Tocantins

[caption id="attachment_48715" align="alignleft" width="620"] Sandoval Cardoso: | Divulgação[/caption]
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou, por unanimidade, na sessão de quinta-feira, 6, a inelegibilidade de oito anos, imposta pelo Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), ao ex-governador do Tocantins, Sandoval Cardoso (sem partido). Ele foi condenado por abuso de poder político em sua campanha à reeleição em 2014.
Ao manter decisão de primeira instância, os ministros entenderam que Sandoval, quando esteve à frente do Executivo estadual, concedeu aumentos salariais a diversas categorias de servidores públicos que extrapolaram, em muito, a recomposição do poder aquisitivo do funcionalismo.
A decisão do TSE, no entanto, não alcança o então candidato a vice-governador na chapa de Sandoval, Ângelo Agnolin (PDT). Ao negar na íntegra o recurso do ex-governador e prover o do vice para afastar a sua inelegibilidade, o ministro relator, Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, informou que os reajustes dados aos servidores estaduais chegaram a 416,31%.
Segundo o magistrado, o percentual revelou-se muito acima da recomposição das perdas salariais ocorridas no período. No voto que manteve a condenação de Sandoval por abuso de poder político, Tarcisio Vieira afirmou que as medidas adotadas pelo então governador ofenderam a normalidade das eleições e a igualdade entre os candidatos na disputa eleitoral.
Ao acompanhar o posicionamento do relator, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que conceder reajustes salariais a servidores públicos em ano eleitoral, em patamares muito superiores à recomposição da inflação no período, “configura conduta apta a abalar a igualdade entre os candidatos e o equilíbrio nas eleições”. A prática, segundo Barroso, caracteriza abuso de poder político.
[caption id="attachment_152088" align="alignleft" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
Reunidos em Assembleia Geral Extraordinária, na quarta-feira, 5, os acionistas da Agência de Fomento do Tocantins decidiram pelo ajuizamento de Ação de Responsabilidade Civil contra o diretor-presidente da instituição, Maurílio Ricardo Araújo de Lima, e o diretor-administrativo Ademir Teodoro de Oliveira. Consequentemente, ambos foram declarados impedidos de exercer os cargos por causa da ação.
A decisão da Assembleia Geral Extraordinária dos acionistas corrobora a medida tomada pelo governo do Tocantins, sócio majoritário da Agência de Fomento com 99,4% das ações, quando decretou intervenção na agência e afastou o então presidente.
O Banco Central será comunicado da decisão, visando cumprir a legislação pertinente. A medida havia sido tomada porque o órgão se recusou a atender pedidos formulados pelo Estado para que fossem apresentadas cópias dos procedimentos de concessão de crédito (empréstimos), em apuração por meio de uma auditoria extraordinária, instalada após denúncia que apontava irregularidades, tornando necessário seu requerimento por via judicial por meio de Mandado de Segurança.

[caption id="attachment_152085" align="alignleft" width="620"] Foto: Reprodução[/caption]
Assim como o Jornal Opção já havia noticiado nas Edições nº 2195 e 2223 — quando foi ressaltada a importância do empreendimento —, a construção da TO-500, que atravessa os Estados da Bahia e do Tocantins até o oeste do Mato Grosso, voltou à pauta de discussões.
Na quarta-feira, 5, durante audiência que ocorreu no Palácio Araguaia entre o governador Mauro Carlesse, representantes políticos e empresários foi debatida da possibilidade de a construção ser executada na modalidade Parceria Público-Privada (PPP).
Com cerca de 90km de extensão, a obra tem um custo estimado em mais de R$ 1 bilhão e irá criar um corredor de exportação com impacto positivo para o agronegócio, pois reduzirá os custos de transportes para o escoamento da produção agrícola, mesmo com a cobrança de pedágio. Depois de pronta, a TO-500 encurtará as distâncias para o escoamento de produtos oriundos do Mato Grosso para os portos da Bahia e Maranhão.
Na audiência, o governador Mauro Carlesse se comprometeu a empenhar esforços, junto ao governo federal, para que a obra possa sair do papel. “Temos interesse que essa obra seja construída e sabemos que ela trará mais desenvolvimento, fazendo essa ligação definitiva entre o Tocantins e o Mato Grosso. Além disso, a rodovia tirará do esquecimento as cidades que ficam no entorno, fomentando a geração de emprego, da renda e da diversificação das atividades”, disse.
Deputado federal de Mato Grosso, Nelson Barburdo (PSL), presente ao encontro, avaliou a reunião com o governador como “muito positiva”. “A receptividade do governador e a vontade que ele tem de tocar o projeto da TO-500 deixa o povo matogrossense e a classe política muito animada. O governador se propôs a nos acompanhar nas audiências e fazer tudo o que for necessário para que o projeto, que hoje é um sonho, possa acontecer”, ponderou.
Para o engenheiro e autor do projeto da Rodovia TO-500, José Rubens Mazzaro, as próximas fases debatidas no encontro tendem a acelerar o início das obras. “Agora, vamos atrás do decreto presidencial para autorização jurídica da construção da rodovia. Propusemos também ao governador Mauro Carlesse que fizesse uma audiência pública com os indígenas Carajás e Javaés e ele confirmou que vai viabilizá-la em janeiro do próximo do ano. Ficou marcada também uma reunião técnica comigo e o presidente da Ageto [Agência Tocantinense de Transportes e Obras] para debatermos a parte técnica da obra”, explicou.
O projeto da travessia da Ilha do Bananal teve o Projeto de Lei aprovado em 2012 pela Assembleia Legislativa do Tocantins, mas aguardada a publicação de um Decreto Federal outorgando os direitos para que o governo estadual possa empreender e executar a obra sobre a Ilha do Bananal, que é de responsabilidade da União.

[caption id="attachment_151935" align="alignleft" width="620"] Foto: Reprodução[/caption]
A imprensa adora e precisa de notícias polêmicas, factoides e outros elementos jornalísticos que rendem audiência. Nem sempre o assunto tem a relevância a ele atribuída, mas o certo é que todos os portais de notícias repercutem as intercorrências, principalmente quando os temas são polícia ou justiça.
Decorridos oito meses da cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e seis das eleições suplementares no Tocantins, eis que o procurador regional eleitoral Álvaro Manzano apresentou parecer e relatório final da ação de investigação judicial eleitoral relativos àquele pleito.
Em síntese, a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) requereu a cassação do governador Mauro Carlesse e de seu vice, Wanderlei Barbosa, ambos do PHS, em razão de suspeita de compra de apoio político por meio de emendas parlamentares e convênios, utilização de bens públicos móveis e imóveis, pagamentos irregulares de despesas de exercícios anteriores e uso promocional de serviços de caráter social custeado pelo poder público.
À época, havia uma determinação judicial, oriunda do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJ-TO), para que não fossem realizados pagamentos de emendas parlamentares ou convênios enquanto perdurasse o processo de transição. É que o ex-governador havia recorrido de sua cassação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e retornado ao Palácio Araguaia.
Ante à insegurança jurídica momentânea, o judiciário proferiu a ordem, que valia para ambos os governantes — Miranda e Carlesse —, com o intuito de evitar a utilização indevida da máquina administrativa, aliada a condutas eleitoreiras.
Após algumas semanas de imbróglio, Miranda foi cassado definitivamente e o presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse, empossado no cargo para cumprir o restante do mandato tampão.
Nesse ínterim, antes mesmo da eleição suplementar, houve denúncias ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO) de que a liminar do TJ-TO não estava sendo cumprida e uma operação da Polícia Federal apreendeu vários processos administrativos na Secretaria Estadual da Fazenda, que foram objeto de análises e perícias judiciais.
O fato é que o parecer e o pedido de cassação do governador, por parte do Ministério Público Eleitoral (MPE), é uma mera formalidade processual. Não há efeitos práticos, porque, na verdade, se houve qualquer tipo de fraude ou desrespeito à ordem judicial, isto ocorreu no âmbito da pré-campanha eleitoral suplementar.
Ora, o mandato para o qual Carlesse foi eleito naquele pleito se encerrará no dia 31 de dezembro, ou seja, no dia seguinte, tal ação judicial perderá o objeto. A não ser que o processo seja julgado até o último dia do mandato — o que é improvável em razão da necessária obediência aos prazos legais — o parecer e a denúncia são letras mortas.
É necessário esclarecer ao leitor que a eleição que outorgou mandato a Carlesse e Wanderlei a partir de 2019 ocorreu em outubro de 2018. Não se confunde, em absolutamente nada, com as intercorrências da eleição suplementar de junho deste ano, cujos parecer e denúncia foram apresentados agora pelo MPE.
Enfim, nada de novo além do desgaste e da repercussão naturalmente negativa por parte da imprensa escrita, falada e televisionada. Nem mesmo instabilidade política esse acontecimento trouxe ao governo estadual. O antigo adágio português é apropriado para o momento: “tudo como dantes no quartel d'Abrantes”.

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[caption id="attachment_151064" align="alignleft" width="620"] José Omar de Almeida JR (MPE), Luana Ribeiro (Aleto), Mauro Carlesse, Eurípedes Lamounier (TJ-TO), Murilo da Costa (DPE), Wagner Praxedes (TCE-TO) e Wanderlei Barbosa, vice-governador | Foto: Reprodução[/caption]
Na quarta-feira, 28, o governador Mauro Carlesse (PHS) se reuniu no Palácio Araguaia com os chefes dos poderes Legislativo, Luana Ribeiro (PSDB), e do Judiciário, Eurípedes Lamounier, além dos gestores do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE-TO), Ministério Público Estadual do Tocantins (MPE-TO), Defensoria Pública Estadual (DPE,) visando discutir a conjuntura econômica do Estado do Tocantins e os desdobramentos na vida da população.
Os objetivos foram apresentar e discutir dados relativos à situação fiscal e financeira do Tocantins e as iniciativas para equacionar o quadro atual. Para o governador, o momento é de união na intenção de buscar soluções aplicáveis a curto, médio e longo prazo para garantir aos tocantinenses melhores condições de vida.
“O Estado passa por dificuldades e o que pretendemos é passar essa responsabilidade para todos. Esse é o meu modo de governar, para que todos tenham os mesmos compromissos com a redução de despesas”, explicou o governador, destacando que foram discutidos ainda os problemas das áreas da saúde, da educação e da segurança pública, entre outros.
Carlesse explicou que todos os pontos levantados serão importantes para que seja formatada uma gestão em conjunto. “Todos atenderam ao nosso chamamento, se colocaram à disposição e é isso que queremos, um governo aberto que, junto com os poderes, venha melhorar a vida dos cidadãos.”
Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Rolf Vidal, será elaborada uma minuta de um conselho entre os chefes de poderes e acertada uma próxima reunião para a terça-feira, 4, que terá como pauta a busca de medidas para equilíbrio fiscal do Estado.
Para o secretário, essa iniciativa de reunir todos os chefes de poderes e instituições demonstra a boa vontade e a boa-fé do governo em buscar soluções e eficiência para a máquina pública, melhorar os índices do Estado e, automaticamente, evitar que o Tocantins enfrente efeitos provocados pela crise fiscal, a exemplo de outros Estados.
De acordo com o procurador-geral de Justiça, José Omar de Almeida Júnior, a reunião foi proveitosa e oportuna por parte do governador Mauro Carlesse, que entendeu envolver todos os demais poderes e instituições para discutir um problema tão complexo, que é a crise fiscal pela qual passa o Tocantins.
“Todos nós participamos e nos afligimos com o problema orçamentário e financeiro pela qual passa o Estado. Cada poder e instituição tem uma ideia. Vamos sentar e discutir isso coletivamente. Afinal, todos nós estamos no mesmo barco e devemos remar unidos em prol do desenvolvimento do Estado”, afirmou.
Judiciário contingencia recursos
O presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJ-TO), desembargador Eurípedes Lamounier, antes mesmo de participar da reunião, já havia publicado, na terça-feira, 27, ato em que limitou empenhos e movimentações financeiras no âmbito do Judiciário.
A medida visa atender a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), uma vez que um Decreto do Poder Executivo contingenciou R$ 321.292.672 do Estado do Tocantins, sendo R$ 31.725.16 do TJ-TO.
Ao anunciar a medida, o TJ-TO acrescentou que, desde o ano passado, vem editando decretos de contingenciamento sempre que ocorre frustração de receitas publicadas pelo Executivo, adequando suas despesas de modo a não comprometer a prestação jurisdicional e cumprindo, rigorosamente, o que estabelece a LRF.

[caption id="attachment_151075" align="alignleft" width="620"] Fotos: Reprodução[/caption]
Os ex-prefeitos de Araguaína Félix Valuar Barros (DEM) e Valderez Castelo Branco (PP) foram intimados a prestar depoimento pela Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma).
Eles são suspeitos de participarem das condutas irregulares, enquanto prefeitos, na contratação da empresa Data Traffic para realizar a fiscalização eletrônica da cidade.
Segundo o delegado Guilherme Rocha, as suspeitas são de fraude em licitação e sobrepreço na contratação da referida empresa. A investigação criminal foi aberta após um pedido do Ministério Público Estadual do Tocantins (MPE-TO), uma vez que a empresa teria sido contratada no mandato de Valderez e se beneficiou de aditivos durante o governo de Valuar Barros, cujo valor contrato ultrapassa dos R$ 6,5 milhões.
Valuar Barros já foi, inclusive, condenado pela Justiça em uma ação civil por improbidade administrativa, acusado de determinar que a empresa que fiscalizava o trânsito na cidade só fosse paga pelo serviço se as multas previstas fossem arrecadadas.
A condenação determinou que o ex-prefeito perderia os direitos políticos por cinco anos e também deveria pagar uma multa correspondente ao valor de dez vezes o salário que recebia como prefeito.

[caption id="attachment_151078" align="alignleft" width="620"] Foto: Reprodução[/caption]
Na quarta-feira, 28, a Secretaria de Meio Ambiente de Araguaína divulgou o relatório feito após fiscais encontrarem toneladas de lixo hospitalar em um galpão do Distrito Agroindustrial da cidade.
Duas empresas ligadas à família Olinto serão autuadas e podem pagar multas de até R$ 50 milhões por danos ao meio ambiente e despejar resíduo infectante em local impróprio.
O relatório também informa a quantidade de lixo retirada do galpão. Ao todo, foram encontrados 90.610 quilos de resíduos ligados a hospitais públicos do Tocantins, sendo que a grande maioria estava no galpão. Porém, 1.950 quilos foram localizados em um caminhão apreendido em um hotel da família Olinto.
Em prosseguimento às investigações, após novas denúncias, a Polícia Civil encontrou mais lixo hospitalar, desta vez enterrado em uma fazenda da família Olinto.
Segundo a Prefeitura de Araguaína, o governo do Estado será notificado a pagar o valor gasto pelo município para coletar o lixo irregular.
O relatório aponta, ainda, que as empresas Sancil Sanantônio Construtora e Incorporadora, que seria do ex-juiz eleitoral e advogado João Olinto, e a Agromaster, dona do caminhão encontrado no hotel, descumpriram normas e princípios de proteção ambiental.
Os fiscais verificaram que, além do depósito irregular, as empresas não tinham licença ou autorização para funcionamento. Ademais, o galpão encontrado no distrito agroindustrial estava em total desacordo com as normas ambientais e não possuía licença ambiental.
As empresas podem ser multadas em até R$ 50 milhões por diversas infrações as leis ambientais. Contudo, segundo o município de Araguaína, os valores das multas serão definidos em conjunto com o Ministério Público Estadual do Tocantins (MPE-TO).

[caption id="attachment_147186" align="alignleft" width="620"] Foto: Agência Brasil[/caption]
Na terça-feira, 27, o Senado aprovou, por unanimidade, a operação de crédito entre a Prefeitura de Palmas e a Corporação Andina de Fomento (CAF), no valor de US$ 60,87 milhões, equivalente a mais de R$ 230 milhões.
O recurso será destinado à realização de obras de infraestrutura em vários setores por meio do Programa de Requalificação Urbana – Palmas para o Futuro, entre eles o Jardim Taquari, as quadras Arnes 54 e 64, de remanescentes do antigo povoado Canela, e os bairros como Morada do Sol I e III.
As verbas vão melhorar as condições de mobilidade da população e de acesso aos serviços públicos essenciais por meio de investimento em pavimentação e sinalização de vias urbanas, drenagem urbana, iluminação, equipamentos públicos, habitação e ações socioambientais. O dinheiro será liberado em partes ao longo dos anos de 2019 e 2022.
Antes de chegar ao Senado, Projeto de Lei Complementar apresentado pela Prefeitura da capital passou pela Câmara de Palmas, sendo aprovado em janeiro de 2017 pela Comissão de Finanças da Casa, que foi presidida pelo vereador Lúcio Campelo (PR), autorizando a realização do empréstimo.
“Ajudei na aprovação por ser um projeto importante para a nossa cidade. Vejo que Palmas tem muito a se desenvolver e esse recurso vem para abraçar essa causa”, defendeu o vereador.
O parlamentar também ressaltou a importância do deputado federal Vicentinho Júnior (PR) e do senador Vicentinho Alves (PR), atuantes em Brasília no referido processo de aprovação.
Segundo Lúcio Campelo, ambos mostram compromisso com Palmas e com o Tocantins. “Agora, cabe à prefeita Cinthia Ribeiro cuidar dos trâmites junto à Corporação Andina de Fomento para a liberação do recurso e aplicação em benefício da cidade”, disse o parlamentar.

[caption id="attachment_151070" align="alignleft" width="620"] Christian Zini | Foto: Divulgação[/caption]
Na quarta-feira, 28, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para investigar as possíveis irregularidades das aplicações do Instituto de Previdência Social do Município de Palmas (PreviPalmas), ouviu o ex-secretário de finanças do município, Christian Zini.
Na ocasião, Christian Zini destacou que teve conhecimento sobre as irregularidades apenas pela matéria jornalística veiculada na época. Durante os questionamentos, o presidente da Comissão, vereador Professor Júnior Geo (Pros) leu ao depoente documento assinado por ele, à época, no qual declara ter ciência do risco do investimento realizado no Cais Mauá. Contudo, a testemunha disse não saber do risco e que não tinha capacidade técnica para tanto.
Quando questionado sobre o número de assinaturas para autorizar as aplicações, Christian Zini afirmou que “não tinha gestão sobre isso”. “Não sei em que fase do processo foi colhida minha assinatura, quem encaminhava os documentos para os bancos não era a Secretaria de Finanças.”
Após a sessão, Professor Júnior Geo destacou que, a partir dos depoimentos colhidos, a CPI fará a apuração necessária, desenvolverá o relatório e, consequentemente, apontará as possíveis implicações, levando em consideração o grau de responsabilidade de cada envolvido.
“Existe uma série de atropelos e de ilegalidades no rito que resultou na aplicação dos fundos de investimentos. Nós já temos apontadas partes das irregularidades cometidas, agora cabe responsabilizar quem são os responsáveis”, disse.

[caption id="attachment_150715" align="alignleft" width="620"] Gedeon Pitaluga | Foto: Reprodução[/caption]
Na quarta-feira, 28, uma das mais importantes instituições, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Tocantins (OAB-GO), elegeu seu novo presidente: Gedeon Pitaluga.
Candidato pela segunda vez, ele obteve êxito apenas nesta última, após conquistar 1.267 votos (36,5%) contra 1.265 (34,7%) depositados para Célio Henrique e 992 (29%) para Juvenal Klayber.
Há muito mais política — às avessas — nessa eleição institucional classista que o leitor pode imaginar. Restou claro que os advogados querem a independência da Ordem, não permitindo que a presidência da instituição se torne um balcão político.
Célio Henrique representava muito mais que a continuidade de Walter Ohofugi, que contribuiu com muitos avanços. Contudo, pecou quando o tema foi a defesa das prerrogativas dos advogados. O candidato situacionista carregou o peso dos equívocos da gestão do presidente em exercício, mas também sua vinculação com a política, uma vez que é ardente defensor do PT e seus membros. Pesou também o fato de os adversários e do eleitorado não terem se esquecido da filiação de Ohofugi, em plena eleição suplementar, ao PSD, presidido pelo deputado federal e senador eleito Irajá Abreu, sigla ligada ao grupo político da senadora Kátia Abreu (PDT).
Juvenal Klayber é, reconhecidamente, o melhor advogado eleitoral do Tocantins. Já advogou para os mais diversos grupos políticos, inclusive para o atual governador Mauro Carlesse (PHS). Exatamente em razão dessa proximidade e fama de bem-relacionado com os altos figurões da política tocantinense, Klayber ficou fora do páreo.
O seleto eleitorado se questionava em todas as rodas de conversa, pessoais ou virtuais, acerca da impossibilidade de enfretamento que Klayber teria se tivesse que questionar o governador Carlesse, caso os interesses da OAB entrassem em rota de colisão com os interesses do Palácio Araguaia. Como preceitua o bom “juridiquês”: “Deste desiderato, Klayber não se desincumbiu”.
Diante de todas estas circunstâncias, o candidato que poderia representar os verdadeiros interesses da OAB tocantinense era mesmo Gedeon Pitaluga. Sob a insígnia da “independência” e defesa das prerrogativas da classe, sem submissão a qualquer poder político, os advogados, extremamente corporativos, acabaram por concluir que, entre as três opções, Pitaluga fosse a melhor delas.
Acertaram? É provável que sim. Se erraram, o tempo dirá. É característica do Estado democrático de direito que o eleito beneficie ou prejudique todos os eleitores, independentemente da escolha de cada um deles. É o preço da democracia. Se o direito romano é a base do direito brasileiro, nada mais oportuno que parafrasear o Imperador Júlio César: alea iacta est.

[caption id="attachment_75872" align="alignleft" width="620"] Deputada Luana Ribeiro, atual presidente da Assembleia Legislativa | Foto: Reprodução[/caption]
Os deputados estaduais têm dito, constantemente, que ainda não é hora de falar em disputa pela presidência da Assembleia Legislativa, mas o fato é que, nos corredores do parlamento, o corre-corre pelos votos e pelo apoio é constante.
A deputada Luana Ribeiro (PSDB) é naturalmente candidatíssima à reeleição. Contudo, seu mandato sofreu algumas intempéries, como falta de recursos financeiros para implementar ações pontuais e estratégicas. Também pecou pelo fato de ser uma gestão “quebrada”, uma vez que assumiu de forma “tampão”, em razão da ascensão de Mauro Carlesse ao governo do Estado do Tocantins.
O MDB, maior bancada com cinco deputados, já marcou território: quer Nilton Franco como presidente. Neste caso, o quinteto — Valdemar Junior, Jair Farias, Elenil da Penha, Jorge Frederico e o próprio Franco — votaria em peso, faltando apenas mais oito votos. Ocorre que Nilton Franco tem uma imagem pra lá de desgastada junto ao parlamento, face às ocorrências judiciais — houve até mesmo condenação criminal em segunda instância.
É muito complicado angariar os votos restantes. Além disso, em que pese Franco possuir boa formação e exercer o cargo de auditor fiscal, não é falante ou eloquente como deveria. É do tipo “entra mudo e sai calado”. Sem o perfil, portanto, para a presidência. Entretanto, isso não o impede de assumir o cargo. Que o diga Mauro Carlesse, muito mais “boca de siri” que o próprio Franco, mas que assumiu a presidência da Assembleia e, posteriormente, o Palácio Araguaia.
Por falar em Carlesse, o seu pupilo e natural candidato, Olyntho Neto (PSDB), ao que parece, entrou em uma “moita de arranha gato”. Quanto mais ele tenta sair, mais entra. O escândalo do lixo hospitalar de Araguaína, que resultou na prisão do seu pai e do seu irmão, além da apreensão de uma bolada na ordem de meio milhão de reais em plena campanha eleitoral, manchou seu currículo e sua carreira política. O deputado entregou, inclusive, a liderança do governo na Assembleia em razão do irremediável desgaste.
O governador não teve outra alternativa. Aceitou a renúncia, mas perdeu seu referencial no parlamento. O Palácio indica que fechará com o portuense Toinho Andrade (PHS), mas não se vislumbra que esse candidato tenha forças ou fôlego para disputa, uma vez que é personalidade que figura no rol do baixo clero da Assembleia Legislativa.
Além disso, aliado por aliado, Carlesse já tem a atual presidente, Luana, que era sua vice e participa — ativamente — do governo, com indicações, inclusive, de cargos do primeiro escalão.
O último pretendente é Vilmar Oliveira (SD). Há muito tempo o deputado estadual externa seu desejo de comandar a casa legislativa e garante ter votos suficientes para se eleger. Ele se adiantou em lançar a pretensão porque há uma espécie de “fogo amigo” dentro do seu próprio partido: Léo Barbosa, deputado estadual eleito.
Ambos são muito alinhados com o Palácio Araguaia e, num inesperado “zás-trás”, essas compatibilidades políticas poderiam frustrar seus planos. Paradoxalmente, o reverso também pode ocorrer. Exatamente por ser o presidente do Solidariedade, ex-partido do vice-governador, Wanderlei Barbosa, Vilmar pode obter o apoio do governador e seus aliados, com a consequente renúncia de outros pré-candidatos.
A não ser que surja uma quinta via, a disputa se concentrará entre estes postulantes e, caso não haja nenhuma surpresa, a chance de Vilmar Oliveira presidir o parlamento no próximo biênio é alta.

O jornalista que se tornou um empresário poderoso frisa que os governantes são passageiros e que os empresários continuam gerando empregos e produzindo
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Adepto do associativismo na essência, Joseph Madeira é o típico cidadão que transita onde quer que vá, em razão da diplomacia e convicção ao discorrer sobre os mais variados temas. Além de diretor-executivo do Grupo Jorima, é presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, de Transporte de Valores, de Cursos de Formação e de Segurança Eletrônica do Estado do Tocantins (Sindesp) e do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Urbana e Terceirização de Mão-de-obra do Estado do Tocantins (Seac). Na terça-feira, 27, foi eleito, por aclamação, presidente da Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa) para o quadriênio 2019/2022.
O maranhense Joseph Madeira é graduado em Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão e em marketing pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo. Está radicado no Estado do Tocantins há mais de 20 anos e diz “amar” Palmas como se fosse sua terra natal. Na capital tocantinense, solidificou o Grupo Jorima, um conglomerado de empresas que atuam no ramo da vigilância privada e eletrônica, asseio e conservação. A holding iniciou, há pouco tempo, investimentos na energia fotovoltaica e se prepara para se solidificar neste nicho em 2019.
O empresário e líder classista afirma que se sente bem quando gera empregos.
O sr. chegou ao Tocantins para trabalhar como jornalista e se tornou um dos mais bem-sucedidos empresários do Estado. Como se ocorreu essa transição? Em 1994, na rodoviária de Imperatriz (MA), com um diploma de jornalista debaixo do braço — pensando se meu destino seria Manaus ou Palmas —, acabei optando pelo Tocantins.
Por qual motivo decidiu pelo Tocantins? Porque a passagem para Palmas era mais barata do que para Manaus [risos]. Há 24 anos, a capital tocantinenses estava se fortalecendo e consegui trabalho no jornal “Correio Tocantinense”. Para obter o emprego, mesmo sem conhecer nada e ninguém, fez uma reportagem sobre uma eleição na Acipa na qual concorriam Joeder e Sadi Cassol. Coincidência, não é? Dois anos depois, um novo presidente, Alan Divino, assumiu a Associação e me convidou para prestar serviços, voluntariamente, como assessor de imprensa. Aceitei o desafio, porque grato à instituição. Muitas portas se abriram e prestei serviços na área de comunicação para a Eletronorte, onde passei a verificar as atividades de terceirização de mão de obra. Logo identifiquei uma oportunidade de mudar de segmento e ingressei no ramo. Tenho a convicção de que todos nós devemos nos apaixonar por uma causa e ter uma razão para viver. A minha é cuidar bem das pessoas.
O ingresso no segmento da terceirização começou com empresas de asseio e conservação? Sim. Meu primeiro contrato foi com a Polícia Militar, para a qual ainda presto serviços. Após isso, servindo sempre com qualidade e excelência, outros e mais outros contratos foram surgindo e solidificando a empresa. Logo após, obtive autorização da Polícia Federal para atuar no ramo da vigilância e segurança e também entrei nesse mercado, que está intimamente ligado à segurança eletrônica, porque ambos se completam.
Quando e como se iniciou o seu ingresso no associativismo? No constante exercício destas atividades, o conhecimento com empresários da área é mais do que natural. À medida que foram me conhecendo e se inteirando da minha paixão por tudo que faço, depositaram em mim a esperança de que poderia representá-los bem na presidência dos sindicatos patronais das respectivas categorias.
Como o sr. arruma tempo para o exercício de tantas atividades? O segredo é delegar poderes às pessoas certas, nada mais. A centralização é um modelo mais do que ultrapassado. Além disso, ao confiar missões para seus auxiliares, o gestor faz com que eles se sintam úteis.
O sr. acaba de ser eleito para mais uma tarefa: presidente da Associação Comercial e Industrial de Palmas. Houve unanimidade entre os seus pares e a única chapa registrada foi a que o sr. liderou. Qual a sua expectativa para este desafio? Primeiramente, quero dizer do meu sentimento de mais profunda gratidão. Pois foi por meio da Acipa que obtive o meu primeiro emprego em Palmas. Assim como Deus já havia me guiado tantas vezes, vejo de novo o seu dedo influenciando os destinos de minha vida. Recebi o convite da atual gestão e fiz esforços para que houvesse uma chapa de consenso. Assumirei o cargo de presidente no início de 2019 e terei o grande desafio de suceder o amigo Fabiano do Vale, que deixa, sem dúvida, um grande legado. A ele, todo o meu reconhecimento e gratidão por tudo que conseguiu realizar à frente da nossa entidade. Dirigir a Acipa me abre a possibilidade de representar muito mais empresas, porque os sindicatos dos quais sou presidente representam poucos empresários. O propósito, além da missão, é escrever um capítulo diferente e marcante na história da Associação.
O sr. atua no segmento de prestação de serviços. Não é muito diferente lidar com empresários e industriais que lidam com vendas e produção? Será um grande desafio, mas o que importa é o foco. É necessário conhecer aquilo que se faz, querer fazer e dar sempre o melhor de si. Essa regra básica vale para qualquer atividade, empresarial ou corporativa. Vamos ouvir com atenção as necessidades dos empresários e articular ações para auxiliá-los. O fundamental é representá-los com a dignidade que merecem e estar preparado para o exercício do cargo. Além disso, vou delegar poderes aos vice-presidentes para que cada um desenvolva atividades inerentes ao seu perfil — estruturais, financeiros, institucionais, gestão, planejamento. Eles não podem ser e não serão figuras decorativas.
Qual é a sua expectativa com relação aos eventos que a Acipa promove anualmente, como a Fenepalmas e as campanhas promocionais em parceria com o Clube de Diretores Lojistas (CDL)? É a melhor possível. Vou assumir a presidência da Associação num momento extremamente positivo. O Brasil votou em outubro e optou por mudanças, deixando para trás uma ressaca emocional e psicológica. Isso influi para que o trabalho seja realizado de forma sólida. O país respira a esperança do verde e amarelo. As outras edições da Fenepalmas foram boas e queremos melhorá-las ainda mais. Podemos, por exemplo, evitar equívocos. Tenho quatro páginas em branco — os quatro anos de mandato — e vou escrever nela a mais bela história da entidade.
O sr. fez uma visita institucional ao governador Mauro Carlesse (PHS), por ocasião do lançamento da sua candidatura à presidência da Acipa. Qual é a sua relação com o chefe do Executivo? Apenas institucional. Durante minha trajetória, aprendi que as boas relações são necessárias. Entretanto, minha prioridade são os empresários que me alçaram à presidência da Acipa. Não são os políticos. O governador me parece uma pessoa de bem. Frise-se, porém, que o exercício do cargo é passageiro. Já os empresários continuam desenvolvendo e fomentando a indústria e o comércio — independentemente dos governantes. Não tenho nem quero ter bandeiras políticas. A minha bandeira é a do empresariado.
Antes mesmo de ser eleito, acompanhado de alguns empresários, o sr. fez uma visita à prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), quando indicaram o empresário Davi Gouveia, integrante do CDL e da Acipa, para o cargo de secretário municipal de Desenvolvimento Econômico. Até o momento, não houve qualquer nomeação. Fizemos uma visita institucional à gestora e indicamos o colega, mas confesso que, se fosse hoje, não o faria novamente. Não por duvidar da capacidade do Davi, um homem honrado e bom empresário, mas porque os cargos em comissão, de auxílio direto do gestor, devem ser escolhas livres do prefeito e do governador. Como presidente da Acipa, não pretendo mais indicar nenhum empresário para cargos em quaisquer esferas de governo.
Consolidado nos ramos empresariais da vigilância e asseio e conservação, o sr. resolveu investir na área da energia solar. Qual é a sua expectativa sobre o empreendimento? Em que pese algumas empresas oferecerem energia fotovoltaica aos tocantinenses, todo material utilizado é trazido de outros Estados. Nosso projeto visa construir uma usina e fabricar as placas em solo tocantinense. Minha preocupação é adquirir matéria-prima de empresas que estão solidificadas no mercado, mesmo porque é necessário fornecer aos clientes 25 anos de garantia do produto. Se os números do Sebrae mostram que a maioria das empresas, em média, não sobrevive após três ou quatro anos de atividade, como oferecer essa garantia? Não sou aventureiro, tenho um nome e uma marca conhecida no mercado há 17 anos, por isso é necessário essa retaguarda. Estou a me associando a indústrias brasileiras que estão neste segmento há várias décadas, com comprovada capacidade técnica. Reitero a máxima: “Quando alguém quer fazer algo, e quer fazer o melhor possível, os resultados serão os melhores”. Esta será a filosofia e o propósito da nova empresa que atuará no ramo de energia fotovoltaica.
Por que é importante a diversificação nos investimentos? O Brasil dá mostras de que vai sair do caos com o novo governo, mas ainda é muito instável. A terceirização é um bom ramo, mas pode (porque não?) entrar em declínio com o decorrer dos anos. Por isso, é importante atuar em várias frentes. É aquela velha lógica: “Quem tem um tem pouco; que tem dois não fica na mão”.

Após a aprovação do empréstimo de US$ 60 milhões junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), ele quis colher os louros da benesse