Bastidores

A direita eleitoralmente forte em Goiânia está associada ao deputado federal Gustavo Gayer, do PL, que obteve 83604 votos (11,18%) na capital (ao todo, teve mais de 200 mil votos, gastando quase nada, o que prova a força do voto ideológico).
Pois a direita que tem voto na capital tomou uma decisão: não vai apoiar Vanderlan Cardoso para prefeito de Goiânia por dois motivos. Primeiro, ao votar em Rodrigo Pacheco para presidente do Senado — ignorando que o bolsonarismo havia decidido apoiar, em bloco, Rogério Marinho —, perdeu, de cara, o apoio de Gustavo Gayer. Segundo, ao receber uma crítica dura do parlamentar, reagiu com um processo judicial.

Gustavo Gayer e Vanderlan Cardoso romperam, em caráter definitivo, de acordo com bolsonaristas goianos.
O que fará a direita goianiense? Há dois caminhos. Primeiro, convencer o senador Wilder Morais — que permanece leal ao bolsonarismo e, por isso, afirma que não aceitará cargos para aliados no governo do presidente Lula da Silva, do PT — a disputar a Prefeitura de Goiânia. Pedra no caminho: Wilder Morais e Vanderlan Cardoso teriam estabelecido um pacto. Em 2024, o senador do PL apoiará o senador do PSD para prefeito de Goiânia e em retribuição este apoiará aquele para governador em 2026.

Problema: Vanderlan Cardoso, se for derrotado em 2024, pode disputar o governo em 2026, e não a reeleição. Em 2020, o governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, apoiou Vanderlan Cardoso para prefeito de Goiânia, porém, na hora da retribuição, na disputa da reeleição, o senador apoiou outro candidato, Major Vitor Hugo, do PL. O PSD, partido de Vanderlan Cardoso, apoiou, lealmente, Ronaldo Caiado.
O segundo caminho é bancar Gustavo Gayer para prefeito. A direita bolsonarista avalia que, além de forte político-eleitoralmente, o deputado pode esvaziar a candidatura de Vanderlan Cardoso. O senador sabe, desde já, que, se for candidato, estará (já está) sob ataque do bolsonarismo — o que certamente o enfraquecerá.

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