Resultados do marcador: Corregedoria

Delegado prendeu três advogados e gerou incômodo na OAB. Entidade pediu o afastamento de Teófilo da Central-Geral de Flagrantes

Os primeiros sargentos Victor Lemes Vaz da Costa e Bruno Alencar Honório da Silva serão investigados pela Corregedoria da Polícia Militar de Goiás. O inquérito visa apurar as condutas dos militares durante uma abordagem realizada pela PM aos dois sargentos nas dependências do Aquarius Bar, localizado no bairro Alto da Glória, em Goiânia, no dia 22 de dezembro. Segundo a Corregedoria, a situação de Victor Lemes é mais grave, e será instaurado um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o policial.
Os militares foram acionados após Victor Lemes disparar uma arma de fogo no local. Um vídeo gravado por testemunhas mostra o sargento agindo com agressividade contra os policiais durante a abordagem, configurando o crime de desacato à autoridade.
Victor Lemes continua preso e foi autuado por desacato e violência contra policiais em serviço, crimes previstos no Código Penal Militar (CPM). Já Bruno Alencar, denunciado por desobediência, crime com pena mais branda, encontra-se em liberdade.
Os policiais relataram que Victor Lemes, além de agir com agressividade contra os colegas, ainda os ameaçou de morte. De acordo com os agentes, Bruno Alencar tentou liberar o amigo, se passando por integrante da Corregedoria, mas, como não apresentou nenhuma documentação comprobatória e não obedeceu às ordens, também foi detido.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que a conduta dos militares está sendo apurada pelo poder judiciário.
Veja a nota na íntegra
A Polícia Militar do Estado de Goiás informa que a conduta do militar está sendo apurada pelo Poder Judiciário. Destacamos que a Corregedoria da corporação está adotando todas as medidas administrativas cabíveis, incluindo a instauração de um PAD Especial e IPM.
A PMGO reafirma seu compromisso com o cumprimento da lei e reitera que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros. O caso será apurado conforme o previsto no ordenamento jurídico.
Histórico
O sargento Victor Lemes ficou preso por cerca de dois anos, acusado de matar Douglas Araújo da Silva, de 19 anos, durante uma abordagem em Anápolis. O caso ocorreu em 2022. Victor Lemes foi solto 17 dias antes do desentendimento no bar, no dia 5 de dezembro. Bruno Alencar era parceiro do sargento durante a ação. Victor foi acusado de disparar 15 vezes contra o jovem, que estava com uma arma de brinquedo.
Leia também:
Sargento da PM é preso após disparo em bar e confronto com policiais em Goiânia; vídeo
Líder do CV, maior ladrão de gado do Vale do São Patrício é preso

Cabo estaria envolvido em oito casos de homicídios em Anápolis e região

O desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Adriano Roberto Linhares Camargo, se retratou durante audiência de mediação realizada na Corregedoria Nacional de Justiça sobre a fala onde defendeu a extinção da Polícia Militar de Goiás (PMGO). O encontro ocorreu nesta terça-feira, 21, na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília.
Adriano manifestou a opção em relação a PM durante a sessão de julgamento da Seção Criminal, ocorrida no dia 1º de novembro. A audiência de mediação no CNJ foi determinada pelo corregedor Luis Felipe Salomão no dia 9 de novembro, data em que suspendeu decisão do Órgão Especial do TJGO que havia suspendido cautelarmente o magistrado do cargo.
O corregedor também avocou para a corregedoria a competência para apreciar o processo administrativo instaurado em Goiás contra o desembargador. A fala do magistrado causou grande repercussão e provocou a reação do governador Ronaldo Caiado (UB).
Em missão internacional na China, o chefe do Executivo gravou um vídeo chamando o magistrado de “irresponsável” e afirmando que pediria o impeachment do magistrado, que é juiz desde 1992 e foi promovido a desembargador em agosto deste ano.
Retratação
Em sua retratação, cuja divulgação foi autorizada, o desembargador declarou que “quanto ao pronunciamento pessoal por mim lançado em sessão de julgamento da sessão criminal do Tribunal de Justiça de Goiás de 1º de novembro 2023, relativamente à generalização abstrata feita em relação à extinção da Polícia Militar do Estado de Goiás e à inoportuna afirmativa de que atuava com invisibilidade nos confrontos, colho o ensejo para de ambas retratar-me de forma cabal. Nesta ocasião, desejo ratificar o apreço e a consideração institucional pelo trabalho desenvolvido pelos policiais militares e pela Polícia Militar do Estado de Goiás”.
Ainda restou definido na audiência de mediação que o desembargador permanecerá de férias até o dia 29 deste mês. A Corregedoria Nacional de Justiça realizará, ainda em novembro, uma correição extraordinária no gabinete de Adriano Linhares e na 4ª Câmara Criminal do TJGO.
Suspensão do cargo
Após as críticas, a proposta de afastamento do desembargador foi apresentada pelo próprio presidente do TJGO, Carlos Alberto França. Por 18 votos a 3, o Órgão Especial decidiu afastar o magistrado do cargo.
No entanto, acatando pedido feito pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Felipe Salomão retornou o desembargador ao cargo e marcou para ontem sessão de conciliação com a participação do presidente do TJGO. Na decisão de retorno o julgador ao cargo, o corregedor nacional afirmou que a manifestação do magistrado foi realizada dentro do contexto do julgamento de um processo criminal, no qual se discutia exatamente os procedimentos policiais.
Para Salomão, nesse caso, não se pode excluir do contexto a fala do magistrado, que, no bojo do julgamento, valeu-se de sua independência funcional e teceu uma crítica a uma instituição, inserida dentro da sua prerrogativa constitucional de manifestação de seu livre convencimento motivado.
O corregedor nacional também ponderou que a afirmação feita pelo desembargador tampouco representa uma ameaça ou risco para o contínuo exercício da jurisdição, de tal modo que sua permanência no cargo e nas funções não parece prejudicar a instrução do possível procedimento disciplinar.