O novo escândalo na Receita ameaça o reinado do petrolão como o maior roubo
28 março 2015 às 10h21

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Órgão de recursos junto à Receita pode ter desviado R$ 19 bilhões com o perdão ou redução de multas a supersonegadores

Há dez anos a quadrilha operava para tomar dinheiro de supersonegadores. O esquema começou a ser desmontado na quinta-feira com prisões e apreensões realizadas pela Polícia Federal, mas ainda não dá para prever a sua dimensão, quando e como terminará a fase policial, até porque o caso corre em sigilo na Justiça.
Calcula-se, hoje, que pode chegar a R$ 19 bilhões o esquema na vizinhança da Receita Federal o dinheiro desviado com o perdão ou redução de multas aplicadas a supersonegadores em troca de propina paga a pessoas do Conselho Administrativo de Recursos Federais (Carf) — o roubo no petrolão está calculado em RS 10 bilhões.
O conselho é uma espécie de junta de recursos ao qual o contribuinte pode recorrer contra multa. Não integra o corpo da Receita Federal. Uma das pessoas presas é o ex-secretário da Receita Otacílio Cartaxo. Com ele foi preso o genro Leonardo Manzan, em cujo apartamento em Brasília foram apreendidos R$ 800 mil em dinheiro vivo.
A operação da PF foi batizada como Zelotes, o que parece uma junção entre o falso zelo pelo dinheiro público de conselheiros e julgadores do Carf com calote. Porém, trata-se também de um povo da antiguidade criado na Judeia. Era conhecido pelo seu gosto em não pagar imposto
Ao todo, são mais de 200 conselheiros, sendo que 10 deles merecem atenção especial da investigação, como Francisco Rebelo de Albuquerque Silva, pai do líder do PP na Câmara, o pernambucano Eduardo da Fonte.
Entre empresários que também merecem atenção está o banqueiro Joseph Safra com o banco do mesmo nome. Ele, senhor de um patrimônio avaliado em R$ 17,3 bilhões. Quanto ao Banco Safra, apresentou no passado o lucro líquido de R$ 1,547 bilhão.
É o caso ainda de uma empresa do poderoso empresário gaúcho Jorge Gerdau Johannpeter, que foi conselheiro da presidente Dilma como coordenador da Câmara de Gestão e Acompanhamento, operando junto ao Planalto. No conjunto de membros do organismo, Gerdau tinha acesso especial a Dilma, inclusive para criticar.