Bastidores

[caption id="attachment_59112" align="alignnone" width="620"] Nárcia Kelly não tem recursos financeiros fartos, mas avalia que, em contato direto com os eleitores, pode derrotar o candidato dos milhões | Foto: Naiane Gomes[/caption]
A advogada Nárcia Kelly Alves da Silva, de 28 anos, tem um sonho: ser prefeita de Bela Vista. Não será fácil: o prefeito Eurípedes José do Carmo, bem avaliado pelo eleitorado, banca outro nome — Vanderlan Celso e Silva. De comum entre Nárcia e Vanderlan os prenomes iniciados com consoantes e o Silva do sobrenome. E só. Nárcia simboliza a modernidade, o futuro capturado pelo presente, enquanto Vanderlan simboliza a tradição, o futuro controlado pelo passado.
Nárcia Kelly é vice-prefeita de Bela Vista, mas, dado seu posicionamento independente e crítico, não é bem-vista por Eurípedes do Carmo. Pré-candidata a prefeita pelo PTB, planeja uma campanha espartana e, sobretudo, não quer incomodar as pessoas que trabalham, se divertem e descansam. Sua campanha não terá carreatas — que geram engarrafamentos, acidentes e custam caro (quase sempre é preciso pagar o combustível dos veículos dos motoristas) —, carros de som (são detestados pelas pessoas), foguetes (“que assustam as pessoas, notadamente crianças e idosos”) e comícios. Numa visita à redação do Jornal Opção, na semana passada, acompanhada do jornalista Nilson Gomes, Nárcia Kelly disse que prefere conversar com as pessoas, visitando-as em suas próprias casas e organizando pequenas reuniões nas quais pode expressar seu pensamento e ouvir o que as pessoas dizem. “Aprecio falar diretamente com as pessoas, sabendo seus nomes e escutando o que de fato querem.” Por ter militado como cooperativista — sua família é produtora de polvilho —, aprecia ouvir, e cuidadosamente, o que dizem os indivíduos. “Estou elaborando um plano de governo a partir do que ouço diariamente e o povo sempre tem ideias interessantes.”
Preocupada com a democracia em Bela Vista, com a construção de uma gestão para todos, não só para grupos ou guetos políticos, Nárcia Kelly frisa que, se eleita, pretende fazer uma administração eficiente e criativa. “Um dos meus objetivos é atender bem a sociedade em todas as áreas e atender os cidadãos de maneira integral e sem discriminações políticas e ideológicas.”
Em maio de 2014, quando o prefeito Eurípedes do Carmo viajou para Paris com a família, Nárcia Kelly assumiu a gestão de Bela Vista. Ao tentar colocar ordem na casa, democratizando o atendimento na prefeitura, começou a ser sabotada por um grupo de aliados do prefeito. Com coragem e respeitando as leis, a jovem demitiu dois secretários — um deles Vanderlan Celso e Silva, visto pela sociedade de Bela Vista como uma espécie de primeiro-ministro — e o procurador da prefeitura. Foi um deus-nos-acuda. Os demais secretários, mesmo o que não queriam, foram obrigados a pedir demissão, como uma maneira de travar a gestão da prefeita interina. O prefeito voltou “correndo” de Paris — mal teve tempo de curtir a Torre Eiffel e comprar suvenires — e reassumiu, apavorado. É que o povo estava começando a apreciar a gestão democrática, popular e exigente de Nárcia Kelly. Consta que Eurípedes do Carmo não teme nenhum político de Bela Vista — exceto a coragem e a disposição da garota que é “amada” pela população.
Vocacionada para a política, embora não tenha paixão pelo poder — sobretudo, o poder pelo poder —, Nárcia Kelly foi eleita vereadora, em 2008, com a maior votação da história de Bela Vista, surpreendendo seus adversários e, mesmo, seus aliados. Ela tinha apenas 20 anos. “Acredito numa forma de fazer política, na qual o interesse público sobrepuje o interesse particular, de grupos. Fala-se que os recursos são escassos e, de fato, são. Mas, se bem aplicados e sem que se desvie dinheiro público para fins particulares, são suficientes para atender bem a sociedade.”
Além de montar um conselho político, Nárcia Kelly está caminhando pela cidade com os pré-candidatos a vereador que a apoiam. “Digo sempre a eles: não temos recursos financeiros, mas temos ideias e identidade com as pessoas do município. Política, para mim, é a arte do diálogo com a população. Se eleita, quero e vou ser funcionária do povo. Um de meus trabalhos, ao contatar as pessoas, é reunir as famílias. As famílias sabem o que é melhor para todos, não só para indivíduos isolados.”
Como seus recursos financeiros são parcos, Nárcia Kelly trabalha, de maneira coordenada e competente, nas redes sociais. “Tenho mais de 13 mil seguidores e, o que é mais importante, mantenho de fato uma interação com eles. Não se trata de um contato proforma. Uso o Facebook para entrar em contato com várias pessoas, notadamente os jovens. É um canal de debate político instrutivo e eficiente. As pessoas de Bela Vista apreciam debater política.”
Para disputar uma eleição contra um máquina relativamente azeitada, como é a montada pelo prefeito Eurípedes do Carmo, Nárcia Kelly sabe que não bastam boas ideias. Por isso está procurando formatar uma aliança política substantiva. “Hoje, com o apoio de vários políticos, como o deputado federal Jovair Arantes, conseguimos montar uma frente com o apoio de quatro partidos — PTB, PV (Guido Juliano), PTN (João Firmino) e PMN. Mas estamos conversando com líderes de outros partidos, como PTC, PSDB, PP e PDT. Tenho apoio de alguns segmentos organizados.”
O bisavô de Nárcia Kelly, Antônio Batista, era um lavrador simples, mas de visão. Casado com Etelvina Batista, ele comprou terras na região de Bela Vista e, enquanto os homens fabricavam tijolos, as mulheres faziam polvilho. Aos poucos, organizaram a bem-sucedida Cooperativa do Cará (produção de polvilho e farinha).
Sobre as eleições de Jataí, no Sudoeste de Goiás, o presidente do PMDB em Goiás, deputado federal Daniel Vilela, é peremptório: “O ex-deputado federal Leandro Vilela será nosso candidato a prefeito”. Mas o ex-parlamentar não estaria desmotivado com a política e motivado com o emprego numa empresa de Júnior Friboi? “Leandro está maduro e preparado para ser prefeito. Sabe que não é fácil, dadas a crise nacional e a escassez de recursos. Ele é um caso curioso. A cidade o quer na disputa, está com saudade dele, pois, quando deputado, ajudou a modernizá-la.” Se disputar pode mudar até o quadro da oposição. O tucano Victor Priori, por exemplo, pode sair do páreo.

[caption id="attachment_59100" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
O deputado estadual e produtor rural Lissauer Vieira deve disputar a eleição para prefeito de Rio Verde pelo PP, apesar do convite da senadora Lúcia Vânia, que quer levá-lo para o PSB. “O PP é o partido do prefeito Juraci Martins, meu aliado e político que banca minha candidatura. Sou um político que respeita as decisões do grupo.”
Lissauer Vieira afirma que se apresentou como pré-candidato depois de Heuler Cruvinel, do PSD, e de Paulo do Vale, do PMDB. “Mesmo assim, percebo que meu nome está firme, crescendo, se consolidando. Agora, começo a firmar as alianças políticas, a buscar o apoio dos vereadores [14 dos 21 vereadores devem bancá-lo, o que é uma força considerável] e dos líderes dos partidos políticos.” Sobre Juraci, Lissauer diz: “Ele tem credibilidade, é um homem de bem e, como gestor, é acima da média”.

Paradoxo do “novo” PMDB: seus líderes, como Daniel Vilela, falam em renovação, mas apoiam Iris Rezende, de 82 anos e na política há mais de 60 anos, para prefeito de Goiânia. O decano peemedebista já ocupou vários cargos, de prefeito de Goiânia a governador de Goiás, e sempre trabalhou para evitar mudanças no partido.

O prefeito de Catalão, Jardel Sebba (PSDB), batizou de Maria Perillo o grande corredor ecológico que será inaugurado em março. A homenagem foi comunicada ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que ficou emocionado com a notícia. Animado por uma bateria de pesquisas qualitativas e quantitativas, o tucano é cada dia mais candidatíssimo à reeleição. Seus aliados apostam que, com sua imensa capacidade de trabalho, será reeleito.

[caption id="attachment_59076" align="alignnone" width="620"] Divulgação[/caption]
O presidente do Pros, Eurípedes Júnior, depois de ter comprado avião e helicóptero com dinheiro do fundo partidário — desagradando integrantes do partido —, pode ser um grande baque nos próximos dias. A maioria dos deputados pode abandonar o Pros em busca de um partido mais organizado e mais descentralizado, deixando-o isolado e com escasso prestígio junto ao governo da presidente Dilma Rousseff. O Pros é visto como propriedade particular de Eurípedes.
O deputado estadual afirma que, ao retirar seu nome e o de Gláucia Melo, abre espaço para novos postulantes se apresentarem
Tão-somente 41 internautas se conectaram, mas não houve repercussão nenhuma na mídia
Eduardo Zaratz frisa que o ex-parlamentar é um nome consistente e testado política e eleitoralmente
Franco Martins, Sérgio Bravo e Divino Lemes podem compor com o prefeito? Difícil, até muito difícil, mas não impossível
Popularidade do prefeito do Partido Progressista paralisa a oposição no município
A prefeita Lucimar Nascimento anunciou, em carta, que não vai disputar a reeleição em outubro
O senador é cotado para disputar o governo do Distrito Federal em 2018
O jornalista é responsável pela comunicação atenta e sempre presente
Apontada como executiva eficiente, com larga visão do mercado financeiro, Marise Fernandes de Araújo, a chefona da Caixa Econômica Federal em Goiás, é cotada para disputar mandato de deputada federal em 2018.
Vários partidos, do PT ao PSDB, estão na sua cola. Todos querem lançá-la. Marise Fernandes não aparece muito na imprensa, mas é bastante conhecida em todo o Estado.
Marise Fernandes é uma executiva diplomática e atende todos bem, com eficiência. Os vários grupos políticos frisam que seu trabalho é técnico e não se preocupa com ideologias partidárias.