Bastidores

Já são 141 chefes de Executivo, de 15 partidos, querendo vaga para o representante do PP na chapa majoritária

O PMDB está nas mãos do presidente mas o presidente está nas mãos do PSDB. Um afastamento do tucanato pode levar à queda de Michel Temer

Numa prova de renovação, uma mulher poderá ser escolhida pelos advogados para se tornar a próxima magistrada

Há uma aposta de que em 2018 a disputa se dará entre candidatos novos e entre estruturas. Ronaldo Caiado não preenche os dois requisitos

Lula da Silva pode surpreender até mesmo o PT se bancar o empresário da Coteminas

João Vicente pode ser candidato a senador em Brasília, mas o partido pode bancá-lo para “corrigir” uma injustiça histórica

Lêda Borges, Aleandra Sousa e Sebastião Caroço aparecem como protagonistas

Apontado como gestor competente, o prefeito é um político que agrega

Sandes Júnior diz que Zé Eliton “vai ganhar a eleição, e com mais facilidade do que se pensa”

[caption id="attachment_103533" align="alignright" width="620"] Marconi Perillo e José Eliton: o primeiro é o grande general eleitoral do segundo[/caption]
Napoleão invadiu a Rússia em 1812 e acabou voltando derrotado para a França. Teria dito aos franceses que não havia sido vencido pelos militares russos, e sim pelo General Gelo. Uma boutade das boas, mas, ainda assim, uma boutade. O General Gelo prejudicou os franceses que não o conheciam tanto quanto os generais e os soldados russos. Mas claro que não foi só isso.
Agora, em Goiás, as oposições começam a admitir, por enquanto nos bastidores, que podem perder a eleição de 2018 para José Eliton, o pré-candidato do PSDB a governador, devido ao General Goiás na Frente. Trata-se de um “general eleitoral” poderoso, de fato. Mas sozinho não ganharia a eleição. O que há é um conjunto de fatores.
Um deles, e talvez seja o principal, é que o governo de Goiás, com medidas rigorosas e no tempo certo, impediu que a crise nacional destruísse as estruturas públicas.
Vários Estados atrasam salários por meses e as obras, no lugar de paradas, nem existem. Goiás, ao lado do gigante São Paulo — este, um verdadeiro país dentro do país chamado Brasil —, sofre com a crise, mas o governo não tem sido um problema para o mercado e para a sociedade. Pelo contrário, mantém-se, graças aos acertos fiscais e as contenções feitas no momento adequado, um instrumento dinâmico tanto de crescimento econômico quando de desenvolvimento.
Goiás não é uma ilha, mas está muito melhor do que vários Estados. O motivo é a intervenção certeira e eficiente do governo de Marconi Perillo, este, sim, o principal general eleitoral da campanha de José Eliton. Há atletas de academia e atletas de rua. O tucano-chefe é o atleta da política.

Mesmo perdendo em 2018, o peemedebista estaria cacifado para a disputa municipal

[caption id="attachment_70735" align="alignright" width="620"] Foto: Renan Accioly/Jornal Opção[/caption]
Há quem aposte que o presidente da Agetop, Jayme Rincon (PSDB), jogou a toalha definitivamente e não será candidato a nada em 2018. Pode ser. Mas pode não ser.
O que todos sabem é que Jayme Rincon é uma força da natureza, sem a experiência política do governador de Goiás, Marconi Perillo, mas com a mesma energia e capacidade de trabalho. Enquanto muitos demoram um “século” para organizar uma campanha, o presidente da Agetop é capaz de organizá-la em dias.
Por exemplo: se Thiago Peixoto (PSD) não disputar a eleição para deputado, optando por ser vice de José Eliton, abre-se um espaço novo para Jayme Rincon.
Uma coisa é certa: Jayme Rincon — insistamos, uma força da natureza — nunca é, por si mesmo, um desistente. É uma arma poderosa do governador Marconi Perillo. Ao mesmo tempo, avalia que importante mesmo é eleger José Eliton para o governo e manter a base aliada unida e invencível.

Um dos mais próximos auxiliares do governador de Goiás, Marconi Perillo, elogia a coragem e a firmeza de José Vitti, que, durante sete dias, governou o Estado sem deixar cair a peteca, como dizem.
Quando chegou o momento de demitir Arthur Toledo e nomear José Manoel Caixeta para o comando da Agrodefesa, José Vitti não titubeou um minuto.
Arthur Toledo havia sido indicado pelo presidente da Faeg, José Mário Schreiner — que no interior é conhecido como “o Caiadinho da Federação” —, que está trabalhando na pré-campanha de Ronaldo Caiado para governador. Motivo: o senador prometeu que vai bancá-lo para deputado federal, com o apoio de Paulo “da Mídia” do Vale (PMDB), o prefeito de Rio Verde.
Não se sabe se é verdade, mas um governista diz ter ouvido que, para Schreiner, “é Deus no Céu e Caiado na Terra”. Nos bastidores, o presidente da Faeg estaria fazendo críticas acerbas tanto ao governo quando ao PSD de Vilmar Rocha, Thiago Peixoto e Heuler Cruvinel. O trio não teria lhe dado nenhum apoio.

O senador Ronaldo Caiado não disse publicamente que está jogando a toalha e que apoiará Daniel Vilela para governador. Mas danielistas têm constatado, no seus discursos, certo desânimo, sobretudo quando afirma que não vai contribuir para dividir as oposições.
Os danielistas estão interpretando a tese como uma maneira cautelosa de jogar a toalha e sugerem que o senador começa a perceber que, ao contrário do que pensava, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, não manda no PMDB e não tem mais força no interior.
Mesmo quando Iris Rezende manda Samuel Belchior, o Samuca da Pastinha, para coordenar encontros de Ronaldo Caiado no interior, o que se vê é desalentador: aparecem uns gatos pingados que, além de terem escasso prestígio, participam de quaisquer outros encontros, tanto das oposições quanto, às vezes, da situação.
Aos poucos e na própria pele, o senador do DEM está percebendo que, se candidato a governador, estará sozinho — no mato e sem cachorro. Iris Rezende ajuda em Goiânia, mas não no interior, onde o PMDB está fechado com Daniel Vilela e não aprecia nem mesmo ouvir o nome de Ronaldo Caiado, sobretudo o sobrenome. Procede que há, no peemedebismo-pessedismo interiorano, uma certa ojeriza ao “udenismo” do senador.

Consta, segundo um deputado, que, para o prefeito de Rio Verde, Paulo “da Mídia” do Vale, que “o nome do senador Ronaldo Caiado é missa e música para seus ouvidos e o nome de Daniel Vilela é xingamento”.
O prefeito da mais rica cidade do Sudoeste goiano estaria chamando o pré-candidato de “aquele menino mimado do Maguito” (Vilela) e desafiando-o a expulsá-lo do PMDB. Consta que sua ficha de filiação ao DEM já está assinada e só falta levá-la à Justiça Eleitoral.
Paulo da Mídia tem o hábito de dizer que não deve um voto a Daniel e a Maguito Vilela. Mas deve muito a Ronaldo Caiado.