Bastidores
Quando Antônio Gomide se lançou pré-candidato a governador pelo PT, o tucanato assustou-se, avaliando que, como possível novo, seria difícil derrotá-lo. Agora, o tucanato avalia que Gomide não decolou e que a ameaça verdadeira, por sua imensa estrutura e por ter contratado marqueteiros profissionais, como Duda Mendonça e Augusto Fonseca, é mesmo Júnior Friboi. Mas é cedo para julgamentos peremptórios. A eleição só se define mesmo durante a campanha.
Os friboizistas são radicais e dizem, com todas as letras, que Antônio Gomide (PT) “está se tornando ‘aventureiro’”. Um ex-deputado é peremptório: “Gomide vai atrapalhar Dilma Rousseff em Goiás e não tem o apoio nem mesmo do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, que é de seu partido”. Um friboizista afirma que Paulo Garcia é um dos articuladores da “candidatura” de Iris Rezende. Na semana passada, o secretário de Saúde do prefeito, Fernando Machado, disse a um interlocutor que Iris será o candidato do PMDB.
Durante entregas de máquinas para prefeitos goianos — um programa do governo federal —, o deputado Luis Cesar Bueno (PT) criticou o governador Marconi Perillo (PSDB). O petista disse que a presidente Dilma Rousseff era republicana, pois entrega máquinas para prefeitos de vários partidos, não apenas de sua base. O secretário da Agricultura, Antônio Flávio Lima, sem agredir Luís Cesar ou os demais petistas presentes, frisou que Marconi está fazendo obras em praticamente todo o Estado e sem discriminar prefeitos oposicionistas. O secretário sugeriu que vários prefeitos das oposições elogiam o caráter republicano do governo Marconi. Antônio Flávio frisou que os prefeitos brasileiros estão com pires nas mãos, por falta de recursos, e que é preciso revisar o pacto federativo. Porque hoje os recursos são concentrados no governo federal e as cidades estão praticamente “mortas”.
Costuma-se dizer que a política de Brasília muda de manhã, à tarde e à noite. O senador Gim Argello (PTB), que havia decidido disputar mandato de deputado distrital, avisa que vai ser candidato à reeleição. O deputado federal José Antônio Reguffe, que havia anunciado apoio ao pré-candidato do PSB a governador do Distrito Federal, senador Rodrigo Rollemberg, pode acabar apoiando a reeleição do governador Agnelo Queiroz. E pode não disputar mandato de senador. Se candidato a senador, Reguffe, uma espécie de publícola midiático, possivelmente seria eleito. Ele é o queridinho da classe média brasiliense. O PT quer bancar Geraldo Magela (ou Chico Leite) para senador. Mas uma chapa com Agnelo e Reguffe poderia ser mais útil, eleitoralmente, para o postulante petista. Porque Reguffe “limpa” Agnello, que, embora seja um gestor de qualidade, está com a imagem corroída e tem um marketing político de segunda categoria.
A máquina às vezes funciona em Brasília. Joaquim Roriz, aquele político que confunde Kafka com comida árabe, sempre ganhou com o uso intensivo da máquina e a exploração do eleitor de baixa renda. No momento, mesmo com o controle de uma máquina poderosa e rica, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que os adversários chamam de “Agnulo” e “Argh! Nulo”, está mal nas pesquisas. Acredita-se, porém, que, apesar de mal avaliado, irá para o segundo turno, dada a força da estrutura. Mas em Brasília a grande aposta do momento é o senador Rodrigo Rollemberg, do PSB. Rollemberg aparece atrás de José Roberto Arruda (PR) — que dificilmente será candidato, mas, se for, é forte, especialmente se aliado com uma filha de Joaquim Roriz —, mas, apontado como um político “não contaminado” e aliado de Marina Silva, que é bem avaliada em Brasília, tem chance de ser eleito. O presidenciável Aécio Neves, que não quer subir no palanque de Arruda, deve apoiar o deputado federal Luiz Pitiman (PSDB) para o governo. Por enquanto, o tucano aparece mal nas pesquisas, atrás até de Agnelo. O pleito do Distrito Federal tem uma característica: o PDT, embora seja um partido relativamente pequeno na capital, tem dois políticos fortes, o senador Cristovam Buarque e o deputado federal José Antônio Reguffe. Este quer apoiar Rollemberg, já declarou apoio e chegou a sugerir que, se for brecado pela cúpula nacional do PDT, que quer compor com Agnelo, pode até mesmo não ser candidato em 2014. Porém, como político não gosta de ficar sem poder, Reguffe pode disputar mandato de deputado, dando apoio apenas informal a Agnelo, e, na campanha, pode fazer corpo mole e, indiretamente, apoiar Rollemberg.
Os prefeitos de Goiatuba e de Turvelândia devem apoiar a reeleição do governador Marconi Perillo. Detalhe a ressaltar: eles são filiados ao PMDB. O prefeito de Goiatuba inclusive deve apoiar Giuseppe Vecci para deputado federal.
O governador Marconi Perillo confidenciou a um aliado político que Iris Rezende deve disputar mandato de senador. Mais: o tucano-chefe acredita que o peemedebista será derrotado. O tucano acredita que vai ser reeleito e que vai contribuir para eleger o próximo senador. O grupo de Marconi já derrotou Iris duas vezes para o governo e uma vez para o Senado.
O prefeito de Catalão, Jardel Sebba (PSDB) deve ser julgado pela Justiça Eleitoral na segunda-feira, 19. Se perder, Jardel Sebba pode recorrer, no poder, ao TSE.
O vice-prefeito de Catalão, Rodrigão Carvelo, do Solidariedade, planeja ser vice de Júnior Friboi. Se não conseguir, Rodrigão, que está em litígio com sindicalistas de Catalão, deve ser candidato a deputado estadual. Ele planeja ser candidato a prefeito do município em 2016, contra Jardel Sebba e com o apoio de Adib Elias, seu novo guia espiritual.
Pré-candidato a deputado federal, Daniel Vilela espera receber cerca de 50 mil votos em Aparecida de Goiânia. Com mais os votos de Goiânia e de Jataí, Daniel Vilela acredita que será eleito com mais de 120 mil votos.
Pré-candidato a governador pelo PSB, Vanderlan Cardoso recebe em Goiânia na sexta-feira, 23, o presidenciável Eduardo Campos. Durante um almoço, o ex-governador de Pernambuco vai conversar com políticos e empresários. Vanderlan Cardoso dirá a Eduardo Campos que não vai desistir da disputa e que pode contar com um palanque pequeno mas fiel em Goiás.
De Eduardo Machado, presidente nacional do PHS, que viajou com Marconi Perillo para o interior: “O governador Marconi Perillo de 2014 nada tem com o de 2012. Ele está leve, feliz e confiante. E está em lua de mel com povo”. Eduardo Machado diz que Marconi reencontrou-se. “É impressionante a sua capacidade de dar a volta por cima e de fazer política em tempo integral, e sempre com um sorriso no rosto”, frisa o líder do PHS.
Aliados de Júnior Friboi afirmam, sem receio, que o pré-candidato a governador do PMDB não teme, de maneira alguma, uma possível “revolta” dos produtores de carne, os pecuaristas. Os friboizistas consideram que a área moderna do setor são exatamente os frigoríficos, como o JBS-Friboi, e não os pecuaristas, que, apesar das exceções, são apontados como conservadores e pouco a afeitos à mudança. Claro que dizem isto em off. Publicamente, em on, fazem elogios aos produtores rurais. Mas os pecuaristas atacam os frigoríficos, notadamente o JBS-Friboi, devido ao que denunciam como “cartel da carne”, que, asseguram, nada tem de moderno.
O presidente de um partido contou ao Jornal Opção que o pré-candidato a governador de Goiás pelo PSB, Vanderlan Cardoso, o procurou para uma composição e ofereceu-lhe a vice e ou então a vaga se candidato a senador. O político inquiriu: “Mas e o Aguimar Jesuíno, que é ligado à ex-ministra Marina Silva?” Vanderlan teria dito que ele poderia ser o vice, por exemplo, ou mesmo ficar fora da chapa majoritária. Vanderlan estaria interessado em duas coisas: experiência política e, sobretudo, mais tempo de televisão. Como tempo atual, o socialista terá pouco espaço para expor seus projetos e fazer as críticas que avaliar como vitais.
O deputado federal Sandes Júnior diz que a chapa majoritária da base governista está praticamente escalada, com Marconi Perillo, José Eliton e Vilmar Rocha