Imprensa
Se não for em Goiânia, a IndyCar pode retirar a Fórmula Indy do Brasil, pelo menos neste ano. Relação dos americanos com a TV Bandeirantes não é boa
A imprensa de Goiás estranhamente não se interessou pelo assunto, mas o portal Grande Prêmio publicou reportagem no sábado, 31, a respeito da possibilidade de a Fórmula Indy não ser mais realizada em Brasília, e sim em Goiânia.
Os organizadores da Fórmula Indy, ante o cancelamento da prova no autódromo de Brasília a menos de 40 dias de sua realização, estiveram por conta própria em Goiânia, em contato com a equipe do governador Marconi Perillo. Eles verificam a possibilidade de a corrida ser realizada na capital goiana, por isso inspecionaram o autódromo local. E nem convidaram a Bandeirantes para participar da inspeção.
Segundo o portal Grande Prêmio, “a comitiva continha dois diretores do campeonato com base em Indianápolis e esteve na tarde de sexta-feira, 30, na pista da capital de Goiás, a única no Brasil que tem condições de receber uma etapa do porte da Indy. Recém-reformada, tornou-se centro das atenções e referência do sofredor automobilismo nacional. É lá, por exemplo, que a Stock Car passou a realizar sua Corrida do Milhão. Outro ponto favorável é a distância para Brasília, pouco mais de 200 km, o que minimizaria o problema com toda a logística da operação”.
A IndyCar ainda não decidiu se o Autódromo Internacional de Goiânia é inteiramente viável, se tem estrutura ampla para receber uma prova de tal porte. Não se trata apenas da pista, mas da estrutura em geral. Porque se trata de uma prova internacional, que atrai pessoas de vários países.
A IndyCar e Bandeirantes não estão em bons termos. “Os americanos não confiam mais nos executivos da TV, que pela segunda vez não honram o acordo para fazer a corrida acontecer. No ano passado, a emissora não fez a etapa no Anhembi por problemas financeiros e chegou a ser processada pela categoria na Corte de Indiana no fim de 2013. A Band dobrou os caras lá fora se comprometendo com a prova deste ano no DF”, afirma Grande Prêmio.
Vitor Meira, ex-piloto da Indy, está acompanhando o desenrolar da história, e esteve em Indianópolis “depois que o Ministério Público expôs os erros no contrato da corrida”. Band e Meira acreditam que a corrida ainda pode ser realizada em Brasília. “Mas”, segundo Grande Prêmio, “o governo do Distrito Federal e o Ministério Público vão bater o pé até o fim nem que para isso se utilizem de todas as esferas judiciais. De lá, não sai nenhum centavo, e a investigação quer entender como os acordos da Bandeirantes com a Terracap e o ex-governador Agnelo Queiroz puderam ter sido mal ajambrados, com erros primitivos em assinatura e timbre, cláusulas de contrato inválidas, descrições de serviços duplicados, sobrepreço de quase R$ 35 milhões, além de uma sequência de erros no processo de licitação que mais do que triplicaram o preço das obras”.
O MP, investigada a fraude nos contratos, decidiu entrar “com uma ação civil pública e de improbidade administrativa”. Segundo o portal, “o governo de Agnelo chegou a pagar à Bandeirantes R$ 17,5 milhões pela prova que não vai ocorrer em Brasília”. Segundo Grande Prêmio, a Federação Goiana de Automobilismo (Faugo) também está sendo investigada pelo MP “por suspeita de desvio de dinheiro dos recursos do autódromo”.
A organização da Indy disse ao portal que não vai se manifestar, por enquanto, sobre o assunto. Um dos representantes da IndyCar no Brasil, Carlos Gancia, falou ao portal. “De início, Gancia contestou a informação de que a Band esteja alijada de funcionários da categoria a Goiânia. ‘Eu mandei ontem um representante, Brian Hughes, que é responsável pelas pistas, para que verificasse as condições do autódromo. Foi uma iniciativa em sintonia com a Band’. Questionado se alguém da emissora esteve lá, Gancia respondeu que não.” Sobre o autódromo de Goiânia, Gancia ressaltou que “há muito trabalho a fazer”. “‘Os boxes são muito pequenos e apertados’ para receber os carros da Indy.”
Gancia afirma que “as notícias que têm sido publicadas na imprensa estão longe da realidade. O MP não tem o poder para determinar o cancelamento da prova. Há um contrato que foi assinado e que foi rompido sem prévio aviso”. Ele frisa que o cancelamento da prova cria uma “insegurança jurídica muito grande”. Ele insiste que a prova será realizada no dia 8 de março. “A programação mundial da TV já está feita e não tem espaço no calendário. Além disso, já tem 40 contêineres no mar trazendo os pneus e a gasolina que é misturada no etanol”, assegura Gancia. Os contêineres chegam “entre os dias 6 e 8 de fevereiro”.
O assunto mereceu repercussão nacional, mas não na imprensa de Goiás.
Iúri Rincón Godinho Segue o mantra: a velhice é um tormento. Tem dias bons e muitos ruins. Isso se a pessoa tiver saúde. Quando a perde, a terceira idade — um nome e eufemismo ao mesmo tempo — é um massacre, como resumiu Philip Roth (vide “Homem Comum”). Que o diga o jornalista José Carlos Gomes, biografado por sua filha Luciana, em “A Imagem que o Cigarro lhe Deu”. Antes de morrer de trombose aos 64 anos em 2000 — novo para os padrões do século XXI —, amputou duas pernas, sofria de enfisema pulmonar e depressão. Todos os males foram atribuídos ao hábito de fumar desde os 11 anos. Ganhou o apelido de Zé Fumaça e chegava a mandar para os pulmões 80 cigarros por dia. Tanto que o então ministro da Saúde, José Serra, o convidou para uma campanha anti-tabagismo às vésperas de sua morte. José Carlos viveu em um mundo diferente, onde fumar era sinal de status e masculinidade e quando denominar afrodescendentes de “negão” era normal — Renato Aragão, em Os Trapalhões, chamava Mussum assim. Nas redações dos jornais onde trabalhava, nuvem de fumaça fazia parte da decoração. O jornalista goiano Armando Accioli, que começou a cerreira nos anos 50, tragava duas carteiras por dia. Azar de quem estava perto. O colunista social João Guimarães foi diagnosticado com um aumento nos pulmões graças ao hábito de fumar. Só que ele nunca colocou um cigarro na boca nos seus mais de 80 anos de vida. Entretanto, o livro dá pistas de que não apenas o cigarro, mas também o álcool minaram a saúde de José Carlos. Colunista social do jornal “Correio da Manhã”, viveu um período de glamour, de festas, fumaça e uísque. Combinação que passa longe de beneficiar o corpo. O também jornalista José Guilherme Schwam, do programa Pelos Bares da Vida, sabe bem disso. Com até cinco compromissos por noite, ele só bebe Coca-Cola light e não fuma. Caso contrário, diz, não suportaria a rotina de badalações. Mesmo com uma história de sofrimento, “A Imagem que o Cigarro Lhe Deu” não é um livro de revolta, mas um relato jornalístico bem-escrito e bem-editado, daqueles de se ler em uma sentada. A força da internet reduziu a obra a um libelo contra o fumo e agravantes da saúde como depressão e álcool foram deixados de lado. Tanto que José Carlos hoje virou uma espécie de bicho-papão para os fumantes, com textos até no prestigiado Instituto de Combate ao Câncer, o Inca. Serve de alerta, com certeza, mas a vida é a consequência do tempo e dos hábitos. Não apenas do cigarro. Iúri Rincón Godinho é publisher da Contato Comunicação.

[caption id="attachment_27395" align="alignleft" width="250"] Foto: Livro explica quem é o marqueteiro que ajudou a eleger Lula da Silva uma vez e Dilma Rousseff duas vezes para presidente da República do Brasil / Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O marqueteiro de Lula da Silva e Dilma Rousseff, João Santana Filho, ex-repórter das revistas “Veja” e “IstoÉ”, é uma espécie de petelólogo — especialista em campanhas para o PT e para esquerdistas de outros países. Ajudou a ganhar sete eleições para presidente da República, no Brasil e no exterior: três para o PT (Lula e Dilma Rousseff duas vezes), em El Salvador (Mauricio Funes), na República Dominicana (Danilo Medina), Angola (José Eduardo dos Santos) e Venezuela (Hugo Chávez/Nicolás Maduro). Gostando ou não de seus métodos, é mesmo um fenômeno.
Na campanha de Dilma Rousseff em 2014, na qual teria se comportado como “ministro da Propaganda” — insinuação de que seria o Joseph Goebbels baiano, o que, claro, não é —, João Santana, com as empresas Polis Propaganda e Marketing e a Digital Polis Propaganda e Marketing, faturou 60,5 milhões de reais. Nas últimas eleições, entre 2006 e 2014, o marqueteiro recebeu 158 milhões de reais do PT. Em Angola, faturou 65 milhões de dólares. Ele é dono de empresas de marketing na Argentina, Panamá, El Salvador e República Dominicana. Estima-se que, em aplicações e imóveis, João Santana tem 50 milhões de dólares. “Para mais”, disse o escritor e marqueteiro baiano Marcelo Simões, amigo do xodó de Lula e Dilma, ao jornalista Luiz Maklouf Carvalho, autor do recém-lançado “João Santana — Um Marqueteiro no Poder” (Record, 251 páginas). Trata-se de um perfil biográfico.
O marqueteiro mais vitorioso dos últimos anos é, segundo sua mulher, Mônica Moura, “completamente inepto para coisas práticas. Se não prestar atenção, sai com uma meia de cada cor”. O publicitário Nizan Guanaes sintetiza-o: “O João Santana é um cara que sabe se colocar. Paixões à parte, o João cumpriu o papel dele. Se as pessoas acham que a campanha foi pesada (e ela foi) e que ela foi bruta (e ela foi), tem que ver os filmes negativos das campanhas americanas. Marketing político é UFC. O marqueteiro tem que ter estômago e os candidatos também. Eu não tenho. João Santana tem, e gosta. Por isso ele é o Anderson Silva”.
O historiador Marco Antônio Villa, autor do livro “Um País Partido — 2014: A Eleição Mais Suja da História” (Leya, 224 páginas), sustenta que o embate eleitoral entre a petista Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves, foi o menos limpo da política brasileira. A eleição em que o paulista Júlio Prestes e o gaúcho Getúlio Vargas se enfrentaram talvez tenha sido uma das mais sujas, se não a mais suja, do País. Tanto que, rejeitando o resultado do pleito — as fraudes eleitorais ocorreram dos dois lados —, o Rio Grande do Sul, com Vargas, e Minas Gerais, com Antônio Carlos de Andrada, articularam, com o apoio dos tenentes, a Revolução de 30. Vale lembrar que, além de amplamente suja, a disputa provocou mortes, como a de João Pessoa, na Paraíba.
A eleição de 2014 foi de fato suja, com os marqueteiros contribuindo para a “poluição” geral do ambiente, ao apimentar denúncias mais requentadas do que quentes. Nas e fora das redes sociais, Aécio Neves, Dilma Rousseff e, em menor escala, Marina Silva não fizeram uma campanha limpa. Os ataques foram quase sempre abaixo da linha de cintura. Fala-se, mas sem provas, que o ex-guerrilheiro Franklin Martins comandou os ataques mais virulentos a Aécio Neves. A se aceitar esta tese, João Santana, pelo menos na guerrilha mais contundente nas redes sociais, estaria subordinado a Franklin Martins. Um publicitário contrapõe: “Joãozinho Malvadeza, capaz das maiores doçuras e das maiores maldades, não se submete ao Franklin e nem a qualquer outro lua vermelha do PT. Para que seu candidato seja eleito, é capaz de tudo. Franklin é ‘frango de granja’ perto do marqueteiro baiano”.
Além do perfil biográfico, lacunar porque em construção, Maklouf publica uma entrevista de Santana, na qual ele bate duro, às vezes, como um boxeador mexicano, colocando gesso endurecido nas luvas. O marqueteiro chama os tucanos e aliados de “derrotados fanfarrões”. A campanha de Aécio Neves é apontada como tendo “feito uso amador da mediocridade. O marketing de Aécio fez uma das campanhas presidenciais mais medíocres, do ponto de vista criativo e estratégico, que o Brasil já viu”. Paulo Vasconcelos, o marqueteiro do tucano mineiro, é apresentado como migrando da segunda para a terceira divisão.
Santana é dado à filosofice, mas sem deixar de ser um pragmático absoluto, apesar de certo misticismo — acredita que tem alguma ligação espiritual com o físico desaparecido Ettore Majorana (maluquice ou idiossincrasia). Ele acredita que tanto Aécio Neves quanto Marina Silva parecem acreditar “em uma falsa teoria implantada no marketing político brasileiro de que ‘quem bate, perde’. Perde quem não sabe atacar. Como também perde quem não sabe se defender”. Seguindo sua ideia, o tucano e a candidata do PSB “não souberam bater certo nem se defender de maneira correta”.
Tucanos dizem que a campanha de Dilma Rousseff foi “sórdida”, com ataques de baixo nível, sempre de maneira agressiva. Santana discorda: “as pesquisas do final do segundo turno” mostraram “que a maioria das pessoas achava que era Aécio quem estava fazendo a campanha mais agressiva”.
Para Santana, “em determinados momentos de uma campanha, é mais tático você influenciar os adversários do que influenciar o eleitor”.
Santana admite que, como outros marqueteiros, também “manipula”. “Não pode é dizer que o PT é mestre da manipulação. Todos manipulam, todos persuadem. Existe um fio muito débil que separa a persuasão da manipulação”, filosofa o marqueteiro do petismo. Curiosamente, ele diz uma coisa que, agora, faz parte do ideário de Dilma Rousseff, ao bancar o economista ortodoxo Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda: “Se nós dizíamos, com convicção, que uma política econômica de forte ortodoxia poderia causar retração no emprego e na renda das pessoas, por que Marina [Silva] não disse exatamente o contrário?”
Políticos e parte da intelligentsia patropis “não entendem o papel do marketing”, acredita Santana, que parece um oráculo. “Ou demonizam ou se embasbacam com ele. O maior equívoco é querer separar, como fazem alguns, o marketing, ou a comunicação, da política. O marketing e a publicidade são linguagens da política. Ela e eles são umbilicalmente ligados”, postula o marqueteiro. Eugênio Bucci e Carlos Mello, citados por Maklouf, talvez sejam o contraponto adequado para a fala acima: “O João fez um deslocamento do ideário em favor do marketing. Antes, o bom governo era aquele que fazia. Agora, é aquele que tem a imagem do que faz. Fazer a imagem ficou mais importante do que fazer”.
Paulo Henrique Amorim foi condenado à pena de um mês e dez dias de prisão. Mas o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que, no lugar de ficar encarcerado, o jornalista deve pagar 30 salários mínimos para a parte ofendida, Merval Pereira, de “O Globo”, que foi chamado de “jornalista bandido”.
A crítica de Paulo Henrique Amorim foi feita num texto publicado no blog Conversa Afiada, em 2012, com o título de “CPI da Veja. Dias a Merval: vale-tudo não vale nada”.
O jornalista pode recorrer, mas, depois de perder em duas instâncias, dificilmente ganhará nos tribunais superiores. Até porque a ofensa é grave e, sobretudo, não há evidência algum de que Merval Pereira seja bandido.
Devido à quantidade de processos, Paulo Henrique Amorim moderou sua linguagem. Mas possivelmente será processado por outros de seus textos contundentes.

O ator Carlos Villagran, que fazia o personagem Quico, revelou, na semana passada, que o ator Roberto Bolaños, que fazia o personagem Chaves, participou de festas regiamente pagas pelo narcotraficante colombiano Pablo Escobar, chefão do Cartel de Medelín morto pela polícia em 1993.
“Eu não fui [às festas de Pablo Escobar] e tenho orgulho de dizer isso, mas Roberto foi. Não sei quantos foram com ele, mas eu não compareci. Chegaram a me oferecer 1 milhão de dólares e isso me causou arrepios”, garante Carlos Villagran

Uma charge até ingênua de Jorge Braga, do “Pop”, provocou polêmica na semana passada, ganhando repercussão nacional numa charge de Ique.
Braga desenhou dois homens conversando e um deles disse que a Prefeitura de Goiânia está uma “zorra”. “A culpa é do Sargento Garcia” — uma referência ao prefeito Paulo Garcia, do PT.
Paulo Garcia demonstrou sua irritação nas redes sociais e Cileide Alves, de maneira sutil, tentou vincular sua reação ao caso do “Charlie Hebdo”. Não tem nada a ver. O petista não pediu censura nem a cabeça do chargista.
O petista tem o direito de se exaltar, de mostrar sua insatisfação. Mas pedir retratação de algo feito com humor, como uma charge, não leva a lugar algum. Na prática, se não fosse a ira de Paulo Garcia, a charge teria passado praticamente batida, num mundo em que as notícias, inclusive o humor, morrem ao nascer.
Bernardo Ajzenberg (foto acima, da Cosac Naify) é um jornalista que escreve bem ou é de fato um escritor a ser considerado? Ex-repórter, editor e ombudsman da “Folha de S. Paulo”, Ajzenberg venceu o prêmio cubano Casa de las Américas, na categoria literatura brasileira, com o romance “Minha Vida Sem Banho” (Editora Rocco).
A colombiana Adelayda Fernádez Ochoa levou o prêmio principal, com “La Hoguera Lame Mi Piel Con Cariño de Perro”. O colombiano Nelson Omero Guzmán, com o livro “Bajo el Brillo de la Luna”, levou o prêmio de poesia. O cubano José Ferrán Oliva, autor de “Cuba Año 2025”, ganhou o prêmio na categoria de melhor ensaio de tema histórico e social.
O jornalista Leo Dias, colunista do jornal “O Dia”, diz que a onda de demissões chegou à TV Globo; antes, estava circunscrita ao jornal “O Globo” e outro setores do Grupo Globo. “As demissões, que antes estavam restritas ao Projac, central de estúdios da emissora, acabam de chegar à sede do Jardim Botânico, onde fica o jornalismo.” Leo Dias afirma que os cortes agora estão sendo feitos na equipe técnica dos telejornais. “O ‘RJTV Segunda Edição’, que, normalmente, trabalha com três operadores de câmera no estúdio de vidro, agora passa a ter apenas dois profissionais. A outra câmera passa a ficar fixa, sem a necessidade de um funcionário”, afirma o colunista. “Na GloboNews está oficialmente extinto o cargo de auxiliar de câmeras nos estúdios de transmissão dos noticiários. A função do auxiliar é sinalizar ao apresentador todas as mudanças de câmera que acontecem durante a transmissão”, informa “O Dia”. Leo Dias atribui as demissões à diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, mas possivelmente têm a ver com a cúpula administrativa do Grupo Globo, e não com a redação. Silvia Faria pode ter sugerido demissões em áreas que, com uma equipe menor, a qualidade do jornalismo não cairá. Jornalistas não gostam de demitir e só o fazem em última instância.
O grupo de humoristas Porta dos Fundos faz sucesso na internet e na Fox. Fábio Porchat é divertido, mesmo quando excessivo. Seu humor escrachado às vezes parece, paradoxalmente, uma conversa natural, até séria, mas é de uma graça estupenda. Com sua cara de menino levado, faz rir até o mais sisudo dos homens e mulheres. Agora, decidiu virar a Globeleza da Fox (http://www.foxplaybrasil.com.br/watch/390070851916), supostamente a realização de um sonho. Todo pintado, como a Globeleza da TV Globo, dança, pinta e borda, tendo ao lado um gari, protagonizado por Gregório Duvivier, a pitada “heterossexual” do quadro. É a vinheta de Carnaval da Fox. Bem criativa.
Não é bonito de se ver? Pode até não ser. Mas é impossível não rir, ou sorrir, de Fábio Porchat dançando como se fosse o Globeleza masculino.
A atriz e cantora Vanja Orico, apontada como musa do “ciclo do cangaço”, morreu, aos 85 anos, de câncer, na quarta-feira, 28, no Rio de Janeiro. A atriz e cantora trabalhou com os cineastas brasileiro Lima Barreto e o italiano Federico Fellini.
Vanja Orico é uma das mais destacadas intérpretes da música “Mulher rendeira” (https://www.youtube.com/watch?v=I9kHUL1LV7Y), tema do filme “O Cangaceiro” (1953), de Lima Barreto. Ela atuou nos filmes “Lampião — O rei do cangaço” (1963) e “Jesuíno Brilhante — O Cangaceiro” (1973).
Com Fellini, Vanja Orino trabalhou em “Mulheres e Luzes” (1950). Nesse filme, canta a música “Meu Limão meu limoeiro” (https://www.youtube.com/watch?v=76FhUnonvx0).
Adolfo Rosenthal, seu filho único, a dirigiu no média-metragem “Maria da Graça”.
Não pretendia comentar, nem brevemente, a luta ou quase luta entre o americano Anthony “Rumble” Johnson, atleta de altos e baixos, e o sueco Alexander Gustafsson. Porém, como os craques Rayana Caetano, Rafael Teodoro, Ricardo Spindola e Carlos Willian, embora mais qualificados para comentar lutas de MMA, ficaram silentes e vários amigos do Facebook praticamente exigiram que eu desse uma palavrinha a respeito, estou aqui, mais uma vez, discutindo a 17ª arte (o boxe é a sétima, um pouco acima do cinema). A pergunta é: por que Gustafsson perdeu? Fica-se com a impressão de que somos, para usar um termo Frankenstein, impactados mais pela derrota do que pela vitória? A pergunta apropriada deveria ser outra: “Por que Johnson ganhou?” Por que preferimos a primeira indagação? Porque as pessoas estavam de olho muito mais em Gustafsson, que supostamente, segundo o próprio Johnson, derrotou Jon Jones e, segundo os fãs do sueco, teria sido garfado pelos jurados.
Pois o problema de Gustafsson talvez seja exatamente Jon Jones. É possível que tenha visto em Johnson apenas uma escada para voltar a se aproximar do excepcional campeão. Ele parece ter subido ao octógono não para lutar contra Johnson, e sim para participar de um simulacro de treino com vista a pegar o rei da categoria meio-pesado. A cachola do sueco parecia estar longe. Parecia ter se preparado mais para enfrentar Jon Jones do que Johnson.
Na luta contra Jon Jones, Gustafsson sacou com mestria o jogo do oponente americano, por isso batia e escapava. Só começou a perder quando cansou-se, porque movimentou-se de maneira excessiva pelo octógono, e aí Jon Jones aproximou-se e começou a bater forte e a metralhar o sueco com seus cotovelos-metralhadoras. O repertório do americano é vasto e, se o oponente se cansa, adeus: o pau come. Como dizem os comentaristas do canal Combate, ele “passa o carro”, quer dizer, atropela o oponente.
De olho em Jon Jones, mas, tendo de lutar contra Johnson, Gustafsson parece ter se esquecido que seu adversário é um pegador mortal. O jogo apropriado era jabear e mantê-lo a distância, até cansá-lo. Como não fez de maneira precisa o jogo das escapadas, para deixar Johnson com os braços pesados e o fôlego curto, o sueco tornou-se um alvo fixo, quase um saco de pancadas. Aí, como nocauteador atroz, Johnson o pegou e não lhe nenhuma chance.
O erro de Gustafsson, um bom lutador mas nada excepcional, talvez tenha sido treinar e preparar sua cabeçorra para enfrentar Jon Jones, e não Johnson, um pegador. Parece impossível que seus treinadores tenham cometido este erro? É provável que o erro não tenha sido do técnico ou do técnicos, e sim do próprio sueco — que já estava de olho no título e, claro, na grana. Imagine um campeão meio viking nos Estados Unidos, uma espécie de Greta Garbo do octógono. O sujeito, se brincar, ainda vai parar em Hollywood.
O que fará Gustafsson daqui pra frente? Não sei, porque não tenho bola de cristal, mas possivelmente enfrentará Daniel Cormier e, se vencer de maneira convincente — Cormier é outro Johnson, um pouco mais versátil —, talvez seja colocado no octógono para lutar contra o vencedor da batalha entre Jon Jones e Anthony Johnson. Como acredito que o campeão vai derrotar o desafiante — atacando Johnson de maneira incisiva, mas usando a envergadura para evitar seu boxe fatal —, entre 2015 e 2016 o sueco estará de volta ao octógono para enfrentar Jon Jones.
Quando cachorros e macacos aparecem em filmes não tem mais para ninguém — nem para a mocinha, especialmente se estiver vestida. O mesmo ocorre quando atrizes bonitas são mostradas nuas em filmes, peças de teatro e séries de televisão. Os olhos de todos — inclusive e, quem sabe, sobretudo dos jornalistas — voltam-se para as cenas de nudez. A bela Paolla Oliveira (acima), de “corpo escultural”, disseram jornais e portais na quarta-feira, 28, aparece seminua na série “Felizes para sempre?”, de Fernando Meirelles, exibida pela TV Globo. Mega-Sena acumulada? Joaquim Levy, o arauto do caos, divulgando outra má notícia? Que nada! Só deu Paolla Oliveira, com “com dois eles”, explicou um jornal, corrigindo um internauta.
Paolla Oliveira (que muitos chamam de “Paôla”, mas a pronúncia é “Páula” mesmo, como se faz na Itália) “brilha”, sugeriram, como a garota de programa Danny Bond (o autor da série não podia ser mais “criativo”, pois a jovem é, na série, uma “matadora”). De “luxo”, avisaram, talvez com água na boca, os jornalistas que escreveram as reportagens. Convocada para “melhorar” as relações entre um casal, representado por Maria Fernanda Cândido e Enrique Diaz, Danny Bond participa, com certa volúpia, quem sabe — num realismo que melhora a realidade, é possível —, de um “ménage à trois”. Uma internauta, mais realista do que os textos dos jornais, escreveu: “A mulher quer salvar o casamento e chama a Paolla Oliveira?” De fato, não dá pé. Fica-se com a impressão de que quer se “salvar” é do marido — empurrando-a para a Bond girl.
Por que os jornais deram tanto espaço para a série, quer dizer, para a fotografia de Paolla Oliveira com uma calcinha preta minúscula? Por nada, não. Só para atrair audiência. E o Jornal Opção? Para não ser hipócrita, seguiu pela mesma seara.
Ah, e a série? E alguém se importa com isso se tem a Paolla Oliveira para olhar?! A série, se levada ao DVD, deve mudar de nome: “Paolla Oliveira — Nua para sempre”. É mais realista e, mesmo, imaginativo.
Pelo menos seis brasileiros são considerados “fidelistas” em Cuba: Lula da Silva, Dilma Rousseff, José Dirceu, Chico Buarque, Fernando Morais e Frei Betto. “Fidel e a Religião” (de 1985) resulta de uma longa entrevista feita pelo dominicano brasileiro Frei Betto. O livro se tornou best seller internacional. Em Cuba, entre crentes e ateus, se tornou uma espécie de bíblia. Cada resposta de Fidel Castro é um “versículo”. Na quarta-feira, 28, o jornal mais importante do País, o “Granma” — porta-voz do Partido Comunista Cubano, quer dizer, da família Castro —, noticiou, com destaque, novo encontro entre Fidel Castro, de 88 anos — consta que com lapsos de memória, quase demenciando —, e Frei Betto, da Igreja Católica.
O encontro entre Fidel Castro e Frei Betto ocorreu na terça-feira, 27, em Havana (por questões de saúde, o longevo ditador não sai mais de Cuba). “O companheiro Fidel e o destacado intelectual brasileiro Frei Betto sustentaram na tarde de ontem [terça-feira] uma conversa amistosa, durante a qual abordaram variados temas nacionais e internacionais”, sublinha o “Granma”. Quais temas depreende-se que sejam segredo de Estado. “O encontro se desenvolveu num clima afetuoso, característico das amplas e fraternais relações existentes entre Fidel e Betto”, acresceu o jornal.
Cubanos sugerem que, embora muito doente e meio desconectado da realidade, Fidel Castro ainda é a autoridade suprema da Ilha. Raúl Castro, antes de tomar alguma decisão importante, visita o homem que liderou a Revolução de 1959 e lhe pede orientações sobre quais caminhos trilhar. Tolo aquele que acreditar que a aproximação com os Estados Unidos tenha se dado única e exclusivamente pela boa vontade de Raúl Castro e por sugestão do papa Francisco, da Igreja Católica.
Na segunda-feira, 26, Fidel Castro disse que não rejeita acordos, como o feito recentemente com os Estados Unidos, que provavelmente colocará fim ao embargo econômico — que, na prática, só existe porque Cuba não tem dinheiro para comprar mercadorias no mercado internacional (quem tem, como o Irã e a Rússia, burla quaisquer embargos) —, mas frisou que permanece “desconfiado” do velho “inimigo”. Washington, mais maleável, viu a fala de Fidel Castro como um “sinal positivo”. Uma porta aberta, quase escancarada. Fidel Castro, como discípulo mais de Maquiavel e Hobbes do que de Marx (que, como as obras de Fernando Henrique Cardoso, não serve para o dia a dia da política e da economia), sabe que não se arromba portas abertas.
Aposta-se que o estabelecimento de relações abertas entre Estados Unidos e Cuba com Fidel Castro ainda vivo — acreditava-se na suspensão do embargo tão-somente depois de sua morte (o embargo é um dos fatores responsáveis pela longevidade da dinastia Castro no poder) — tende a contribuir para liberalizar, aí de modo definitivo, o regime pós sua morte. Raúl Castro, visto como um “duro” devido à sua história como executor-mor da Revolução, é interpretado pela diplomacia internacional como menos culto do que o irmão, porém mais maleável a um sistema menos fechado. A tese de uma mini-China no Caribe é de Raúl Castro, não de Fidel Castro.
Curiosidade: as pernas de Fidel Castro parecem mais finas do que de hábito.
O jornalista Wilson Silvestre, ex-Jornal Opção e ex-“O Popular”, tomou posse no cargo de diretor de Monitoramento de Comunicação do governo do Distrito Federal na sexta-feira, 23.
Wilson Silvestre trabalhou, nos últimos quatro anos, como gerente setorial de comunicação da extinta Secretaria de Agricultura do governo de Goiás. “Trabalhar com o competente Antônio Flávio Camilo de Lima foi uma grande experiência. Trata-se de um executivo bem informado e preparado”, frisa.
Em Brasília, o jornalista mantém ligações com o deputado federal eleito Rogério Rosso (PSD) e com o senador Gim Argello (PTB). Em Goiás, é ligado, politicamente, ao governador Marconi Perillo (PSDB) e ao deputado federal Vilmar Rocha (PSD).
[Foto do Facebook do jornalista]
O chefe de redação de “O Estado de S. Paulo” no Rio de Janeiro, José Luiz Alcântara, de 65 anos, morreu de infarto na segunda-feira, 26. Ele trabalhou quase 15 anos no jornal, foi repórter do “Jornal do Brasil” e chefe de reportagem e de redação de “O Dia”.
José Luiz Alcântara deixa um filho, Maurício, e a mulher Lívia Ferrari.
O jornalista era filho do escritor e jornalista Nertan Macedo, que escreveu um livro sobre as mortes no tronco em Dianópolis, no início do século 20, em Goiás (hoje Tocantins). A história é a mesma que foi romanceada por Bernardo Élis em “O Tronco” e analisada por Osvaldo Póvoa e pelo juiz Abílio Wolney (atua no Poder Judiciário goiano).
[Fotografia do Portal dos Jornalistas]