Opção cultural

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Crítica literária
Uma visão do passado

Obra da professora Zina C. Bellodi resgata a trajetória de uma família de imigrantes italianos

De Picasso a Vini Jr.: arte contra o nazifascismo na Espanha

É perfeitamente possível acompanharmos a secular aventura humana pelo prisma do legado da arte.

O Sonho do Celta, de Vargas Llosa: quando a barbárie do colonialismo provoca a autotransformação

Romance do Nobel de Literatura conta a extraordinária história de Roger Casement, que denunciou crimes contra os direitos humanos no Congo e na Amazônia peruana

Devilton: um homem de glande alma

Um ex-deputado cantava as mulheres e acabou apanhando de um marido ciumento

O governador Pedro Ludovico mandava matar? Confira o livro que conta tudo

Mas daí a dizer que matava ou concordava com as violências é um evidente exagero. Nem seu inimigo e autor do livro, Guimarães Lima, conseguiu provar

De sensibilidades faz-se um mundo melhor ou de como a pandemia ajudou a refletir sobre certos e errados

Pode-se classificar o livro de Lisa França, sem delongas, como um diário de memórias refletidas no cotidiano difícil trazido pela pandemia da Covid no Brasil e no mundo

Os tormentos da alma e os labirintos do subconsciente em Dostoiévski

Foi dado ao escritor russo, como a poucos, o conhecimento do coração humano, cujas veleidades mais ocultas e mais criminosas são postas a nu nos seus personagens

Letras
Uma obra de amor ao Rio de Janeiro

“Rio, da Glória à Piedade” reúne textos de 11 autores em homenagem à cidade

Carta de arrependimento escrita à mão e dentro dela R$ 500

Uma mulher, então adolescente, fazia pequenos furtos, mas só de balinhas, chocolates e pirulitos... O dinheiro, conforme a carta, era para compensar o que foi surrupiado

Livro de crônicas de Luciano Alberto de Castro sai pela Editora Kotter

O cronista genial nasce no olhar. Na capacidade de transformar fatos e fenômenos em histórias. Em boas histórias

Sabia que o primeiro super-herói brasileiro nasceu em Goiás? E foi um dos primeiros do mundo

Max Muller foi o primeiro super-herói brasileiro. Suas histórias, criadas por Augusto Rocha, fizeram grande sucesso no país desde 1913, quando foram publicadas na revista “Tico-Tico

Rodolfo Petrelli lança livro “Rorschach em Perspectiva Fenomênico Existencial” na terça-feira

O professor da PUC-Goiás afirma que o Rorschach é “um seguro cajado nas caminhadas em Psicologia Diagnóstica”

Holodomor: o holocausto esquecido e a guerra da Ucrânia (parte 3)

Os superávits da economia da União Soviética se dava às custas da falência dos produtores rurais ucranianos

Mandíbula, romance de Mónica Ojeda, trata da erótica feminina entre o perturbador e o encantador

O livro traz algo das nossas experiências — perturbadoras, incômodas, estranhas e familiares — que nos habitam e que comparecem em momentos evanescentes

Poesia
Carta de um visionário ao dias das mães

por Gabriel Nascente*

Nós também temos algo a dizer sobre o amor;

                                                                                                                NAZIM HIKMET

I

Acorda, mãe do céu…

e acode nós cá do mundo!

Anda insuportavelmente esquisito vivermos

neste planeta de esquizofrênicos (onde a

tecnologia consagrou-se deus- o Deus -

desta humanidade tresloucada, sem

coração. E que muge,

                      baba,

                         urra,

diante dos monitores.

A terra ficou doente. E párem, pelo amor de Deus,

 de judiar da

terra. A terra é a mãe das  águas.

E a água é a mãe da vida.

No lugar de Cristo, pregaram o senhor Computador,

todo magestoso, imponente e tietado

pelas turbas do delírio coletivo.

Por favor, mãe, não deixes que esta

caterva de blogueiros obstrua a

luz dos meus olhos.

As estrelas estão fugindo de mim.

E não há como sonhar que somos felizes.

A matança triunfou entre maridos e mulheres.

E a dignidade dos homens foi pro lixo.

E tudo isso é infernal e

apoteótico, eu sei.

Hoje é dia das Mães.

Festim de flores em

nossas almas.

II

Mãe, acode! Cadê

 o teu verbo

de ternura e de látego?

Me mande, urgentemente, um

exército de querubins, para expulsarmos

este enxame de taturanas psicopatas,

que atordoam os nossos espíritos!

Essas metamorfoses das engrenagens magnéticas

assombram o ritmo cerebral de

nossas emoções.

E é por demais desconsertante para mim,

mãe, viver, sobreviver e conviver, com estes tempos

de podriqueiras dejetórias escorrendo pelos túneis

fantasmagóricos da infernet (onde estão instalados

todos os rendez- vous do mundo, sodômicamente).

Já entregarmos as nossas pobres cabeças a esta

cozinha de carniceiros tecnológicos.

Coitados desses crótalos imbecis parindo

robôs ( que  engolirão eles mesmos).

Repito: eu não sou deste mundo.

A minha ferramenta de viver tem cheiro

de mãos descascando batatas, ou ceifando

talos de canos.

As máquinas choram

vinagres.

A treva incha.

A lua de maio amanhece em teus sedentos

desejos de prata.

E eu balbucio o teu nome , bem baixinho,

num ninho de passarinhos,

para não acordar as chuvas.

III

É o amanhecer da humanidade indo

pro matadouro (feito tropa de saguis

teleguiados pelas sirenes do Apocalipse).

Não, mãe, não. Não quero ver

a natureza esmagada pelo aço das

indústrias.

Se preciso for, eu farei brandir

até as tripas das minhas palavras,

para evitar o massacre sanguinário

dessas atrocidades.

IV

Ó juízo! Por que tu refugias

entre demônios? Por que?

Minha consciência não entra nisso.

Por isso, humildemente eu te peço, mãe,

não repares este meu vocabulário

à base de querosene. Assim tão ácido, lacrimoso.

O Sol de maio não tem culta.

O Sol é fraterno. Não cobra

impostos de seus usuários.

É dadivoso. É dadivoso.

Perdão. Eu me sinto aos trapos

 para escrever coisas bonitas.

Nem tenho poderes para brecar

o mundo.

Eu sou a vida que veio

do ventre de tua luz.

E tu, o girassol

que se abre sobre as mãos do meu destino.

Não dou conta, mãe, de sofisticar

os adjetivos desta mensagem. Mas

o dia de hoje (14 de maio) é zenital,

em pujança de beijos e de mimos.. E numa

delas, aí estou eu mãe, umectado de amor,

e doidão de alegrias para dizer-te:

mãe, por que não eternizas

 a ternura entre os homens?