Faltou Dizer

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Escolha de Zanin para o STF mostra que Lula e o PT se cansaram de ser republicanos

O modo como Zanin entrará no STF não melhora a democracia. Mas também não a piora tanto como parece, porque a situação já é grave há muito tempo

Decreto minha própria anistia

A pergunta que a sociedade deveria fazer é simples: por que os partidos podem dizer que não vão cumprir leis eleitorais?

MST pode ser o instrumento para derrotar Lula em 2026. PT deve ouvir o alerta de Ronaldo Caiado

Se a invasão de terras é ilegal, porque contraria a legislação, os governantes, inclusive os do PT, não podem assistir inermes à ação dos membros do MST ou de qualquer outro movimento

Nicolás Maduro e Lula da Silva: aliança entre um ditador e um democrata | Foto: divulgação/Ricardo Stuckert/PR
Lula não representa os brasileiros quando elogia a ditadura da Venezuela

O presidente fala como líder da esquerda do PT. Mas há uma vantagem: o petista-chefe, ao contrário de Bolsonaro, não ameaça à democracia

Troca de comando não soluciona problemas da Comurg

Déficit na companhia é crônico e problemas se acumulam ao longo das gestões

Racismo
Hipocrisia: Conmebol apoia Vini Jr, mas fecha os olhos para casos semelhantes na América

Nos últimos seis anos, foram registrados 27 casos de racismo contra brasileiros em competições sul-americanas profissionais masculinas

Faltou Dizer
Ex-marqueteiro do PT diz verdades difíceis para a esquerda engolir 

Três conselhos de João Santana à esquerda: ouse criticar Lula, supere Bolsonaro, e apresente um projeto novo

Vini Jr. enfrentou os racistas e pôs em xeque os donos do futebol

Talvez sem noção da amplitude do que realmente fez, mas com inteira consciência do que quer, o brasileiro se torna uma figura muito maior do esporte

Faltou Dizer
Trocando CEI por meia dúzia

Seis parentes e funcionários de gabinetes dos vereadores foram indicados à prefeitura de Goiânia – a CEI da Comurg ficou sem quórum

A ignorância é o mal deste século?

A manipulação não funciona se você não for um agente engajado do processo de auto engano e de engano generalizado

Escândalo
Manipulação de apostas no futebol: a vítima é o torcedor

Até o momento, 13 partidas estão sendo investigadas: oito do Brasileirão 2022, um da Série B 2022 e quatro de campeonatos estaduais deste ano mesmo

Resposta
“Houve total legalidade nos atos”, diz Prefeitura em resposta a artigo

Órgão informou que foi acionado para agir no caso do furto de cartões da Secretaria da Mulher, porque resultaria em possível prejuízo para famílias contempladas pelo programa social da Prefeitura de Goiânia

Inconstitucional
Sem limites, GCM destrói mais uma investigação

Guardas investigaram, entraram na casa de suspeito, gravaram confissão – tudo sem autorização – causando danos à imagem da prefeitura

Fogo nos racistas e coisa e tal

O negro não é de jeito nenhum mais amável que o branco europeu

Frantz Fanon, no livro “Pele Negra, Máscaras Brancas”

Um homem vira a esquina, sua pele preta se esconde na sombra da árvore sob a luz de um poste. É uma besta? Violento? Malicioso? O homem negro treme de frio. O branco, de medo. O homem negro não é de jeito nenhum mais amável que o branco, mas seus “erros” são imperdoáveis.

O racismo é violento. Ele vem do Estado, empresas e dos indivíduos. Sempre com violência. Primeiro, fere o indivíduo para depois machucar toda uma comunidade. Sangrando, a vítima tem a alma arrancada, para depois ser maculada por uma nova construída a partir de uma concepção do que se espera de um homem negro. Apesar da hostilidade, esta não é uma carta de ódio ao branco. 

Nos galhos das árvores plantadas na praça em frente de casa pelo meu pai as caixas de abelhas “enrolam cabelo” eram a minha maior diversão. Meus longos cabelos cacheados, crespos, eram o ninho perfeito para que elas entrassem, se enrolassem e me seguissem durante todo o dia até a hora do banho, quando eu era obrigado a botá-las para fora.

Aprendi com elas que enroscar os cabelos era uma boa técnica para reduzir o estresse. Ainda na juventude, meu cabelo, que era meu refúgio na ansiedade, começou a ser o motivo dela. “Cabeça de microfone” era um dos meus apelidos até os 14 anos. Mas não fui, nem nunca me permiti ser, escravo da ideia que os outros faziam e/ou fazem de mim. Sou escravo apenas da minha aparência, da cor da pele, do cabelo.

A consciência de que eu era preto demorou chegar. A construção de uma sociedade racista se dá pela epidermização de que os negros são inferiores. “É fato: os brancos se consideram superiores aos negros. Mais um fato: os negros querem demostrar aos brancos, custe o que custar, a riqueza do seu pensamento, o poderio equiparável da sua mente”, diz Frantz Fanon, no livro “Pele Negra, Máscaras Brancas”.

Essa ideia, enraizada na cabeça de milhares de crianças, se instala, primeiro, pela realidade econômica. Os brancos não foram escravizados pelos negros. Fato. Os brancos não são o alvo das forças policiais. O branco não é alvo de violência racial, não no Brasil. 

Passei muito tempo despercebido pelos olhares maldosos, pela desconfiança e até pelas abordagens violentas sem nenhuma suspeita. Mas o fato de me sentir alheio em nada altera a realidade.

À minha volta, no entanto, tudo era branco. Isso é racismo. Preto mesmo, era só quem os serviam, salvo raríssimas exceções, e isso é racismo. Na mídia, até pouco tempo, havia pouca representatividade, e isso é racismo. Hoje, ainda que desproporcional, alguns caminhos foram abertos pela força de quem sempre foi resistência. 

Resistência e revolução. Sobreviver a uma sociedade pautada pela subjugação uns dos outros só é possível de duas formas. Resistindo e transformando. Está nas mãos daqueles que almejam abalar as estruturas frágeis da sociedade, já que apenas o homem é capaz de fazer com que ela exista.

Desde cedo, minha mãe e meu pai me ensinaram sobre como me comportar na rua. “Cuidado, você não está imune à influência dos outros. Olhos atentos, coração aberto”.

“Olho de Tigre”, do rapper Djonga, não é nem de longe, para mim, a música mais significativa do mineiro. Ainda sim, é a única lembrada entre quem teme a fogueira. Responder a violência com mais violência? Legítima defesa abusiva? O inferno Banto foi considerado um fato atípico. Vitória da Justiça, por enquanto. Não tenho resposta para essas perguntas, mas sei, por experiência própria, que muitos de nós respondemos à violência ficando imóveis, apesar de o peito gritar por uma reação.

Djonga, com 28 anos, me fez lembrar de quem eu sou. Muito mais do que apenas um cara preto. Filho de Vilmeide e Divino, irmão, primo, repórter, curioso, ladrão. Humano. Sou tanta coisa que nem me lembro mais. 

Coragem e coração começam com cor. A luta contra o racismo não parte somente de quem o sofre. Mas é a luta do povo, é o sangue de gente e a revolta de um bando. 

Coroação do rei Charles não vale o que você vai gastar de energia elétrica

Cerimônias da monarquia em geral são um programa dispensável, ainda mais se for o protagonista for um personagem totalmente antipático