Imprensa
Gestores do jornal sugerem que estão renovando a equipe e que a fase da contenção de despesas está passando
A rede, que não se contenta com o segundo lugar, pôs no ar novela que balançou a rede da família Marinho
O doutor em Filosofia enfrenta com coragem e competência tanto a obra de Machado de Assis quanto a crítica de Antonio Candido e Wilson Martins

Maria Júlia Coutinho contribui para tornar menos formal o principal produto jornalístico da TV Globo e parece ter influenciado William Bonner

Autora de uma poesia confessional, foi internada em clínicas psiquiátricas e transformou seus problemas de saúde em arte
A obra mostra a brutalidade dos campos de trabalhos forçados criados por Stálin na Sibéria. Um conto relata os últimos dias do poeta Óssip Mandelstam
Por que a “Veja” abriu três páginas para um livro extremamente ruim como “A Vida é uma Festa — A História de Amaury Junior, o Maior Colunista Social do Brasil” (HarperCollins, 256 páginas)? O autor, Bruno Meier, pertence à revista. Terá o repórter esquecido de Ibrahim Sued e Zózimo Barroso do Amaral? Um título mais justo acrescentaria “da TV” depois de “Social”.
Faustão, da TV Globo, tem o hábito de nomear o “maior ator”, o “maior cantor”, o “maior escritor”, o “maior tudo”. É provável que Bruno Meier, repórter competente e sério, tenha se tornado uma espécie de Faustão dos biógrafos.
O lançamento do livro deveria ter ficado circunscrito à página “Gente”, espécie de coluna social maliciosa da “Veja”.

[caption id="attachment_30079" align="alignleft" width="620"] Divulgação[/caption]
Sandes Júnior (PP) apresenta o programa “Na Hora do Almoço”, na TV Goiânia, de 12 às 12h30, com notícias gerais, defesa do consumidor e entretenimento. Desde agosto no ar, já obtém uma audiência média de 3%. O deputado federal, que fazia sucesso no rádio, como líder de audiência, agora avança na televisão. É tido como o Midas da comunicação.

Editora lança clássicos da crítica literária do autor do romance Lolita
A causa da ELA: proteínas neuronais se aglomeram criando um composto tóxico, o que torna as células motoras doentes e depois provocam sua morte
A previsão é que a economia do país caia entre 2,5% e 3%. Mas a revista aposta que, por ter o apoio do PT, Nelson Barbosa pode acertar o Ministério da Fazenda

O jornalista foi editor da revista “Veja”, do “Jornal do Brasil”, de “O Dia” e do “Jornal Nacional”

A jornalista, autora do best seller internacional “O Fim do Homem Soviético”, diz que, ao visitar Moscou, ficou surpresa ao ver policiais, militares, políticos e gente comum rezando pelas armas nucleares russas
“Em Busca do Tempo Perdido — Dicionário de Nomes & Lugares” (Biblioteca Azul, 189 páginas, tradução de Carla Cavalcanti e Silva), de Michel Erman, não é uma obra exaustiva. Mas contribui para o entendimento da principal obra do escritor francês Marcel Proust. O crítico Carlos Augusto Silva escreveu o “Dicionário Proust — As Personagens de Em Busca do Tempo Perdido”.
Os livros do francês Michel Erman e do brasileiro Carlos Augusto Silva, parecidos mas diferentes, se complementam. Assim, um não é melhor do que o outro. O único problema é que a obra do segundo não está disponível nas livrarias. Muito do que você tem medo de perguntar, para não parecer não-proustiano, é respondido, de maneira competente e sintética, pelas duas obras.
Os dicionários não são obras para especialistas, mas nem mesmo os especialistas têm memória de elefante e, por isso, precisam consultar livros de referência — como é o caso. São trabalhos muito bem-feitos, escritos, com o máximo de clareza e alto espírito de síntese, por proustianos consumados.
Mas o que vale a pena mesmo é a leitura do “tratado literário” de Proust, que deve ser lido devagar, para que se possa apreciar como o autor (um detalhista, até miniaturista) constrói a história e os personagens, como sua linguagem “lenta” — com períodos longos e, por vezes, enviesados — a conta e, claro, as (múltiplas) histórias em si. Proust é um “país” que precisa ser visitado e desvendado. Os dicionários ajudam, aqui e ali, a esclarecer a respeito de algumas coisas, pessoas, lugares.
Transcrevo um verbete do livro de Michel Erman:
“Charlus [Palamède, barão de] — Nascido em 1839, é irmão caçula do duque Basin de Guermantes e da senhora Marsantes. Suas atitudes e sua conversação traduzem a consciência elevada que tem de sua classe social, na qual, entretanto, não se mantém isolado, em razão de uma inteligência superior e de suas inclinações homossexuais. É um verdadeiro conhecedor da obra de Balzac e de pintura em geral. Seu personagem está associado a toda temática perversa do romance (voyeurismo e sadomasoquismo em particular). É o que o torna grande, pois à lei social e aos julgamentos dos outros, opõe sempre sua própria lei, mas será isso também a causa de sua decadência.
“A homossexualidade do barão aparece pouco a pouco nas conversas das pessoas que lhe são próximas e ao longo da educação existencial do herói. Quando do primeiro encontro entre eles, o herói, com dezessete anos, não compreende o que seu olhar manifesta de pulsional [vol. 2, 392-3]. Charlus é o tipo de homem-mulher, a exemplo do Vautrin de Balzac. É um homossexual que elogia a virilidade mas há nele uma parte da feminidade; a sociedade do Faubourg o apelida ‘Memé’. Essa ambiguidade, que remete ao mito platônico do andrógino [vol. 4], tal como exporto no ‘Banquete’, é fonte de angústia. Para se desfazer dela, o barão se pretende mestre do absoluto do desejo, que ele exprime frequentemente na violência, como Vautrin, que foi a causa do suicídio de Lucien de Rubempré. Humilhado e enganado pelo pianista Morel, que ele sustentou (na ‘Busca’, todo ser amado é um ser em fuga), Charlus começará sua descida aos infernos. Com o tempo, o sentimento amoroso transformado em pureza no seu coração sofredor transformará a violência em doçura. Depois, ele abandonará sua soberba para se entregar às práticas masoquistas no bordel de Jupien. Durante a guerra, sua personalidade social conhecerá transformações; a senhora Verdurin dirá dele: ‘Não vê ninguém, ninguém o percebe’ [vol. 7, p. 97]. Em 1919, na matinée em casa da princesa de Guermantes, o herói o considera ‘a majestade shakespeariana de um rei Lear’ [vol. 7, 199]. Charlus é incontestavelmente um personagem trágico.” (Páginas 36 e 37)

Nada li de tão impressionante sobre negociatas quanto o livro-bomba “Política, Propina e Futebol — Como o ‘Padrão Fifa’ Ameaça o Esporte Mais popular do Planeta” (Objetiva, 334 páginas), de Jamil Chade. O repórter do “Estadão” esmiúça a corrupção de Joseph Blatter, Jérôme Valcke, Jack Warner, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, entre outros. Trata-se de corrupção universalizada.
O ex-governador Alcides Rodrigues é citado como articulando lobby para atrair jogos da Copa de 2014 para Goiás. Quando o Brasil foi definido como sede da copa, em 30 de outubro de 2007, vários governadores foram a Zurique comemorar. Entre eles, segundo o livro, Alcides Rodrigues (então no PP), de Goiás; Aécio Neves (PSDB), de Minas Gerais; José Roberto Arruda (então no DEM), do Distrito Federal; Cid Gomes (então no PSB), do Ceará; Ana Júlia Carepa (PT), do Pará; Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro.