Bastidores
PMDB vive crise partido nanico, numa guerra de manobras que está desintegrando a legenda que já foi a mais poderosa de Goiás
O tucano e petebista almoçaram juntos na quarta-feira, 11, em Brasília
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), almoçou na quarta-feira, 11, com a presidente nacional do PTB, deputada federal Cristiane Brasil (filha do ex-deputado Roberto Jefferson), o vice-governador de Goiás, o tucano José Eliton, e o presidente do PTB em Goiás, Jovair Arantes.
O almoço foi no apartamento do parlamentar goiano, em Brasília. Os dois aliados fumaram o cachimbo e comeram a ambrosia da paz.
Jovair Arantes disse que o ex-deputado federal Luiz Bittencourt vai disputar a Prefeitura de Goiânia na base do governador Marconi Perillo. Bem longe de Iris Rezende. O que deixa o peemedebista-chefe mais isolado, por isso acabará tendo de compor com o PT de Luis Cesar Bueno e Adriana Accorsi. Já que Ronaldo Caiado não conseguiu arranjar um vice consistente para o ex-prefeito de Goiânia.
(O encontro, registrado pela fotografia, mostra também outra pacificação. Cristiane Brasil e Jovair Arantes estiveram rompidos, o deputado cogitou sair do PTB, mas fizeram as pazes. José Eliton e Jovair Arantes também comeram a salada da paz, um de frente para o outro.)
Marcelo Augusto também é cotado para ser o vice do provável candidato do PSD
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A Secretaria da Educação comunica que os festivais serão cancelados em 2015. Há a possibilidade de serem retomados em 2016
O PTB de Jovair Arantes deu início a uma nova agenda política e abriu conversação com outras forças partidárias em Goiânia. A pauta dos encontros gira em torno das eleições de 2016. O partido lançou há um mês a pré-candidatura a prefeito do ex-deputado federal Luiz Bittencourt.
Na primeira rodada de conversação, Jovair e Bittencourt se reuniram na noite de segunda-feira, 9, com dirigentes do PV (Eduardo Zaratz), PSL (Cleib Bruno e Raniery Nunes) e Ricardo Quirino e vereador Rogério Cruz (PRB).
Lúcio Flávio de Paiva, candidato a presidente da OAB-Goiás, tem feitas críticas persistentes e contundentes à gestão do presidente Enil Henrique. Porém, quando fala em renovação, o grupo de Enil Henrique aponta as figurinhas carimbadas que participaram de sua campanha, como Leon Deniz e Sebastião Macalé. Renovação em relação a quê, portanto? Mesmo sendo criticado como um gestor “inerte” pelo lucioflavismo, Enil Henrique estaria enviando recados de que pode — para tentar evitar a ascensão, tida como irrefreável, de Flávio Buonaduce — aderir à candidatura de Lúcio Flávio. Este não estaria demonstrando muito interesse, alegando, segundo um aliado, que, se for eleito, teria de repartir poder com os enilistas.
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Lúcio Flávio e Enil se unirão? | Fotos: reprodução / TV Metrópole[/caption]
A Cidade de Goiás pode ser o primeiro indício de que as campanhas de Lúcio Flávio e Enil Henrique estariam se unindo. No último fim de semana, integrantes da chapa do candidato da "OAB Independente" participaram de eventos da campanha do oposicionista.
De fato, a informação não chega a ser uma surpresa. Comenta-se que Enil estaria se articulando para, na hora agá, desistir de sua candidatura e aderir à chapa OAB Que Queremos -- ficaria com o cargo de vice ou conselheiro federal (vagas "em aberto" na chapa de Lúcio Flávio, após aliados serem impugnados).
No entanto, a campanha do atual presidente da OAB-GO nega e afirma que o "movimento" cresce a cada dia. Chegam a estimar 1,2 mil advogados por reunião no escritório político de Enil -- que tem sido alvo de reclamações por parte de vizinhos, que alegam barulho excessivo, baderna e até som ao vivo (que é vedado pela legislação).
Nas redes sociais, é comum ver comentários de advogados (militantes, ou não) de ambas as chapas clamando coisas do tipo "se não for votar em Enil, vote em Lúcio Flávio", ou "vote contra a OAB Forte".
De volta à Cidade de Goiás, vê-se com clareza essa mistura que resulta na chapa "OAB Independente Que Queremos".
Na foto abaixo, é possível ver o candidato da OAB Independente à presidência da subseção, Gabriel Remígio Moreira Neto, aliado a Enil, mas posando para foto com Lúcio Flávio.
Seu vice, José Carlos Leite Santana, chega a aparecer na foto usando um bottom da OAB Que Queremos.
Em entrevista ao Jornal Opção, Remígio explicou que compareceu ao evento de Lúcio Flávio e vai, também, comparecer a um encontro com Enil Henrique nesta quarta-feira (11/11). Ele afiançou que, em Goiás, a chapa é "mista".
Chama atenção, ainda, a presença da esposa do candidato ao Conselho Federal na chapa de Enil Henrique Alcimínio Simões. Gercirene Alencastro aparece em ambas as fotos com Lúcio Flávio.
Seria a oficialização da OAB Independente Que Queremos?
O prefeito de Catalão supera problemas e reaparece como favorito para a reeleição em 2016
O prefeito petista faz uma gestão responsável e tem o que mostrar, em termos de obras de qualidade, ao eleitorado da segunda cidade mais importante de Goiás
O governador e o ex-deputado falaram de política, da disputa pela Prefeitura de Goiânia e sobre a vida
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Jovair Arantes, Lúcia Vânia, Wilder Morais, e Vilmar Rocha: os quatro querem ser companheiros de Marconi Perillo na disputa por uma vaga no Senado e por isso jogam pesado pela Prefeitura de Goiânia[/caption]
Os luas azuis da base do governador Marconi Perillo já avaliam que a base governista deve lançar de cinco a seis candidatos a prefeito em Goiânia. Inicialmente, pensava-se num consenso de todas as forças políticas marconistas. Porém, como uma aliança no primeiro turno parece cada vez mais complicada — sobretudo porque não está em jogo apenas as eleições de 2016, mas também a construção da hegemonia política para 2018 —, aposta-se que o tráfego sucessório será (já está) congestionado.
O curioso é que sobretudo os possíveis candidatos a senador em 2018 são os que estão jogando com mais interesse e energia em Goiânia. A presidente do PSB, senadora Lúcia Vânia; o presidente do PSD, ex-deputado federal Vilmar Rocha; o presidente do PTB, deputado federal Jovair Arantes; e o presidente do PP, senador Wilder Morais, pretendem disputar mandato de senador daqui a três anos. Para tanto, estão reforçando suas posições em Goiânia — numa autêntica guerra de trincheiras. Aí está o maior eleitorado do Estado.
Wilder Morais convocou Sandes Júnior para uma conversa e perguntou, de cara, se planejava disputar a Prefeitura de Goiânia. O deputado federal admitiu que pretendia, mas a falta de estrutura é o empecilho. O senador disse-lhe que se preocupasse com os votos, pois ele se preocuparia com a estrutura da campanha.
A senadora Lúcia Vânia revelou-se, antes de todos, a articuladora mais refinada. Ela, que era filiada ao PSDB mas não tinha autoridade na legenda, de repente assumiu o controle de dois partidos: o PSB, do qual se tornou presidente, e o PPS, por intermédio de um sobrinho, o deputado federal Marcos Abrão. Além disso, banca um pré-candidato consistente para prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso. Mesmo que este não seja eleito, Lúcia Vânia, com o controle de dois partidos, está cacifada para a reeleição.
Jovair Arantes parecia “soterrado” e “fragilizado” por se contrapor a Marconi Perillo. Porém, numa tacada de mestre, lançou Luiz Bittencourt como pré-candidato do PTB a prefeito de Goiânia. Depois de supostamente fazer parte do jogo de Iris Rezende — poderia bancar seu filho, o deputado Henrique Arantes, para vice do peemedebista-chefe —, Jovair criou o próprio jogo ao bancar o articulado Bittencourt.
Vilmar Rocha, político discreto mas articulado, saiu da toca e disse que o PSD deve lançar candidato a prefeito de Goiânia. Pode ser Thiago Peixoto, Francisco Júnior ou Virmondes Cruvinel. Colocando um pé na capital, Vilmar Rocha está dizendo: “Estou no jogo para o Senado”. A ele interessa, em 2018, o Senado ou o governo de Goiás.
Dos postulantes ao Senado, o único que realmente está definido é Marconi Perillo. É o nome que ninguém contesta. Mesmo assim, bancará Jayme Rincón (ou Giuseppe Vecci) para prefeito. Retirar Goiânia do controle das oposições será positivo para fortalecer a chapa majoritária em 2018, aposta o tucano-chefe.
Anápolis é Marconi Perillo. Quer dizer: o governador de Goiás é muito bem avaliado na cidade, que o considera como um dos seus. Trata-se do município com o qual mais tem identidade. Por isso, nas eleições para prefeito em 2016, praticamente todos os candidatos são marconistas.
O prefeito João Gomes, do PT, não esconde que tem simpatia pelo tucano-chefe. Mais: admite publicamente que são amigos. Recentemente, viajaram juntos para a Europa, o que deixou o deputado federal Alexandre Baldy com pulgas atrás das orelhas. Ele nega, mas ninguém acredita — dada a “tromba”. Ressalve-se que Gomes não vai romper com os aliados petistas, como o deputado federal Rubens Otoni e o ex-prefeito Antônio Gomide — irmãos —, que também têm profunda identificação com o eleitorado anapolino.
Alexandre Baldy é do PSDB e, apesar da aproximação recente com o senador Ronaldo Caiado, do DEM, deve contar com o apoio direto do governador. Baldy afirma que suas relações com Marconi Perillo são as melhores possíveis. Não parece, mas, se insiste, devem ser. A viagem do tucano com o prefeito para a Europa sugere mais do quer crer o parlamentar.
Carlos Antônio pertence ao Solidariedade e é aliado do ex-deputado Armando Vergílio — integrantes do partido sustentam que foram abandonados pelo “rei dos seguros” —, mas admite que é marconista e que gostaria de ter o governador em seu palanque. Não terá, é claro. Porém não vai fazer discursos contrários ao tucano, até porque, se fizer, Anápolis o “expurga”.
José de Lima pertence ao PDT, mas, desprestigiado pela deputada Flávia Morais, deve disputar a prefeitura por outro partido. O ex-deputado diz, para quem quer e para não quer ouvir, que é marconista de carteirinha. Onaide Santillo, do PSDB, e Pedro Canedo, do PP, são marconistas.
Há situação e oposição em Anápolis. Mas não há, a rigor, oposição ao governador Marconi Perillo.
Avaliar 2018 a partir do quadro político atual é temerário. Entretanto, como os políticos estão movendo suas peças, sobretudo com vistas à disputa majoritária daquele ano, não há como escapar de especular a respeito. Pode-se sugerir que a chapa majoritária do governismo está praticamente definida.
O vice-governador José Eliton será o candidato a governador. Sua filiação ao PSDB indica isto. O deputado e secretário Thiago Peixoto, do PSD, tende a ser o vice. O governador Marconi Perillo, do PSDB, e Lúcia Vânia, bancada pelo PSB e pelo PPS, devem ser candidatos a senador. O senador Wilder Morais pode ser suplente do tucano-chefe. Vanderlan Cardoso, se não for eleito para prefeito de Goiânia, é cotado para a suplência da presidente do PSB.
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Paulo do Vale e Heuler Cruvinel: oposição? | Fotos: reprodução / Facebook[/caption]
O pré-candidato do PMDB a prefeito de Rio Verde, o médico Paulo do Vale, tem comemorado, em reuniões com aliados políticos, a divisão do grupo do prefeito Juraci Martins, do PP. Agora, na verdade, são dois grupos: de um lado, o do prefeito; e, de outro, o do deputado federal Heuler Cruvinel.
Bancado pelo deputado Vilmar Rocha, Heuler Cruvinel vai disputar a Prefeitura de Rio Verde e, no momento, aparece como favorito. Se conquistar o petista Karlos Cabral para vice, o que daria à sua chapa uma coloração mais progressista — embora Rio Verde tenha uma tradição conservadora —, pode ficar ainda mais forte.
Heuler Cruvinel costuma dizer que trabalhou pelo consenso, embora seja visto como desagregador pelo grupo de Juraci Martins. Resta saber se fica mais forte como candidato de “oposição”, ocupando, por assim dizer, parte do espaço político de Paulo do Vale.
Juraci Martins pretende bancar a candidatura do deputado estadual Lissauer Vieira (Rede ou PP). Trata-se de um político jovem, mas articulado e, politicamente, hábil. Se subestimado por Heuler Cruvinel, pode acabar surpreendendo. Uma chapa com Lissauer Vieira e o vereador Paulo Henrique Guimarães na vice pode ser vista pelo eleitorado como consistente e renovadora.
Já Paulo do Vale, segundo dizem alguns de seus aliados, avalia que a divisão do eleitorado governista beneficia sua candidatura. A crise “caiu do céu”, afirmam seus correligionários. Mas e se o eleitorado passar a avaliar que Heuler Cruvinel é a “verdadeira oposição”, a radicalizada, e não ele?
Paulo do Vale terá de disputar, a partir de agora, não apenas a prefeitura, mas também o “espaço” de quem é “o” opositor mais consistente ao grupo dominante.
Se Paulo do Vale não fizer um marketing eficiente, colocando-se (e sendo assimilado pelos eleitores) como “a” oposição real, Heuler Cruvinel poderá se apresentar, em 2016, como a alternativa efetiva.
O rompimento de Heuler Cruvinel com Juraci Martins, portanto, trouxe consequências para todos, inclusive para Paulo do Vale. Resta saber quem ficará com os “efeitos positivos” e quem ficará com os “efeitos negativos”.
Pode-se falar que a disputa pela prefeitura está “zerada”? Quase.
