Bastidores

Pelo menos dez deputados estaduais planejam disputar mandato de prefeito em 2016. Veja: Adib Elias (PMDB), em Catalão Álvaro Guimarães (PR), em Itumbiara Cláudio Meirelles (PR), em Jussara Ernesto Roller (PMDB), em Formosa Francisco Júnior (PSD), em Goiânia Júlio da Retífica (PSDB), em Porangatu -- ou pode bancar um filho Lucas Calil (PSL), em Inhumas Paulo Cezar Martins (PMDB), em Quirinópolis Sérgio Bravo (Pros), em Senador Canedo Virmondes Cruvinel (PSD), em Goiânia.

[caption id="attachment_30757" align="alignright" width="620"] Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Dilma Rousseff: não há salvação para os três políticos de maneira isolada. São três “mosqueteiros” | Divulgação/Agência Brasil/Paulo Whitaker/Reuters[/caption]
No plano nacional e em horário nobre, o PMDB e o PT podem encenar a novela “O Abraço dos Afogados”, com roteiro de Dilma “Kafka” Rousseff e direção de Michel “Costa Gravas” Temer. Quem vasculha os jornais, em busca de algum norte — o caos parece ter tomado conta da política e da economia do, diria Ivan Lessa, Bananão —, fica com a impressão de que o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ambos do PMDB, vão romper com o PT da presidente.
Porém aquele que tiver alguma acurácia ou perspicácia perceberá que a novela “O Abraço dos Afogados”, a partir do título, contém a explicação para o que está acontecendo na enlouquecida política nacional. Renan Calheiros e, sobretudo, Eduardo Cunha sinalizam que o PT de Dilma Rousseff quer destrui-los. Fato? Meio fato? Falso?
“De tudo um pouco”, diria Ariano “João Grilo” Suassuna. Ou, diria Orson Welles, nem tudo é verdade. Procede que o PT gostaria de ver a dupla às vezes dinâmica Renan Calheiros e Eduardo Cunha à porta do Inferno, ao menos o de Dante Alighieri. Procede igualmente que os dois peemedebistas gostariam de ver a presidente Dilma Rousseff ao menos à porta do Purgatório. Lula, guiado por Virgílio ou Beatriz, ficaria no Paraíso.
Porém, filigranas literárias à parte, PMDB e PT, neste momento, são irmãos siameses, mas inseparáveis e indistinguíveis. A queda do PMDB levará o PT como “troco”. A queda do PT levará o PMDB ladeira abaixo. Portanto, por mais que se ataquem, os líderes dos dois partidos têm de buscar salvação — alguma salvação — conjunta. Se juntos, será difícil escapar; isolados, serão presas fáceis.
Portanto, o leitor não se deve deixar “enganar” por aquilo que às vezes é obrigado a ler nos jornais. O fato é que o PT terá de salvar o PMDB — leia-se Renan Calheiros e Eduardo Cunha — para tentar salvar-se (leia-se Dilma Rousseff). A alternativa é o cemitério político e ninguém, no PT e no PMDB, quer “ocupar” seus pequenos “lotes” (covas).

[caption id="attachment_10855" align="alignright" width="300"] Frederico Jayme | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O ex-deputado e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado de Goiás Frederico Jayme desfiliou-se do PMDB não devido à ameaça de expulsão — orquestrada pelo ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, que o considera como adversário e, até, inimigo —, e sim porque está trabalhando como chefe de gabinete do governador Marconi Perillo (PSDB).
Ao contrário do que o irismo especulou, Frederico não está patrocinando uma retirada em massa de peemedebistas descontentes — que, de fato, são muitos — para a base governista. Àqueles que o consultam, afirma que, no momento, está mais preocupado com o sucesso administrativo do governo.
O presidente do PSDB, Paulo de Jesus, levou uma ficha para ele se filiar. Frederico prefere aguardar um pouco mais.

[caption id="attachment_30753" align="alignright" width="300"] Jorge Kajuru: “Recebi 84 mil votos em Goiânia para deputado federal” / Divulgação[/caption]
O jornalista e radialista Jorge Kajuru mudou-se para Goiânia e com uma ideia fixa na cabeça: vai disputar a prefeitura da capital em outubro de 2016. “Tenho 54 anos de idade, estou bem de saúde [embora quase cego], depois de ter sido revirado da cabeça aos pés por um médico que é filho de Adib Jatene, e tomei uma decisão: disputarei a Prefeitura de Goiânia nas próximas eleições. Acrescento que vou entrar no páreo para ganhar e não para fazer número”, disse ao Jornal Opção na quinta-feira, 12. Ele é filiado ao PRP.
Perguntado se a aliança política com Vanderlan Cardoso, do PSB, foi rompida, Kajuru é peremptório: “Sim. Como Vanderlan se tornou aliado do governador Marconi Perillo, quero ser seu adversário e derrotá-lo no próximo pleito. Vou criticá-lo duramente na campanha e é possível que, depois de me enfrentar, tenha de voltar para Senado Canedo”.
Procede que Kajuru pode ser vice de Iris Rezende (PMDB) — atraído pelo senador Ronaldo Caiado? “Papo furado. Por que Iris, com toda a sua experiência, não pode ser meu vice? Depois, eu iria a deputado federal, meu sonho, e ele assumiria a prefeitura.”
Kajuru diz que seus adversários não podem esquecer que, como candidato a deputado federal, recebeu 84 mil votos em Goiânia.

Por que o jornalista e radialista Jorge Kajuru quer ser prefeito de Goiânia? “Devido a alguns problemas de saúde, perdi parte da visão. Porém, ainda assim, posso perceber que a capital de Goiás tem o pior asfalto do mundo e a cidade está suja, encardidíssima. Se eleito, Goiânia será uma das cidades mais limpas e, ao mesmo tempo, uma das mais seguras do país.”
A gestão do prefeito Paulo Garcia, na opinião de Jorge Kajuru, é uma das piores da história do país. “Tenho 54 anos e mudei-me para Goiânia em 1978 — há 37 anos. Sinto-me como parte da cidade, com a qual tenho identidade e gosto das pessoas. Portanto, aceito o desafio e digo que quero ser candidato a prefeito.”
Jorge Kajuru afirma que, se eleito, vai montar uma equipe com notáveis de Goiânia e de outros Estados. “Meu secretário da Cultura será o músico, compositor e cantor Ivan Lins, um dos artistas mais completos do país. Como sou ousado, vou contribuir para colocar Goiânia, de maneira positiva, no cenário nacional. Quem viver, se quiser, verá.”

[caption id="attachment_29895" align="alignright" width="300"] Enil Henrique / Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
A saída de Henrique Tibúrcio da presidência da OAB-GO e a eleição de Enil Henrique para o mandato-tampão provocaram uma divisão na advocacia. Para a eleição de novembro, embora esteja cedo para definir o quadro — que deve afunilar —, 5 nomes estão colocados: Enil Henrique (favorito, se unir sua base), Lúcio Flávio (nome forte das oposições), Pedro Paulo Medeiros (bancado por Felicíssimo Sena), Flávio Buonaduce Borges (nome de Miguel Cançado) e Djalma Rezende.

De um parlamentar da base governista: “O deputado Mané de Oliveira denunciou o padre Luiz Augusto Ferreira como funcionário fantasma da Assembleia Legislativa de Goiás”. O motivo? “O fato de o religioso da Igreja Católica ter visitado Maurício Sampaio na prisão.” Sampaio é acusado de mandante do assassinato de Valério Luiz, filho do tucano.
A denúncia contra o padre Luiz Augusto teve, assim, uma motivação pessoal. Mas não deixa de ser louvável. Parte dos deputados está irritada com Mané de Oliveira, para fazer média com o padre e com a Igreja Católica, mas não pode dizer que ele está errado.
Versão do deputado tucano
A versão do deputado estadual tucano — ele garante que não é o responsável pela denúncia — pode ser lida no link: https://jornalopcao.com.br/bastidores/deputado-manoel-de-oliveira-garante-que-nao-e-o-autor-da-denuncia-contra-o-padre-luiz-augusto-31023/
Dois nomes populares, o delegado-deputado Waldir Soares (PSDB) e o jornalista-radialista Jorge Kajuru (PRP), se candidatos a prefeito de Goiânia, em 2016, prejudicam sobretudo a campanha de Iris Rezende (PMDB). O delegado Waldir e Kajuru podem atrair votos exatamente do eleitorado de Iris Rezende na periferia de Goiânia. Fala-se que a votação do delegado Waldir contribuiu para a derrota de Iris Araújo na disputa para deputada federal. A votação da peemedebista em Goiânia caiu assustadoramente. Mas poucos se lembram que Kajuru foi decisivo para a redução dos votos da peemedebista.

[caption id="attachment_30746" align="alignright" width="300"] Foto: Fernando Leite/ Jornal Opção[/caption]
A senadora Lúcia Vânia blefa? Só diz isto quem não a conhece. Na verdade, ela está tentando sair do PSDB a algum tempo. Como tem sido boicotada pela cúpula do partido, em nível nacional — seu problema não é local —, quer deixar o partido, e com certa urgência. Já consultou advogados e o TSE. Para sair, quer estar amparada integralmente pelas leis.
O caminho mais seguro para Lúcia Vânia é o PPS, presidido em Goiás pelo deputado federal Marcos Abrão, seu sobrinho. Mas a senadora abriu conversações com o presidente do PSB, Vanderlan Cardoso, que quer vê-la no partido. “Lúcia vai colonizar a PSB?”, pergunta um socialista. Não se sabe. Mas, se for para o PSB, quer o comando partidário.
Vanderlan diz que dará tudo o que Lúcia Vânia quer. Até a presidência? Não se sabe se chega a tanto. Para Lúcia, que pretende disputar mandato de senadora em 2018, ter o controle de dois partidos, o PP e o PSB, lhe daria força política para uma negociação com o governador Marconi Perillo. A tendência é que, naquele ano, Marconi seja candidato a senador junto com Vilmar Rocha (PSD). Uma vaga seria do PSDB e outra do PSD. Estando noutro partido, com controle de sua cúpula, Lúcia Vânia poderia bancar sua candidatura.
O prefeito de Rio Verde, Juraci Martins (PSD), vai vestir pijama a partir de 2017. Ele decidiu não disputar mais mandato político. A primeira gestão de Juraci Martins foi realizadora. A segunda, depois que o médico e político teve problemas cardíacos, é tida como uma das piores da história do município. O prefeito estaria desmotivado e seus aliados fazem o que querem na prefeitura.
Nas inaugurações no interior de Goiás, o governador Marconi Perillo tem dito que vai se comportar de maneira republicana, atendendo todos os prefeitos. Em Jussara, na semana passada, sublinhou que ganhou as eleições em 229 dos 246 municípios goianos. O tucano-chefe ressaltou que perdeu em 17 municípios, mas que eles também vão continuar recebendo seu apoio. Marconi Perillo avalia que o desenvolvimento de Goiás começa pela expansão dos municípios e, por isso, nenhum deles pode ser boicotado pelo governo.
Em Jussara, o governador Marconi Perillo frisou que, apesar da crise nacional, o governo está ajustado para garantir o crescimento e o desenvolvimento de Goiás. O tucano-chefe quer ter um caixa mínimo para fazer investimentos. Porque o governo federal não vai repassar recursos decisivos e o Estado não vai contrair empréstimos este ano.
A secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, apelidada de Mãos de Tesoura, já teve atritos com o vice-governador, José Eliton, e com o secretário das Cidades, Vilmar Rocha. A pergunta que todos, no governo, fazem é: qual será a próxima briga de Ana Carla Abrão? Ela pode se tornar o bode expiatório do governo. O governador Marconi Perillo, que sempre defende Ana Carla Abrão, está procurando apaziguar os ânimos. O tucano-chefe tem dito que a missão de Ana Carla Abrão é fazer o ajuste fiscal para aumentar a arrecadação. No final, se a capacidade de investimento do Estado for ampliada, todos vão agradecê-la. A missão de José Eliton, frisa o tucano-chefe, é refazer a agenda do desenvolvimento. Por isso, aqui e ali, haverá algum choque contra aquela cuja missão é fazer cortes, enxugar a máquina. Desenvolvimento, afinal, rima mais com investimentos do que com enxugamento de custos.
O deputado federal Roberto Balestra (PP), em visita ao Jornal Opção, disse que Abelardo Vaz será candidato a prefeito de Inhumas. Pelo PP. Roberto Balestra frisa que há um clamor público pela volta de Abelardo Vaz à Prefeitura de Inhumas. Porém, o ex-prefeito reluta. “Quando chegar a hora, será candidato. A cidade o quer e exige”, afirma o deputado.
