Opção cultural

Ao adaptar “Miniaturas Grotescas” para o teatro, diretor revela potencialidade do escritor russo, e o associa, de forma nem um pouco gratuita, à figura do mestre do Dadaísmo, Marcel Duchamp

Ganhador do 6º Concurso de Ensaios sobre Gilberto Freyre, pesquisador fala sobre o papel de um dos maiores intelectuais brasileiros no processo de apresentação de um País que, apesar de plural, era moderno

Segue mais uma Playlist Opção para a sua noite de sexta-feira! Aperte o play e caia na pista! https://www.youtube.com/watch?v=z0GKGpObgPY https://www.youtube.com/watch?v=KtlgYxa6BMU https://www.youtube.com/watch?v=-2Cie49l0WE https://www.youtube.com/watch?v=gj0Rz-uP4Mk https://www.youtube.com/watch?v=qT0ikDTNhd4 https://www.youtube.com/watch?v=_VWVwXMgWFg https://www.youtube.com/watch?v=zBSFmXULlr0 https://www.youtube.com/watch?v=4V1p1dM3snQ

Festival Cerrado Mix oferece três dias de shows no Centro Cultural Oscar Niemeyer. Francisco, el Hombre, BRVNKS e DogMan se apresentam na noite de hoje (7/4)

Com flashs a partir de R$ 200, convenção de tatuadores inclui quatro dias de palestras, mostras fotográficas, música, workshops, gastronomia e outras artes

Marca especializada em biomas apresentará plantas em curta temporada no Café Cariño

Inspirado nos “Quadros Parisienses”, de Charles Baudelaire, poeta curitibano traz à tona a experiência íntima do indivíduo marcado pela transitoriedade temporal e outros temas associados
[caption id="attachment_91187" align="aligncenter" width="620"] "O pensa fazer, tão intrépido e indômito,/contra essa imensa grei? À turba, sem embargo,/ avança resoluto, estufa o ventre largo,/ lançando a todo mundo o nojo de seu vômito", versos do poema "Vingança", de Wagner Schadeck[/caption]
Wagner Schadeck
Especial para o Jornal Opção
As ruínas de Roma foram obsessão poética. Poetas como Janus Vitalis, Du Bellay, Spencer, Quevedo, entre outros (Cf. RAMALHO, Américo da Costa. Um epigrama em Latim imitado por vários. Revista Humanitas, nº 4, 1952.), dedicaram versos para revelar uma Roma imortal soterrada pelas ruínas de outra, desbarata pelo Tempo, como diria Camões. Mas é com o “Ao contemplar o crânio de Schiller” (“Bei Betrachtung von Schillers Schädel”) que o motivo do transitório e da revelação do eterno consolida-se. Como na famosa cena de Hamlet, neste poema, Goethe eleva esse motivo ao universal, tendo como alegoria, não mais Roma, mas as ruínas da matéria morta.
O seguinte ciclo Quadros provincianos (título inspirado no extraordinário “Quadros parisienses”, de Baudelaire) retoma essa tradição. Nele o leitor encontrará a experiência íntima do indivíduo marcado pela transitoriedade temporal, pela decrepitude de ideais de progresso e igualdade e por um país assolado.
O POMBO
No recreio escolar, a malandragem
Pega um pombo, esse pássaro boboca,
Parceiro de trapaça e vadiagem,
Que circunda os carrinhos de pipoca.
Jogado ao tabuleiro de xadrez,
É o príncipe de jogo, obeso e arisco.
Bispos, peões, rainhas, torres, reis…
Ele os derruba ao vasculhar um cisco.
As suas fezes são causa de engulhos!
Do bico às asas é peste e piolhos!
Alguém quer seduzi-lo com arrulhos.
Outro com um prego quer furar seus olhos.
O poeta é semelhante a um gordo pombo:
Fugindo aos pés, esquiva-se do azar;
Ciscando na calçada, sofre um tombo:
Os miolos impedem-no de voar.
NUMA PRAÇA
Nestas ruas há pedintes,
pernetas, putas, velhacos
vendendo alheios barracos,
logrando os contribuintes.
Nas esquinas, os seguintes
são catadores de cacos,
donas desfilam casacos,
pastores com seus ouvintes.
Aonde irá toda essa grei?
Que sigam. Eu ficarei
num busto brônzeo da História.
E assim, no futuro, às vezes,
pombas na festa das fezes
irão batizar-me à glória.
VINGANÇA
Vai ébrio de ódio. Mas equilibra-se. Em ambas
as mãos há um garrafão. No meio-fio tropeça
e em trôpego bailado bate com a cabeça
numa placa de trânsito. Ao pisar muambas
espalhadas no chão, parece gingar sambas.
Não há ninguém que o avise, ninguém que o impeça
do próprio pé molhar, mijando-se sem pressa.
Prossegue. O passo é duro, embora as pernas bambas.
Opera uma manobra, oculto atrás dos postes.
Marchando em plena rua, investe contra as hostes.
O pensa fazer, tão intrépido e indômito,
contra essa imensa grei? À turba, sem embargo,
avança resoluto, estufa o ventre largo,
lançando a todo mundo o nojo de seu vômito.
CINDERELA
Nas pálpebras pinta
A noite. E se espelha
A espetar na orelha
A estrela distinta.
Perucas, piolhos,
Máscara de giz,
Lábios de verniz,
Lentes para os olhos.
Enquanto recorta
Pestanas compactas,
Seus cílios são patas
De uma aranha morta.
Em peles de esquilos
E asas de morcegos,
Na fisga de pregos,
Isca os dois mamilos.
Flashes instantâneos
Em poses de Kali,
Em sua nuca vale
um colar de crânios.
Perfume de flores
E frutos mortiços,
Devem ser postiços
Até seus rubores.
Tendo faces glabras,
Sem buço, no entanto,
Traz na bolsa o encanto
Dos abracadabras.
Caixa de Pandora
Guarda. Mas espera
Por flerte e paquera
Enquanto namora…
Logra uma trapaça?
Abre a caixa. E alcança
Poeiras de esperança.
Eis feita a desgraça!
E a sorver sem água
A hilariante droga,
Com a qual se afoga,
Ela olvida a mágoa?
Tomando a cosmética
Por cosmologia,
Dietas de anemia
Tornam-na esquelética
Na língua a destreza:
“Beldade balofa”.
Cospe a unha e mofa
Da madrasta obesa.
E aguardando o ensejo
Das damas de fama
(não de honra), reclama
De esperar cortejo.
A trupe se apura.
Eis Josefa em cuja
Boca de coruja
Dança a dentadura.
A seguinte chega
como salamandra,
Chama-se Leandra,
E é de um olho cega.
A última consterna!
Como rã, Gertrude
A mancar amiúde
Arrasta uma perna.
Tricotam fofocas
E poções malignas
Nas caldeiras ígneas
De suas torpes bocas.
E o que o horror incita!
É assim que essas Greias,
Por serem tão feias,
Tornam-na bonita.
No festivo início,
Ela entre os lacaios
Simula desmaios
A nutrir seu vício.
De prantos fingidos
Ao lamber os dentes,
Pisca aos pretendentes
Tramando tecidos.
Nas pernas de garça,
Quando alguém a encontra,
Sorri como lontra,
Enquanto disfarça
Qualquer estultícia.
À mostra, despacha
Seios de borracha,
Vendendo malícia.
Acre e melancólica,
De alta gradação,
A quem dá a poção
Passional e alcoólica?
À meia noite, é hora
De partir. Ao menos
Entre outros venenos
A vida evapora.
A carruagem volta
À abóbora. À estrada
Foge desgrenhada.
A bruxa está solta!
O homem que por ela
Procurar, mesquinho,
Traz só um sapatinho
À coleção dela.
ÉDIPO
Nesta cidade de almas enlameadas,
Como dentes que saltam dos cavoucos,
Os paralelepípedos aos poucos
Podres deixam banguelas as estradas.
Os seus sonhos são lâmpadas queimadas
Num corredor de hospício cujos loucos,
Com colchas no pescoço e gritos roucos,
Em fuga se enforcaram nas sacadas.
Em sua entrada, à luz de olhos alertas,
Que piscam pela madrugada adentro,
Por praças e avenidas mais desertas,
Nos muros e edificações do Centro,
Meu olhar nos hieróglifos constringe:
Como decifro esta voraz esfinge?
Wagner Schadeck nasceu em 1983, em Curitiba, onde vive. É tradutor, ensaísta, editor e poeta. Colabora com a Revista Brasileira (ABL), com a Revista Poesia Sempre (BN), entre outros. Em 2015, organizou a reedição de "A peregrinação de Childe Harold", de Lord Byron, pela Editora Anticítera. Pela mesma editora, em 2017, publicou a tradução de "Odes", de John Keats.

O objetivo, segundo os realizadores, é proporcionar para todos os espectadores, os que enxergam ou não, a mesma experiência
[caption id="attachment_91170" align="aligncenter" width="620"] Foto: Cida Carneiro[/caption]
Bruna Isac
Especial para o Jornal Opção
Nestas quinta e sexta-feira, dias 06 e 07 de Abril, o Centro Cultural UFG, no Setor Universitário, será palco de um espetáculo teatral desenvolvido especialmente para o público cego. A Peça Como Nascem os Heróis, da Cia Teatro Goya, invade o mundo dos sentidos para promover uma experiência teatral diferenciada. Nela, os cegos e os não-cegos são vendados e passam todo o tempo sem enxergar. Toda a história é representada através de música, toques, fala, cheiros e sabores que transportam a imaginação da plateia para um mundo mágico.
O objetivo, segundo os realizadores, é proporcionar para todos os espectadores, os que enxergam ou não, a mesma experiência. “Nós não queríamos criar uma peça que falasse sobre a condição da cegueira, mas que os cegos pudessem se entreter e se divertir indo ao teatro e encontrando um espetáculo criado especialmente para eles”, disse Clégis de Assis, autor e diretor da peça. Enquanto a legenda e a audiodescrição se configuram atualmente como principais técnicas utilizadas para garantir a acessibilidade ao teatro e cinema, o espetáculo Como Nascem os Heróis vai além. Nele, o público é levado por uma viagem de sensações que afloram com a emoção de cada cena. O trabalho inclui, além dos músicos e atores, uma série de ajudantes responsáveis por provocar as sensações na plateia.
Criada em 2013, a peça já foi representada para públicos específicos, como os associados do CEBRAV - Centro Brasileiro de Reabilitação e Apoio ao Dficiente Visual - e da ADVEG - Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Goiás – e desde 2015 tem sido apresentado também para o público aberto. No ano passado, participou do Festival de Teatro Goiânia em Cena e passou pela programação do SESC Goiás. Clégis de Assis diz que considera essas turnês importantes por dar aos não-cegos a chance de aproveitar o espetáculo. “Uma das nossas maiores satisfações é promover um tipo de integração entre os que possuem e os que não possuem alguma deficiência visual. Quando uma mãe que enxerga leva o filho cego para assistir Como Nascem os Heróis, ao chegar em casa eles tiveram a mesma experiência, vão conversar sobre a mesma coisa, e para nós isso é muito gratificante”, esclarece o diretor.
O enredo é divertido e envolvente. Ele conta a história de um terrível vilão, o Senhor Atrito, que apronta todas no fantástico Mundo da Magia e do Encantamento Onde Tudo Pode Acontecer. Porém, dois cientistas vão fazer de tudo para derrotar o Sr. Atrito e salvar o mundo da imaginação. O roteiro brinca com elementos naturais do cotidiano e discute ainda questões humanas e sensíveis ligadas ao relacionamento interpessoal e social. A peça ensina que todos nós somos heróis e que não é preciso ter super poderes para ajudar o próximo.
O texto é original, o músico Reginaldo Mesquita assina a composição das melodias e a direção musical da peça, e a trilha sonora também foi montada exclusivamente para esse trabalho, tudo para atingir ao máximo os sentidos dos espectadores. Além disso, garantem os realizadores, há muitas surpresas esperando pelo público. “É como entrar em um imenso túnel de sensações e deixar o seu corpo aprender novamente a se relacionar com o som, o espaço, os cheiros e os sabores”, diz Marcus Pantaleão, um dos atores envolvidos.
Como Nascem os Heróis será apresentado no Centro Cultural UFG, na Praça Universitária, em Goiânia, nos dias 06 e 07 de Abril, com ingressos a $20,00 a inteira e $10,00 a meia. Serão duas sessões por dia, às 19h e 20h30, cada uma delas com capacidade para até 100 pessoas. Pagam meia-entrada estudantes, professores, artistas cênicos, menores de 12 anos, idosos a partir de 60 anos e pessoas com deficiência visual, auditiva ou física. O grupo conta com o apoio da Universidade Federal de Goiás, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e do Centro Cultural UFG.
Serviço
Local: Centro Cultural UFG
Datas: 06 e 07 de Abril
Horários: 19h e 20h30
Ingressos: $20,00 / $10,00 - Venda no local.
Classificação: Livre
Pagam meia entrada: Estudantes; professores; artistas cênicos; crianças menores de 12 anos; idosos a partir de 60 anos; e pessoas com deficiência visual, auditiva ou física.
Ficha Técnica:
Dramaturgia e direção: Clégis de Assis
Direção Musical: Reginaldo Mesquita
Elenco:
Clégis de Assis,
Fernando Santana,
Marcus Pantaleão e
Reginaldo Mesquita
Bruna Isac é diretora de teatro.

Do frevo ao tango, Luciana Viana e Eddy Andrade mostram no Centro Cultural da UFG o cancioneiro dos povos latino-americanos
[caption id="attachment_91166" align="aligncenter" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
Ressignificar a tradição da música popular da América Latina por meio de uma fórmula bastante tradicional: violão e voz. Este é o propósito de “Tempo a Fio”, espetáculo de cerca de 1 hora e 15 minutos que traz ao palco do Centro Cultural UFG a cantora Luciana Viana e o violonista Eddy Andrade. Tempo suficiente para se deliciar com arranjos para canções latino-americanas com pitadas de diversos gêneros, como o frevo, o bolero, o tango, o baião, o samba e outros. A ideia é recuperar canções populares de protesto produzidas em diversos países da América Latina como: Chile, Argentina, Bolívia, Uruguai e, claro, Brasil.
Na apresentação, o duo recria o canto popular dessas nações também com toques eruditos. Luciana é goianiense e faz graduação em Música Popular na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com um trabalho cancional com músicas autorais e da tradição da MPB em três formações de grupos de Câmara: o Trio do Vento, em duo com Eddy Andrade, e em trio vocal com Ana Lis Marum e Lucas Madi, ambos músicos paulistas. No Festival Anapolino de Música de 2014, recebeu o prêmio de melhor intérprete de canção inédita.
Eddy Andrade é paulista e, além do violão, dedica-se também à guitarra elétrica e ao contrabaixo. Atualmente está concluindo graduação em Violão Popular na Unicamp. No momento, está ainda em fase de gravação de disco com o grupo Trem Doido, chamado “O Som de Minas”.
Serviço
Evento: “Tempo a Fio”, com Luciana Viana (cantora) e Eddy Andrade (violonista)
Dia: 4 de abril (terça-feira)
Horário: 20h
Locais: Centro Cultural da UFG (acima da Praça Universitária)
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Mais: Facebook – https://www.facebook.com/lucianavianaeeddyandrade/

Ciro Barcelos enfatizou a antropofagia cultural e musical como linha de discurso visual, sonoro, interpretativo e cênico dos Dzi Croquettes. Os elementos da cultura erudita são revisitados e interpretados como popular
[caption id="attachment_91047" align="aligncenter" width="620"] Ciro Barcelos, atual líder do grupo Dzi Croquettes | Foto: Vitor Hugo Goiabinha[/caption]
Keides Batista Vicente & Vitor Hugo Goiabinha
Especial para o Jornal Opção
Já se vão quarenta e cinco anos da estreia, em 1972, de um dos grupos mais representativos da nossa cultura. E mesmo assim, como permanecem atuais!
Os Dzi Croquettes nasceram em um contexto extremamente turbulento, quando a Ditadura Militar tentava calar as palavras contra o governo na imprensa, na música e na literatura. Mas a estratégia dos Dzis foi mais refinada: se os militares almejavam a disciplina, o controle absoluto do comportamento, o grupo liderado por Lennie Dale e Wagner Ribeiro dava a resposta com uso livre do corpo. Bebendo na fonte antropofágica de Oswald de Andrade, o desbunde, o escracho, o deboche, a irreverência (valores compartilhados com a Tropicália e o Teatro Oficina) eram associados a uma androgenia extremamente provocativa: homens vestidos de mulheres, maquiados e não depilados deixavam o público completamente alucinado e incapaz de definir o que eles representavam. Soma-se a esses elementos uma capacidade cênica e uma técnica de dança impressionantes.
Os tempos eram outros. A censura restringia as opiniões, o que suscitava a emergência de novas maneiras de discurso. A estética era uma forma de resistência. No caso dos Dzis, um discurso discreto nas palavras, mas incisivo pelo corpo, que os militares demoraram a compreender, mas que, quando “a ficha caiu”, sair do Brasil tornou-se uma opção inevitável. Fizeram sucesso na Europa, mas, no retorno, o grupo acabou se separando e encerrando o espetáculo. Mas permaneceu a referência do vanguardismo e da provocação, o que acabou inspirando o documentário lançado em 2009 por Tatiana Issa e Raphael Alvarez sobre a trupe. Nesse trabalho, o público pode ainda se deliciar com os depoimentos de personalidades que circundaram o movimento e, principalmente, de alguns integrantes.
Dentre esses, Ciro Barcelos, que participou da formação original, tenta manter acesa a chama da irreverência e da liberdade como discursos. Em 2012, Ciro remontou o espetáculo, mas como um novo elenco, uma nova roupagem, que mantém a proposta original do uso e abuso do corpo, mas que (re)pensam os problemas do presente: hipocrisia, falsa liberdade, machismo, homofobia, consumismo, conservadorismo e fundamentalismo.
De passagem por Goiânia, Ciro muito gentilmente nos recebeu para uma conversa sobre a formação original, e sobre como e por que resolveu remontar o espetáculo. Ele enfatizou a antropofagia cultural e musical como linha de discurso visual, sonoro, interpretativo e cênico. Os elementos da cultura erudita são revisitados e interpretados como popular, aproximando os discursos de belo, ousado e cotidiano, como exemplo a remontagem da cena do musical “Lago do cisne”, que usa técnicas de dança feminina no balé clássico, como pontas dos pés, sendo encenada por um homem, que, por sua vez, é “abatido” por um jovem infrator e transformado em uma outra ave que será utilizada em um ritual religioso sincrético.
Ciro nos explicou que o espetáculo mantém a originalidade do belo e sarcástico, com um tom político e em busca constante de uma avaliação da realidade. Algumas músicas da primeira montagem na década de 1970 foram mantidas, como a gravação de Elis Regina “Dois prá lá, dois prá cá”, e o “Pato”, de Lennie Dale, cuja interpretação é realizada por Ciro Barcelos e os atuais componentes do grupo. Músicas do grupo “Mamonas assassinas”, um rap – alusão cênica à música “Vapor Barato”, de Jards Macalê e Wally Salomão, e alguns funks são anexadas, com uma coreografia andrógena, marcante, colorida e envolvente.
Ciro Barcelos preza pela construção de novos textos musicais, poesias, manifestos e cenografias, e busca a participação do público na relação entre os andrógenos corpos dos atuais Dzis e a compreensão dos corpos como livre de estereótipos e marcas. Com isso, percebemos a relação entre presente e passado, o sincretismo cultural, religioso e de gênero, bem como a compreensão do indivíduo na sua totalidade, preconizada na primeira montagem dos Dzis: “Não somos mulheres também não... somos gente”.
Keides Batista Vicente é professora de História na Universidade Estadual de Goiás, e Vitor Hugo Goiabinha é doutor em história pela UFG, professor de história na UEG, no Colégio Sagrado Coração de Jesus – Pires do Rio, e na Faculdade Brasil Central-Goiânia.

Shows acontecem a partir das 20 horas deste sábado (1º/4) no Teatro Goiânia, no Centro da capital, com ingresso a R$ 30 na bilheteria

“Imbilino em Cartaz: um caipira no cinema”, embora seja fruto de um trabalho acadêmico, é de leitura simples e fluída. É um desses raros livros feitos para serem realmente lidos, não para enfeitar estante de primo

Pervertendo a palavra para reinventá-la, o escritor cria quase que um anti-romance, burlando as regras do fio artesanal das narrativas. Seu poder de recriar termos e revirá-los do avesso, dá-lhe dimensões de Guimarães Rosa

Em entrevista ao Jornal Opção, o diretor de teatro Marcos Fayad fala do espetáculo “Cerimônia Para Personagens Estranhos — Miniaturas Grotescas”, baseado na obra do escritor soviético Daniil Kharms (1905-1942), e dá também sua opinião a respeito da qualidade do que tem sido feito, atualmente, no campo da cultura no Brasil

Segura aí mais uma Playlist Opção! Aperte o play! https://www.youtube.com/watch?v=-sUXMzkh-jI https://www.youtube.com/watch?v=p9n9gW1wCks https://www.youtube.com/watch?v=92XVwY54h5k https://www.youtube.com/watch?v=5madtiLf7DI https://www.youtube.com/watch?v=Iwa3DO5_irM https://www.youtube.com/watch?v=NmCFY1oYDeM&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=vUra4lOgkmI https://www.youtube.com/watch?v=2_HXUhShhmY https://www.youtube.com/watch?v=T9Ika-PNmHg