Por Thiago Burigato
Líder do grupo A, seleção vai pegar o Chile – segundo colocado do grupo B – como primeiro desafio da segunda fase da competição
Atos ocorreram diversas vezes desde 2010. Caso corre em segredo de justiça
Administração municipal anunciou para esta terça-feira (24/6) o protocolamento de resposta ao ofício da Comissão de Conflitos Fundiários da Secretaria da Segurança Pública (SSP-GO), sobre as reivindicações do movimento grevista
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Maguito Vilela e Júnior Friboi: aliança desfeita[/caption]
Júnior Friboi cedeu seu escritório político de Goiânia para sediar o comitê eleitoral de Daniel Vilela, mas não está nada satisfeito com as criticas feitas pelo pai do candidato a deputado federal pelo PMDB, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Friboizistas dizem que Friboi avalia como equivocada a posição de Maguito de articular a candidatura de Iris Rezende a governador.
Aliados de Friboi dizem que o empresário não consegue entender Maguito, que, junto com ele, foi atropelado pelas forças hostis do irismo. Mas é provável que Maguito entrenda mais de política do que Friboi e, por isso sabe que, em eleição para governador, não há neutralidade possível.
Um maguitista de Aparecida de Goiânia diz que Maguito ficou irritado com a desistência de Júnior Friboi. O peemedebista acreditava que, se o empresário forçasse um pouco mais a barra, batendo o pé que seria candidato — sobretudo por ter o controle da maioria dos delegados que votam na convenção —, Iris acabaria saindo do páreo.
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Frederico Jayme: “Caiado não é e não
pode ser visto como bate-pau de Iris”[/caption]
“Ao contrário do que disse o deputado federal Caiado (DEM)”, frisa o ex-deputado peemedebista Frederico Jayme, “Iris Rezende não transformou Goiânia. Poderia dizer, aí com mais acerto, que a gestão de Iris quebrou a Prefeitura de Goiânia. É uma pena que, por ter sido apoiado por Iris, o prefeito Paulo Garcia, do PT, não possa dizer a verdade, ou seja, que não está conseguindo administrar a capital devido à dívida gigantesca deixada pelo antecessor — fala-se em 300 milhões e 400 milhões. O veterano líder peemedebista afirma que asfaltou toda a cidade. O que não diz é que o asfalto, de má qualidade, terá de ser refeito por Paulo Garcia”.
Frederico Jayme sustenta que “Paulo Garcia é mais uma vítima de Iris Rezende. É uma pena que o prefeito está engessado devido à sua lealdade visceral a Iris. Quando terminar o mandato, ficará com o desgaste e será esquecido, inclusive por Iris”.
A composição do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) com Iris Rezende (PMDB) — formando uma chapa majoritária com certa consistência eleitoral —, a indicação do deputado estadual evangélico Luiz Carlos do Carmo, da Assembleia de Deus, para a primeira suplência e o apoio do bispo Manuel Ferreira, chefão das Assembleias de Deus do Brasil, para o candidato democrata assustaram a base marconista inicialmente.
Depois do susto inicial, decidiu-se manter a chapa que vem sendo sugerida pela base: Marconi Perillo para governador, José Eliton na vice e Vilmar Rocha para senador. Mas, ao menos levemente, cogitou-se uma mudança na chapa majoritária. Falou-se no nome do produtor rural José Mário Schreiner, um dos mais importantes líderes classistas de Goiás, para vice-governador. Mas esbarrou-se num problema: ele pertence ao mesmo partido de Vimar Rocha. O PSD não tem condições de bancar dois nomes para a chapa majoritária.
Cogitou-se também de incluir na chapa majoritária um evangélico respeitado pelos líderes das várias igrejas.
O fato é que Caiado surpreendeu a base marconista com suas escolhas e apoios.
A presidente do PC do B em Goiás, a séria, competente e guerreira Isaura Lemos, implantou lei do silêncio absoluto. Nenhum militante pode conversar com jornalistas sem consultá-la. É impressionante o “carneirismo” de líderes históricos do partido, que temem, se abrir a boca, uma punição drástica. Com a omissão dos líderes, a comunista assume o poder total, pois o poder jamais fica vago por muito tempo. Além do mais, ela e sua filha Tatiana Lemos detêm mandato legislativo, o que os demais comunistas não conseguem há algum tempo.
Segundo um líder (ou ex-líder) histórico dos comunistas, Isaura Lemos, espécie de amazona comunista e Stálin de saia, não permite que Aldo Arantes, líder histórico do PC do B, dispute mandato de deputado federal.
Entretanto, considerando a tese de hegemonia de Gramsci, o que Isaura Lemos está fazendo mesmo de errado? Nada...
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Iris Rezende, Vanderlan Cardoso e Antônio Gomide: os “generais” políticos sabem que, para chegarem ao segundo turno, precisam ir à guerra[/caption]
No primeiro turno, todo mundo é adversário de todo mundo. Daí que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB), o empresário Vanderlan Cardoso (PSB) e o ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT) são rivais e vão se criticar com acidez. Porque aquele que “alisar” o candidato “x” pensando na possibilidade de uma aliança no segundo turno pode não passar do primeiro turno. Para se apresentar como a melhor alternativa, os quatro candidatos terão, de algum modo, de exibir suas virtudes e diferenças e, aqui e ali, estocar os adversários.
Porém, há uma questão que merece ser discutida. Se as pesquisas de intenção de voto estiverem certas, no sentido de estarem mostrando um quadro aproximado do quadro que sairá da campanha — cruenta ou não —, é muito provável que o tucano Marconi esteja com os dois pés no segundo turno. Se isto se tornar um fato, a não uma especulação, como a que se está fazendo aqui, o grande rival de Vanderlan e Gomide, no primeiro turno, será Iris — e não Marconi.
Portanto, o candidato (ou candidatos) que concentrar seu fogo em Marconi — deixando Iris de lado — pode dar com os burros n’água.
Aquele que quiser disputar o segundo turno com o tucano-chefe — insistamos, se as pesquisas estiverem corretas — precisa fazer críticas duras e consistentes aos adversários. Iris Rezende, que pretende polarizar com Marconi, vai optar por atacá-lo e, assim, pode deixar os flancos desguarnecidos — sendo dinamitado por todos. Porque, no fundo, é o grande alvo de Vanderlan e Gomide.
Vanderlan e Gomide estão, respectivamente, em terceiro e quarto lugares nas pesquisas. Para se aproximar de Marconi, o líder nas pesquisas de intenção de voto, terão, primeiro, de superar Iris (quem alisar Iris dança). Ao mesmo tempo, para se aproximar de Iris, Gomide precisa superar Vanderlan. O resultado é que, para crescerem, Vanderlan e Gomide terão de bater, duramente, em Iris. Se não o fizeram, caem suas expectativas de chegar ao segundo turno.
O ex-deputado e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Frederico Jayme diz que está acompanhando com atenção as declarações do deputado federal Ronaldo Caiado, candidato a senador pelo DEM na chapa de Iris Rezende, candidato a governador pelo PMDB. “Aprecio quando Caiado diz que ‘não pressiona pessoas’ e ‘não protege escândalos’. Espera-se que não discuta apenas possíveis escândalos do governo de Marconi Perillo. É preciso verificar se o deputado, político sério e de palavra, vai criticar os escândalos que supostamente envolvem Iris Rezende e seu grupo político. O que Caiado terá a dizer sobre a carne contaminada de Chernobyl, os casos Caixego e Astrográfica, a quebra do BEG e do Banco de Desenvolvimento (BD), os armazéns da Casego, a ação da Delta na Prefeitura de Goiânia? Caiado combateu tais desmandos em tempos idos e, portanto, espera-se que não tenha esquecido deles.” Frederico, peemedebista atuante, não vai apoiar Iris para governador. “Não quero o retorno do passado. Goiás precisa avançar, e não recuar. No caso de Caiado, devo dizer que tem chance de ser eleito senador, porém, se permanecer muito hostil a Marconi e se apresentar como defensor de Iris, tende a perder a eleição. Caiado não é e não pode ser visto como bate-pau de Iris”. “Caiado deve perceber”, assinala Frederico, “que é candidato a senador — e não a governador. Ele precisa agregar suas bases eleitorais, que, a rigor, são as mesmas do governador Marconi Perillo. Ao atacar o líder tucano, ele gera desconforto em sua base. Menos empolgação e mais racionalidade — é o que se espera de um líder como o democrata”.
O presidente da OAB-Goiás, Henrique Tibúrcio, chegou a ser convidado para assumir uma secretaria no governo Marconi Perillo. Por enquanto, o jovem prefere ficar no comando da instituição que representa os advogados. Porém, se o tucano for reeleito, é praticamente certo que ocupará uma secretaria — que pode ser a Casa Civil, a Segurança Pública ou a Justiça. Tibúrcio não é apenas um novo aliado do governador. Ele é amigo de Marconi, que o admira e respeita.
O próximo alvo da aliança PMDB-DEM é o vice-governador de Goiás, José Eliton (PP). Um democrata diz que vai aparecer “chumbo grosso” sobre as ações do jovem advogado no comando da Celg. É provável que o vice não tenha responsabilidade na quebradeira da companhia de eletricidade, mas o DEM vai apresentá-lo, principalmente, como uma pessoa que, por não ser do ramo, atrapalhou um acordo mais positivo entre o governo de Goiás e a Eletrobrás.
A escolha do deputado Luiz Carlos do Carmo (PMDB) como primeiro suplente foi uma tacada de mestre do candidato a senador pelo DEM, Ronaldo Caiado. Por três motivos. Primeiro, agrada a comunidade evangélica, que avalia que não tem sido contemplada pelo grupo do governador Marconi Perillo. Segundo, puxa o PMDB para sua campanha. Terceiro, enfraquece Vanderlan Cardoso (PSB) na Assembleia de Deus. Não foi, portanto, uma escolha aleatória. Foi racionalizada tática e estrategicamente.
O candidato do PT a governador de Goiás, Antônio Gomide, foi inteiramente bancado pela cúpula nacional na semana passada. Mas, em entrevista ao Jornal Opção, o petista diz que não está nada fácil montar a chapa majoritária, ao menos não com alguns partidos políticos. Ele se recusa a “comprar” partidos, pois quer formatar alianças qualitativas, estabelecidas com base em ideias e projetos. “Estamos disputando uma eleição, não a nossa vida. Se necessário, vamos com chapa pura, por exemplo, eu para o governo, Marina Sant’Anna para senadora e outro petista para vice.” O vice poderia ser o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira? “É um ótimo nome, uma pessoa da mais alta qualidade moral e de grande capacidade administrativa, uma referência para a sociedade goiana. Mas pode ser que prefira disputar mandato de deputado federal.”
Depois de perder o PROS (que fechou com o governador Marconi), Gomide está conversando com a cúpula do PC do B.
A chapa composta por Iris Rezende (PMDB), postulante ao cargo de governador, Armando Vergílio (SDD) na vice e Ronaldo Caiado (DEM) para o Senado é considerada pesada no sentido de que não dialoga com os movimentos sociais. Há o entendimento de que dificilmente os três conseguirão ouvir os anseios e acatar as bandeiras que a juventude levantou ao sair às ruas nos protestos de junho de 2013. A base governista é mais flexível. O governador Marconi Perillo, logo após as manifestações, foi o primeiro gestor do Estado a considerar o passe livre estudantil. Vilmar Rocha, ao inverso de Caiado, tem boa desenvoltura no meio acadêmico e é benquisto pelos jovens e estudantes universitários. O problema de Armando Vergílio é que, se tem dinheiro, tem pouca ligação com as ruas.
O governador Marconi Perillo vai criar quatro coordenações gerais para a campanha deste ano. Carlos Maranhão deve ser o coordenador de marketing e imprensa (terá o apoio do marqueteiro Paulo de Tarso). Sérgio Cardoso deve ser o coordenador dos eventos da campanha. O nome mais cotado para coordenador de Finanças é o do presidente da Agetop, Jayme Rincon. O nome do coordenador político ainda não foi definido, mas Marconi já sondou dois líderes (um é peemedebista). O tucano-chefe quer uma campanha ágil, não burocratizada e de baixo custo. Os coordenadores terão de trabalhar tanto com os aliados quanto com a sociedade. Marconi quer uma equipe entrosada, que funcione por música.
