar indivíduos de todo o mundo, sugerindo que é incontrolável e que os estadistas das grandes potências devem subordinar-se às suas propostas, o Estado Islâmico planeja provar que tem poder e não hesita. Para expor o que quer, conta com a anuência da mídia internacional, que exibe as imagens das mortes parcial ou integralmente.
Se o Estado Islâmico quer isto mesmo, que as cenas sejam exibidas em todos os países, então é mais inteligente não divulgá-las? Não divulgá-las muda o quê mesmo? Não muda nada. Se os grandes jornais e redes de televisão deixarem de mostrá-las — com o objetivo de não chocar e de não contribuir para fortalecer os terroristas —, o Estado Islâmico não deixará de cometer os crimes. Porque conta com um fenômeno que mesmo jornalistas ainda não conseguem dimensionar de maneira precisa — a internet. “Retirar” as imagens das grandes redes e publicações não significa que não serão mostradas, vistas e comentadas, por milhões de pessoas, inclusive jornalistas.
Cabe a cada publicação e rede de televisão mostrar as cenas ou não. Eu, por exemplo, não aprecio vê-las. Mas defendo a divulgação integral e quem não quiser ver, por um motivo ou não, que não veja. As cenas brutais, uma volta à barbárie, colocam o mundo, cada vez mais, contra os terroristas e, erradamente, contra os árabes em geral. Exibi-las, por sinal, reforça a ideia de que uma intervenção transnacional — e não apenas norte-americana — é vital no Iraque e outros países.
Nada Será Como Antes” (Master Books, 424 páginas), do jornalista Julio Maria, do “Estadão”, é a biografia da maior cantora (popular) brasileira. Trata-se de um livro autorizado pela família — o que não quer dizer edulcorado ou hagiográfico. “Furacão Elis”, de Regina Echevarria, não agradou aos familiares. O livro chega às livrarias no dia 17 deste mês. Para matar a curiosidade dos leitores, publico a sinopse fornecida pela editora no site da Livraria Cultura: “O livro ‘Elis Regina — Nada Será Como Antes’ narra a vida de Elis desde seus primeiros dias em Porto Alegre, quando cantava ‘Fascinação’ ao lado das amigas nas escadarias de um colégio, até sua despedida trágica, aos 36 anos, quando estava prestes a, de novo, mudar tudo em sua vida. “Ao todo foram quatro anos de entrevistas e pesquisas em arquivos. A ideia de escrever a biografia surgiu por meio de um convite da editora ao autor. No começo, o perfil do livro era uma homenagem, mas conforme o autor foi descobrindo mais histórias e avançando nas entrevistas, viu que havia muito mais o que contar. Pessoas importantes que até então nunca haviam se pronunciado — como dezenas de músicos que tocaram com ela. “Depois de dois anos em campo — durante esse tempo foram inúmeros arquivos consultados e 126 entrevistas, a maioria delas feitas pessoalmente —, o autor começou a colocar a história no papel. ‘Mesmo quando parei para escrever, as histórias continuavam a aparecer, e o livro ganhava novas partes de tempos em tempos. Ele ficou vivo o tempo todo. E confesso que, se pudesse, estaria neste momento colocando mais histórias’, conta. “‘Não vivi a era de Elis. Quando ela faleceu, em janeiro 19 de janeiro de 1982, eu tinha 9 anos de idade, e diante dessa personagem gigante, fui o que sou há 16 anos — repórter. Me joguei com o respeito que a história merecia, mas sem nenhuma tese a defender. Creio que o olhar descontaminado de paixões ou ódios ajude a traçar um perfil mais humano e menos divino’, diz o autor.”
O leitor Sérgio Murillo pergunta: “Li no jornal ‘O Hoje’, na edição de quarta-feira, 25, o título ‘Paralizações já prejudicam setor produtivo goiano’. O certo seria paralisações? O jornal precisa paralisar, de vez, o uso de ‘paralizações’?” O “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa” explica, na página 2129: “Paralisação — Ação ou efeito de paralisar(se)”. Com “s”, é claro. O “Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa”, de Antônio Geraldo da Cunha, amplia o entendimento (página 580): “Paralisar — Entorpecer, tornar inerte”. A palavra “paralysar” (com “y” e com “s”) teria surgido em 1844. É uma “adaptação do francês paralyser”. Já “paralisação” surge no século 20. Paralisia deriva de “parelisia”, do século 14. A derivação é do latim “paralísis”, que “saiu” do grego “parálysis”. Portanto, o leitor está certo, e o jornal, errado. “O Hoje” deve escrever, a partir de agora, “paralisações”.
Do ponto de vista corporativista do sindicalismo, o “Estadão” cometeu uma heresia na semana passada: demitiu um jornalista, Alessandro Giannini, editor assistente de internacional, que integra a diretoria do Conselho de Diretores do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Teoricamente, o “Estadão” não poderia afastá-lo — porque diretores de sindicatos têm estabilidade no emprego — e agora terá de enfrentar o sindicato e a Justiça Trabalhista, que certamente cobrará a reintegração do profissional. O “Estadão” está demitindo, mas não em massa. São demissões pontuais. Segundo o Portal dos Jornalistas, as demissões seguem a “tendência que vem se consolidando em alguns veículos de comunicação de evitar cortes em escala, a fim de, entre outras razões, não ter que negociar compensações com o sindicato”.
Recebi a fotografia acima e, como humor não faz mal a ninguém, divulgo-a. Para deixar o espírito mais leve e descontraído. Divertida, não é, leitor, a criatividade dos brasileiros?
Um juiz "confiscou" um Porsche e um piano do ex-empresário bilionário Eike Batista. Aí alguém, esperto e rápido, criou o "quadro" acima.
Na edição de domingo, 22, de "O Popular" constava o nome de Luiz Fernando Rocha Lima como diretor editorial, logo abaixo do nome do diretor superintendente, Tasso Câmara. Na edição de segunda-feira, 23, o nome do executivo desapareceu do espaço que sinalizava que dirigia a redação do jornal, acima da editora-chefe, Cileide Alves.
A partir de agora, Cileide Alves responde diretamente ao vice-presidente do Grupo Jaime Câmara, Maurício Duarte, o principal executivo da empresa, abaixo apenas do presidente do Conselho de Administração, Jaime Câmara Júnior, e do presidente, Cristiano Roriz Câmara.
Embora tenha perdido o comando da redação, Luiz Fernando Rocha Lima, o Nandão, permanece no GJC, como diretor. Ele, que cumprirá "missões especiais", pertence ao grupo de Júnior Câmara, mas não ao de Cristiano Câmara. A velha geração está definitivamente fora do comando executivo dos empreendimentos. Ronaldo Borges Ferrante é apontado como o último dos moicanos.

[caption id="attachment_27139" align="aligncenter" width="620"] Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR[/caption]
- Política: "Para um presidente brasileiro ser cassado, ele deve fazer algo flagrantemente errado. Mas muitos fazem isso e sobrevivem", começa o autor [Jonathan Wheatley]. Para ele, entretanto, o que realmente conta é a perda de apoio no Congresso.
- Petrobras: Com todos os escândalos envolvendo a estatal, o pessimismo do mercado diante do governo apenas aumenta e pressiona ainda mais a presidente. Ele destaca que, se em algum momento o Congresso decidir fazer algo para um impeachment, "a Petrobras forneceria o pecado flagrante". "Dilma foi presidente do conselho de administração, quando a maior parte da suposta corrupção aconteceu", ponderou.
- Confiança do consumidor: "Os consumidores estão extremamente saturados", diz o jornal, ao mencionar um estudo da FGV que aponta a queda no índice de confiança do consumidor para o menor nível desde 2005.
- Inflação: A publicação reitera que há 20 anos a inflação no Brasil já foi de cerca de 3000% ao ano. "Muitos são jovens demais para lembrar, mas outros não", diz o texto, complementando que "alguns temem que o governo abandone a meta de inflação", que está em 4,5% ao ano.
- Desemprego: Segundo o Financial, a perda de 26 mil empregos em janeiro, além da recente greve de caminhoneiros pelo país, apontam que "o desemprego é um grande desafio de popularidade para Dilma".
- Confiança do investidor: O texto diz também que o governo está sendo forçado a vender cada vez mais títulos de contratos de dívida de curta duração, por conta da preocupação dos investidores com a capacidade do governo em cumprir metas orçamentárias.
- Orçamento: O FT menciona o primeiro déficit orçamentário primário em mais de uma década em 2014, "efetivamente levando o país de volta aos dias sombrios antes de começar a implementar pelo menos uma aparência de disciplina fiscal".
- Economia: Os investidores esperavam que a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda iria mudar, diz. "Mas a tarefa parece cada vez mais difícil". "Levy tem aparecido como uma figura solitária", completa.
- Água: A seca na região Sudeste também é apontada como um motivo para o impeachment de Dilma: "a sensação de aproximação do apocalipse no Brasil é sublinhada por uma escassez de água que atinge a cidade de São Paulo", diz.
- Eletricidade: O FT cita a derrota do PSDB para o PT em 2002, dizendo que, "na última vez em que um governo foi derrubado (embora nas urnas, e não por impeachment), a principal causa foi o racionamento de energia elétrica".
O presidente do Grupo Jaime Câmara, Cristiano Roriz Câmara, indicou Maurício Duarte, vice-presidente, para ser o principal responsável pela área de jornalismo de seus empreendimentos. O executivo assume as funções que cabia ao diretor de Jornalismo, Luiz Fernando Rocha Lima. Ele já se tornou interlocutor junto ao maior anunciante do GJC, o governo do Estado de Goiás. Luiz Fernando Rocha Lima permanece no GJC e vai cuidar de missões especiais. A cúpula sublinhou que a editora-chefe, Cileide Alves, ao contrário do que sugerem especulações, permanece prestigiada.
A jornalista Maria Golovnina [foto acima], de 34 anos, diretora de redação da agência Reuters para o Paquistão e o Afeganistão, morreu na segunda-feira, 23, em Islamabad. Colegas a encontraram desmaiada, na redação, e a levaram a um hospital da capital do Paquistão. Ainda não se sabe a causa.
Maria Golovnina trabalhava havia dez anos na Reuters e era considerada uma profissional experimentada. Escreveu reportagens sobre conflitos no Uzbequistão, no Tadjiquistão e na Rússia. A correspondente da agência no Paquistão, Katharine Houreld, lamentou a morte da colega: “Ela era ótima chefe. Calorosa, com um coração enorme. Uma pessoa que realmente se importava”.
O editor-chefe da Reuters News, Stephen Adler, corrobora a opinião de Houreld: “Todos nós da Reuters choramos a morte prematura de nossa querida colega Maria. Ela era uma de nossas melhores jornalistas, combinando destemor com um entusiasmo contagiante que inspirava confiança, respeito e afeição de todos ao seu redor. Ela deixará muita saudade”.
E. L. James, autora do romance “Cinquenta Tons de Cinza”, quer escrever o roteiro, ou pelo menos ser a autoridade final na elaboração, da segunda parte do filme homônimo. A notícia na “Variety”.
A Universal, dona dos direitos de filmagem da trilogia escrita por E. L. James, ainda não decidiu o que fazer, mas não aprova a excessiva intromissão da autora. Porém, a Universal assinou um contrato que beneficia a autora. O texto assinado garante o controle da história.
A diretora Sam Taylor-Johnson não aprova a interferência da autora e, por isso, não sabe se vai dirigir os dois próximos filmes.
Na primeira versão, E. L. James decidiu sobre a transcrição fiel dos diálogos e exigiu que as cenas de sexo fossem mais tórridas — o que certamente não desagradou Hollywood nem os espectadores.
Dada a posição intransigente de E. L. James, a sequência de “50 Tons de Cinza” deve atrasar. Deve chegar, se chegar, aos cinemas apenas no final de 2016 ou no começo de 2017. Hollywood está em polvorosa, porque o filme está rendendo uma bilheteria sensacional — com mais de 220 milhões de euros, num único fim de semana, em termos mundiais.
A única coisa certa: o filme será feito. Porque ninguém abandona uma mina de ouro devido a princípios.