Notícias

Pasta tem nova direção, repassa veículo para o Samu e anuncia que posto do Setor Cristina voltará a operar em período integral

Não se pode falar em favoritismo, mas pesquisa Fortiori indica que o governador está no jogo e pode vencer mais uma vez

O grande líder peemedebista admite ir para a disputa ao Palácio das Esmeraldas em outubro

Empresário e ex-prefeito de Senador Canedo dá certeza de que disputará pela segunda vez o governo do Estado, minimiza dificuldades e faz críticas fortes ao governo de Goiás

O fim de semana esfriou o conflito do PMDB com o Planalto como uma pausa para reflexão entre as partes, mas não apagou a fogueira de uma vez

A semana que se inicia deve apresentar a continuidade de insatisfações entre aliados, especialmente o PMDB

Se estivesse em São Paulo na quarta-feira, e não em Brasília, o presidenciável Aécio Neves presenciaria ao vivo uma aula de prática política por parte de FHC

Um dos responsáveis pela presença de Aécio Neves na disputa presidencial, o ex-presidente FHC desconsiderou a possibilidade de reciclagem de peemedebistas em sua fala política ao participar do seminário a propósito dos 20 anos do Plano Real

Como aconteceu na etapa anterior de julgamento dos embargos dos condenados que eliminou a formação de quadrilha como crime dos réus do mensalão, o presidente Joaquim Barbosa não se interessou em presidir toda a sessão final do Supremo Tribunal Federal na quinta-feira
Antonio Alves “Liberdade ainda que tardia!” A mulher que carrega seus preconceitos machistas também quer ter liberdade de ser preconceituosa. A cultura escraviza, mas há espaço para todas. Muitos preconceitos são sociais, mas ao mesmo tempo individuais. Certa vez, li em Gilberto Freyre que a religião do povo brasileiro é uma mistura de catolicismo, protestantismo e espiritismo. A princípio, cheguei a acreditar que tais crenças são independentes, mas com o tempo, percebi que elas vão se fundindo ao longo da história. Assim também é o machismo e o feminismo, a tendência é diminuírem as diferenças. Não gosto de marcar posição, porque muitas vezes o posicionamento torna-se falso e enganoso. A minha esposa não trabalha fora por uma questão estratégica, mas sai sozinha quando há necessidade e a partir do momento em que trabalhar fora for mais vantajoso não vejo nenhum problema nisso. E-mail: [email protected]
“Ótimo livro de Pedro Sérgio”

“Lamentável opinião sobre Leonardo Boff”
Crispim Santos Sinceramente, não sei como um jornal de credibilidade como o Jornal Opção cede espaço para análises tão sem fundamento como essa de Irapuan Costa Junior [“A ovelha negra Leonardo Boff tenta se reaproximar da Igreja Católica”, coluna “Contraponto”, edição 1985]. Será que o autor não conhece a história de Leonardo Boff, sua capacidade intelectual? Boff é um dos maiores intelectuais da história do Brasil, reconhecido internacionalmente por suas posições na luta por meio ambiente e direitos humanos. Lamentável a posição do ex-governador. Leonardo não precisa da Igreja para ser ouvido no mundo inteiro. Aliás, é a Igreja que precisa dele. Crispim Santos é geógrafo. E-mail: [email protected]Nota do colunista Irapuan Costa Junior:
Respondendo ao leitor Crispim Santos, eu começaria pelo fim: a Igreja não precisa de Genésio (ou Leonardo, como ele prefere) Boff. Se precisasse, não o teria condenado ao silêncio em 1985 e não teria se preparado para expulsá-lo em 1992 (expulsão a que ele se antecipou). Respeito a opinião do leitor, que julga Boff um dos maiores intelectuais brasileiros, mas espero que respeite também a minha, que é oposta. Para mim, maiores intelectuais brasileiros são figuras como Carlos Chagas, David Lattes, Euclides da Cunha, Gilberto Freyre, Machado de Assis e muitíssimos outros, antes de chegarmos ao ex-padre. No meu pensar, nem chegaríamos, pois vejo estatura intelectual na qualidade e não na quantidade. O leitor acha minha análise sobre Boff sem fundamento, mas não rebate nenhuma afirmação minha. E eu apenas comentei uma entrevista do ex-padre, cujas palavras são cabalmente desmentidas pelos fatos e por uma entrevista do papa Francisco, no Brasil. Por fim, também ao contrário do leitor, acho que o Jornal Opção tem sua credibilidade por abrigar opiniões divergentes. Se ele acha que o jornal deveria me submeter à censura, acho que ele deve dar abrigo a cartas inconformadas, ainda que vagas, como a do leitor.
Comportando-se, às vezes, como uma espécie de Lula do Vaticano, o papa Francisco confessou ter roubado a cruz de um defunto e, ao fazê-lo, joga uma pá de terra sobre a necessária — mas moribunda — moralidade das pessoas comuns
[caption id="attachment_184" align="alignleft" width="620"] Papa Francisco: sucumbindo ao relativismo que não respeita nem a morte | Foto: Vaticano[/caption]
José Maria e Silva
Ao contrário dos discursos de Bento XVI, que eram um diálogo fecundo com a tradição intelectual do Ocidente, os discursos do Papa Francisco se assemelham a parábolas. Desde que assumiu o Pontificado, com a renúncia do cardeal Joseph Ratzinger, o cardeal Jorge Mario Bergoglio, em que pese ser um leitor de seu xará Jorge Luis Borges, prefere deixar a literatura e a filosofia de lado para falar dos Evangelhos e contar histórias de sua própria vida, tendo como cenário a sua Buenos Aires natal. E essas crônicas papais em forma de discurso costumam render fartas manchetes à imprensa contribuindo para a grande popularidade do Papa Francisco, que quase rivaliza com a popularidade de João Paulo II.
Foi o que ocorreu no dia 6 de março último, uma quinta-feira pela manhã, quando o papa falou aos párocos de Roma numa cerimônia realizada na Aula Paulo VI, um vasto auditório localizado perto da Basílica de São Pedro, encomendado por Paulo VI ao engenheiro Pier Luigi Nervi e inaugurado em 1971, depois de cinco anos do início das obras. A cerimônia, que poderia ser apenas uma preleção aos padres da capital italiana, restrita aos círculos católicos, acabou provocando manchetes na imprensa laica de todo o mundo, inclusive nos jornais brasileiros. É que o Papa Francisco, com aquele seu jeito mineiro de dizer o que quer como quem não diz nada, causou espanto ao confessar um roubo — o Papa relatou ter roubado a cruz de um padre argentino morto.
O fato se deu há muitos anos, quando Jorge Mario Bergoglio era vigário-geral de Buenos Aires. Ele contou que todas as manhãs costumava conferir o aparelho de fax, hoje obsoleto, para saber dos comunicados da cúria. Então, num domingo de Páscoa, ao verificar o aparelho, ele deparou com uma mensagem do superior da comunidade: “Ontem, meia hora antes da Vigília Pascal, morreu o padre Aristi”. O padre morreu com 94 ou 96 anos e seu enterro seria naquele dia. Apesar de ter ocupado várias funções importantes na Igreja, como professor e provincial de sua ordem, o padre, segundo o Papa, jamais deixara de fazer o que mais gostava – confessar os pecados dos fieis. Era o confessor de quase todo o clero argentino e com ele se confessou até o papa João Paulo II quando esteve na Argentina.
Roubando entre as flores
Bergoglio decidiu ir ao enterro do padre. Celebrou a Páscoa normalmente e participou de um almoço com os padres de uma casa de repouso. Após o almoço, dirigiu-se à igreja onde o padre confessor estava sendo velado. “Era uma igreja muito grande, com uma bela cripta. Desci para a cripta e lá estava o caixão; apenas duas senhoras idosas estavam orando ali, não havia nenhuma flor”, conta o Papa, que estranhou a extrema humildade do velório. “Eu pensei: este homem, que perdoou os pecados de todo o clero de Buenos Aires, não tem sequer uma flor em seu enterro”, disse aos párocos de Roma. Então, como última homenagem ao sacerdote que muito admirava, Bergoglio resolveu pôr flores em seu caixão e saiu às ruas de Buenos Aires para comprá-las. O futuro papa comprou rosas e, de volta ao velório, começou a prepará-las ele mesmo no caixão do padre. Foi aí que atentou para o rosário nas mãos do defunto. E aqui convém deixar que o Papa se recorde na primeira pessoa: “Eu olhei para o rosário na mão do padre... E imediatamente me veio à mente o ladrão que todos temos dentro de nós, certo? E enquanto arranjava as flores, com um pouco de força, destaquei a cruz do rosário. E naquele momento eu olhei para ele e disse: ‘Dê-me a metade de sua misericórdia’. Eu senti uma coisa forte, que me deu a coragem para fazer isso e fazer essa oração”, contou o Papa aos párocos de Roma. Todo esse relato se deu de modo informal, de improviso, ao final do discurso do Papa previamente escrito. Ela já havia encerrado sua palestra quando resolveu fazer essa confissão. Seu propósito, ao que tudo indica, era ilustrar o tema de sua preleção para os párocos, que tratava da misericórdia que os padres devem ter para com os fiéis. Então, o Papa Francisco contou que, após roubar a cruz do defunto, ele a colocou no bolso de sua roupa e nunca se apartou dela: “As camisas do Papa não têm bolsos, mas sempre trago aqui um pequeno saco de pano e desde aquele dia até agora a cruz está comigo. E quando me vem à mente um mau pensamento contra uma pessoa, eu toco aqui” – disse apontando para o peito onde guarda a cruz. “E eu sinto a graça, e isso me faz sentir bem”, arrematou. Essa confissão pública do Papa se deu no contexto de um sermão em que ele enfatizou a necessidade de aproximação entre os padres e os fiéis, recomendando aos padres que sejam humildes e não tenham medo de se aproximar das pessoas comuns para melhor conhecer seus sofrimentos e, dessa forma, poder ajudá-las. O sermão, em italiano, pode ser visto na íntegra no portal oficial do Vaticano. A cerimônia toda dura uma hora e oito minutos. O discurso é precedido por orações, um cântico entoado pelos próprios párocos e pela leitura de um trecho do Evangelho de Mateus, em que Jesus trata da vocação missionária, ao cabo do qual o Papa se mantém num longo silêncio de largos minutos, criando um ambiente de meditação, mesmo depois de ter sido anunciado que iniciaria o discurso.Jesus Cristo como sem-teto
Ao começar sua preleção, o Papa disse que, juntamente com o Cardeal Vigário, decidiu refletir com os párocos sobre a misericórdia, não apenas neste início de Quaresma (o tempo litúrgico normalmente associado a esse tipo de reflexão), mas também como meditação para o nosso próprio tempo, especialmente para a Igreja, cujo tempo, segundo ele, tem de ser integralmente de misericórdia. “A passagem do Evangelho de Mateus que acabamos de ouvir nos faz dirigir o olhar para Jesus caminhando por cidades e aldeias. E isso é curioso. Qual é o lugar onde Jesus estava com mais frequência, onde se pode encontrá-lo mais facilmente? Nas estradas. Pode parecer que ele era um homem sem-teto, porque ele estava sempre na estrada. A vida de Jesus estava na rua”, disse o Papa, observando que Jesus tinha compaixão pelas multidões. E salienta que essas multidões, hoje, são as populações indefesas de muitos países que sofrem situações difíceis. “O sacerdote – e me permito a palavra – ‘asséptico’, aquele de laboratório, tudo polido, tudo belo, não ajuda a Igrej. Pensemos na Igreja de hoje como um hospital de campanha. Desculpe-me dizer isso de novo, porque eu vejo isso, eu sinto isso: um hospital de campanha. Há uma necessidade de curar as feridas, muitas feridas! Há muitas pessoas feridas, de questões físicas, escândalos, mesmo na igreja... As pessoas se machucam pelas ilusões do mundo”, disse o Papa. “E nós, padres, precisamos estar lá, ao lado dessas pessoas. Misericórdia significa, antes de tudo, curar as feridas”, acrescentou, lembrando que há feridas ocultas e que as pessoas, inclusive os sacerdotes, também se afastam para não ver as feridas do outro. Para o Papa Francisco, a lassidão ou o rigorismo não combinam com a santidade, que, para ele, é sempre sinônimo de misericórdia, e, no caso dos padres, significa exercer, sem medo, o “sofrimento pastoral”, que significa “sofrer pelas pessoas e com elas”. Exortou o Papa: “Quantos de nós choramos diante do sofrimento de uma criança, diante da destruição de uma família, em face de tantas pessoas que não conseguem encontrar o caminho? (...) Como é sua relação com aqueles que nos ajudam a ser mais compassivos? Quero dizer, como é a sua relação com as crianças, com os idosos, os doentes? Você pode acariciá-los, ou você está com vergonha de acariciar um idoso? Não tenha vergonha da carne do seu irmão” – acrescentou Francisco, afirmando que, no final dos tempos, só poderá contemplar a carne glorificada de Cristo aquele que não teve vergonha da carne do seu irmão ferido e excluído.Papa reforça espírito relativista
Como era de se esperar, a imprensa cumpriu o seu papel de transformar em notícia o que era notícia, isto é, a confissão do próprio Francisco de que praticara um roubo. O clima de oração e de meditação da cerimônia, mais as reflexões do Papa sobre o papel da Igreja no mundo, externadas de forma suave e introspectiva, evidentemente não tiveram espaço nas notícias de jornal que percorreram o mundo. O destaque foi o roubo puro e simples, em toda a sua crueza. E pelo mundo afora, as pessoas comuns souberam, algumas com espanto, outras com alívio, que até o próprio Papa já roubou, que até o próprio Papa é ladrão. O Papa Francisco, evidenteme Em que pese a sabedoria de todo o sermão do Papa Francisco, com lições de vida que extrapolam os limites do clero e servem para qualquer ser humano imerso no mundo e sujeito a conviver com as misérias próprias e alheias, confesso que não me agrada o caráter um tanto populista que suas preleções acabam adquirindo pelo fato de sempre gravitarem em torno de um personagem que, a despeito de sua pretensa humildade, destaca-se mais do que Jesus Cristo – o próprio cardeal Bergoglio, que, às vezes, se comporta como uma espécie de Lula do Vaticano. O episódio do roubo da cruz é um sintoma disso. Ao contá-lo em público – em vez de levá-lo consigo para o túmulo –, o Papa acabou chamando mais a atenção para si mesmo do que para o sentimento de misericórdia que queria inculcar nos padres da Igreja. E o que é mais grave: esse tipo de atitude do Papa reforça o espírito relativista, secular e cínico do nosso tempo – tão combatido por seu antecessor, o papa emérito Bento XVI. Quando li que o Papa tinha confessado a prática de um roubo, busquei na imprensa várias versões para a notícia, inclusive em jornais italianos, e em todas elas estava a frase em que ele diz que cada um traz dentro de si um ladrão. Então, resolvi conferi-la no discurso original do Papa, no portal do Vaticano, ainda sem tradução para o português, e lá estava a frase: “E subito mi è venuto in mente – quel ladro che tutti noi abbiamo dentro, no?”. Em tradução livre: “E de imediato me veio à mente aquele ladrão que todos temos dentro de nós, certo?”Um cada ser, um Raskólnikov
Ainda que todo ser humano, como diz o Papa, tivesse um ladrão dentro de si, o que seria do mundo se cada pessoa resolvesse expor esse ladrão em praça pública, como fez o Sumo Pontífice? O mundo ainda funciona porque o ser humano não é uma obra de arte moderna, ele não expõe suas vísceras morais como a arte atual expõe seus andaimes estéticos. Quem faz isso é o intelectual, que relativiza todos os valores e gosta de perscrutar maldade nos santos ao mesmo tempo em que se esforça para achar bondade em facínoras. Ainda no âmbito da comparação literária, o homem comum está mais para a estética clássica de Olavo Bilac, que exortava o poeta a suar, teimar com a palavra, limar o verso, de tal modo que na forma final se disfarçasse o emprego desse esforço. É justamente isso o que faz o homem comum todos os dias, desde a hora em que se levanta até a hora de dormir. Para manter sua rotina de pai de família e trabalhador responsável, o homem comum precisa cumprir ordens, respeitar hierarquias, escravizar-se a horários. Não é fácil manter essa rotina de bom grado durante anos a fio, sem fraquejar e mandar tudo para os ares. Ainda que haja dentro desse homem um ladrão à espreita, como quer o Papa, é preciso que esse lado obscuro do homem comum fique bem guardado, sem que nem mesmo seu hospedeiro se dê conta dele. Pode até desconfiar que esse lado obscuro existe, mas deve temer desafiá-lo. Só o poder, a riqueza e a fama em alto grau é que libertam o homem das convenções sociais sem que seja necessário pagar um preço muito alto por isso. Infelizmente, hoje, tanto o magistério formal das universidades quanto o magistério social dos formadores de opinião caminham no sentido de conscientizar todo e qualquer homem comum de que ele é um Raskólnikov em potencial, o que se dá de forma direta, por meio de atitudes como a do Papa, e mais comumente de forma indireta, através de uma educação formal e informal que nivela todos os valores e subverte todas as hierarquias, começando pelo campo estético, que parece inofensivo, mas tende a ser o mais perigoso, pois opera profundas transformações na consciência social capazes de enredar e transformar os indivíduos sem que eles se deem conta disso. Um dos motivos pelos quais a educação está completamente falida é justamente esse – já não existe hierarquia de valores, bem e mal, certo e errado, e se tanto faz alguém ser São Francisco ou Lampião, Aristóteles ou Ratinho, por que estudar, trabalhar, respeitar normas, engolir dissabores? Melhor é viver o momento e ver o que vai dar. “Carpe diem”, como dizia o poeta latino Horacio, máxima que os alunos de hoje vivenciam com seus celulares, como se a vida fosse uma contínua performance, um workshop de transgressões a serem filmadas e exibidas na internet. E parece não haver saída, pois os religiosos se tornaram tão imanentistas quanto os ateus e reforçam esse mundo secular: enquanto o Papa ensina misericórdia confessando que roubou um defunto, e amesquinha a moral, a USP recepciona seus calouros dançando funk, e abastarda o conhecimento.O calvário do cidadão comum
[caption id="attachment_185" align="alignleft" width="620"]

A sociedade brasileira hoje estranha a si própria, não se reconhece. Está em guerra consigo mesma
Depois da lista elaborada pelo deputado Francisco Gedda, o Jornal Opção pediu para o presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, elaborar sua lista com os nomes dos 17 políticos que devem ser eleitos para deputado federal em 5 de outubro deste ano. “É provável que até meus aliados não fiquem satisfeitos comigo, mas, ao fazer a lista, procurei ser justo. Como viajo pelo Estado, estou acompanhando o trabalho dos candidatos e estou observando suas alianças políticas. Posso ter cometido alguma injustiça? É provável, mas só mesmo as urnas, daqui a alguns meses, poderão dizer se certo ou errado.” A lista, apresentada em ordem alfabética, com pequenos comentários feitos por Eduardo Machado: 1 — Alexandre Baldy/PSDB — Contratou um profissional de campanha para auxiliá-lo, Aristóteles de Paula. 2 — Antônio Faleiros/PSDB — O governador Marconi Perillo está se empenhando pessoalmente em elegê-lo. 3 — Armando Vergílio/Solidariedade — Não se sabe vai disputar. Mas é capaz de montar uma estrutura e rapidamente. 4 — Daniel Vilela/PMDB — O apoio do pai (Maguito Vilela), tanto em Aparecida quanto em Jataí, certamente lhe dará uma votação consagradora. 5 — Gilvan Máximo/PRB, Eduardo Machado/PHS e Walter Paulo/PMN — A Chapinha [coligação de partidos pequenos] deve ser eleger um deputado. Deve ser um dos três. 6 — Giuseppe Vecci/PSDB — É a estrela de ouro do governador Marconi Perillo. Deve ser um recordista de votos. 7 — Iris Araújo/PMDB — Figura, claro, na lista dos mais votados. 8 — João Campos/PSDB — O deputado sempre se elege, e com boas votações. É muito representativo do meio evangélico. 9 — José Mário Schreiner/PSD — É a segunda estrela de seu partido e terá o apoio de Ronaldo Caiado. 10 — Jovair Arantes/PTB — O deputado articulou uma estrutura municipalista que o elege há vários anos. 11 — Magda Mofatto/PR — A empresária organizou uma máquina poderosa e, agora, tem o controle de um partido. 12 — Marcelo Melo/PMDB — Muito ligado a Júnior Friboi, certamente será eleito. 13 — Olavo Noleto/PT — Conhecido como “candidato da Dilma”, Olavo se tornou muito próximo dos prefeitos de vários partidos. Veremos se vai transformar isto em votos. 14 — Pedro Chaves/PMDB — O deputado articulou uma estrutura que o reelege há anos. 15 — Rubens Otoni/PT — É hors concours. Ele construiu a máquina petista e tem votos em todo o Estado. 16 — Sandro Mabel/PMDB — Se disputar, vai se eleger. Porque constituiu uma estrutura eficiente ao longo dos anos. 17 — Thiago Peixoto/PSD — Com uma ampla estrutura no interior, deve ser um dos mais bem votados. Eduardo Machado afirma que, “se Armando Vergílio e Sandro Mabel não disputarem, a concorrência por uma ou duas vagas vai ser feroz entre Valdivino Oliveira, Sandes Júnior, Roberto Balestra, Heuler Cruvinel e Célio Silveira. O tucano Célio terá uma boa votação”.

[caption id="attachment_174" align="alignleft" width="620"] Júnior Friboi e Marcelo Melo: o segundo garante que o primeiro será candidato a governador; sem ele, o PMDB desmorona[/caption]
O grupo de Iris Rezende aposta que o veterano líder será candidato a governador. Pode ser. O peemedebista sabe como funciona o pulo do gato. Mas o Jornal Opção conversou com deputados federais, estaduais e prefeitos do PMDB e todos disseram que a candidatura de Júnior do Friboi “é mais do que certa — é irreversível”. O pré-candidato a deputado federal Marcelo Melo, um dos poucos que optaram por falar em “on”, disse que não há mais volta: “Nós vamos até o fim com o Júnior. Estou abraçado até à morte com o projeto dele”.
Líder político no Entorno do Distrito Federal, Marcelo Melo frisa que, em 2010, se contasse com um pouco mais de recursos, Iris teria sido eleito governador. “Perdemos por inanição financeira”, frisa o ex-deputado federal e vice do ex-governador naquela disputa. “Agora, com Júnior, há estrutura e temos condições de eleger o governador. Perdemos quatro eleições e não queremos perder a quinta.”
Marcelo Melo afirma que todos os diretórios do PMDB no Entorno de Brasília hipotecam apoio integral a Friboi. “O apoio ocorre, na verdade, em todo o Estado. Dos quatro deputados federais, três [Sandro Mabel, Pedro Chaves e Leandro Vilela] estão integral e radicalmente com Friboi.” Um deputado estadual complementa: “Daniel Vilela, José Essado, Paulo Cezar Martins, Bruno Peixoto, Luiz Carlos do Carmo e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, estão afinados com Júnior”.
Um ex-deputado afirma que o grupo de Iris está “fazendo tudo errado” e “não percebe que, se perder Júnior agora, toda a estrutura do PMDB vai desmoronar”. Ele aposta que, sem Friboi no páreo, disputando o governo, “vai faltar candidato a deputado e, sobretudo, vai ser um deus-nos-acuda”. Um prefeito peemedebista diz que admira Iris, mas sugere que as pesquisas, em especial as qualitativas, indicam que o decano peemedebista sai na frente, ou empatado com o governador Marconi Perillo, “mas tende a se desidratar”. Ele frisa que o PMDB tem de perceber os novos tempos. “Por que será que Marconi prefere enfrentar Iris? Porque é o candidato mais previsível.”
Um deputado, que já foi grande apoiador de Iris e ainda o respeita, frisa: “Sinceramente, todo o PMDB quer Friboi para governador, mas também aprova Iris para senador”. E acrescenta: “Mas poucos querem, na verdade, Iris para governador. Porque, se disputar, é derrota certa. Até quando vamos nos iludir de que Iris pode derrotar Marconi?”
Os prefeitos de Jataí, Humberto Machado, e o de Porangatu, Eronildo Valadares, para citar apenas dois, estão “dentro” da campanha de Friboi e não tem qualquer entusiasmo com Iris. Dos partidos aliados, o deputado estadual Francisco Gedda é o mais animado com Júnior.
Nas duas últimas semanas, políticos e não-políticos que conversaram com o ex-governador, ex-ministro, ex-senador e ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende ficaram com seu ânimo. Poucos o viram tão animado, alegre e determinado. “Parece um menino”, disse um político. Ele está sempre sorrindo. E detalhe: está falando muito do presente e do futuro. Não está nada nostálgico. Iris planeja mesmo ser candidato a governador e intensificou os contatos políticos e, mesmo, empresariais. Continua dizendo que não vai atropelar Júnior Friboi, o pré-candidato a governador do partido, mas também sugere que não deixar o PMDB na mão, com um nome que, a despeito de uma estrutura gigante, não deslancha. Detalhe: em nenhum momento, ao contrário do que espalhou o friboizismo, o vice-presidente da República, Michel Temer, pediu que Iris retirasse seu nome da disputar para abrir espaço para Júnior Friboi.