A Justiça de Goiás está avaliando a solicitação da Corregedoria da Polícia Militar para transferir o cabo Thiago Marcelino Machado do presídio militar em Goiânia, onde está detido desde setembro de 2023, para uma penitenciária federal. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) apoia a medida. Além de Thiago, houve um pedido para outros dois policiais, mas esses obtiveram habeas corpus antes de qualquer decisão.

O cabo está envolvido, junto com outros policiais, em oito casos de homicídios em Anápolis e região. Entre as vítimas estão o empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante, de 38 anos, morto em 23 de junho de 2021, e Lucas Eduardo Lima Dutra, de 23 anos, em 25 de maio de 2023. As seis outras mortes estão relacionadas ao caso de Fábio. O pedido de transferência foi motivado pelo comportamento de Thiago no presídio, que estaria perturbando a rotina interna.

A solicitação da Corregedoria ocorreu após uma operação da Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) no presídio militar em 18 de outubro, na qual foram encontrados 15 aparelhos celulares em oito das 15 celas. Dois desses aparelhos eram de Thiago, conforme apontado pelo ofício da corregedoria. Detentos não identificados afirmaram que a chegada do cabo ao presídio causou uma alteração negativa na rotina prisional.

O MP-GO indica indícios suficientes de envolvimento do policial com uma organização criminosa, citando informações do caso Fábio Escobar que mostram a articulação de Thiago com outros policiais para encobrir rastros do assassinato do empresário.

Entenda o caso

Em dezembro de 2023, Thiago, junto com os policiais cabo Glauko Olívio de Oliveira e sargento Érick Pereira da Silva, e o empresário Carlos “Caicai” César Savastano de Toledo, foi denunciado pela morte de Fábio. Cacai Toledo está foragido há dois meses, enquanto os outros estão detidos. Ambos empresários trabalharam na campanha do governador Ronaldo Caiado nas eleições de 2018, desenvolvendo fortes desavenças desde então.

O MP-GO alega que, inconformado com as acusações, Cacai buscou vingança, levando os policiais a agirem. O suposto autor dos disparos, sargento Welton da Silva Vieiga, foi morto durante uma operação da Polícia Civil em sua casa em janeiro de 2023.

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