Será que agora o transporte coletivo da grande Goiânia vai melhorar?

01 fevereiro 2024 às 17h57

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Não é de hoje que o assunto transporte coletivo é um tema discutido e motivo de reclamação da população em toda a região Metropolitana de Goiânia. Os problemas são inúmeros, dentre os principais: superlotação, poucos ônibus, falta de abrigos nas plataformas, atrasos, assaltos e assédio sexual. Nos últimos anos, a única exceção foi o congelamento do preço da tarifa e descontos de 50% para viagens dentro do próprio município. Porém, nenhuma coisa mudou.
Por outro lado, obras iniciadas há décadas, como a implantação do BRT (Bus Rapid Transit) Norte/Sul, que liga Aparecida de Goiânia a região Noroeste da Capital, principalmente pelas avenidas 90, Goiás e Goiás Norte, à exemplo do Eixo Anhanguera, sua programação de conclusão sempre é eternamente adiada. Por enquanto, a via exclusiva para ônibus não passa de um “elefante branco”, até para a Praça Cívica – onde se localiza a sede do governo estadual.
Talvez, por isso, após anos, ao olhar pela janela do Palácio Pedro Ludovico e ver a interminável obra, o governador Ronaldo Caiado (UB) decidiu dar uma “arrancada” no transporte coletivo. Ele, na segunda-feira, 29, anunciou que o governo estadual investirá R$ 1,6 bilhão em um projeto para reestruturação do setor, que no passado bem distante competia com o excelente transporte público de Curitiba (PR).
Caiado prometeu que o dinheiro será aplicado não apenas no Eixo-Anhanguera, que é gerido pelo Estado, e será eletrificado até o fim deste ano, mas no próprio BRT Norte-Sul, de responsabilidade do município. Para tanto, foi anunciada uma nova reformulação do órgão que administra o transporte: o Projeto Nova Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC).
Em parceria com as prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Goianira, o Estado pretende substituir gradualmente todos os ônibus. Neste ano, devem começar a rodar 400 novos veículos, até completar 1.200 da frota em março de 2026. Segundo o governo estadual, a nova frota será composta por 1.020 ônibus de linhas estruturantes, 83 veículos elétricos do Eixo-Anhanguera e 67 do BRT Norte-Sul.
Cabe relembrar que esta não será a primeira vez que o Estado toma as rédeas do transporte coletivo da grande Goiânia. No governo anterior, grandes modificações foram feitas, mas que de pouco resultado efetivo. Em 2020, o então prefeito de Goiânia, Iris Rezende (falecido em 2021), lamentou as intervenções do Palácio das Esmeraldas. “Isso que está aí se deve a ele, governador, [Marconi Perillo], que prostituiu o sistema do transporte de Goiânia, tudo por interesse de me esmagar e não deixar prosperar meu projeto, que já havia investido”, disse.
Agora, com o pacote de investimentos bilionário, que o governador consiga melhorar o transporte coletivo de toda a região Metropolitana de Goiânia. Pois, o que a população espera é por um transporte público de quantidade, eficiente e barato.
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